quinta-feira, dezembro 24, 2009

Dia de S. Envelope

Hoje, véspera de Natal, há uma corrida ao envelope.

Tirando esta quadra, só nos casamentos é que se vê tanta circulação postal.

A malta anda toda a comprar bonequinhos nos 300’s ou nos chineses, na esperança que os familiares mais velhos lhes dêem envelopes bem recheados.

Há quem invista com o chamado “retorno absoluto”. Ou então, com a esperança que o retorno cubra o investimento.

Não, não é o meu caso, mas conheço muitos.

Afinal, o Natal tornou-se no expoente do consumismo. Antigamente, as pessoas mais velhas compravam o bacalhau e financiavam a festa, mas as prendas não passavam de embrulhos foleiros cujo conteúdo não excedia a cintura. Ficávamos com a gaveta da roupa interior renovada.

Tínhamos uma Tia, que sempre trazia a última novidade em jogos de tabuleiro, com que nos entretínhamos na noite e dia de Natal.

Agora, ficámos a olhar para os miúdos a experimentarem os jogos das PS2 ou 3, das wiii, dos PC’s, etc…

Foi-se o tempo da partilha. Só se for o comando. Ou os mail’s.

Ou no meu caso, este post.

Bom Natal a todos.   

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Anda tudo doido!

Então o Ricardo Araújo Pereira é capa da Playboy?

É quase a mesma coisa que a capa da “Bola” ter a Cinha Jardim com as suas “queridas” filhas!

Há coisas que não se devem desvirtuar. Corre-se o risco de dar um significado não desejado à publicação.

Não que eu seja um leitor dedicado, nem tão pouco ocasional, mas que é estranho, é.

É quase como ver os aviões da Red Bull a sobrevoar o Tejo. Vão perder o efeito que mais atraíam publico no Douro; o risco de sobrevoar um rio com a largura do rio Douro, perde-se na enorme distância entre as duas margens do rio alfacinha.

A Playboy põe-nos à espera da próxima capa normalizada, e nós cá na Invicta passamos a beber Burn!

Eu e a Matemática

Tenho tentado jogar sudoku.

Ok! É mesmo passatempo de quem não tem que fazer, dizem-me.

Talvez. Mas li algures que era uma boa forma de treinar o cérebro, evitar a morte precoce das células, etc. e tal e não sei mais o quê…

O problema é que me falta paciência para raciocinar, o essencial do jogo. A lógica do jogo aplica-se facilmente, mas, se calhar fui concebido com a matemática e as ciências exactas fora de órbita.

Já vi explicações, truques e formas de, facilmente, chegar ao resultado de qualquer jogo, mas não atino com a coisa.

Enfim, pego no jornal enquanto tomo café, começo pelo sudoku e, rapidamente, desisto. É frustrante.

Vou continuar a insistir, pode ser que deixe de ler notícias cá do burgo. São tão más que nem se destacam das piores de outros dias.

Parece que o papa vem a Portugal num avião transformado numa espécie de Hilton voador, não vá estranhar a saída do humilde albergue que é o Vaticano. A minha matemática é tão má que nem consigo chegar à cifra que vão gastar para tal; nem dá para calcular a quantas pessoas mataria a fome tal excentricidade.

Eu e a matemática…

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Se soubesse o que sei hoje…

Hoje, enquanto almoçava (no melhor restaurante italiano que conheço: Caruso, na Póvoa de Varzim), e, como tantas vezes me acontece, estava sozinho, socorri-me da companhia de uma revista. Naquele restaurante, a escolha é habitualmente a Visão.

Aquela datava de Outubro. Entre outros assuntos, dissecava, essencialmente, acerca das, felizmente, passadas eleições autárquicas. Quando estava quase a acabar a Lasanha, dou com o tema de capa: Uma entrevista a António Lobo Antunes.

Há pessoas que até a falar encantam. A transcrição, acredito, é a fiel do que o entrevistado disse.

Deliciei-me com a qualidade de pensamento daquele, fabuloso, contudo simples, homem.

Umas quantas páginas antes, tinha absorvido vorazmente a sua habitual crónica semanal. Falava da sua relação com Deus, das vicissitudes que ultrapassara, dos desentendimentos com Ele, da permanente evolução normal em qualquer relação.

Na entrevista, entre outros assuntos, fala sobre os livros que escreveu, que escreve e dos autores que admira.

Do cancro que venceu, diz que não vale a pena falar muito porque, e cito: “Sobre as coisas grandes não há muito a dizer”.

Mas guardo sobretudo uma frase que marca a sua personalidade:

O homem passa a vida em busca de sabedoria e conhecimento, que, na maioria das vezes, chega tarde de mais.

domingo, dezembro 13, 2009

Nada como o frio

Gosto de frio. Sempre gostei. Era miúdo, vivia numa casa aquecida por 7 petizes, gostava das noites de frio, do cheiro dos lençóis de flanela, dos cobertores a pesar, e, acima de tudo, da condensação da respiração pela manhã.

Sempre achei que o frio se suportava melhor que o calor. Era só por mais agasalho, mais lenha na lareira, mais um cobertor e o choque é atenuado. No calor, por muita roupa que tirasse, tinha sempre muito calor.

Agora, reconheço que o calor é mais agradável. É melhor para a sociabilização, para ver gente a passear, para a malta sair para a rua.

Mas deixem-me apreciar este período de tempo em que não se vê viva alma cá pela praia da Madalena. Correr praia fora com o ar gélido a bater na cara, sem bater de caras com nenhum “tone”, é realmente um luxo!

sexta-feira, novembro 27, 2009

Face oculta

Cada vez percebo menos disto…

Onde será que está agora, a má moeda de que falava Cavaco em 2005?

Será que vamos continuar a assistir a branqueamentos sucessivos do centrão e seus malabarismos?

Agora com estas confusões, veio-me à cabeça, de repente, a detenção do histórico socialista Edmundo Pedro, que no início da década de 80 foi apanhado a conduzir uma carrinha carregada de armas e explosivos, enquanto se perseguiam as FP. Esteve preso onze meses preventivamente e depois…, nada, nem julgado foi. E o julgamento das FP deu no que deu.

Depois admiram-se de a extrema esquerda subir a votação quando o PS está no poder. Eles conseguem governar com tiques mais caciques que a direita. Desde o “No jobs for the boys” do tempo do Guterres, até à nomeação do professor de inglês técnico, passando pela confusão das escutas e suas intenções e a acabar nesta coisa parecida com Estaline, em que até os magistrados, quando não estão com eles, são espiões políticos…

Como dizia Zeca Afonso: “Eles comem tudo…”

quinta-feira, novembro 19, 2009

sexta-feira, novembro 13, 2009

Quem diria…

Além da compra da TVI pela  PT, conforme o SOL revelou na passada edição, são também referidas manobras para financiar a campanha eleitoral do PS para as últimas legislativas e para ajudar a salvar o grupo empresarial de Joaquim Oliveira (DN, JN, 24Horas, TSF, O Jogo e Sport TV).

in Jornal Sol, edição on-line 13 Novembro 2009

Quem diria que o Sr. Sócrates andava preocupado com o futuro dos jornais do Sr. Oliveira? Entre eles está o já aqui referido pasquim: O DN.

Coincidências de Sexta-Feira 13, se não estivesse numa qualquer escuta, diriam que era mentira de 1 de Abril. E depois admiram-se que, ao usar a comunicação social, o feitiço se vire contra o feiticeiro.

Que sofram agora as consequências: Julgamento pelos jornais.

É apenas e só isso que provocam. E que provavelmente não queriam.

Primeiro, mas mesmo primeiro!

Então agora sempre que se fala em uma qualquer trapacice elaborada por um qualquer militante do PS, aparece colado o nosso primeiro?

Claro está, que o qualquer militante é quase sempre o amigalhaço de longa data, o expert bancário Armando. O tal que, na boa tradição socialista, trepou à custa do bom trabalho no aparelho partidário. Passou de caixa na CGD do Mogadouro, não para a Direcção Regional, mas para a Administração. E quando o BCP correu com os aldrabões da Opus Dei, correu o governo, qual ponta-de-lança da maçonaria, a colocar a Administração amiga à frente dos destinos do dito banco.

E agora vem a saber-se que o primeiro negócio do Sr. Godinho com o estado português, concretizou-se com o Ministério do Ambiente enquanto o nosso primeiro era o titular da pasta.

Porreiro pá!

Cá fica uma foto, possivelmente a primeira, do nosso primeiro.

Socrates_Jovem

domingo, novembro 08, 2009

Maratona do Porto

Decorreu hoje nas ruas do Porto e Gaia a Maratona do Porto.

Como nem toda a gente está preparada para sofrer durante mais de 42 km’s, decorreu em paralelo uma prova de 14 km e uma outra de 6.

Eu, para apreciar parte do percurso que me espera no próximo ano, fui participar na chamada Family Race (14 KM).

Com um dia pouco convidativo a sair de casa, muito menos para correr, lá fui eu justificar a compra de um gorro e umas sapatilhas. Com a chuva a bater forte, puxada por um vento de NO que fustigava, na companhia de mais uns milhares de doidos, fiz o que pude. Depois de uma semana com gripe e febre (se foi A já estou imunizado), com o pingo no nariz a incomodar (era mais uma espécie de massa consistente), o que me obrigava a limpar o dito com alguma frequência (limpar não, era mais uma espécie de expulsão de ranho), lá fui eu fazer mais uma etapa.

E consta assim:

Dorsal:4563 Cl.Geral:894 Cl.Esc.:566 RUI PINHO M VETM PORTUGAL INDIVIDUAL
1:22:33 (Tempo total)
0:06:00 (Tempo/KM)

Acabaram esta prova 1044 atletas, sendo que 634 pertenciam ao meu escalão (veteranos(!) masculinos).

Não está mau…

Tributo ao cão

Sou um admirador da capacidade que alguns animais, os cães em particular, têm para nos conquistar. São uns amigos incondicionais.

No século XIX, o senador George G. West, representou o proprietário de um cão morto pelo vizinho.

O senador ganhou o caso e hoje existe na cidade de Warsensburg uma estátua do cão. O discurso do senador de Missouri está inscrito na entrada do tribunal de justiça.

Eis alguns tópicos do discurso:

"O mais altruísta dos amigos que um homem pode Ter neste mundo egoísta, aquele que nunca o abandona e nunca mostra ingratidão ou deslealdade é o cão."

"Senhores jurados, o cão permanece com seu dono na prosperidade e na pobreza, na saúde e na doença. Ele dormirá no chão frio, onde os ventos invernais sopram e a neve se lança impetuosamente. Quando só ele estiver ao lado de seu dono, ele beijará a mão que não tem alimento a oferecer, ele lamberá as feridas e as dores que aparecerem nos encontros com a violência do mundo. Ele guarda o sono de seu pobre dono como se fosse um príncipe. Quando a riqueza desaparece e a reputação se despedaça, ele é constante em seu amor como o sol na sua jornada através do firmamento. Se a fortuna arrasta o dono para o exílio, o desamparo e o desabrigo, o cão fiel pede o privilégio maior de acompanhá-lo, para protegê-lo contra o perigo, para lutar contra seus inimigos. E quando a última cena apresenta, a morte o leva em seus braços e seu corpo é deixado na laje fria, não importa que todos os amigos sigam seu caminho. Lá, ao lado da sua sepultura, se encontrará seu nobre cão, a cabeça entre as patas, os olhos tristes mas em atenta observação, fé e confiança mesmo à morte."

Atualização 30/10/2020 

Morreu hoje este companheiro de vida. Obrigado pelo caminho que me ajudaste a percorrer, dos 200 m aos 20 km. A memória é a nossa cruz, cada vez mais pesada com tudo o que vivemos - inevitavelmente finito - e com todos os que partem das nossas vidas. Felizmente são memórias de amor, as que nos fazem sorrir com lágrimas. 

Até sempre, Lord! 


2009-06-17_00-46-50_17062009646-001

Verdades preocupantes

 

Vais ter relações sexuais? O governo dá-te preservativos!

Já tiveste? O governo dá-te a pílula do dia seguinte!

Engravidaste? O governo oferece o aborto! 

Estas na escola e não aprendes nada? O governo dá-te a aprovação por decreto (ou por cansaço)!

És viciado? O governo troca a seringa, e se quiseres, paga bem para te curares com outra droga!

Detestas trabalhar? O governo dá-te o rendimento social de inserção.

Agora experimenta estudar, trabalhar, produzir e andar na linha para ver o que acontece! O Governo oferece-te uma carrada de impostos e responsabilidades.

terça-feira, outubro 27, 2009

Acção cívica

Li num artigo de opinião a incredulidade da autora depois de uma pessoa ter morrido num restaurante, após um episódio que, considera, estúpido. Como todas as mortes evitáveis.

O estúpido da situação repetiu-se ontem. Um jogador, jovem, morreu após, supõe-se, uma paragem cardíaca, que poderia ter, eventualmente, evitado com um simples desfibrilador. Acontece que o dito aparelho que pode salvar vidas, não faz parte dos utensílios que a Federação de Basquetebol considera indispensáveis num pavilhão onde se realizem jogos daquela modalidade.

No primeiro episódio, um homem morreu após se ter engasgado enquanto comia. Não havia ninguém na sala que soubesse efectuar a manobra de Heimlich, que consiste em pressionar a zona abaixo do diafragma da pessoa engasgada, para que, com a saída em pressão do ar dos pulmões, a mesma consiga expelir o que lhe impede a respiração.

Na segunda situação, apenas  o melhoramento das regras e a consciencialização de que o tempo após uma paragem cardíaca é curto para uma eventual recuperação do paciente. Para o encurtar, os desfibriladores devem estar, obrigatoriamente, presentes em todos os espaços onde se pratica desporto.

Quanto ao facto de no restaurante onde morreu uma pessoa engasgada, este deve-se a um simples motivo: a ausência de formação cívica. Em vez de tanto se preocuparem com coisas supérfluas, os políticos, deveriam ter-se lembrado já há muito tempo, de implementar nas escolas uma disciplina que abrangesse estas matérias. As pessoas deveriam aprender como lidar em caso de presenciarem um acidente, fosse ele de que natureza fosse.

Infelizmente, ainda não é o caso. E vai-se morrendo por omissão ou por pura ignorância de quem assiste.

sexta-feira, outubro 23, 2009

Bailarinas exóticas

Hoje, no programa mais didáctico da televisão portuguesa (o da manhã do canal 1), enquanto me espreguiçava, vejo a seguinte, bombástica, notícia: “Comerciantes de Paris, para combater a crise, usam dançarinas exóticas como manequins nas suas montras”. Fiquei à espera de ver dança da chuva, ou algum grupo Maori a actuar. Não. Nem tão pouco eram strippers de leste, daquelas que quando se despem mostram uma magreza extrema, com costelas salientes. Eram bailarinas tipo Moulin Rouge!

As ditas dançavam muito sincronizadas, não faziam propriamente pose. E se pensam que as roupas seriam de alguma nova colecção, enganam-se. Estavam praticamente despidas, exceptuando umas plumas no cabelo e as “partes baixas” cobertas com um tecido escuro.

Em frente, um batalhão de jornalistas tentava a melhor foto para eternizar o momento. Eram muitos os curiosos que tentavam, ao longe, ver o dito espectáculo, sem conseguir chegar perto.

Afinal, os comerciantes de Paris descritos pela RTP como bastante aflitos com a crise, resumiam-se à montra de uma das mais caras lojas do mundo, a Printemps!

Eu cheguei a pensar que alguém ali para os lados de Amarante se lembrasse de pedir ao dono de uma das muitas casas de strip, algumas bailarinas para animar o comércio tradicional, mas afinal parece que só resulta se as bailarinas forem exóticas à francesa.

Ninguém lhes disse que a Printemps tem 45.000 m2! Deve ser a superfície ocupada pelo comércio tradicional na Rua Santa Catarina no Porto. E chamam àquilo “os comerciantes de Paris”!

Como se o Corte Inglês de Lisboa representasse o comércio tradicional da cidade.

E que alguém lhes diga que manequins em montras de lojas de roupa, normalmente têm roupa…

Santa ignorância…

quarta-feira, outubro 21, 2009

Estou consigo, Mário David!

“José Saramago, há uns anos, fez a ameaça de renunciar à cidadania portuguesa. Na altura, pensei quão ignóbil era esta atitude. Hoje, peço-lhe que a concretize... E depressa! Tenho vergonha de o ter como compatriota! Ou julga que, a coberto da liberdade de expressão, se lhe aceitam todas as imbecilidades e impropérios?

Se a outorga do Prémio Nobel o deslumbrou, não lhe confere a autoridade para vilipendiar povos e confissões religiosas, valores que certamente desconhece mas que definem as pessoas de bom carácter.”

in, www.mariodavid.eu

Nunca comprei um livro de Saramago, como nunca comprei nenhum de Salman Rushdie. Acho que um escritor que se afirma contra alguma coisa, ou contra alguma crença, ou contra alguma pessoa, vai por um caminho que implica parcialidade. Seria como achar verdadeira e fiel a biografia de Álvaro Cunhal escrita por José Pacheco Pereira.

Não me parece que a grande maioria das pessoas partilhe desta opinião, mas como as que crêem em Deus e na Bíblia me merecem muito mais respeito que um exilado em Lanzarote (rico exílio), parece-me que a minha opção de não encher os bolsos do dito individuo, é tão só, uma homenagem a quem vive e se guia pelo livro Sagrado.

Já tive imensas discussões com muita gente acerca da educação católica. Não me parece válido o argumento que advoga a livre escolha, que pede que não se baptize uma criança, ou que não se eduque a dita inocente numa religião que ela ainda não sabe se quer. Costumo dizer que o meu pai me obrigou a ir à escola, me obrigou a respeitar os outros, me obrigava a fazer a minha cama, a lavar a louça nos dias em que me estava destinado tal ofício e me orientou nos princípios em que acreditava. Nada do que me obrigou a fazer fez de mim pior pessoa, e nenhuma das escolhas que por mim fez me trouxeram nenhum malefício.

Agradeço a educação católica que me deram, o que não invalidou que não tivesse confirmado a minha Fé pelo Sacramento que serve para confirmar a escolha que um dia fizeram por nós: O Crisma (Sacramento de confirmação da Fé). Quando chegou a altura, achei que não tinha assim tanta certeza. E se toda a gente fizesse exclusivamente aquilo em que acredita, provavelmente haveria menos casamentos pela Igreja. Os comunistas não teriam Missa de Corpo Presente, ou funerais católicos, nem os Socialistas corriam a beijar a mão ao Papa quando este vem a Portugal. Porque pior que educar e ensinar segundo uma crença religiosa, seja ela qual for, é apregoar uma coisa e fazer o contrário.

Quanto ao dito escritor, que se nacionalize espanhol, vá para Madrid dizer aquelas barbaridades, que alguém é capaz de o chamar à razão.

Tenho dito.

domingo, outubro 18, 2009

A minha 1ª Meia Maratona

Quase 15 meses depois de deixar de fumar e de ter começado a correr, aventurei-me numa prova de atletismo. Como as esperanças de vitória não eram muitas, esforcei-me por acabar, o que, diga-se, não é fácil para ninguém.

Depois de 21,095 km!!!, cheguei, solitário, com o dorsal 795, à meta instalada no Jardim do Calém, junto ao Douro que serviu de cenário a toda a prova.

Fica o registo e a classificação que era o que menos importava.

http://www.runporto.com/classificacoes/meiasportzone09/classmeiasportzone09.aspx

1413º classificado em 1448 que conseguiram terminar.

Custa a primeira, a partir daqui é sempre a melhorar, digo, e espero eu!

sexta-feira, outubro 09, 2009

Campanha interessante…

Campanha interessante esta.

O Sócrates apoia os candidatos do PS, dizem com ênfase os jornalistas (alguém lhes diga que o Sr. é o Secretário Geral do Partido).

O Jerónimo é contra a privatização da TAP (já foi a favor de alguma?).

O Portas diz que vai ganhar (nunca perde).

O Louçã quer tirar a maioria a toda a gente e, diz ele, ser o provedor dos cidadão nas Câmaras Municipais (não é preciso, já lá estão os vereadores do PCP).

E a Manelinha nem sabe o que anda por ali a fazer. Ninguém a quer por perto (as derrotas eleitorais são mais contagiosas que a Gripe A). Até o Santana Lopes, antevendo uma derrota em Lisboa, chamou o Portas e a Manuela, para que a derrota tenha mais rostos.

As eleições são Domingo, na segunda-feira volta a Gripe A às primeiras páginas…

quinta-feira, outubro 08, 2009

Gravatas serão símbolos?

Acompanho, na medida do que me é possível, alguns blogues. A autora de um deles, que aprecio e que mais fielmente acompanho, colocou um post em que questionava o símbolo em que se tornou a referida indumentária, para os elementos do BE que se deslocaram a Belém. Na minha modesta opinião, fez muito bem.

Já alguém se lembrou de usar meias brancas em vez de pretas, no BE?

Símbolos são as atitudes e as peneiras de quem se acha dono da verdade, da liberdade e da república.

Para mim símbolos dos nossos dias, são os botões de punho usados da esquerda à direita, pelos ilustres comentadeiros da nossa praça. Se tivessem vergonha não insultavam a miséria em que tanta gente vive, limitando as acções de campanha eleitoral a meros debates televisivos.

Aproveitavam e distribuíam pelos pobres o dinheiro poupado.

Já alguém disse aos pobres que votaram no BE, que deram a esse partido 3 € por cada voto?

Perguntem-lhes se vão dar o dinheiro a quem precisa.

A demagogia não seria maior que a que eles, normalmente, usam.

Mesmo com gravata…

Movimentos cívicos

Acho piada a esta moda dos movimentos ditos cívicos. Agora é o da defesa das vistas para o Tejo, do qual faz parte, entre outras individualidades, o idiota de estimação da malta que gosta de dizer mal de tudo o que é lusitano, o ilustre Miguel Sousa Tavares.

Então o papalvo que se diz tripeiro, que tanto bate no Rui Rio, anda a ajudar (como se fosse preciso), o António Costa, com reuniões secretas e garantias de não expansão?

Será que agora vai começar a escrever numa qualquer esplanada das docas, em vez de se ausentar, como tanto gosta, em terras de clima mais ameno, como o seu tão estimado Brasil?

Ninguém defende um terminal de contentores naquele sítio, mas ninguém o viu a marcar reuniões antes das campanhas eleitorais.

Já agora, criem um movimento que defenda a não expansão da Secil na Arrábida. Já sei que há menos esplanadas por lá, mas que aquilo é uma vergonha, é.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Raciocínio muito simples

 

1. Deixem que todos os homens que queiram casar com homens, o façam...
2. Deixem que todas as mulheres que queiram casar com mulheres, o façam...
3. Deixem que todos os que queiram abortar, abortem sem limitações...
4. Em duas gerações, deixarão de existir socialistas...

domingo, outubro 04, 2009

Homenagem (pelos piores motivos)

Aos super-dragões, esse grupo de gente que leva bem longe o nome da minha cidade. Diga-se de passagem que nem precisavam de o fazer, já que, na sua grande maioria, são oriundos de cidades limítrofes. Outros são de zonas nobres como o Aleixo, Bairro do Cerco e Ribeira.

Como ninguém consegue, fazem aberturas de lojas em busca do melhor artigo para comprar. Muitas vezes, acontece que as pessoas fogem e não se lembram de receber. Outras, quando aquelas que querem cobrar artigos que os descuidados tragam à vista, eles fazem o favor de acelerar o passo para que não se magoem.

Hoje, mais uma vez, foram abertura de telejornais.

Pelos motivos óbvios: distúrbios, roubos, saídas dos bares e restaurantes de Albufeira sem pagar, etc.

Só não percebo é porque não foram fazer tudo isso para Olhão. É que lá, acredito que não faziam farofas, como diz o povo.

Pelos vistos, como exemplares cumpridores da lei, são uma associação organizada e legalizada. Porque é que não lhes imputam os custos?

Ou ao padrinho do grupo de energúmenos…

quarta-feira, setembro 30, 2009

Campanha Autárquica

Tópicos da Elisa Ferreira:

- O “problema” do Aleixo;

- O “Bolhão”;

- O Parque da Cidade;

- A desertificação da cidade.

Tenho a dizer-lhe que:

1- O Aleixo, quando for demolido chama gente à cidade. A malta gosta de viver em cidades em que não é assaltada muitas vezes, e onde se pode circular em todo lado, sem guetos, como é o Aleixo.

2 – O Bolhão terá muitos mais clientes quando soubermos que aquilo não cai enquanto compramos grelos ou broa de Avintes. E já agora, mercados típicos só mesmo em Angola (o Roque Santeiro) e em Bagdad.

3 – O parque da cidade é um problema já herdado, com muitos negócios enrodilhados pelo seu camarada Nuno Cardoso. Aliás, depois dele sair (e o PS atrás), as subsidiadas dos negócios perderam os meios de subsistência.

4- A desertificação é o reflexo da insegurança. E quanto a esse aspecto terá de falar com o Governo.

P.S.:

1 - Como sabem viajo imenso pelo País. Sabem qual é o tópico comum a todos os candidatos autárquicos do PS? Estágios subsidiados. Acho que se todos se cumprissem, até o minimercado do Sr. Teixeira teria um qualquer jovem a estagiar na charcutaria…

2 – Onde é que eles vão buscar tanta ocasião para apresentar os programas? Já é p’raí a terceira apresentação do programa da S.ra…

3 – Se o Aleixo não for abaixo, quero um T3 na Torre 1. Tem umas vistas fantásticas e não se paga água nem luz. Ou acham que os funcionários da Edp e das Águas vão lá fazer cortes de fornecimento? Não me façam rir…

terça-feira, setembro 29, 2009

E-mail

Na ordem do dia!

Eu, sinceramente, nunca percebi, porque raio é que agora, toda a gente se corresponde por meios electrónicos. Inclusive, nas empresas, os chefes deixaram de chamar os seus súbditos (perdoem-me o exagero da expressão) ao gabinete para dizer seja o que for.

Hoje em dia, as reprimendas são enviadas para a caixa de correio electrónico, com o conhecimento de 22 gajos que não têm nada a ver com o assunto, e de mais 2 ou 3 em Bcc, para que não saibamos quem mais sabe o que nós sabemos.

Ora, parece que na Presidência da Republica o digníssimo ocupante do cargo, reparou que o seu, imaginava ele, seguro sistema, afinal é vulnerável.

Então o Sr. Presidente não vê as notícias?

Qualquer banal cidadão, com menos assessores que S.Exa tem na casa de banho, já viu na TVI, aquelas Sras a chorar baba e ranho com a Julia Pinheiro, depois de Hackers terem sacado todo o dinheirinho que tinham no Banco. Isto depois de terem, apenas, transcrito todos os códigos de segurança, na resposta a um e-mail de um Sr. do Banco.

Deduz-se daqui que nenhum dos, imagino ocupados, assessores do Sr. Presidente, vê a TVI.

Ainda não houve quem lhe dissesse que os documentos confidenciais não deveriam andar no seu PC pessoal. Qualquer dia raptam os segredos da presidência como fizeram com os do Miguel Sousa Tavares (a TVI é muito didáctica).

Quanto mais esmiúçam, menos percebem e menos esclarecidos ficamos nós, os parvos que os metemos lá.

E a comunicação social, alimenta histórias sem qualquer fundamento, na ânsia de não perder as fontes.

Tá tudo doido…

sexta-feira, setembro 25, 2009

Recordando Eça

ATT000071

Andar por aí

Andar por aí deve ser porreiro, pá!

Devia, aliás, ser uma profissão com acesso através de concurso público. Sim, porque nem todos têm perfil para andar por aí. O Pedro Santana Lopes, por exemplo, não conseguiu manter-se por aí, rapidamente regressou ao por aqui, que designo por lides públicas.

Não, o andar por aí não é um cargo público, o por aí é um cargo privado, quase uma carreira auto-didacta que se limita a apreciar quem anda por aqui.

Ainda não perceberam, eu explico:

Andámos todos por aqui a ver se percebemos porque é que somos o País que somos, com todos os defeitos e virtudes, com os atrasos e avanços, os que em nós mandam e nos dirigem, e ainda não entendemos que enquanto por aqui andarmos nos limitamos a ser informados e, por vezes, ignorados.

E a classe que anda por aí a dirigir-nos, vai por aí levando o que produzimos, entrega a quem entende o que dá para ver por aí, eventualmente estudar o que se vai fazer por aí, e, melhor fora, que não tenha que se deslocar a lado nenhum, muito menos por aqui.

Estes que analisam os “por aí” são os que se safam. São os que ninguém sabe o nome, ninguém conhece, mas que se tornam um número, considerável diga-se, por aqui.

São os gajos que quando por cá se faz de conta, vão vendendo essas ideias e ganhando o pilim. Esmiúçam, fazem textos parvos (mais ou menos como este), tornam-se famosos e influenciam opiniões. Não, não são os Gato Fedorento. São os 48.000 milionários de Portugal. Excluindo meia dúzia de palermas que trabalham mesmo, os outros andam por aí (devem ser gestores) a analisar e estudar soluções que ninguém entende, mas, contudo, sendo produzidas a partir de bases estudadas, enfim, por aí, se tornam valiosíssimas.

Deve ser…

terça-feira, setembro 22, 2009

Não há pachorra…

Já não tenho paciência para este país a brincar. Enquanto o numero de desempregados continua a aumentar, o défice das contas publicas em igual movimento ascendente, a insegurança a sobrepor-se à liberdade de movimentos do cidadão comum, enfim, o País a andar para trás e anda tudo a discutir escutas. Os jornalistas pouco interessados em discutir o País, os Gato Fedorento armados em oposição à Manuela Ferreira Leite, o Cavaco, como sempre, a minar o terreno a todo e algum que se atreva a ser 1º Ministro depois dele, com as cores do PSD (sim, porque o Durão foi um equivoco do Guterres, que lhe estendeu a passadeira) e o povo com um apagão geral, esquecendo-se do que se passou nos últimos 4 anos.

Não compreendo. Este Cavaco Silva, deve sentir que tem que se manter no centro das atenções. Ou com uma fatia de bolo-rei, ou com artigos de opinião a “dar palmadas nos irmãos mais novos, ainda na maternidade” (sim citei Pedro Santana Lopes, qual Calimero), ou, como agora, atraindo atenções para a sua Casa Civil. Já em 1995, com um desmentido sobre a sua candidatura à Presidência da Republica, passou uma rasteira a Fernando Nogueira, abafando completamente a demonstração de incompetência do Guterres com a sua completa desorientação quanto ao PIB. Pode ser que o mandem de vez para Boliqueime, mas o homem que mais o queria pôr lá (o Portas do Independente), é agora um dos indefectíveis defensor do homem que soltava migalhas de uvas passas com frutos cristalizados.

O Presidente despediu o assessor Fernando Lima. Mas porque raio é que todos os políticos metem atrás deles montes de assessores que ninguém elege, que normalmente são pagos a peso de ouro e que se dedicam a mandar bocas para os jornais. Ou acham que só os assessores de Belém é que o fazem? Não, não sou ingénuo…

Já a Manuela Ferreira Leite, poupadinha, dispensa assessores e só dá calinadas. Esmiuçada pelos Gato Fedorento, parece o bobo da corte destas eleições. Consegue ser uma espécie de Sarah Palin à portuguesa (salvo as evidentes diferenças estéticas).

Com tanto tiro nos pés e granadas lançadas para as próprias casernas, parece que lá para 2011, teremos o País pior, com obras do TGV (para trazer espanhóis na Páscoa), muitos beneficiários do Rendimento Mínimo (se ainda houver dinheiro na Segurança Social), e casais do mesmo sexo nos Noivos de S.to António (sim, o António Costa é moderno e vai alinhar na inovação). Vamos continuar pior mas modernos. É como os carros Tunning, velhos mas com extras que davam para comprar um carro novo.

Não me digam o contrário, porque não vejo quais foram as evoluções deste País nos últimos 12 anos. Anda este Zé Povinho aramado em Chico Esperto, cada vez que consegue “sacar” algum do Estado, como se o Estado não fossemos todos nós. Só cá um Partido como o Bloco com mais de 10%… São os cicerones dos parolos deste canto à beira-mar plantado. Vamos dar-lhes a maioria que este povo só aprende quando lhe vão ao bolso. Já se esqueceram todos do PREC, quando o País, depois do saque da esquerda populista (como este Bloco), correu a bater à porta do FMI, qual filho teso, depois de estoirar as mesadas de 1 ano no dia 1 de Janeiro. Até o Garcia Pereira já tem audiência. Valha-me Deus! Alguém dê juízo e umas lições de História aos Jornalistas portugueses.

Alguém elucide o Povo, já que os políticos não o conseguem fazer…

sexta-feira, setembro 18, 2009

Lembranças de menino

Lembro-me de medos ter sem nada temer, com horizontes longínquos sem nada ver.

Lembro-me de tudo querer sem nada obter, com vontade de buscar embora sem poder.

Lembro-me do que não tinha nem viria a ter sem poder alcançar ou sequer viver.

Lembro-me da idade em que tudo é belo, sem nada acabar com o tempo efémero de quem quer viver.

Lembro-me do menino que fui, um dia deixei de ser e que gostaria um dia de voltar a nascer.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Memórias

Quem esquece, quem esmorece, quem quisesse que se fizesse da memória outra história, de quem de amor padece.

Padece, ou padeceu, porque embora enamorado estivesse, de amor não morreu.

Sentiu, possuiu, e, por fim, fugiu.

Deixou-o só, com ardor e dó, de quem uniu o amor e o destino numa memória em pó… Que no vento se diluiu!

quarta-feira, setembro 16, 2009

Apetece-me, sei lá…

Normalmente não escrevo, aqui, sobre política. Limito-me a comentar artigos noutros blogues que acompanho. Só que, por esta altura, acho que, sendo este espaço um espaço dedicado a reflexões várias, e como me falta a inspiração para insultar as mais diversas formas de estupidez e mesquinhez humana que grassa à minha volta, decidi voltar-me para um tema ainda mais fracturante e deveras interessante, senão mesmo, dilacerante (gaita, às vezes as ideias fluem-me…).

A campanha já vai longa, para quem como eu, considere o último ano uma pré campanha a todos os níveis. Os senhores do governo a multiplicarem-se em simpatia e suspensões de reformas que abanassem muito a árvore e os fizessem cair (ainda mais), nas sondagens. A oposição a dramatizar tudo e mais alguma coisa e a acenar com a panaceia para todos os males.

Mas o que me irrita mesmo é a falta de coragem dos jornalistas.

Quando vão à Madeira, região que consideram território adversário, desdobram-se em provocações ao AJJ, mas não têm coragem para perguntar aos partidos da extrema esquerda deste país, como vão governar, sendo contra a União Europeia? Como vão nacionalizar o que pretendem nacionalizar? Como vão pagar as medidas que pretendem implementar? Como vão manter investimentos estrangeiros, se querem acabar com os incentivos fiscais aos grandes grupos económicos?

Depois chegam à triste conclusão que Portugal é o único País da Europa onde a extrema esquerda mais tem crescido. Pudera, são mais publicitados que o Skip…

Chama-se populismo ao tipo de politica seguida por Luís Filipe Menezes e Pedro Santana Lopes, só para citar dois exemplos, e então às propostas que visam nacionalizar as casas (mesmo licenciadas) integradas em Parques Naturais chama-se o quê? Eu chamaria estupidez.

Andaram a procurar no programa eleitoral da Manuela motivos de conversa, como a mulher não descreveu (como de costume) um compêndio de modelo de sociedade, aqui d’el Rei que tem motivações ocultas. Nos últimos anos algum de vocês se deu ao trabalho de ler programas eleitorais?

O Eng.º foi eleito sem dizer coisa nenhuma, agora quer que os outros digam seja o que for, e coloca-se ele na posição de quem não tem nada a ver com os últimos anos. Terei eu, sei lá…

Acabem mas é com a bandalheira que para aí vai e ponham este canto no mapa, com condições mínimas de vida e com esperança no futuro. E acho que os trotskistas e marxistas não conseguirão fazer cá o que não se fez em lado nenhum. Deixemo-nos de tangas, importante é votar em quem acredita na democracia.

Tenho dito.

domingo, setembro 13, 2009

Será o Amor eterno?

Não me parece. Acho até que quando as relações se eternizam, acabam por infernizar a vida de um dos elementos do casal.

Quando as relações começam, tudo é belo, tudo são rosas, tudo o que é bom ofusca os defeitos. É como um carro novo. Raramente se descobrem defeitos, e quando nos falam em algum, enervámos-nos e relativizamos ou mesmo eliminamos, pura e simplesmente, os ditos. Partilhámos com os melhores amigos, na esperança de os convencer. Ficamos sempre à espera que o momento de ver esse alguém chegue.

A paixão no seu auge é quase a perfeição de uma relação.

Depois, como sempre fazemos com tudo o resto, inventamos forma de estragar o que está, quase, perfeito: Casámos!

É o momento do sonho de qualquer menina. Elas são mesmo preparadas para esse desiderato, o casamento é a meta da vida delas. E os filhos. Mulher que não case quer muito ter filhos, as que casam são pressionadas para isso, até porque a sociedade não compreende a opção de não os ter. Quando os meninos nascem, são os filhos delas, e os maridos passam, imediatamente, a “pai do meu filho”. O modelo que elas escolheram, que não tinha defeitos, que era todo ele o que mais desejavam, acabara de nascer e, perfeição das perfeições, era para moldar como elas querem. Elas projectam então nos filhos, aquilo que viam no pai. E começa uma longa e árdua tentativa de fazer mais uma perfeita e ideal paixão. Aliás que se prolonga vida fora, vide as sogras…

Depreende-se desta curta e resumida reflexão que, não sendo o amor eterno, elas fazem tudo para o prolongar.

Louve-se a tentativa.

Só que, normalmente, estragam tudo a tentar.

P.S.: Reconheço algum machismo exacerbado neste texto. Contudo, gostaria de referir que o texto é inspirado num exemplo real. Desculpem-me as meninas que lerem este texto e não se achem assim. Eu acredito que não sejam, mas olhem à vossa volta e facilmente revêem características aqui descritas em alguém que vos é próximo. Mais que não seja, a vossa sogra…

quarta-feira, setembro 09, 2009

Actualidades

Hoje, sem assunto para dissecar, apetecia-me, contudo, escrever. À falta de assunto, fiz um périplo pela actualidade. Nada me seduz para fazer um comentário daqueles que só a mim diz respeito. Sim comentário, porque nós somos donos da nossa opinião, ou deveríamos ser. Existem fazedores de opinião a quem não vale, pura e simplesmente, dar a mínima atenção.

Da ordem de retirada do livro daquele ex-inspector da PJ, até ao, supostamente, indigitado novo director da TVI, nada me seduz, porque não me suscita interesse. Que Portugal ganhou à Hungria, já todos sabemos e esperávamos (como esperávamos a vitoria sobre a Albânia, em Braga, e empatámos), que a campanha eleitoral anda por aí, sem esclarecer ninguém a não ser, provavelmente, os opinadores que esmiúçam até ao ínfimo pormenor a performance dos intervenientes. Como se importasse…

Não. actualidade nacional cada vez me interessa menos comentar ou eventualmente acompanhar. Cheguei ao ponto em que voto no contra e acompanho ao mínimo, não vá a minha tensão arterial subir desmesuradamente e provocar algum percalço no meu bem estar. Não. Pouco me importa que os Baldaias e os Pinas deste país se apregoem isentos quando não o são, ou que, quem se assume com lado político seja corrido dos painéis de opinião; que se critique o populismo à direita (e bem) e se dê tanta publicidade e promoção a um populismo de esquerda, que, à boa maneira marxista, proponha nacionalizações a torto e a direito, e a liberalização da bandalheira. País estranho este que discute alegremente possíveis coligações com partidos que são contra a UE, a Nato, a OCDE, a Organização Mundial do Comercio e todas as demais organizações que sirvam para regular o que quer que seja. Pobre país este. Não conseguimos crescer como povo e como sociedade sem a mão tutelar do despotismo ou do populismo. O caciquismo apodera-se de tudo como um polvo com densos e extensos tentáculos, qual academia da cunha, onde sem esta, ninguém vai a lado nenhum.

E já agora, pobre gente que vive no país das garantias, onde tudo anda atrás de garantir seja o que for. Ou a pensão do ex-marido (“p’ró menino, não é p’ra mim…”), ou o subsidio disto ou daquilo, ou a efectividade no emprego, a caixa, a reforma, a vida boa, as benesses, etc., etc., etc.,…

E ainda queriam que o Estado, qual pai tutelar, nos obrigasse a assumir compromissos que não queremos. Isso é que deveria ser discutido nesta campanha. A economia é com o Sr. Jean Claude Trichet. As uniões de facto, a solidariedade, a justiça, a educação e a reforma do estado (papão que nos suga todos os recursos), temas fracturantes que gostaria de ver debatidos. Não, enchem-nos de economia, de visões utópicas de um país que depende do exterior para quase tudo, qual panaceia para tudo o resto.

E vou dormir, que amanhã tenho que trabalhar, parece que desde Abril já trabalhamos para a empresa e, consequentemente, para nós próprios. Até aí, trabalhámos para o papão Estado.

Já agora, votem, porque, apesar de tudo, isso ainda é o mais importante.

domingo, setembro 06, 2009

00h48m03s

É este o tempo oficial da minha primeira prova de atletismo.
Claro está que os meus dois companheiros de jornada, (pelo menos até à linha de partida), fizeram tempos mais ambiciosos (35 e 38 minutos), mas são já velhos habitués daquelas andanças.
Um ano e pouco depois de deixar o meu velho amigo cigarro, dois depois de iniciar a perda do meu recorde absoluto de 137 kilinhos, o que implicou muita fominha (e boa nutrição), consegui correr uma pequena competição, que mais parecia um convívio de atletas.
A Corrida do Homem e da Mulher, cuja receita reverteu a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro, transformou-me num deles, daqueles espécimes humanos que, quando podem, e em ritmo de lazer, fazem da corrida um hobby. Devo dizer-vos que nunca a palavra determinação fez tanto sentido. Parti determinado a acabar. Passou tanta gente por mim no início que eu pensei acabar atropelado, mas não. Era apenas a colocação natural dos atletas, os que queriam andar mais rápido, chegavam-se à frente. O meu ritmo(?) manteve-se estável, a partir do meio da prova melhorou, e acabei por ultrapassar muitos dos que se posicionaram, ao início, na linha da frente.
A meta chegou, muito suor e 7 km’s depois.
Valeu a pena. Agora é "só" continuar. 

segunda-feira, agosto 31, 2009

E depois do retiro…

Depois do retiro, cá estou eu de volta, para dar seguimento a este chorrilho de, às vezes humor, outras vezes sabor, dor e muitas apenas e só, simples desabafos de quem acha piada a estas coisas.

O retiro, que não sendo espiritual, não foi desligar, ficou-se por uns lamentos das enchentes de Agosto pelas praias ao meu redor, e agora, tornado em saudade do tempo de calor. Estranha esta dicotomia, onde não consigo pôr uma linha que diferencia o melhor do bom tempo e o melhor do tempo bom. Nem sei se bom tempo é o tempo em que o sossego abunda, se é o sol a escaldar. Não a mim, qual pinguim, que quando o sinto tão forte mergulho na água refrescante (brrrrr) do atlântico norte. Poupei, ao menos, este blogue de uma catrefada de textos a lamentar os estragos que os veraneantes provocam por cá, e aos sempre cómicos exemplos de famílias em busca de lazer. Todos temos direito à vida e a parvoíce faz parte. Foi a silly season. Vêm os dias para lamentar o que acabou e para trabalhar num futuro, que apesar de tudo, esperemos seja sempre diferente e, se possível, para melhor.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Nem sei que diga…

Ando aqui que nem sei que diga! A preguiça deu-me aí há um mês, não me apetece pensar.

Tenho assuntos para debitar que nunca mais acaba, pareço a redacção de um canal  de noticias, desses que preenchem horas de assunto, mesmo que não o tenham. Sempre me questionei como é que as noticias em Portugal têm sempre tempo marcado, leva os atarefados jornalistas à procura de assunto quando ele não existe. O que me falta é vontade de escrever.

A gripe A está em grande, substituindo, em parte, a época de incêndios. Parece obrigatória a dita.

Abriu também a época das mães extremadas que tentam a todo o custo proteger os filhos dos pais quais papões avançando contra o seu bem-estar. Há gente muito parva, gente que se aproveita de tudo o que pode para daí extrair o máximo para si próprio, usando para tal, o que for necessário. Neste país que apela ao laxismo, país que debita e inventa subsídios e protecções, chegamos ao cumulo de as mães acharem sua propriedade os filhos que põem no mundo. Que raio de país este que protege a estupidez e promove o absentismo.

Que raio de gente, que se agarra a tudo o que acha que é direito seu e exorciza tudo o que lhe parece dever.

Que raio de educação dá um Pai, quando cria os seus filhos com a ideia de que o mundo e a vida tudo nos dão, não sendo preciso dar em troca, bastando para tal acreditar numa qualquer utopia.

Raio de gente esta que se acha sempre mais que todos os demais, que se acha mesmo de mais para todos os outros.

Bom, estou de férias, não me apetece pensar nisso.

quinta-feira, julho 23, 2009

Coisa gira do dia

Li uma frase fantástica hoje, num daqueles estados de Alma de alguém, no ciberespaço.

Traduzindo do Inglês é mais ou menos isto:

“Quando morrer, gostava de morrer como o meu Avô: Durante o sono; não a gritar como os passageiros que iam com ele no carro…”

Ainda dizem que não se aprende com gente desta.

Ou então esta:

“O homem inteligente aprende com os erros dos outros; o menos esperto aprende com os próprios”.

Ou então:

“Camarão que se deixa dormir é levado pela corrente!”

Gente gira a ciber população.

terça-feira, julho 21, 2009

Silly Season

Falta-me a paciência. A inspiração, essa treina-se. Arranja-se um tema, desenvolve-se e passa-se ao teclado. Mas falta-me mesmo é paciência.

Resumindo este já longo mês, é esta a conclusão.

Quando não se tem paciência para pensar, deixamos a vida acontecer. Não a controlamos, ela é que nos controla.

Fiquei de escrever um livro com uma amiga, mas ainda não tenho tanta qualidade na escrita como ela demonstra. Um contributo não deve nunca chegar a estorvo.

Resumindo, é a minha merecida silly season: Época de retiro.

Mas eu volto. Prometo.

segunda-feira, julho 06, 2009

Que totó!

Li a entrevista do Miguel Sousa Tavares ao Dn (http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1295588&seccao=Livros) e fiquei com a mesma opinião do único leitor que se deu ao trabalho de a comentar na página do dito jornal. Com tanto que o homem disse, o leitor comentou com a expressão que faz título desta crónica.

MST começa por desancar forte e feio em Portugal, nos portugueses, nos políticos, nos blogues, no twitter, enfim, em tudo o que o rodeia, seja na sociedade civil seja no mundo virtual. Bate em tudo e em todos, insurge-se contra este estado em que o País mergulhou, onde tudo e todos gravitam à volta do Estado a tentar colher umas migalhas (leia-se subsídios) do Orçamento de Estado. Manifesta-se contra, no fundo, o excesso de Estado que é gritante na nossa economia e sociedade em geral. No entanto, o cromo, é apoiante dos políticos que defendem, precisamente, mais estado.

Declara sentir uma vontade enorme de emigrar, provavelmente para o Brasil, que é País com muita trapalhada, mas, diz o cromo, tem ainda direito às trapalhadas, ao contrário de Portugal.

Bate forte no nosso PR, acha-o inútil, sem curriculum para o cargo e sem objectividade na função.

Enfim, o homem sente-se muito desiludido com tudo isto, com vontade de se pirar, contudo, continua a viver à custa do Zé Povinho. Que eu saiba os leitores do Expresso, onde escreve, e os telespectadores da TVI, onde comenta a actualidade, estão, na esmagadora maioria, em Portugal. E os livros devem vender mais por cá, ou não?

É por causa de palhaços como este que o nosso País está como está. Limitam-se a dizer mal de tudo por cá e a enaltecer as imbecilidades dos destinos turísticos preferidos. E ainda há quem lhe dê audiência. Já sei que para o caso pouco importo, mas, desde há muitos anos, que decidi marimbar-me para esse pasquim. Recuso-me a ler os seus livros e crónicas, e escuso-me a ouvir as opiniões que emana na dita Tv. Prefiro outras paragens, outras opiniões e aprecio a sinceridade intelectual. Esta coisa de dizer uma coisa e praticar o contrário, já cansa.

Gente como este pode ir para o Brasil que cá não faz falta.

A minha opinião é tão válida como a dele!

P.S.: Espero não ferir susceptibilidades com este texto, que é, quer se goste quer não, apenas uma opinião.

terça-feira, junho 30, 2009

O vizinho português

Michael Jackson tinha um vizinho português? E daí?

A RTP enviou um jornalista a Los Angels, para cobrir os desenvolvimentos à volta da morte do artista. Como não há desenvolvimentos, e à falta de melhor motivo de notícia, foram procurar saber se o homem era bom ou mau vizinho.

Entre “cycling’s e neighbour’s”, o jornalista, numa espécie de recuperação da notícia do cão português, tentava a todo o custo que o dito homem se recordasse de se cruzar, talvez num passeio de bicicleta, com o falecido. Ora com a falta de memoria (ou de imaginação) do seu interlocutor, rapidamente o jornalista passou a descrever o trajecto do dito Sr. em direcção a Santa Barbara, “County” famoso pelo PIB per capita, dos mais elevados da América.

Só que eu, a julgar pela imagem abaixo, acho que o MJ não deveria ir para a pista de “cycling” para praticar o popular desporto. O jornalista é que não acha o mesmo.

Podiam já agora, ter ido ao cabeleireiro lá da zona; ou à mercearia. Nesses lugares é que se encontram os vizinhos…

Mas pronto, faltava notícia…

Gay pride

Assim em inglês, até nem choca tanto. Parece que, felizmente, ainda não transformaram o dia em feriado, ou que obriguem alguém a comemorar. Mas começa a ser preocupante a quantidade de gente que aflui a tal desfile; são sempre mais que os votantes nas eleições europeias, a julgar pela moldura humana presente nas várias capitais europeias.

Isto porque hoje, ao ver o anuncio de um dvd colocado no mercado, de um filme premiado pela Academia de Hollywood, me lembrei da receita para receber um Óscar: fazer um filme cujo argumento se baseie numa historia gay. A ver por todos os mais badalados filmes que se baseiam em tal orientação, que, quase sem excepção, foram premiados com a estatueta. Não tenho nada contra, mas os filmes são mesmo fracos. E dois homens juntos num acto sexual é mesmo bastante estranho, senão repugnante. Chamem-me homofóbico, mas mesmo nos filmes as cenas se tornam um pouco chocantes. Por exemplo, acho que o filme Brokeback Mountain deu uma péssima imagem da pesca. Nunca mais dois amigos irem à pesca terá o mesmo significado.   

Mas adiante, eu temo é que qualquer dia transformem a sociedade e os humanos numa espécie de novelo enrodilhado, que de tão ensarilhado, perde, por não ter sentido, a sua utilidade e finalidade.

Fica o consolo de, como diz o outro, “um gay é menos um concorrente e ainda ocupa outro…”

Desculpem os gays, (conheço alguns, por acaso gente impecável, na sua grande maioria, se bem que, conheço mais heterossexuais e não deixam de ser impecáveis por isso) mas quando passam a desfilar e a fazer da sua orientação sexual uma afirmação, deixam de ser normais para passarem a ser uma espécie rara que se acha sempre desprezada e diminuída, com tiques de quem se acha no direito de tudo e mais alguma coisa. Acho que deveriam, em primeiro lugar, assumir que as opções de vida das pessoas têm consequências. Não podem querer ser diferentes e não dar às pessoas o direito de comentarem a diferença.  Nem acho que tenham que desfilar para terem direito à diferença. Podem ficar por casa.

sábado, junho 27, 2009

 

“A resolução 86/2007 do Conselho de Ministros permite a transferência de verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional destinadas às regiões de convergência para a capital. Isto desde que os projectos em causa sejam de interesse nacional.”

Depois vêm falar de rivalidades do norte para com o sul do país. É de bradar aos céus. Então Lisboa, que como se sabe é discriminada relativamente às restantes (ricas e abastadas, já agora), além de ser a única região portuguesa que já não recebe fundos de coesão (que são atribuídos às regiões europeias menos desenvolvidas), ainda suga os recursos destinados às demais? Pobre país este que de tão centralizado se há-de afundar com o provincianismo de quem pensa que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem. A política socialista revela-se; são muito bons com a carteira dos outros. A deles é deles, a dos outros é de todos.

Começo a perceber quem tanto se insurge contra o Terreiro do Paço, pena é que estas notícias não sejam divulgadas pelos órgãos de comunicação social nacionais, talvez porque não lhes convém. Afinal, todos comem do mesmo tacho. E ainda me querem convencer que o voto à esquerda é que é útil e traz alguma justiça? Foi o nacionalismo que fez o país. Não foi Lisboa que cresceu e conquistou, pelo contrário, foi conquistada. Leva recursos desde sempre. O motivo principal que impulsionou a instauração da Republica, o principal anseio de quem lutou contra o poder do Terreiro do Paço, era o da igualdade entre todos. Alguém a vê? Eu não.

quarta-feira, junho 24, 2009

The Return to innocence

“Thats not the beginning of the end, thats the return to yourself: The return to innocence”

Sucesso da década de 90, que ainda hoje nos faz pensar que ser alguém ligado ao esoterismo ou perito em meditação transcendental, seria mais fácil com musicas assim.

Há na musica em geral algo de mágico, algo que nos faz ser gente simples, simpática, carinhosa e mesmo bastante mais desinibida que o habitual. Existe em muitas o cariz transformador, que normalmente nos leva para o que mais desejávamos ser; um encantador de almas, gente bonita que vagueia pelo mundo distribuindo o que mais queríamos para nós próprios.

Quem olhava para os movimentos libertadores e carregados de amor e paz que grassavam nos anos 70, podia antever um mundo livre de armas, onde as pessoas faziam amor onde lhes desse na real gana, nunca ferindo ou atropelando a vontade dos outros, dando a todos a liberdade de decidir sem pressão de qualquer espécie.

E depois há o lado da revolta, revolta pelo que não têm os que a cantam, pelas bandeiras que empunham levando nas gargantas o sentimento de comunidades oprimidas e insatisfeitas com a vida que lhes proporcionam os seus líderes.

A música liberta-nos a mente, faz-nos viajar por um infindável mar de vidas, de experiências, de sentimentos em que, existe sempre uma ou outra, nos revemos ou nos imaginamos. Faz-nos sonhar.

É mesmo: The return to innocence.

segunda-feira, junho 22, 2009

Também e principalmente

Após algumas transcrições de textos, e porque a principal virtude de alguém que tem um espaço como este é a capacidade de partilha, decidi publicar uma excelente escolha.

Como aprecio as tuas, diga-se, excelentes opções musicais, aqui fica uma música da minha vida, que provavelmente também é da tua.

Se houver quem não goste, que aprecie o silêncio…

domingo, junho 21, 2009

O maior piquenique do mundo!

Portugal no seu melhor.

Quando recebo um e-mail com este título, já sei que vem lá galhofa com o que de mais parolinho por cá se faz. Este dia deve ter dado para recolher assunto para um ano de correio electrónico humorístico. É triste, mas é a verdade. O Sr. Belmiro tinha lá uns chouriços e broa quase fora de prazo, e em vez de matar a fome a quem precisa, promove um ajuntamento de fans do Tony Carreira (este é que devia ir para o Guiness) e acha, a julgar pelo discurso do seu director de marketing, que a sua fantástica rede de supermercados é que provocou tudo aquilo.

Parece que até o aplauso foi o maior do mundo.  E então os milhares que se juntam por esses estádios de futebol fora, muitas vezes em numero superior aos ditos 30.000, quando aplaudirem, a partir de agora, entram para o guiness?

Entretanto em Lisboa, uma câmara do serviço publico de televisão seguia o CR7, tentando arrancar umas palavras do menino de oiro, arrancando este a grande velocidade ao volante de um dos seus bólides. Fica a notícia da visita à loja da irmã, parece que na companhia do irmão e do cunhado.

Triste serviço publico que transforma o país num gigantesco piquenique, em que nem o director se safa, ao dar um tamanho pontapé na gramática com a frase: “há aqui pessoas que vieram de todo o país”. Devem ter dado a volta ao território no autocarro do Modelo…

Futebol e piqueniques, é esta a nossa triste realidade…

sábado, junho 20, 2009

Cabras

“Por mais delicadas que sejamos o mundo acaba sempre por nos transformar numas cabras, de modo que, mais vale nem sequer tentarmos ser excessivamente simpáticas.” R.A.

Esta citação é o cabeçalho de um blogue. Parece que serve para passar a mensagem de sexo forte e dominador (as cabras são guerreiras e teimosas), mas, quanto a mim, não é mais que uma acertada definição que as mesmas arranjaram para se designarem.

A frase é delas…

sexta-feira, junho 19, 2009

No caminho

Um amigo dizia-me para, em função da vida, gozar e viver como se todos os dias fossem o último.

Não creio. Em primeiro lugar, ninguém o faz no seu perfeito juízo. Não vá haver outro e outro consecutivamente, ou simplesmente porque não se querem transformar em alcoólicos.

Os dias devem, na minha modesta opinião, viver-se da melhor maneira possível. Devemos é, e acima de tudo, ser leais para com o nosso Eu. Somos nós, em primeiro lugar, que temos que estar de bem para connosco e com o mundo à nossa volta. Caso contrário, e como facilmente se nota quando assim não é, piorámos a nossa qualidade de vida e a daqueles que mais nos preocupam, ou  a quem mais queremos bem.

Acho que estou no caminho. Não, não acho que atingi o meu zen existencial, mas acho que o rumo que tracei e que tento percorrer é o que mais me agrada.

Agora, há gente que vive mesmo com essa máxima. Atropelam tudo e todos, pensam apenas e só em si próprios e no que mais lhes convém, não sabendo eles que tudo o que fazem ou desejam aos outros a vida lhes devolve, e por vezes em dobro.

Pois é…

quinta-feira, junho 18, 2009

??

...Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida...
Pablo Neruda

Desculpa Pablo, mas não concordo. O texto, além de confuso, demonstra que este sentimento é tão português, que outros não o conseguem descrever como nós o sentimos.

Pois é…

quarta-feira, junho 17, 2009

Pois é…

A vida gira ao ritmo, às vezes alucinante, de 24 horas por dia, 365, ou 366 dias por ano. A idade avança, o tempo passa e nós, quase sem darmos conta de que a contagem, ao contrário do que muitos pensam, é decrescente. O tempo, valioso crédito que nos é concedido, que vamos gastando como queremos, às vezes como podemos.

Passamos anos a estudar, a brincar, a descobrir, por vezes a experimentar. Acumulamos tudo num espaço virtual, embora físico, a que chamamos memória. Somos memória, somos passado e caminhamos para o futuro incerto.

Amadurecemos, ganhamos mais consciência do que somos, vamos continuando a perder o que tínhamos e a acumular bagagem. Vem a saudade. De tudo o que ficou, de tudo o que queríamos e não tivemos, de tudo o que passámos e vivemos.

Ficam as memórias. Muitas.

E o que somos e nos acompanhará para sempre, a alma. Conjunto de vivências, experiências e estados de espírito.

Li ontem num dos blogues que sigo, da ilustre Helena Sacadura Cabral um texto fabuloso, como quase todos da autora, que a seguir transcrevo e que define um estado de alma tão comum a todos que têm afectos e que, ao amadurecerem, tomam consciência da única certeza do futuro: a perda. Que gera:

Saudade

“Saudade é nunca sabermos de quem amamos, e muitas vezes, até, não sabermos porque as temos. Mas saudade da mãe que se perdeu, do homem que se amou, do filho que partiu, é um sentimento sem tradução, é a mais dolorosa das nossas nostalgias.
Inexplicavelmente, hoje, só hoje, tenho saudades não daquilo que perdi, mas sim de mim, na época em que não sabia o que eram perdas.” http://hsacaduracabral.blogspot.com/2009/06/saudade.html

Pois é…

domingo, junho 14, 2009

Meditação

Se consultarem um dicionário vão descobrir que, no fundo, a meditação, não passa de um acto de contemplar. Sim o sinónimo de meditação é mesmo contemplação. Que não passa de um acto de olhar muito tempo e com atenção.

Ora. olhando eu para a actualidade só vislumbro merda. Perdoem-me a sinceridade mas isto, e isto é o estado a que ISTO chegou, está pelas ruas da amargura. Contudo, se nos dermos ao trabalho de meditar, ou melhor, de olhar com muita atenção, vemos que nem tudo é assim tão mau. Não fossemos nós craques em ver coisas boas no meio de tanta coisa má, bem como perfeitamente capazes do contrário. Afinal, o jogador mais caro do mundo é tuga. E o gajo anda pelos States a engatar a solteira mais cobiçada do planeta. Até já temos enviados especiais em Madrid e Los Angels para cobrirem a chegada do craque sabe-se lá onde…

É isto que me faz pensar que, (lá estou eu a meditar), estou no país certo para ser famoso sendo banal. As banalidades, que não passam de futilidades, são sempre motivo de grande debate neste País. Não há cidadão que não opine sobre tudo e mais alguma coisa, não gostam é de ter de se deslocar seja onde for para terem voz em algo que seja verdadeiramente importante, como votar. Só se a assembleia de voto for no Algarve. Hoje a fila de regresso tinha, pasme-se, cerca de 20km de extensão. E os pacientes integrantes da dita, diziam que eram os ossos da carne que haviam comido toda a semana. Pois. Os nossos políticos são como as filas de fim de férias. Não os desejámos, nem sequer votamos, mas temos que levar com eles. E como com as filas, limitámo-nos a dizer mal, sem nada fazer-mos para alterar seja o que for.

Quem me manda a mim meditar…

segunda-feira, junho 08, 2009

O gajo dos botões de punho

Não tenho por ambição fazer deste blogue um espaço de reflexão política, mas, atendendo à conjuntura, vou fazer uma breve análise (completamente leiga, se bem que todo o homem é político) aos resultados de ontem.

Assim, e como dizia o Ricardo Araújo Pereira, parece que todos ganharam. Uns porque não desapareceram, outros porque aumentaram a percentagem de votantes, outros mesmo porque ultrapassaram a linha de água e estão já no pódio. Mesmo o grande derrotado venceu, porque a crise é que foi derrotada.

Afinal ganhou mesmo o tipo dos botões de punho, com ar de beto que dá aulas de etiqueta. Os partidos da extrema-esquerda subiram exponencialmente as respectivas votações, fruto da governação à direita do único partido democrático de esquerda. E ainda se admiram! Então a malta, em 2005, já fartinha do rigor da direita, que faz o favor de tentar manter as contas em dia (de tentar) e de distribuir tachos, vira à esquerda, e a única coisa de esquerda que obtém é a despenalização do aborto????  

E se ganham as próximas legislativas vem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ora, sendo assim, o eleitorado de esquerda virou à esquerda. Querem mais esquerda e já viram que do Eng.º só mesmo amostra de esquerda.

Quanto a mim, que quero para a economia e sociedade em geral, menos estado, logo, menos lugares dos políticos, mais economia, mais empreendedores,  melhor regulação, sem acção, este é um péssimo sinal. Daqui por uns anos, temos revisores de contas do estado nas empresas. Acho que não é o caminho.

Acima de todos, perdeu a comunicação social. Acham, com a arrogância de quem acha que sabe medir o sentimento geral, que só eles sabem o que é melhor para todos nós. Dão-se ao luxo inclusive de decidir sobre quem é melhor ou pior para liderar um partido. Fazem sondagens, ou encomendam, com resultados direccionados, que falham redondamente. E caem no ridículo de revelarem nova sondagem com 2110 chamadas telefónicas validadas, quando se revelam resultados com mais de 3 milhões de votantes. RIDÍCULO!

A SIC, televisão de gente queque da esquerda moderna, dá-se ao cúmulo do ridículo. E depois pedem opinião sobre coisa ridícula. É este o triste contributo de uma televisão que se diz rigorosa. E ainda falam da Manuela Moura Guedes…

Deram-se ainda ao ridículo de andar durante toda a campanha a ridicularizar a dos partidos com menos organização mediática. Ora porque tinham pouca assistência nos comícios, ora porque retardavam as acções de campanha para terem mais gente presente. A do PS era um espectáculo todos os dias, “organização, comunicação e mesmo mobilização à Obama”. Tristeza a deles quando olhavam ontem para o espaço vazio do Altis. Como dizia o Ricardo Araújo Pereira, a crise chegou ao Altis. Como se as agências de comunicação ganhassem eleições. Se assim fosse, e atendendo à excelente assessoria, Avelino Ferreira Torres teria ganho a Câmara de Amarante.

Termino, com a firme convicção que, afinal, perdemos todos. Isto hoje continua na mesma. Não tenhamos ilusões, já não somos governados por cá, e ontem, 62% dos eleitores perderam a oportunidade de se pronunciarem acerca da Europa e do rumo que segue. Perdeu-se mais uma oportunidade de dizer basta a este estado de coisas em que nos atolámos.

Só ganhou o gajo dos botões de punho…

Pessoas

Gosto muito de conhecer gente interessante, inteligente de preferência, que me faça somar conhecimento e vida à minha.

O meu trabalho obriga-me a lidar com gente mais ou menos interessante, mais ou menos inteligente, mas faz-me conviver todos os dias com pessoas.

A minha vida pessoal, leva-me sempre atrás das pessoas. Tenho ânsia de conhecimento, não sei que bicho me mordeu em pequenino que não há onde não busque. Parece que agora, com as novas tecnologias, o meu desiderato se tornou mais complicado. Nunca sei quem será de confiança.

Num destes dias, um amigo, com vontade de se vingar de uma amiga colorida, pediu-me que adicionasse como amigo numa daquelas páginas mais ou menos pessoais, uma figura masculina. Essa figura não era senão ele, mas melhorado. Era um plágio de uma foto de um moço musculado, cuja cara não é visível.

O caso fez-me reflectir. Afinal, o que temos hoje nessas páginas no separador que diz “amigos”, será apenas um grupo de gente incógnita. Os melhores amigos (não tenham ilusões, isso não se decreta) os que realmente conhecemos, e, na busca de um número engraçado que seja o reflexo da nossa popularidade, um monte de gente sugerida pelo programa,  que adicionámos. Assim, mesmo virtualmente, somos uns gajos interessantes.

O perigo é mesmo esse. Se somos interessantes, viramos duvidosos.

quarta-feira, junho 03, 2009

Há coisas enervantes. A política cada vez mais, a crise cada vez menos, a hipocrisia sempre.
Acho incrível a memória curta das pessoas, qual mentira com a mesma medida de perna.
Isto, devido à época eleitoral que atravessámos. Já não tenho pachorra para os candidatos, que, à imagem do que nos têm habituado, não passam de "betinhos" à procura de um bom resultado para satisfazerem os líderes, ou, no caso do Sr. de cabelo branco, para provarem o sabor de tudo contra o que lutaram durante anos.
Vou votar. Acho que a abstenção não é solução, é apenas o deixar para esses cromos a responsabilidade das opções que deveriam adoptar por aquilo que apregoam.
Vital, como ex-comunista, nunca teria o meu voto. Não por ser ex-PC, mas antes porque se tornou um pasquim. É arrogante, e goza com o povo quando diz que a crise é mais mediática que real. Rangel, não. Não gosto da figura que quase rebenta pelas costuras de tão gordo e os botões de punho irritam-me.
Nuno Melo, talvez. Apenas porque é de Braga, cidade que me é muito querida. Mas quando vejo o Sr. Colgate white ao seu lado, mudo de ideias.
Mais à esquerda, sentia-me contrariar tudo aquilo em que acredito, menos Estado na economia, mais regulação, mas iniciativa privada sempre. Este estado de coisas a que chegou Portugal, onde quem tem muito dinheiro tudo atrasa (obras, falências, julgamentos, leis, segurança, etc.), onde a subsídio-dependência atingíu o ridículo, onde os Réus gozam com os Juízes e estes com os Polícias, onde ser cumpridor da Lei e das regras da sociedade é ser uma espécie de "otário", é o culminar de longos anos de políticas de facilitismo. Desde a criação de subsídios para "escolarizar" quem não quer ir à escola, até subsídios para deixar a toxicodependência, todos estes e mais alguns sempre superiores aos atríbuidos a quem realmente precisa, esta mania do Estado socialista querer dar liberdade para a libertinagem, onde uma miúda de 15 anos não pode fazer um piercing sem a autorização dos Pais, mas pode abortar sem estes saberem, leva-me à triste conclusão que o que deveria ser normal, está a tornar-se raro. A ausência de valores existente na vida política nacional, sem alternativas de valor à vista, leva-me a pensar que se calhar, vou dar o meu voto a um desses movimentos criados recentemente e que, graças à Lei Eleitoral, recebem os 30€ correspondentes. Pelo menos não o vão gastar em bandeiras e bonés para dar aos estoicos resistentes que ainda vão aos comícios.
O SONHO

Pelo Sonho é que vamos
comovidos e mudos
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos
com a mesma alegria
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

Partimos. Vamos. Somos.


(Retirado do blogue de uma amiga. Gostei, logo... copy, paste!)
Andei todo o fim-de-semana a pedir um aguaceiro, mas tal desejo não me foi concedido. Parece que o número de pessoas a pedir bom tempo era superior aos incomodados pelo excesso de gente que afluí às praias.
As mamãs a gritar com os meninos, os meninos a ignorar, as mamãs a ameaçar,...
Não há como um dia de calor para recordar que viver na praia se assemelha a uma invasão de propriedade quando há bar aberto. Tudo cá vem ter. Eu até acho muito bem, devia era ter dinheiro para me evaporar ou pagar para a malta fugir para as praias vizinhas. Não que ache que não lhes assista o direito de virem para a praia da Madalena, apenas porque isto perde a piada com a afluência em massa. Fora isso tudo bem.
Um café e um aguaceiro!

terça-feira, maio 26, 2009

Frases que gostei

“A religião não é o ópio do povo, é o placebo.” – Anónimo

“As coincidências são a forma de Deus se manter incógnito.” – Einstein

Como é que é possível de ter gostado tanto de duas frases tão antagónicas? Mas gostei.

Regresso

Após prolongada ausência deste meu espaço dedicado à reflexão (não porque o não quisesse, mas os afazeres profissionais impunham-se), regresso com prazer e com vontade de partilhar algumas frases que me fizeram pensar. Provavelmente, algumas são já conhecidas e todas elas plagiadas. Dou-me ao prazer da escrita, contudo, não me vejo a pensar frases que sejam marcantes e que resumam tão bem alguns dos meus pensamentos.

Um amigo meu tem pendurado na parede da sua empresa o seguinte pensamento:

“É muito melhor lançar-se à luta em busca de triunfo, mesmo expondo-se ao insucesso, do que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.”

Não podia concordar mais. Aliás, acho que é o resumo da minha vida.

terça-feira, abril 28, 2009

Gripe dos porcos

Vulgarmente conhecida como gripe suína, patologia que se coíbe de vir para este caos em que se encontra Portugal.

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Como andam por cá as pandemias, nem os bichinhos aqui chegam. Mas com este piscar de olho a um novo Bloco Central (como se alguma vez nos tivesse abandonado), ainda vai aquecer o ambiente acima dos prometidos 70º que matam os bichinhos.

Eu aposto, que com o aproximar das altas temperaturas de verão, vão mudar o Terreiro do Paço para a Amareleja, terra conhecida pelos recordes de calor. Assim tão chegadinhos ultrapassam com certeza o limiar de resistência da “influenza”.

segunda-feira, abril 27, 2009

Correio publicitário

Andava há uns dias para publicar um texto acerca deste assunto. É incrível a quantidade de publicidade que nos colocam na caixa de correio. Com a quantidade de eleições que por aí vêem, acho que vou colocar o autocolante da praxe para quem não quer receber nada. O pior é que há coisas que até são interessantes, que ocupam espaço sempre útil no wc lá de casa. Sempre nos entretemos enquanto fazemos coisas pouco entretidas em si mesmas. Pode sempre evitar uma espreitadela à cor do produto expelido (os médicos aconselham…), embora ache inevitável olhar, pelo menos, para o papel (enquanto se dobra), ou conhecem alguém que o não faça?

Adiante, o certo é que deveria haver outra forma de seleccionar os panfletos e jornais publicitários, em lugar de os distribuirmos pelas caixas de correio dos vizinhos… 

Ou conhecem alguém que não o faça?

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domingo, abril 26, 2009

Liberdade

 

Nasci pouco antes do 25 de Abril, tendo apenas a experiência daí resultante, mas acho que nestes anos todos, em matéria de liberdade, regredimos. E porquê? Porque perdemos o sentido da palavra. Passamos da vontade de sermos livres ao exemplo de libertinagem. Irrita-me o facto de as pessoas acharem que a liberdade individual é superior à colectiva. Já não há o sentido do bem comum, diluiu-se no tempo. As pessoas acham que não têm nada a ver com tudo o que as rodeia. Já ninguém quer saber dos outros, vivemos cada vez mais fechados em nós e nos nossos, no nosso núcleo de família e amigos. Estamos a tornar-nos um povo egoísta. Éramos uma espécie de bairro antigo, uma Alfama gigante, ou uma Ribeira estendida. Todos nos preocupávamos com os nossos mas sem esquecer o comum. Tudo isso se perdeu para cada um, individuo.

O País está transformado num condomínio de luxo, onde todos entram pela garagem e só nos conhecemos pelos carros. As pessoas da manutenção que tratem do resto...

P.S.: Este texto foi publicado no Blogue Fio-de-prumo, como comentário a um post da autora do dito a respeito do tema. Como autor do mesmo tomei a liberdade de o colocar também aqui.

Pão com manteiga

Hoje volto à escrita. Volto às futilidades que aqui descrevo. Futilidades, não às opiniões. Acho que a blogosfera se tornou uma espécie de coluna do leitor, não auditada, o que no fundo é o reflexo de uma liberdade sem limites. Os limites somos nós mesmos, e eu, como nº primo, acabo agora uma semana em que simplesmente não me apeteceu escrever. Não me fez falta, nem a vós, que eu carinhosamente seleccionei para receberem esta crónica.

Ontem, depois do jogging, depois do banho e já depois de uma bela sopinha, deu-me para comer pão. Nada de anormal, não fosse o caso de eu pura e simplesmente, raramente o fazer. Comi 2 pães COM MANTEIGA! Lembrei-me de repente dos tempos em que era uma raridade em casa dos meus pais haver sequer manteiga. Somos 7 irmãos, comíamos uns 50 a 60 pães por dia, e, dizia a minha mãe, se houvesse manteiga, dobrávamos a quantia. Era pão a mais. Mas, de vez em quando, havia marmelada, geleia, doce de abóbora, e todas aquelas doçarias tradicionais que hoje nenhuma mãe sabe fazer. Mas de todas as iguarias, a que melhor me sabia era mesmo a manteiga. As coisas simples sabem sempre bem. Ontem, ao saborear tal petisco, lembrei os tempos em que a Tia Sílvia me fazia as torradinhas antes de ouvirmos o Terço no seu velho rádio (que ainda guardo). Lembrei os tempos em que, estando o pão “guardado” para não marchar todo de empreitada, fritávamos broa e a enchíamos de  margarina (o colesterol não se queixava…). Lembrei os tempos de Seminário, em que a manteiga se comprava na papelaria a 25 escudos o pacote. Soube-me lindamente.

Enfim, as banalidades dão sentido à nossa existência. Nós somos o nosso passado. A nossa tralha, o que trazemos de experiências vividas, de memorias, de afectos, é o que havemos de levar sempre, não podemos fugir delas. Nem mesmo dos hábitos mais banais e aos quais nem ligamos. Um dia mais tarde, ao recorda-los, havemos de lhes dar o devido valor.

terça-feira, abril 14, 2009

Ruptura

Ruptura com a morte, consequente Ressurreição. Ruptura com o fim-de-semana de Páscoa, consequente depressão. Ruptura com o Mundo, consequente mente sã!

Tá tudo doido!

Então não é que o Dr. Silva Lopes, renomado economista, parece que é ouvido por todos (não por mim), com a maior das atenções e deferências, recomenda (há já vários anos, mas repete-se) o congelamento de salários???? O curioso é que essa personalidade, só no ano passado, por meros 4 meses de trabalho como administrador do Montepio Geral, recebeu mais de 400 mil Euros! Se calhar o ideal, seria começar pelo próprio…

Acho que a figura também é socialista (lol), como muitos que para aí andam, que se dizem solidários (com o dinheiro dos outros). Os administradores da comissão executiva da Galp, receberam o ano passado, enquanto andava o Zé Povinho a contar os tustos para meter alguma gota no charolo, 1800 euros por dia!!! Pasme-se!

O Governador do Banco de Portugal, prestigiado Socialista, diz-nos que isto está no charco, que está muito mau, mas recebe 17.000 euros por mês!

Se calhar faziam melhor figura calados, se calhar não, faziam mesmo. Andaram a apregoar o fim da crise, mas afinal não tinham influência sobre a dita, era o mundo. Então para que é que abrem o bico? Pelo menos estejam caladinhos.

Ruptura com este estado de coisas vai ser mais difícil, mas, esperemos que alguém lá pelo Mundo nos ajude…

quinta-feira, abril 09, 2009

Tripalhadas

Este é o nome do meu outro blogue. Foi o primeiro que criei, só que fiz dele pouco uso. Acho que não coloquei mais que 5 posts na sua longa existência.

Agora iniciei um projecto ali explicado e agradeço que, quem queira, o aprecie e critique. A critica é essencial para quem quer evoluir e crescer.

A mim dava-me jeito que o fizessem.

Pode ser que resulte…

Elefante pintor

Parece que há um que o faz com mestria. Utiliza a tromba (outra extremidade provavelmente destruiria o pincel…) para pintar quadros, qual Picasso da savana, que depois são vendidos ao preço, simbólico, de 100€. As receitas angariadas revertem a favor do Parque Temático que o mamífero habita, parece que no Quénia. A notícia, fazia parte esta manhã do alinhamento da TVI 24. A ausência de temas mais interessantes, levou-os a procurar nos, famosos, documentários do National Geografic.

Eu aconselhava-os a debater antes o facto de nós, portugueses, devido à recessão económica, termos aumentado o consumo de atum, arroz e salsichas. Parece que nos últimos anos tínhamos andado a comer caviar e lagosta. Pelo menos, é essa a justificação para o aumento do consumo daqueles alimentos: A crise. Que nos põe de trombas.

Antigamente, dizem, com a fome provocada pela grande guerra, o alimento dos portugueses resumia-se a sardinhas e broa. Agora a sardinha está cara, a broa danifica o esmalte dos dentes e provoca prisão de ventre.

Se calhar, é melhor dedicar-mo-nos à pintura. Tromba já temos!

quarta-feira, abril 08, 2009

Prorroguem Senhores, prorroguem!

 

"Na sequência da sua decisão de 25 de Fevereiro de 2009, o Conselho de Administração do Banco de Portugal deliberou hoje prorrogar até ao dia 1 de Junho de 2009 a dispensa de cumprimento pontual de obrigações anteriormente contraídas pelo Banco Privado Português", explicou o Banco de Portugal.

O prazo estipulado a 25 de Fevereiro determinava que o BPP estaria dispensado de cumprir as suas obrigações até 14 de Abril.

Os clientes continuarão assim sem acesso aos seus depósitos, assim como quaisquer outras aplicações até dia 01 de Junho.”

Então e a malta não pode prorrogar nada?!?

Não percebo estes senhores que, no dia em que colocam ao dispor das varias instituições de crédito (será que o BPP também tem acesso?) uma base de dados para a consulta do nível de risco de particulares e empresas na concessão de crédito, fazem um anuncio desta natureza.

Então e a base de dados que alerta os depositantes para o risco de colocarem poupanças em algumas instituições por eles reguladas? Imaginem que todos nós invocávamos falta de liquidez para cumprirmos com as nossas responsabilidades. Eu não imagino é o BdP a autorizar um particular ou mesmo uma empresa a faze-lo. Prorrogar responsabilidades a um banco, faz-me pensar nas várias prorrogações que vamos tendo no nosso País a todos os níveis. O caso Casa Pia vem sendo prorrogado desde que começou, o Freeport vai pelo mesmo caminho, o Portucale já “quinou”.

Só o Zé povinho continua a pagar as contas aos credores (os que conseguem), a prestar contas à justiça e a votar sempre nos mesmos…

Estão-nos a prorrogar a democracia!

terça-feira, abril 07, 2009

Obrigado

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Obrigado à empresa de terras de Viriato que comprou a nossa empresa mais emblemática.

Eu nem quero imaginar as voltas que a malta teria de dar nas Caldas para comprar cerâmica que não fosse fálica.

Era uma pouca vergonha…

Lou%C3%A7aCaldasdaRainha

120%

É este o nível de endividamento das famílias portuguesas.

?! Desculpem, mas eu não acho normal!! Então a malta está mais endividada que o BPP e o BPN? Então os milhões para a Qimonda e para o BPN, que afinal estão falidos, não eram mais bem empregues para pagar parte da nossa dívida? É que não estamos a falar do País em geral, onde teriam que ser incluídas as dívidas do Estado e das empresas. Estes 120% são mesmo só o nível do calote das famílias.

Entre freeports e qimondas, mais bpn’s e bpp’s, isto está a ficar pior que sei lá o quê (linda comparação). O estado mete-se tanto na vida das empresas e dos particulares que qualquer dia queremos mudar de canal e temos de meter um requerimento simplex. Eu até acho que simplex, simplex, era mandar estes gajos todos para marte. Ou então, organizar outra luta de almofadas na baixa do Porto, mas, desta vez, para mandar umas bojardas nas trombas dos nossos governantes.

Está bonito, está…

segunda-feira, abril 06, 2009

Expliquem-me

Expliquem-me que eu não percebo.

Porque é que os anarquistas acham que devem destruir tudo o que lhes aparece à frente?

Como é que 23.000 polícias e militares não conseguem dominar 40.000 manifestantes?

Porque é que os gajos do PS acham que nós somos todos parvos?

Porque é que o Portas acha que só ele é que não gosta de bandalheira?

Porque é que os países teimam em olhar para o próprio umbigo, esquecendo que todos precisamos de todos?

Porque é que os anti-capitalismo e anti-globalização compram casa com hipoteca a 40 anos e aplicam poupanças?

Porque é que os Norte-Coreanos, que não têm cães nas ruas porque foram comidos para matar a fome, teimam em lançar mísseis nucleares?

Porque é que os americanos vão colocar escudos anti-mísseis na Europa? Então e o lado de lá?

Não me expliquem se não forem convincentes. 

sábado, abril 04, 2009

Mudei

Mudei o aspecto do blogue. Em primeiro lugar, porque o excesso de branco dá a ideia, errada, de imaculado. Em segundo, porque este modelo (mínima dark, para que se saiba), lhe confere o ar informal que sempre desejei para um livro de pensamentos. O blogue é mesmo isso, um livro onde expresso alguns pensamentos e deixo os amigos espreitar. Espreitar não, eu espeto é com os textos nas vossas caixas de mensagens. Caso o desejem, posso sempre anular o encaminhamento.

Mudei também o horário do jogging. Agora, quem me quiser acompanhar, deve deslocar-se até aqui às 7h. É que a mudança da hora faz com que, ao final da tarde ainda ande muito “maralhal” cá pela beira-mar, e, como o meu parceiro de corrida (o Lord: cão sem raça definida, um dos meus, que me acompanha na ginástica) acha que a praia é dele, enerva-se com tanta presença estranha.

Quanto ao resto, por enquanto, nada mudou.

Por enquanto…

O sexo e a cidade

Parece mal, mas hoje, finalmente, vi o filme. A série, essa, ocupou algumas das minhas horas de insónias em tempos idos. A justificação para só hoje é simplesmente o facto de ter dado esta semana num dos canais de cinema da televisão por cabo e eu ter gravado (esta modernice da Zon Box é fantástica…) para posteriormente apreciar.

O filme é uma desilusão. Apesar de se adivinhar tudo o que ele incluí, é de facto pobre em quase tudo, excepto no argumento. Se transpusermos os acontecimentos para quem quer que seja, o que  de certa forma acontece no final, aplica-se na perfeição. A mulher, por natureza, tende a complicar aquilo que, normalmente, sonha simples. Todas querem fugir com o príncipe encantado, para o país das maravilhas, nos sonhos. Dizem, quase todas, desejar apenas um amor e uma cabana, mas, no fundo anseiam a muito mais. Principalmente quando dissertam sobre a vida amorosa em grupo. Convenhamos que, 4 “gajas” juntas, tornam a vida num caos. Principalmente a das próprias. O filme mostra toda esta faceta feminina.

Tudo começa pelo simples procurar de uma casa de sonho. À 34ª tentativa descobrem a tal. O problema é que quem a compra é o namorado, facto que as amigas fazem o favor de transformar em futuro problema. Se um dia a relação acaba (onde é que eu já vi isto?…) a pobre ficaria na rua. Vai daí as amigas descobrem a solução ideal: casar!

O casamento, embora para o pobre do Big fosse secundário, transforma-se num turbilhão de preparativos para a cerimónia de sonho, que na realidade qualquer mulher (pelo menos a maioria) tem. Fotos para a Vogue, dois verdadeiros experts nos preparativos (o pormenor de serem gays é soberbo, quase que era original, mas para isso só se fosse uma velha solteirona…) e o aumentar permanente do nº de convidados deitam para segundo plano o drama que, entretanto, a relação de uma das amigas, Miranda, se transforma. A ausência de sexo (6 meses) levam o marido a traí-la.

Na véspera do dia D, aumentam as dúvidas do noivo acerca de tal decisão. O epílogo de tais sentimentos é o de, tão só, a deixar no altar. Sem perdão, quando o pobre se arrepende, a noiva desfaz-lhe o bouquet na cabeça e vai para o México mais as amigas carpir mágoas. Tirando o facto de a água local provocar diarreia, os acontecimentos na Lua-de-mel frustrada são mais fúteis que o resto do filme.

Tudo se torna previsível a partir dali, inclusive a password da caixa de mensagens criada pela secretária para as mensagens do namorado. No final vem a simplicidade, como deveria ter sonhado a própria, mas que, como mulher, complicou.

O curioso do filme, é que assistimos a um sem fim de coincidências com o que se passa à nossa volta. Tudo o que é simples sabe melhor. Mesmo nas relações, quando se imagina a perfeição, deita-se fora o que de melhor temos. A dificuldade que as pessoas têm em aceitar a felicidade em vivências tão diferentes das que são estereotipadas, é gritante. Por isso é que existem casais de homossexuais mais felizes que a grande maioria dos heterossexuais. Porque o estereotipado leva ao desleixo e ao desinteresse. Até o facto de se buscar a perfeição na relação, como acontece no filme com a Charlotte (quando deixa o tratamento para a infertilidade e adopta uma criança, engravida) faz com que se complique aquilo que deve acontecer naturalmente.

Hoje em dia, tudo tem de ser perfeito. Daí o mundo de desilusões em que vivemos. Olhem à vossa volta e vejam quantas pessoas, que vivem como se define como normal, são realmente felizes. Quanto a mim, muito poucas. Por isso, continuem a procurar a verdadeira felicidade, porque ela existe, e está onde menos se espera.

É como no filme, afinal e finalmente, o casamento é perfeito para o par, sem convidados, apenas assinando o contrato e fazendo um petisco com os amigos num vulgar restaurante.

 

P.S.: Os meus parabéns ao realizador, que apesar de todos os portáteis no filme serem Mac, ridicularizou o Iphone. Não que me dê qualquer prazer adicional, apenas porque aquilo me parece tudo menos um telefone. 

2º P.S.: A Jessica Parker é muito feiinha. Aquela verruga é horrível. E, por amor de Deus, aquele telemóvel rosa choque com brilhantes é mesmo piroso. 

quinta-feira, abril 02, 2009

Laços

Hoje vou escrever sobre a família. Família não se escolhe, já é velho o dito, temos a que temos e ponto. A minha é um espectáculo, do melhor.

Há quem considere que, quando saímos da casa dos papás, levamos as amarras e fundeamos noutro porto. Eu explico, senão ninguém percebe o que estou para aqui a dizer. Quando fundámos outra família a ideia é criar um núcleo como aquele que deixamos. Daí a malta fazer filhinhos, ter a sogra por perto (ou a mãe) para tomar conta das crianças, enquanto vão vivendo a bela da vida. Marcam-se férias com a nova família, vai-se ligando aos outros, mas já não é o mesmo. Agora as preocupações, as atenções e as reclamações desaguam em nós próprios. Não é o meu caso.

Eu, como bom leviano que sempre fui, não casei. Não tenho, ainda (que eu saiba), filhos, e, sinceramente, não é a minha principal ambição de vida. Acho que passava a ter, novamente, horários no frigorifico, tarefas na porta da dispensa, fraldas debaixo da cama e menos um lugar para adulto no carro. Não estou para aí virado. Se calhar porque tenho uma família, que nunca consegui largar por completo, cheia de tudo isso. Vivo em união de facto, não me apetece casar, e, enquanto me sentir como me tenho sentido nos últimos onze anos assim continuarei. Não que tenha nada contra quem leva uma vida de chefe de família, verdadeiro papá babado até ao dia em que venham as chatices e os desesperos. Até acho interessante, eu é que não tenho jeito.

Agora, devo dizer que tenho Pai, Mãe, 6 irmãos (2 raparigas e os restantes boys)  e 7 adoráveis sobrinhos (com idades que vão dos 17 aos 4), sendo que um deles é também meu afilhado. Acho que, por muito que aconteça, o sentimento de orgulho por os ver crescer e vencerem os obstáculos que se lhes deparam, faz-me pensar que não escolheria família diferente. Mantenho a distância de um Tio que está só de vez em quando, mas, sinto-me na obrigação de estar sempre que eles precisarem de mim. É tudo. E é a função mais adequada para o que eu quero da minha vida, função essa que não dá muito trabalho (sou preguiçoso), não dá noites mal dormidas e no fundo, no fundo, nos mantém como uma família muito grande. Como eu sempre tive. Enquanto tiver esta, sou feliz. E isso é o mais importante.

quarta-feira, abril 01, 2009

Cuidado…

Cuidado, muito cuidado se tiver que cobrar uma dívida. Quem sai para as fazer,  normalmente não volta. Ou volta num caixão.

Cuidado ainda, se for ministro e queira aprovar um qualquer outlet; lembre-se que ainda se pode tornar primeiro-ministro. Ou se foi promovido a ministro e a sua secretária tiver acesso a documentos que o incriminem no desporto de eleição dos poderosos: a fuga aos impostos. Caso não lhe atribua um cargo de relevância é bem capaz de ver os papeis das contas nos jornais sérios.

Cuidado se pedir a algum primo de algum ministro uma “cunha” para aprovar seja o que for. Ainda mete o primo, desconhecedor absoluto de todo o processo, em apuros.

Cuidado se escreve uma carta anónima assinada. Ainda se descobre o seu autor.

Cuidado, acima de tudo, se não for português e queira vir para cá viver. É melhor fazer primeiro um estágio na Sicília ou em Nápoles. É que isto por cá só está bom para os mafiosos. O nosso País está a saque e há que ser perito na arte do saque, senão fica a chuchar no dedo. Que por acaso é o que a grande maioria da malta faz: chucha no dedo…, ah! e, de vez em quando, voltamos a eleger a mesma cambada, senão a coisa não era tão animada.

Cuidado!

terça-feira, março 31, 2009

A verdade da mentira

Ouvi hoje num programa de rádio, que, e apesar de muitos o negaram, todos mentimos. A mentira, está cientificamente provado, é parte integrante do homem enquanto ser racional e social. Há sempre quem diga que não mente, excepto quando a mentira é para o bem de alguém: a chamada mentira piedosa. A verdade é que mesmo essa não deixa de o ser.

A mentira é, convenhamos, o melhor dos expedientes existentes em qualquer relação. Quando o marido chega a casa depois de tomar um cafezinho com a colega de trabalho, se disser a verdade, por muito que as meninas digam que não, está a meter-se num sem fim de trabalhos. Isto para não analisar quando em lugar de um café é uma tarde inteira. E quando o caso é a mulher que não conta ao marido? É infinitamente mais seguro, em todos os aspectos, não contar. Nós homens pomos maldade em tudo, não fossemos nós maliciosos por natureza.

Imaginem que o chefe vos pergunta por qualquer coisa que já devia ter feito e ainda não fez; não lhe diz com certeza a verdade, tipo: “esqueci-me!…”, ou então “tenho coisas mais importantes para me preocupar”. Não, normalmente dizemos: “estou a tratar disso”, ou “não me esqueci, ainda não tenho resposta mas vou ter em breve”. Não que o chefe ou patrão mereça que mintamos, não é isso. O facto é que é uma mentira que mantém as expectativas ao nosso superior, o que sempre nos dá margem para executar a tarefa com mais determinação. Determinados somos mais eficazes. E mais atentos. E o facto de mantermos um segredinho faz-nos sentir vivos, faz-nos pensar nas mentirinhas (que não deixam de ser mentiras) que temos que engendrar para não sermos descobertos. Pensem na quantidade de mentiras que dizemos todos os dias. A grande maioria não tem maldade nenhuma, antes pelo contrário. Não dizemos que a comida estava horrível, ficamos pelo mais ou menos. Não dizemos que o sexo foi mau. Não dizemos que alguém é muito feio, ensinam-nos a dizer que é diferente, ou bonito por dentro. Não dizemos que gostamos de aventuras, apenas que somos fieis. Fiel é o bacalhau! Nós somos mesmo é mentirosos. Todos sem excepção!