sexta-feira, janeiro 30, 2009

Inverno



Inverno rigoroso este. Chove a potes. Hoje não dá para ir correr, o vento é muito e o céu parece cuspir agulhas. Fico por casa.
Ontem fui almoçar com dois amigos, com um deles falo habitualmente, mas a outra pessoa já não via há quase dois anos. Muita coisa passou desde então, muita água correu sob as pontes e muito se falou sobre o motivo que originou tal afastamento. Não interessa estar para aqui a dissecar sobre o assunto, mas, tal facto, levou um daqueles amigos a uma, acertiva na minha modesta opinião, "lição de vida". Foi como um Inverno na vida dele, fecharam-se as árvores de fruto sobre o manto cinza, a vida fustigou-o com varas de sofrimento, que, imagino, fizeram dele uma pessoa mais forte ainda. Sobraram poucos, mas bons ramos para podar na Primavera, na esperança que o fruto seja doce e suculento. As árvores da vida daquele amigo, depois de passado mais um Inverno, depois de caírem mais algumas com as diversas intempéries, surgirão mais fortes e preparadas do que nunca. É assim a vida. É feita de ciclos, de encontros e desencontros, como dizia o outro, mas nunca por nunca se mantém numa estação. Do ano, claro.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Preguiça


Eu disse que era preguiçoso. Sou mesmo. Hoje, deu-me a preguiça para pensar. Fui correr, embora estivesse com um ataque de moleza. Começou a chover quando ía ali para os lados de Salgueiros, que fica mais ou menos a meio do meu percurso habitual (Madalena-Salgueiros-Madalena). Abençoada chuva que me refrescou as ideias e a cara, que até aí estava lavada em suor. Gosto cada vez mais de, sozinho, enfrentar o frio, a chuva ou o cansaço da minha corrida diária. É curioso como algo que nos devia cansar e abater, revitaliza corpo e alma. Mente sã em corpo são. A harmonia perfeita.
Li um livro que se chama "A inutilidade do sofrimento", escrito por uma Psicóloga espanhola. Descreve uma série de casos acompanhados pela autora. Faz um paralelismo com a vida de todos nós, e chama-nos à atenção sobre os factos que nos levam a "stressar" inutilmente. Na verdade, nem sempre o cansaço físico nos abate psicologicamente, assim como o excesso de descanso nos pode levar a um estado anímico quase deprimente. Vide o nosso relaxamento à medida que se aproxima o fim-de-semana, estamos já em descompressão, amanhã é o "melhor dia da semana", o último. Contudo, muito provavelmente, o nosso corpo já pede descanso. Mas não a mente. Essa começa a entrar no modo de relaxe e divertimento tão merecido. Domingo virá com a leve angústia da aproximação de mais uma semana de trabalho, mas, entretanto vamos gozando o que o antecede.
Já agora, tenho um amigo que diz que "só trabalha à Sexta, quem não fez nada a semana toda"...

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Um (bom) imbróglio...

Fui ver o significado: do It. imbroglios.: trapalhada; confusão; complicação.
Trapalhada, não. Confusão, hummm..., também não. Complicação, é todos os dias.
A nossa vida, ou melhor a minha, é complicação quase todo o dia. Trânsito, trabalho (telefone, clientes que não compram, outros que não pagam, etc.). Complica-se a escolha do Restaurante para almoçar, com ou sem companhia, a ementa complica-nos o apetite e ficámos sem saber muito bem o que comer. Às vezes apetece-nos dar um tiro em alguém. Não é muito frequente, mas apetece por vezes.
Só que o meu mais recente imbróglio tem a ver com algo muito mais lúdico. Que livro escolher?
Vou para Valencia na próxima semana, para o já habitual martírio da montagem de uma exposição. O imbróglio vem do excesso de tempo livre. Como devem compreender, nas 12 horas que passo por dia na feira, apenas ocupo 2 ou 3 minutos na escolha deste ou daquele pormenor. O 1º dia é o único que ocupo com burocracias ligadas à logística da montagem, depois é tempo livre, preso na pasmaceira de não me poder ausentar, não vá ser preciso uma dicazita. Assim, e para matar o tempo, em lugar de comprar uma PlayStation portátil, optei por levar comigo livros. Leio, numa semana, 2 ou 3. Eu sei que podia esperar pelo próximo Domingo e ouvir os conselhos do Professor Marcelo, mas, se algum dos conselhos me desperta muita curiosidade, não tenho tempo para ir a correr à Fnac comprar. Daí, decidi levar 4 livros que já tenha em casa.
Só me falta decidir quais. Lá está o meu lado ligado ao zodiaco que me corresponde - Balança. Eu balanço entre uns e outros, complico a escolha e fico furioso. Sem necessidade nenhuma. Com tanta indefinição, acho que levo "O Segredo". Não preciso de ler mais nada. Para descodificar o dito e engendrar uma forma de descomplicar tudo o que me rodeia devo precisar de pelo menos uma semana. Ou então, dedico-me à escrita. Pelo menos ocupo o tempo.
O excesso de tempo livre, afinal, também é uma complicação. Nunca estamos satisfeitos. Queixamo-nos do que temos a mais ou a menos. Uns dias não temos tempo para nada, noutros temos tempo demais e não sabemos para quê. Vá lá alguém perceber estes humanos...
Seis meses...


Olá (Ciber)Espaço!Espaço desocupado e livre. Escrevo neste blogue, e, tenho a certeza, só foi visto ou consultado a quem enviei link's. Não sou uma Ana Free, canto muito mal por sinal, não conto histórias horripilantes sobre gente interessante do ponto de vista antropológico, nem tenho fotos chocantes para aqui colocar. Falo pura e simplesmente da vida real - A minha! Fantástico!Nem imaginam o que custa escrever sobre nós próprios e a nossa vida. A tarefa é difícil. Nós nunca nos achamos suficientemente distantes para avaliações imparciais sobre nós próprios. Mas vou tentar, é uma tarefa possível. É como dominar os nossos instintos. Difícil, mas, contudo, possível. Tal como combater vícios. É uma luta desigual. O fascínio dos vícios é o facto de serem proporcionadores de momentos que não atingimos com outras coisas banais, que todos conhecem e podem experimentar, que são inigualaveis em prazer. Talvez o sexo se aproxime, mas apenas o sexo puro e duro, nunca o alívio sexual em que se torna qualquer relação monogamica.
Estou há seis meses a tentar tirar prazer doutras coisas mais mundanas. Corro, passeio a pé, leio e escrevo.
Esta é a vida de todos nós, a minha não é excepção, mudamos quando achamos que devemos mudar, alteramos hábitos porque sim, ou simplesmente porque somos levados a isso. A mim levou-me o destino. Uma dor de cabeça que me levou à Farmácia. O destino de ser atendido por excelente vendedor na pele de um qualquer farmacêutico. O acto sempre fantástico de levar alguém a gastar dinheiro em algo que nem sequer achava que lhe fazia falta com o simples facto de mostrar. A vida proporciona-nos coisas assim. Hoje sinto-me diferente. Deixei de fumar, faz hoje 6 meses.

domingo, janeiro 25, 2009

Numerologia e Personalidade


Tenho, em primeiro lugar, de pedir desculpa à minha querida blogosfera, pelo tempo em que não contribuí para a atafulhar de páginas sem audiência, mas que ocupam espaço, como é o caso deste meu espaço virtual. Mas, como acho que quando o sol nasce é para todos, decidi retomar o meu Blogue. Agora, acho-me já um veterano nestas andanças, faço isto desde 2006.

Bom, quanto ao tema deste texto, tenho a perfeita noção de que, sobre o assunto, nada entendo.
Mas, e atendendo à curiosidade que me provoca, decidi (não fosse eu um nº1) escrever sobre o número que me foi atribuido. Sim, porque é-nos atribuido um número. Nós no fundo não deixámos nunca de ser um número, senão vejámos: ao nascer somos o filho n.º x de alguém, cidadão n.º y do País, neto n.º z de outros, etc., etc., etc.,...
Podia estar aqui a escrever três páginas sobre números que a nós estão permanentemente e para sempre ligados. Nós somos um número.
O meu é o Nº 1!
Tenho um amigo que me ensinou a fazer as contas e no meu caso dá 1 (17/10/1972), no fundo é só somar os números correspondentes à nossa data de nascimento, fazendo sempre a conversão para números ímpares (Ex: 9+1=10=1, ou 9+3=12=3).
Então, diz o meu amigo, eu sou um n.º1, número ao qual corresponde tudo aquilo que se associa a uma pessoa conquistadora, líder, teimosa, etc..
Sou de facto muito do meu n.º. Sempre procurei sentir-me o centro das atenções sem fazer muito alarido para que tal acontecesse. Sempre gostei de reconhecimento pelos outros, de que me agradeçam ser quem sou, que me digam que sou importante para isto, aquilo, ou aqueloutro, etc. e tal.
Mas porra, não seremos todos assim?
Não teremos todos estes desejos?
Claro que sim, mas o nº1 tem sempre mais, ou pelo menos diferente, ou, na sua convicção, melhor. É por definiçaõ do seu número de destino uma pessoa mais assim que as demais. E Eu sou assim!
Quanto aos números, que hoje servem como tema para me habituar à escrita, eles são no fundo a nossa vida resumida. Nossa da raça humana.
Os tipos da Grécia antiga, antes de inventarem a Matemática (inimiga de um bom nº1, nós gostamos é da mãe dela, a Filosofia. Porque a Filosofia é a mãe de todas as ciências, é a busca do conhecimento, no fundo, é o buscar-nos a nós, porque nós nº 1 é que sabemos tudo), perdiam-se na vida. Não sabiam quantificar nada! A vida deles não tinha sentido. Não podiam ambicionar viver até aos 100 anos, ter 12 filhos, ou namorar com 30 mulheres. No fundo não vivíam, limitavam-se a passar o tempo. Tempo que também se mede em números, logo, para eles o tempo era apenas um ciclo de muito ou pouco sol. Mas mesmo o muito e o pouco são quantificáveis, logo, como não o conseguiam fazer, que faziam eles?
É lixada a Matemática, diria um bom filósofo.