sábado, fevereiro 21, 2009

Vidas



Falava com um amigo que me dizia que a sua vida conjugal não existia, sexualmente falando. É curioso com existem milhares de pessoas descontentes com a vida a dois, quando achamos que têm tudo para serem felizes. Um casamento, supostamente feliz, filho(s), casa, vida em comum, mas, mesmo assim, infelizes e sem luz ao fundo do túnel. Sim, porque a vida desta gente transforma-se num túnel sem fim. Sentem-se rodeados por paredes escuras e húmidas, nada atraentes, nem tão pouco com aspecto de calmas e de confiança. Sentem o mundo a ruir, sentem um sem fim de problemas que, para qualquer um dos mortais serão fáceis de resolver, mas que, a dois, não se afiguram de bom epílogo.
Sexo - NADA! Como?!? Nada!
Não é este o pilar de qualquer relação? Pelos vistos não. Para muitos é. Não é só mas também, dizem outro(a)s.
Amigos fantásticos. A isto se resume a relação daqueles dois. Quase como irmãos. Porra!
A relação monogâmica, quando estabiliza, transforma-se nisto. O homem não é monogâmico. Acreditem, a sedução é a nossa melhor arma. Quando a mulher conhece bem o parceiro, a sedução deixa de entrar nos rituais diários. Já nada é causa de admiração. Assim, ou o gajo é uma máquina sexual sem qualquer tipo de sentimentos, ou então a mulher, desinteressa-se. Ou muda. De parceiro ou de paradigma. Isto porque, (e digam-me as leitoras se não tenho razão), não há nada como a sedução para evidenciar na mulher o seu lado mais sensual. Às vezes, quando seduzidas por outrem que não o marido ou namorado, até fazem de conta que não é com elas, tal é o medo de trair o parceiro.
Compreende-se.
Nós homens, quando temos correspondência na arte de seduzir até nos esmeramos mais um pouquinho. Com as nossas parceiras é que a coisa só "cola" de vez em quando. E depois há estes casos de completo desânimo. Eu acho que o ideal é voltar à sedução. Ou à de sempre (à menina), ou então a outra que interesse. Sem enganar ninguém. Rompe-se com a relação e goza-se a vida que é só uma. Nós, ser Humano, temos por hábito complicar aquilo que viemos cá fazer: DIVERTIRMO-NOS.
Se isto deixa de ter piada, perde o sentido. A Vida é demasiado boa para levar tão a sério. Tudo o que é demasiado sério torna-se enfadonho, daí, o meu conselho para o meu amigalhaço é tão só: goza a vida! E para todos vós também. Quando a pessoa que está ao lado não for a ideal para isso, é porque já lá não devia estar. E não me lixem com os filhos, porque, quando os pais não são felizes, salvo raras excepções, isso reflecte-se nas crianças.

Sejam felizes!

2 comentários:

  1. Caro Rui:
    Este texto pode levar muita gente a reflectir na "vida a dois". E digo entre aspas porque a vida é para ser individualmente vivida (não construida como muita gente pensa) mas dependente sempre de factores sociais (família, conjuge, filhos, namorado/a, amigos, trabalho, entre outros). Estes factores vão interferir na nossa individualidade sempre!, mas porque têm que interferir. Parece um paradoxo mas é assim!Nada nos obriga como ser individual a fazer parte do que quer que seja, mas é sempre uma questão de sobrevivencia.
    Na vida de um casal ha sempre factores exteriores que vão "minando" a relação - a responsabilidade perante a familia, as contas, a casa, etc. A paixão tem sempre os dias contados, raro é o casal que se apaixona por 50 anos! Nós é que achamos que quando deixamos de ter aqule furor em relação ao outro, tipo "despete-te em 10 seg, uma queca num minuto" deixa de haver possibilidade da relação avançar. Não é assim! Felizmente! Há mais coisas: onde está o sentido da amizade e do carinho perante o conjuge? A solidariedade? O companheirismo? O Amor onde está? Sim, onde está o Amor? Há que saber distinguir muito bem o trigo do joio. Ás vezes é isso que acontece, uma transição de sentimentos, e há quem não saiba lidar. O Sexo pratica-se não se faz! Tal qual como um desporto a não ser que haja uma lesão e então tem de ficar em repouso.
    Antes do fim de uma relação tem de se tentar de tudo: a terapia de Casal existe e tem tido resultados em muitos casais.
    Para acabar, deixa-me dizer-te que gostei do teu texto! e "o Homem não tem natureza mas sim uma História"(Ortega Y Gasset) há que completar sempre a história mesmo que o final não seja dos mais felizes. (maria tm)

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  2. Tens razão. Mas sabes, as pessoas têm clichés. Acham que a vida é, obrigatoriamente, feita de várias fases. Estudamos, iniciamos carreira, casamos, temos filhos, etc.. O problema é que quando fazem tudo isto sem naturalidade, mas por pressão de alguém, ou da própria sociedade, deprimem-se. Lógico! As coisas sem naturalidade não prestam, não têm sabor. E tu sabes que aquilo de que eu falo aqui é algo que, parece-me, sempre foi forçado pelos acontecimentos. Mas isso são contas de outro rosário...
    Beijos

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