sexta-feira, março 06, 2009

Homem no Arame

Parece que estreia esta Sexta-Feira um filme com este nome. Retrata a maior e mais arriscada proeza feita no Século XX, no campo do espectáculo. Um tolinho, com a ajuda de alguns cúmplices, prepara a travessia, em cima de um cabo de aço, dos mais de 400 metros que distavam entre as duas, desaparecidas, torres do WTC.  Claro que, quando chegou ao fim, foi preso.             

Nunca percebi a atracção que algumas pessoas têm pelo risco. Parece que o fascínio pelo abismo, é apanágio de gente que, ou não tem nada a perder, ou não encontra outra forma de figurar nos cardápios da história. Que pensará um tipo destes? O que o faz subir um dos edifícios mais altos do mundo e achar que não cai? É tanta a confiança que até mete medo.  Mas, ao próprio, parece que medo é palavra que está ausente do seu dicionário. E o homem não caiu. Equilibrou-se.

A nossa vida também é assim. Temos medo, assumimos os riscos das nossas decisões, e, normalmente, não caímos. Somos, quase sempre, craques a manter o equilíbrio. Eu pelo menos, sou um ás. Ando sempre no arame. No trânsito, como quase toda a gente que conheço que faz a barbaridade de KM’s que eu faço, raramente passa um dia sem queimar um vermelhinho, ou um ligeiro excesso na velocidade (nunca muito), um abrandar em lugar de parar num qualquer stop. Quem não o faz? Todos, num certo limite, e com alguma consciência. Às vezes quando penso nos riscos que tomo, até me arrepio. Mas, de todos os que me vêm à memória quando neles penso, nada se aproxima à circunstância bizarra daquele infeliz que morreu na área de serviço da Mealhada. Podiam dar um título a um filme do Hitchcock (tipo, “O homem no Multibanco”) com a fatal circunstância que nem esse mestre do terror era capaz de imaginar tal, horrendo, enredo. Apesar do medo que nos suscitam as situações mais contranatura, a grande maioria das circunstâncias trágicas são as mais absurdas que podemos imaginar. Andamos no arame sem termos essa consciência. E às vezes caímos.

1 comentário:

  1. .........Claro !!!
    ...mais uma vez tenho de comentar, miúdo!!!
    Quem não consegue compreender alguém que sinta necessidade de viver no Arame??Pelo menos uma vez na vida???
    Para mim significa desafiar a vida,sentir o prazer da adrenalina.Sentir o sangue correr a mil, e o coração a disparar, quase quase a sair do peito!!!
    Há pessoas que por natureza , nascem e só conseguem viver assim....por mais que se afastem de cenários arriscados e relações complicadas e vidas, enfim....complicadas,estão constantemente a cair em situações novamente arriscadas.Não sei, talvez seja uma atracção natural para viverem coladas ao "red line".
    "....conheço algumas pessoas assim, e consigo percebê-las com muita facilidade....,por vezes invejo até, a ousadia com que encaram certas coisas da vida..."
    A vida deve ser vivida e sentida como se não houvesse outra para viver.......Talvez cá voltemos outra vez!!!!
    Acredito que todos temos uma missão nesta viagem que fazemos, como tal, devemos tirar o máximo proveito daquilo que vivemos e dos seres humanos com que nos cruzamos nesta vida.
    "....Bora lá ,prego a Fundo"
    Um bem haja e até um dia!!

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