sábado, abril 04, 2009

O sexo e a cidade

Parece mal, mas hoje, finalmente, vi o filme. A série, essa, ocupou algumas das minhas horas de insónias em tempos idos. A justificação para só hoje é simplesmente o facto de ter dado esta semana num dos canais de cinema da televisão por cabo e eu ter gravado (esta modernice da Zon Box é fantástica…) para posteriormente apreciar.

O filme é uma desilusão. Apesar de se adivinhar tudo o que ele incluí, é de facto pobre em quase tudo, excepto no argumento. Se transpusermos os acontecimentos para quem quer que seja, o que  de certa forma acontece no final, aplica-se na perfeição. A mulher, por natureza, tende a complicar aquilo que, normalmente, sonha simples. Todas querem fugir com o príncipe encantado, para o país das maravilhas, nos sonhos. Dizem, quase todas, desejar apenas um amor e uma cabana, mas, no fundo anseiam a muito mais. Principalmente quando dissertam sobre a vida amorosa em grupo. Convenhamos que, 4 “gajas” juntas, tornam a vida num caos. Principalmente a das próprias. O filme mostra toda esta faceta feminina.

Tudo começa pelo simples procurar de uma casa de sonho. À 34ª tentativa descobrem a tal. O problema é que quem a compra é o namorado, facto que as amigas fazem o favor de transformar em futuro problema. Se um dia a relação acaba (onde é que eu já vi isto?…) a pobre ficaria na rua. Vai daí as amigas descobrem a solução ideal: casar!

O casamento, embora para o pobre do Big fosse secundário, transforma-se num turbilhão de preparativos para a cerimónia de sonho, que na realidade qualquer mulher (pelo menos a maioria) tem. Fotos para a Vogue, dois verdadeiros experts nos preparativos (o pormenor de serem gays é soberbo, quase que era original, mas para isso só se fosse uma velha solteirona…) e o aumentar permanente do nº de convidados deitam para segundo plano o drama que, entretanto, a relação de uma das amigas, Miranda, se transforma. A ausência de sexo (6 meses) levam o marido a traí-la.

Na véspera do dia D, aumentam as dúvidas do noivo acerca de tal decisão. O epílogo de tais sentimentos é o de, tão só, a deixar no altar. Sem perdão, quando o pobre se arrepende, a noiva desfaz-lhe o bouquet na cabeça e vai para o México mais as amigas carpir mágoas. Tirando o facto de a água local provocar diarreia, os acontecimentos na Lua-de-mel frustrada são mais fúteis que o resto do filme.

Tudo se torna previsível a partir dali, inclusive a password da caixa de mensagens criada pela secretária para as mensagens do namorado. No final vem a simplicidade, como deveria ter sonhado a própria, mas que, como mulher, complicou.

O curioso do filme, é que assistimos a um sem fim de coincidências com o que se passa à nossa volta. Tudo o que é simples sabe melhor. Mesmo nas relações, quando se imagina a perfeição, deita-se fora o que de melhor temos. A dificuldade que as pessoas têm em aceitar a felicidade em vivências tão diferentes das que são estereotipadas, é gritante. Por isso é que existem casais de homossexuais mais felizes que a grande maioria dos heterossexuais. Porque o estereotipado leva ao desleixo e ao desinteresse. Até o facto de se buscar a perfeição na relação, como acontece no filme com a Charlotte (quando deixa o tratamento para a infertilidade e adopta uma criança, engravida) faz com que se complique aquilo que deve acontecer naturalmente.

Hoje em dia, tudo tem de ser perfeito. Daí o mundo de desilusões em que vivemos. Olhem à vossa volta e vejam quantas pessoas, que vivem como se define como normal, são realmente felizes. Quanto a mim, muito poucas. Por isso, continuem a procurar a verdadeira felicidade, porque ela existe, e está onde menos se espera.

É como no filme, afinal e finalmente, o casamento é perfeito para o par, sem convidados, apenas assinando o contrato e fazendo um petisco com os amigos num vulgar restaurante.

 

P.S.: Os meus parabéns ao realizador, que apesar de todos os portáteis no filme serem Mac, ridicularizou o Iphone. Não que me dê qualquer prazer adicional, apenas porque aquilo me parece tudo menos um telefone. 

2º P.S.: A Jessica Parker é muito feiinha. Aquela verruga é horrível. E, por amor de Deus, aquele telemóvel rosa choque com brilhantes é mesmo piroso. 

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