quinta-feira, dezembro 24, 2009

Dia de S. Envelope

Hoje, véspera de Natal, há uma corrida ao envelope.

Tirando esta quadra, só nos casamentos é que se vê tanta circulação postal.

A malta anda toda a comprar bonequinhos nos 300’s ou nos chineses, na esperança que os familiares mais velhos lhes dêem envelopes bem recheados.

Há quem invista com o chamado “retorno absoluto”. Ou então, com a esperança que o retorno cubra o investimento.

Não, não é o meu caso, mas conheço muitos.

Afinal, o Natal tornou-se no expoente do consumismo. Antigamente, as pessoas mais velhas compravam o bacalhau e financiavam a festa, mas as prendas não passavam de embrulhos foleiros cujo conteúdo não excedia a cintura. Ficávamos com a gaveta da roupa interior renovada.

Tínhamos uma Tia, que sempre trazia a última novidade em jogos de tabuleiro, com que nos entretínhamos na noite e dia de Natal.

Agora, ficámos a olhar para os miúdos a experimentarem os jogos das PS2 ou 3, das wiii, dos PC’s, etc…

Foi-se o tempo da partilha. Só se for o comando. Ou os mail’s.

Ou no meu caso, este post.

Bom Natal a todos.   

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Anda tudo doido!

Então o Ricardo Araújo Pereira é capa da Playboy?

É quase a mesma coisa que a capa da “Bola” ter a Cinha Jardim com as suas “queridas” filhas!

Há coisas que não se devem desvirtuar. Corre-se o risco de dar um significado não desejado à publicação.

Não que eu seja um leitor dedicado, nem tão pouco ocasional, mas que é estranho, é.

É quase como ver os aviões da Red Bull a sobrevoar o Tejo. Vão perder o efeito que mais atraíam publico no Douro; o risco de sobrevoar um rio com a largura do rio Douro, perde-se na enorme distância entre as duas margens do rio alfacinha.

A Playboy põe-nos à espera da próxima capa normalizada, e nós cá na Invicta passamos a beber Burn!

Eu e a Matemática

Tenho tentado jogar sudoku.

Ok! É mesmo passatempo de quem não tem que fazer, dizem-me.

Talvez. Mas li algures que era uma boa forma de treinar o cérebro, evitar a morte precoce das células, etc. e tal e não sei mais o quê…

O problema é que me falta paciência para raciocinar, o essencial do jogo. A lógica do jogo aplica-se facilmente, mas, se calhar fui concebido com a matemática e as ciências exactas fora de órbita.

Já vi explicações, truques e formas de, facilmente, chegar ao resultado de qualquer jogo, mas não atino com a coisa.

Enfim, pego no jornal enquanto tomo café, começo pelo sudoku e, rapidamente, desisto. É frustrante.

Vou continuar a insistir, pode ser que deixe de ler notícias cá do burgo. São tão más que nem se destacam das piores de outros dias.

Parece que o papa vem a Portugal num avião transformado numa espécie de Hilton voador, não vá estranhar a saída do humilde albergue que é o Vaticano. A minha matemática é tão má que nem consigo chegar à cifra que vão gastar para tal; nem dá para calcular a quantas pessoas mataria a fome tal excentricidade.

Eu e a matemática…

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Se soubesse o que sei hoje…

Hoje, enquanto almoçava (no melhor restaurante italiano que conheço: Caruso, na Póvoa de Varzim), e, como tantas vezes me acontece, estava sozinho, socorri-me da companhia de uma revista. Naquele restaurante, a escolha é habitualmente a Visão.

Aquela datava de Outubro. Entre outros assuntos, dissecava, essencialmente, acerca das, felizmente, passadas eleições autárquicas. Quando estava quase a acabar a Lasanha, dou com o tema de capa: Uma entrevista a António Lobo Antunes.

Há pessoas que até a falar encantam. A transcrição, acredito, é a fiel do que o entrevistado disse.

Deliciei-me com a qualidade de pensamento daquele, fabuloso, contudo simples, homem.

Umas quantas páginas antes, tinha absorvido vorazmente a sua habitual crónica semanal. Falava da sua relação com Deus, das vicissitudes que ultrapassara, dos desentendimentos com Ele, da permanente evolução normal em qualquer relação.

Na entrevista, entre outros assuntos, fala sobre os livros que escreveu, que escreve e dos autores que admira.

Do cancro que venceu, diz que não vale a pena falar muito porque, e cito: “Sobre as coisas grandes não há muito a dizer”.

Mas guardo sobretudo uma frase que marca a sua personalidade:

O homem passa a vida em busca de sabedoria e conhecimento, que, na maioria das vezes, chega tarde de mais.

domingo, dezembro 13, 2009

Nada como o frio

Gosto de frio. Sempre gostei. Era miúdo, vivia numa casa aquecida por 7 petizes, gostava das noites de frio, do cheiro dos lençóis de flanela, dos cobertores a pesar, e, acima de tudo, da condensação da respiração pela manhã.

Sempre achei que o frio se suportava melhor que o calor. Era só por mais agasalho, mais lenha na lareira, mais um cobertor e o choque é atenuado. No calor, por muita roupa que tirasse, tinha sempre muito calor.

Agora, reconheço que o calor é mais agradável. É melhor para a sociabilização, para ver gente a passear, para a malta sair para a rua.

Mas deixem-me apreciar este período de tempo em que não se vê viva alma cá pela praia da Madalena. Correr praia fora com o ar gélido a bater na cara, sem bater de caras com nenhum “tone”, é realmente um luxo!