segunda-feira, março 28, 2011

Crise

O Príncipe herdeiro da coroa inglesa e sua esposa, Camila Parker bolas, iniciaram hoje uma visita de 3 dias a Portugal. Parece que já foram recebidos pelo casal representante da monarquia pasteleira deste País, os Silva, que na pessoa do homem lá da casa, muito honra o bolo que por cá homenageia os reis.

Diz a comunicação social, que o dito par vai oferecer um banquete ao Sr. que veste saias e joga polo, e à sua esposa pecadora, oriunda da nobreza, mas que parece que é mais galdéria, aos olhos do povo, do que era a falecida esposa do Carlos. É melhor dizerem que quem oferece o banquete somos nós, os contribuintes, porque se o Sr. Silva tivesse de pagar, iam seguramente comer o prato do dia na cantina do Campus Universitário.

O governo demitiu-se.

Com muita tristeza da malta, o Socras, como carinhosamente é tratado, vai recandidatar-se pelo seu partido, como figura maior de um novo governo. Ganhou as eleições internas com mais de 90% dos votos, sinal da pluralidade socialista, caso contrário teria 99.

Esta semana, o Lula e a herdeira, Dilma, vêm também a Portugal. Não se sabe ainda quem vai pagar o tacho, mas não sou seguramente eu, e o PCP diz que não cabem todos na cantina da Soeiro Pereira Gomes. Contudo, disponibilizou a Quinta da Atalaia para os brasucas montarem acampamento, se quiserem ocupar o lugar do Kadhafi na liderança dos escuteiros socialistas maçónicos.

Entretanto, o líder da oposição, Marce…, desculpem, Pedro Passos Coelho, encheu-se de coragem e pôs à prova o seu inglês em Bruxelas para garantir que tudo correrá pelo melhor para os Bancos a quem devemos dinheiro.

O Armando Vara, depois de ir buscar um atestado ao Médico de Família, foi ao BCP buscar a indeminização pela quebra de contrato. Recebeu uma pipa de massa e a Standard & Poor’s desceu, quase de imediato, o rating desse banco para quase lixo. Eu já achava o mesmo do dito banco e não sou analista económico.

Entre todos estes assuntos há um denominador comum, a crise.

As crises são janelas de oportunidade. Para todos.

Por cá, crise, só para alguns.

Sabem o que mais me irrita? Toda esta gente se serve do País. Falam muito do antigo regime, mas, pelo que dizem os antigos, sabiam todos com o que podiam contar.

Estes gajos baixaram a política a um nível tal, a bandalheira é tanta, que já ninguém sabe com o que contar. Não há a mais ínfima esperança no futuro. As pessoas olham para o para os diversos partidos e não vislumbram esperança. Acham, porque lhes vendem essa ideia, que são todos farinha do mesmo saco. Não são, nem podem ser considerados como tal.

As crises são recorrentes, sempre existiram, preocupante é a falta de esperança no futuro e um rumo para esta gente.

E decoro nos gastos, porque mesmo insignificantes, esses gastos são um insulto para quem anda com as calças na mão.

terça-feira, março 15, 2011

Mentira

Já não escrevo há algum tempo, mas passo os dias a pensar, matutar e a teorizar sobre tudo e mais alguma coisa.

Hoje, vimos uma entrevista inimaginável de um político à portuguesa, que enche de “papo” tudo o que é comentador político, quais Zandingas que podem adivinhar o próximo passo. Fazem um jogo absolutamente lamentável enganando a opinião pública menos informada, com um constante bate-papo sobre qualidades políticas de um Primeiro-Ministro, que mais não é, na minha modesta opinião, do que um malabarista.

Tem discurso de malabarista, afunda o País e, não tarda muito, leva o BE aos 20%, com este constante zoar dos comentadores que espelham o PS ao PSD. Não há mais nenhum País na Europa que não tenha um verdadeiro partido de direita como opção de governo.

Tem que haver alternativa a uma política do “tudo publico”.

É mentira que seja inevitável esta política cega de cortes a tudo o que é justo.

Deixem de lado as isenções, subsídios e benesses a todos os grupos capazes de reivindicação e olhem mais para quem precisa.

Acabem com os Governos Civis e demais institutos públicos, que mais não são do que poleiros de boys.

Acabem com o regabofe de gastos dos que (se) servem (d)o Estado.

Deixem de lado a ideia dos passes sociais, das habitações sociais, do estado social, da saúde publica ou da escola publica igual para todos.

O meu passe mensal de transporte publico não tem que custar tanto como o de um reformado com a pensão mínima. O meu pai, reformado, não precisa, como o Belmiro de Azevedo também não, de desconto nas viagens de comboio em lazer. Há gente que precisa de uma casa e não tem, porque mesmo que saia o euro milhões a quem já tenha uma, ninguém o pode tirar de lá. Porque raio é que há gente a fazer cirurgias no SNS ao preço da chuva, quando tem possibilidade de pagar mais alguma coisa, e outros que não deveriam pagar nada e mesmo assim pagam? Porque é que quem tem não pode pagar mais um pouco, para os que menos têm não pagarem?

E não me venham dizer que não, que a diferença já está espelhada no IRS, porque todos sabemos que não é verdade.

Este País está a saque. O Estado ROUBA literalmente os recursos, que deveriam servir para dinamizar a economia, para sustentar um Estado insustentável.

Estamos num beco sem saída. Tudo à rasca.

No ultimo Sábado o País mostrou ao poder político, que mesmo assim ignora, que todo o caminho traçado até aqui está errado.

Mas também andavam lá muitos que, nas últimas eleições ficaram em casa. E depois queixam-se. É sempre melhor protestar porque sim.

Como dizia um cartaz na baixa do Porto: “Ó Sócrates beija-me, que já estou farta de ser fodida!”

domingo, março 06, 2011

E o País, pah?

Este Portugal sempre foi mais de ser levado do que de levar.

Somos historicamente um país pouco revoltoso. Há boa maneira lusitana fomos de revolução em revolução, de revolta em revolta, a reboque de acontecimentos internacionais, de modas, de esperanças fundadas em movimentos começados por outros. Mesmo na ditadura fomos a reboque do resto do mundo, ou acham que as ditaduras foram por cá inventadas?

No seguimento do desnorte, do regabofe, da bandalheira a que o País tinha chegado nos primeiros anos da república, chegou-se à conclusão que só uma ditadura poria o país na linha. E sabem porquê? Precisamente porque o país que nos prometeram com a república, tinha chegado apenas a alguns privilegiados, enquanto que outros, com mais educação que os demais, ou com menos perícia para o gamanço, se limitavam a sobreviver.

Os anos de Salazar, apesar de todos os defeitos conhecidos, foram (como os do Marquês de Pombal) anos de reposição da ordem e de recuperação das finanças publicas. Foram anos de resgate. Resgatar o que poucos tinham gamado e devolver ao país o que era seu por direito. Salazar levou ao extremo essa máxima, fazendo pobre o povo para enriquecer o país. Esqueceu-se de, depois das contas em dia, olhar para os que mais necessitavam, daqueles que, por muito que quisessem, não conseguiam.

Agora, depois do 25 de Abril, o povo nem sabe muito bem o que deve querer. Não sabe nem quer saber.

Passamos de uma alta percentagem de analfabetos para uma alta percentagem de licenciados em áreas sem futuro. Os analfabetos trabalhavam, os licenciados dos nossos dias desesperam por um emprego. Ou então são caixas de supermercados, com vencimentos inferiores aos especializados cortadores de carnes ou dos padeiros.

Portugal passou de um país em que era difícil estudar, para um país onde é difícil encontrar quem saiba fazer. Acabaram as chamadas profissões de arte. Já ninguém quer passar anos a aprender pacientemente com um mestre. Os jovens licenciados acham que, como licenciados, já sabem muito. É mais fácil encontrar um Engenheiro Civil do que um bom encarregado de obra.

O parque automóvel é agora enorme. Há famílias com um verdadeiro stand à porta. Telemóveis aos magotes.

Mudar de sistema? Ninguém quer. O que se avizinha são manifestações utópicas que vão levar uns milhares a reclamar por mais direitos e por menos deveres.

O partido que está no poder ganhará de novo se voltar a mentir em época de campanha, se voltar aos aumentos em tempos que deveriam ser de poupança, se mantiver os discursos ditos de esquerda, porque não se vislumbra, apesar dos licenciados produzidos, uma mudança de mentalidade.

Nas últimas presidenciais um candidato idiota, sem o mínimo de cultura, uma espécie de Tiririca luso, que se destacou pelas atoardas que dizia todos os dias, teve os votos que teve. Ontem um grupo de intervenção ganhou o festival da canção, graças aos votos do público. A RTP, que supostamente faz serviço público, quis pagar aquela espécie de chuva de estrelas, com as chamadas que o público (que apesar da crise, tem sempre mais algum para gastar no que não interessa) faz para votar. Apesar dos maestros, músicos e outros entendidos espalhados pelo país, que não escolheram aquela vergonha, acharam que o povo deveria decidir. E decidiu. Como o povo gosta é de folclore, carnaval e futebol, deu a vitória aos que melhor representam o nosso cantinho.

Neste país de licenciados, letrados, chefes e directores (sem esquecer os empresários), onde a malta se amansa com umas palavras "de esquerda", contra os ricos, esses bandidos que tudo sugam, onde o que queremos é fazer nenhum, onde o Estado subsidia a preguiça e penaliza o trabalho, onde quem não paga uma multa vai preso e quem não cumpre promessas eleitorais é reeleito ou mesmo condecorado, já nada é de espantar.

Os mentirosos vingam sempre neste país. É mais admirado o Alves dos Reis do que Vasco da Gama. A malta gosta é de chicos-espertos. Se tivessem feito um referendo para escolher o nome do Centro comercial em frente ao estádio da luz, teriam escolhido Eusébio. Assim como no Porto, escolheriam Pinto da Costa para nome do estádio do clube. Porque se há coisa em que os tugas não perdoam, é na bola. Amansam com tudo, mas se veem um grupo de adeptos do clube rival: Pedrada e porrada neles.