segunda-feira, novembro 05, 2012

Free Running Gourmet

 

Rota das Tascas – A Via Sacra

- Pouco barulho, caralho! Foda-se… Ainda são 11 da manhã!

E à terceira das muitas tascas que visitámos, éramos finalmente recebidos à boa maneira tripeira, por uma anfitriã boavisteira assumida, tripeira famosa, não só pelo vernáculo mas também pelo aspecto que tradicionalmente tinha a tasca que lhe dá o cognome: A Badalhoca. A Dª Lurdes, depois do aviso, lá desatou a despachar os mais de 30 atletas, com sandes de presunto, rojões ou fígado de cebolada, entre outras iguarias, tudo regado com cerveja ou com o tradicional espadal. Não acalmou o burburinho, esse passou do interior para o exterior e passou a êxtase de quem aconchegava o petisco a espanto dos que por ali passavam ainda em registo matinal.

As tascas abundavam no Porto há alguns anos. O Moutinho, mestre do Trail Gourmet, e adepto confesso dos treinos em ambiente de convívio, onde todos correm juntos e em que a boa disposição reina, prepara com alguma frequência estes free-running, muitos deles na Cidade do Porto, levando quem o acompanha a descobrir recantos inimagináveis, que nos levam a correr por trilhos rurais enlameados  ou pelas escuras vielas e escadarias, passando por “ilhas” e parques urbanos. No passado Sábado os temas que escolheu foram as tascas e o cinema na Cidade Invicta. 
Com partida do Jardim de Arca D’Água, onde havíamos de chegar para o convívio final no “Escondidinho”, foram 26 kms em Via Sacra onde as Estações eram as tascas das Freguesias visitadas (Paranhos, Ramalde, Aldoar, Nevogilde e Foz).   
Das 9h (chuvosa) até às 14h (com tímido sol de Outono), foi um teste à resistência, onde só os mais fortes (leia-se com melhor fígado) resistiram. Houve alguns que corriam a um ritmo errático, uma espécie de fartlek, quando se aproximavam de mais uma tasca. Outros experimentaram abastecimentos variados para testar o nível de resistência ao lactato dos diferentes produtos analisados. Foi unânime a conclusão de que deveríamos repetir a experiência, para haver uma aferição mais credível dos resultados, mas o Moutinho, um anfitrião de eleição, avisou logo que, com ele, só gourmet. Experimenta-se uma vez guiado por ele, mas diz ser apologista da livre iniciativa.
Enfim, fico com esta experiência, mas dispenso a repetição em modo individual, até porque o que é bom deve ser partilhado.

Ficou a vontade de participar em mais encontros como este. Obrigado a todos por uma manhã de Sábado bem passada, onde a corrida, paixão que nos é comum, foi motivo para mais um excelente convívio de gente sã que invariavelmente se junta para esta espécie de “revisita” à liberdade.

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