domingo, junho 30, 2013

Ultra Trail Serra da Freita 2013

Na versão original dos irmãos Grimm da fábula “A Branca de Neve e os 7 anões”, a Rainha má tenta matar a protegida dos anões uma série de vezes. O conto não atribuía nome aos anões, apesar de lhes atribuir personalidades diferentes. Já a versão de Walt Disney conta a história dando nomes coincidentes com a personalidade dos personagens.

A UTSF deste ano foi uma espécie de A Branca de Neve e os 7 Anões revisitado. Nos outros anos tentam-nos “matar”, como na versão animada, apenas uma vez. Este ano, cada dezena de quilómetros parecia ter uma personalidade própria. Desde o “Sabichão” que são os primeiros 10, que nos aconselha sensatez e calma, para não pagarmos mais à frente o esforço, até ao “Feliz” final, passando pelos 10 km do “Zangado”, algures entre o km 50 e o 60, todas as parcelas, ontem, de prova, pareciam ter uma personalidade tão própria e óbvia, que o desenho se anima à medida que vos passar os traços de mais uma loucura, que sempre se anuncia dura, bela e nos proporciona a ansiedade do regresso.

Começar a prova é um desafio já de si enorme para qualquer um, mas incomparavelmente superior para quem já a fez, total ou parcialmente, e isso nota-se na abordagem dos atletas nos quilómetros iniciais, onde alguns fazem autênticos sprints pelos trilhos fora, sem saberem o que aí vinha, e outros, avisados, se contêm. Com início às 5h30, havia que aproveitar ao máximo a temperatura ainda amena e a ausência do sol que nos havia de castigar incessantemente até depois das 21h, para tentar progredir o máximo possível. Mas quem repete esta prova, adivinhando o que o espera depois dos 40 km, tem normalmente algum receio de gastar a descer, aquilo que lhe vai fazer falta mais à frente. E, apesar de nos gráficos de altimetria da prova não parecer, os primeiros 20 km têm a função arreliadora de nos moer as articulações, seja no trilho do Carteiro, seja no rio onde cada pedra é um desafio para contornar. Este ano, com a ausência de chuva na última semana, o rio foi um desafio que contornámos com menor dificuldade, mas com a progressão igualmente lenta.
De Covelo de Paivô (km 20), até ao abastecimento de Drave (km 30), passando por Regoufe, foi um agradável passeio de trail, com as fantásticas vistas que toda aquela cordilheira nos proporciona, onde deu inclusive para fazer uma ou outra foto, e para gritar incentivos aos que, 200 ou 300 metros abaixo (1h, 1h30 à frente), abordavam já o trilho que os havia de levar ao dos Aztecas. A chegada a Drave é sempre surpreendente. Aquele aglomerado de casas de xisto faz-nos viajar no tempo e certifica a máxima de que o homem consegue contornar a maior das adversidades.

No abastecimento dos 30 km não há sólidos. É compreensível. Para se estar naquele abastecimento já tem que se ser atleta. O acesso é feito por trilho, a pé, carregando tudo o que é necessário dar aos atletas. Quem quiser fazer esta prova, deve a partir daqui planear muito bem a alimentação. Os primeiros 3 ou 4 km são feitos por um ribeiro (este ano quase seco), muito exigente para as articulações, e por saídas por trilhos íngremes e exigentes que ladeiam as encostas. São de progressão lenta, este ano dificultados pelo calor e pela ausência de vento. Não quero exagerar, mas não deviam estar menos de 36º naquela zona. A hidratação foi fundamental. O Asdrúbal Freitas grande atleta de trail e excelente desenhador de trilhos, (não fosse um dos braços direitos do Moutinho) “inventou” duas fontes, entubando primorosamente o  precioso líquido, que salvou seguramente muitos de nós da desidratação. Muitos dos que não quiseram perder (ou ganhar) 3 ou 4 minutos naquelas fontes para beberem e encherem os reservatórios com água fresca, arrependeram-se na dura subida até aos 3 pinheiros. Aquele monte, completamente exposto ao sol, foi o “estalo” da prova de ontem. O trilho dos Incas, que nos levaria até ao abastecimento dos 40 km, estava cheio de atletas exaustos e espalhados nas poucas zonas de sombra. Alguns só sairiam dali com apoio. O abastecimento na Póvoa das Leiras, habitualmente de festa (não fosse o da cerveja fresca e do chouriço assado), parecia um cenário tirado da maratona das areias. Não havia muita gente com aspecto fresco e a carrinha da organização começava a enésima viagem, com desistentes, até ao Merujal. A médica da organização saía a correr trilho fora para apoiar um dos muitos desidratados. Eu e o Meixedo, companheiro desta e outras muitas aventuras, frescos, fugimos dali depois de encher os cantis. Apressados, cometíamos o primeiro e único erro que quase nos custava a prova: Quase não comemos.
Enfrentámos a “Besta”, trilho desenhado numa escombreira de uma antiga mina de exploração de volfrâmio, em pedra solta, com mais de 100 mt de corda no seu ponto mais inclinado, e onde eu já sentia a falta de alguma coisa. Estava quase desidratado (sem sede, como todos os desidratados) e sentia-o. Um gel, uma barra energética, alguma água não eram suficientes para repor o sal que tinha perdido na transpiração e que jazia nos meus calções, fazendo-os parecer como se fossem de pladur e a minha mochila preta parecesse ter sido caiada. Já no parque eólico e antes da descida para Manhouce (abastecimento 50 km), senti enjoos e fraqueza, que juntos com o imenso calor do meio da tarde me fustigavam de frustração por sentir as pernas frescas e o corpo cansado. Descemos a passo, eu e o Meixedo, fomos-nos sentando aqui e ali, bebi água em todas as bicas da Aldeia de Muro, mas continuava com a falta de sal. Chagado pelo sol, amolecido pelo calor, abatido pela desidratação, pensei que ficaria ali, à espera de boleia para o destino. Como sempre, há alguém que acredita mais em nós, que nós próprios. Que nos incentiva e nos tenta demonstrar que temos mais do que pensámos, que há sempre um renascido em cada derrotado. Fundamental o apoio do Luis Pereira, atleta de topo de trail, que teve o juízo de não se meter a correr debaixo daquele calor, a paciência do casal Fernando e Fátima Rocha, que estão sempre ali, ao km 50, a dar mais do que apoio, são uma simpatia, e o Fernando, sempre com um incentivo sensato. O Meixedo deitou-se à sombra a dormir. Eu, enquanto comia melancia, batatas fritas, fatias de presunto tiradas do meio de um pão, rejuvenescia. Só me vinha à cabeça a expressão “sal da vida”. Neste caso foi mais o sal DÁ vida.
Como quase não me calo, o Meixedo acordou. Já tinha demonstrado que não estava na disposição de desistir, não fosse ele um teimoso de primeira água, e que também não aceitaria que eu desistisse sem antes descansar, comer, hidratar-me e ver se estava ou não em condições de prosseguir. Acordado e rezingão, fez-se ao trilho de dedo em riste, apontando o caminho a pé até ao Merujal. Lá fomos. Estava rejuvenescido. Até ao final não tive mais nenhum episódio do género. Fomos dali até ao km 60 a “comer regueifa”, como diz o nosso mestre e grande amigo Carlos Natividade, e apesar da exigência das subidas e da exigente descida para a Aldeia das Porqueiras, acabei quase a correr a subida até ao abastecimento. Colocado o frontal, aconchegado o estômago com uma salgada canja e tomate com sal, arrancámos rumo ao destino, apesar do tempo já apertado. Poucos metros à frente estava a Célia Azenha, experimentada ultra maratonista, no meio do monte a perguntar por onde era o caminho. As fitas, algumas enroladas pelo vento nocturno de leste, não eram totalmente visíveis, e ela optara por esperar por mim e pelo João. Ali formámos o trio que havia de, algumas horas depois cortar a meta. Juntos fomos subindo, passando por um ou outro atleta, o interminável trilho da Lomba. São 5 km penosos, que à noite se transformam numa lenta caminhada com impropérios para quem nos fez ir por ali, e por elogios deslumbrantes pela magnífica vista nocturna que se desenhava no horizonte. É raro ter tanta visibilidade na Freita e poder ver ao longe as terras que circundam o vale do Vouga, com as suas cintilantes luzes amarelas que mais parecem um imenso carrossel de velas. Maravilhados com as vistas, abismados com a dureza da prova, já só ansiávamos ser barrados aos 65 km por excesso de tempo. Os 300 mt de desnível do PR 7 e da Mizarela pareciam-nos um muro intransponível, fosse pela noite, fosse pelo esforço dos mais de 3000 mt de desnível positivo que já trazíamos acumulados. A Célia, que já fez o mítico Tour de Geants, Mont Blanc, Trans Gran Canaria, Andorra Ultra Trail e outras, dizia que esta era a prova mais dura que tinha feito, não pelo desnível, mas principalmente pela exigência técnica que tanto dificulta a progressão. Chegados ao topo da subida da Lomba, aparece um carro, num cruzamento do trilho com a estrada, com elementos da organização. Pelo rádio, o Moutinho, director da prova, dizia que estava a barrar a passagem no acesso ao PR7. Era já tarde, todos conhecemos os perigos para quem para ali vai depois de 16, 17 ou 18h de prova, e da dificuldade de um eventual resgate. Sensatamente decidimos continuar até ao final, mas sem colocar em perigo a nossa integridade física. Iriamos pela estrada. Recusámos a tentadora boleia e fomos estrada fora, prometendo aos membros da organização que não nos meteríamos no trilho. Uns km à frente, cansados e algo desorientados, uma simples má escolha de direcção num cruzamento levou-nos a perder mais de 1h no meio de um imenso vale, sem noção do local onde estávamos, ou sequer hipótese de voltar para trás. A Célia tinha ficado sem frontal, víamos umas luzes ao longe, que nos parecia ser a casa do Guarda, perto do parque do Merujal, mas não tínhamos noção ou ideia de como lá chegar. O Meixedo decide ir vale fora, eu parado ia-lhe dando indicações da direcção das luzes, e de repente, desapareceu. Fiquei com a Célia, um frontal para dividir, tojos até à cintura, cansados e já a pensar que a Mizarela teria sido o melhor que nos podia ter acontecido. No meio do breu, já a tentar ir na mesma direcção que o João havia tomado, de repente, aparece ele. Estávamos perto do PR7, junto à saída da Mizarela, e que nos levaria até ao final. Acabámos aquela imensa e intensa aventura com mais de 72 km, e um sentimento de superação, camaradagem, solidariedade e desportivismo que tanto caracterizam o ultra maratonismo e o trail em particular.

Ainda não sei muito bem o que fazer com a Branca de Neve nesta história toda, talvez a reserve para personificar a beleza da Serra da Freita e toda a sua arrebatadora imponência.
O papel de madrasta má, que com um sorriso malvado nos prega sempre mais uma partida, fica bem entregue ao José Moutinho. É um mestre a por-nos em dificuldades. Quando achámos que a Freita já era dura como era, ele brinda-nos com trilhos como o “Run Sintra”, ou a “Besta”, ou mesmo a descida à Aldeia das Porqueiras, para que saibamos que pode ser pior ainda. Acho que lhe devo também deixar o papel de Rei, o pai bondoso da Branca de Neve, porque consegue amansar-nos com um abraço no final. A todos sem excepção.
A personagem do Príncipe que nos ressuscita fica na perfeição para todo o Staff da prova. Incansáveis, quase todos eles também atletas, são inexcedíveis. Exemplares. Desde a entrega de dorsais, aos abastecimentos, apoio, tudo. Foram o beijo essencial para anular o veneno da maçã da bruxa.
Os anões esses são muito bem distribuídos, um por cada dez km da UTSF. O Moutinho batizou (e bem) alguns trilhos com nomes de emblemáticas provas de trail. Eu batizo as fases da prova assim:
10 km – O Sabichão. Onde devemos apelar à razoabilidade e conhecimento de quem conhece a prova, e nos avisa para não exagerarmos. 
20 km – O Dunga. Como no conto, o único que não falava. Porque parece difícil mas não diz nada do que vem depois.
30 Km – O Envergonhado. Há trilhos já inclinados, há mais dificuldade, mas ainda não mostra muito.
40 km – O Atchim. Um espirro, um estalo, uma chapada chamada trilho dos Aztecas, onde uma subida interminável nos traz à realidade.
50 km – O Soneca. Depois da “Besta”, depois da desidratação no meu caso que quase me adormecia, uma acalmia de 5 km até Manhouce e ao Rio menos poluído da Europa, o Rio Teixeira, onde apetece mergulhar e dormir a sesta.
60 km – O Rezingão ou Zangado. Aqui, algures entre os km 54 e 65, fartámo-nos de dizer palavrões e de bater no tipo que fez aqueles trilhos massacrantes.
70 Km – O Feliz. Seja pelo final, pelos 4 ou 5 que esperam por nós junto à meta (obrigado família Batista), seja pelo sentimento de superação. Ou seja mesmo pelo que conseguimos naquelas 10, 12, 16 ou 20h anteriores: Sermos felizes apesar das contrariedades. Não há como isto. Montanha, natureza, dureza, sofrimento, superação, camaradagem e solidariedade. Feliz.

Ainda não sei as classificações, mas essas até me parecem o menos importante em tudo isto. Ganhou o fantástico Luís Mota, com pouco mais de 9h30 e a Ester Alves (que se estreou na Freita) venceu no feminino. Parabéns aos dois.
Parabéns a todos os que tentaram e a todos os que se superaram. Espero que ninguém tenha sequelas graves do dia de ontem.
Não desistamos nunca. Se não terminámos hoje, tentámos amanhã. No fundo, o que levámos do Trail e dos Ultra em particular, são os momentos e a aprendizagem. A natureza, a serra, toda aquela beleza fica lá, espera-nos. A mim, em particular, atrai-me. No próximo ano não faltarei. Só espero conseguir convencer o João Paulo Meixedo (o verdadeiro Rezingão) a juntar-se a mim, naquela que é já a prova que prova que ele é um amigo e excelente companheiro. Já é o segundo ano consecutivo em que ele me “empurra”.
Não podia fechar os agradecimentos sem me referir ao Carlos Natividade, meu grande mestre, que me fez o favor de esperar por mim nos treinos que fizemos na Freita, e à incansável Naná, sua paciente esposa, de uma simpatia e pachorra extremosa, sempre disponível para aturar as nossas longas maluqueiras no monte. Obrigado.

Lá estaremos em 2014.

39 comentários:

  1. Grande Pinho. Já estava cansado de tanto ler, mas não desisti, tal como vocês.
    Durante o dia de ontem nunca deixei de pensar em vocês e de comentar com o meu filho, "a trepa" que vocês estariam a levar.
    Vejo que valeu a pena. Votos de um bom descanso, pois esta semana chamar-te-ei para uns treininhos :-)
    abc
    Vitor Dias

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    1. E que "trepa", companheiro. Das grandes.
      O texto é longo, mas não diz tudo. Podia escrever as mesmas horas que andei na Freita, que não dizia tudo o que senti. É mesmo uma prova única.
      Abraço!

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  2. Nem sei que te diga, meu amigo.
    Mais um brilhante relato de uma aventura que as palavras não conseguem descrever.
    Saí de lá com a certeza de que nos vamos aturar até sermos velhinhos.
    Lá estaremos em 2014,nem que seja para tirar fotos ...

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    1. Não te esqueças que combinámos uma maratona nos 75 anos do Luís Pires (algures entre Drave e os Aztecas). Já seremos velhinhos então. ;)

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  3. Excelente crónica/alegoria do Ultra Trail da Serra da Freita!!! Parabéns pelo hino à superação/amizade. Boa recuperação.

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  4. Absolutamente fantástica esta tua crónica. Muitos parabéns pela aventura, pela superação e claro por este texto.
    Abraço e boa recuperação

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    1. Obrigado Carlos. Já recuperei, com umas minis. ;)
      Grande abraço!

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  5. ricardo bomtempo1:16 da manhã

    muito bom. é 1,14 abano o berço do meu filho d 4 semanas razao p nao ir aos 70k msm assim indo na mesma a freita aos 17k batizar amigos no trail. os minutos de leitura desta crónica nao me fizeram parecer e sentir um pc q la estive nos 70 como p outro lado reparo q c a mao esquerda abanei vigorosamente o berço c o entusiasmo da leitura e ela ja dorme. obqg pelas duas coisas. abraço

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    1. No próximo ano lá estaremos. O teu filho espera na meta ;)
      Abraço Ricardo.

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  6. ricardo bomtempo1:18 da manhã

    nao so me fizeram parecer entenda-se :-)

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  7. Caro Rui: a leitura desta tua crónica foi um deleite! A originalidade supera a da prova que descreve e prova que tão penoso e duro esforço físico tem o condão de aguçar os sentidos e estimular a mente. Pode deixar o corpo a reclamar por misericórdia, mas deixa a alma mais purificada e eleva-a a patamares que doutro modo nao seriam atingidos.
    Se ler-te representou um prazer intelectual, muito mais me foi proporcionado pelo convívio de longas horas ontem pelos obstáculos que descreves na Freita. Partilhar contigo, o Meixedo e o Luís muitas horas, foi de facto uma festa. Ouvir-te é melhor ainda do que ler-te. Ouvir-ta ao vivo, melhor ainda. Para quem nos ler deixo uma comparação: uma coisa é ler Hemingway ou Conrad descreverem fantásticas aventuras, outra coisa é viver essas mesmas aventuras na companhia do escritor.
    Concordo em absoluto com tudo, mas tudo, o que afirmas. Subscrevo na totalidade o que descreves e ofereço-me como testemunha ocular de várias das tragicomédias que descreves.
    O que mais me tocou na tua escrita e na vossa companhia, foi a capacidade de manter a boa disposição, o sentido de humor, a camaradagem e, sobretudo, de viver a BESTA com inteligência, controlo, e alegria. Ser capaz de chegar ao final e dar um abraço ao REI-BESTA. Acordar no dia seguinte e recordar sobretudo factos positivos, exemplos de nobreza, de exaltação das belezas naturais, casos de amizades fortes forjadas perante as adveridades.
    Como tu quería salientar o carinho da malta dos postos de abastecimento (corredores experientes, seus familiares e gente da terra) sem esquecer os simpáticos galegos da aldeia da Castanheira, dos bombeiros e da jovem médica.
    Um abraço grande Rui.
    PS: só amanhã posso mandar as fotos... Ás 20 horas de ontem pelos sete anões, seguem-se hoje 24 horas de urgencia (só faltam 6...) e amanhã um dia de trabalho. Mas o sorriso com que enfrentamos a besta, esse permance cá. Estão também 127 arranhões, seis feridas, quatro pisaduras e dez unhas ainda não totalmente bancas a lembrar que a vida tem alguns espinhos!
    PEDRO AMORIM

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    1. Pedro, nem me passava pela cabeça, há apenas alguns anos, poder ter o privilégio de partilhar grande parte de uma Ultra como esta, na companhia de 2 dos maiores ultra maratonistas de pelotão deste País, como é o teu caso e o do Luis Pires. Foi uma honra enorme poder acompanhar-vos e nem imaginas o deleite que é beber de toda a vossa experiência, calma e sabedoria. Vocês são a personificação do que todos queremos da corrida: Retirar prazer nestes momentos, apesar de toda a azáfama do dia-a-dia. E sempre, mas sempre com disposição para apoiar e sempre com uma palavra de incentivo. A vossa determinação ontem foi exemplar. Parabéns pela prova, obrigado pelo carinho e apoio. Grande abraço!

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  8. Parabéns Rui Pinho, excelente crónica, definitivamente um incentivo a quem nunca a fez.
    A paixão e o desafio patente na sua escrita leva a quem vai ficando pelas provas intermédias a tentar-se por essa "BESTA".
    Fique bem,

    Manuela Arantes

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    1. Obrigado pelas simpáticas palavras. Se eu puder fazer algo mais para dar mais esse passo, disponha.

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  9. Boas Rui
    Parabéns pelo relato. Tu e o Meixedo fazem uma dupla fantástica. Foi um privilégio ir ali uns km´s a conversar com vocês. Lembrei-me durante a prova muitas vezes de vocês. Eu já ia a "queimar os tempos" e sabia que vocês estavam para trás e que iriam ter dificuldade. Cada vez mais gosto das Ultras pois trás ao de cima a humildade do homem!!! E vocês são dois homens simples e humildes com uma alegria contagiante. Parabéns aos dois. Fazem uma excelente equipa :)

    João Lamas

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    1. Obrigado João. O prazer foi nosso. Pena foi termos programado um abastecimento intermédio que não estava nos planos, caso contrário partilharíamos ainda mais. Mas temos muitas mais provas para partilhar, sem pressas. Parabéns pela tua prova. Grande abraço!

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  10. Parabéns pela prova e pela crónica. Um testemunho sentido e muito bem escrito. Uma grande lição que tentarei reter. Ontem dizia que ainda não tenho a cabeça moldada para as ultra, mas o eco da tua experiência despertou em mim a vontade adormecida.
    Obrigada pela partilha.
    Cristina Carvalho

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    1. Cristina, obrigado. Acho que és de há muito uma atleta de topo. Tens tudo para vencer as adversidades. Esse sorriso e candura com que enfrentas as subidas mais duras, são suficientes para vencer qualquer obstáculo, já que a condição física, em ti, é inata.
      Beijinhos!

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  11. Parabéns, Gr. Rui e a todos os outros que tiveram a coragem de terminar a prova, as condições não eram apropriadas a uma prova destas, o calor, o grande inimigo...
    Parabéns pela breve história. Boa recuperação!
    Bety

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    1. Obrigado Bety!
      Realmente o calor não é bom para acompanhar estes esforços. Todos os que se atreveram a começar foram heróis.
      Beijo!

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  12. Grande Rui!
    Qualquer nabo junta crónicas e publica um livro!
    Tu que não nabo não tens nada, és mais do tipo vara de marmeleiro, antes quebrar que torcer, podias e devias juntar as tuas excelentes crónicas num livro. Tu motivas a malta...é preciso mais!
    Fica prometida a tal 'pomada' que não é para as pernas!
    Claro que essa 'pomada' é extensiva ao Meixedo e ao Natividade, os mosqueteiros do UTSF!Venha o UTSF 2014!

    Capela

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    1. Foi pena, Capela, o imprevisto. Seria interessante ver até que ponto conseguias aguentar o nosso "ritmo". Eheheheh!!
      Fica para a 1/2 de Guimarães.
      Grande abraço!

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  13. Rui, até fico cansado de ler as tuas crónicas, mas...deliciado!!!
    Grande abraço
    Paulo Rodrigues

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    1. Abraço Paulo, e obrigado por tudo. Vocês, Leões do Veneza, foram inexcedíveis.

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  14. Isabel Sousa pires4:06 da tarde

    Parabéns, Rui. Já soube alguns pormenores de "arrasar" qualquer um ....
    Abraço meu e beijo do Ni (eheheh ...)

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  15. Grande relato, parabéns pela aventura!!

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  16. Parabéns!
    E uma descrição da Freita fantástica o que é excelente para mim que adorava lá ir mas já não tenho "esqueleto" para isso!
    Não seria má ideia mudar o tipo de letra do texto de modo a ficar um pouco maior, talvez usando o negrito. Pelo menos eu que sou meio pitosga tive alguma dificuldade com a leitura do texto!
    Forte abaraço.

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    1. Eu sou um pouco "maçarico" nestas coisas, amigo Jorge, mas já coloquei o negrito como obrigatório nos próximos textos.
      Obrigado pela simpatia! Forte abraço!

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  17. Eiiii.....ganda cena companheiro....e eu que perdi isso :( ....nao há hipótesi...ten que ser ! Só o que estive lá sabe o que foi ( eu só imagino )mais uma espetacular aula de aprendizagem...cuando pensamos ter feito a prova mais dura....sempre há alguma mais !! Siga !!! Abraço !

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    1. É verdade Fran. Há sempre hipótese de sermos surpreendidos pelo Moutinho.
      Grande abraço e boa recuperação. Fazes falta cá nos trilhos.
      Abraço!

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  18. Depois de ler este excelente relato, não tenho outro remédio senão estar presente no próximo ano. Parabéns.

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    1. Assim é que é falar. Forte abraço!

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    2. Hoje, após a minha desilusão do UTSM (não terminei por lesão), voltei a este texto e re-li-o novamente, Todinho, com mais prazer do que a primeira vez.
      No próximo fim de semana espero já estar em condições de retomar aos treinos para a Freita.
      Abraço.

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  20. Parabéns amigos, pelo relato e pelo vosso companheirismo, andei quase sempre por perto de vocês até ao momento que cheguei à fornalha da Garra, aí acabou-se a última réstia de esperança. Este relato mostra a estrema dureza da Freita e é também um sério aviso a quem pretenda estrear-se nas próximas edições. Só uma mentalidade muito forte pode suportar e ultrapassar aquilo, só a força física e a resistência já não basta é preciso apelar a todas as nossas capacidades ainda desconhecidas para vencer, foi isso que vocês fizeram. Abraço

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  21. Excelente crónica e voto no desejo do Capela, que dê um livro!

    Abraço e continuação de boas provas e grandes crónicas!

    Paulo Sousa

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  22. Para mim, este texto foi mais um incentivo para as minhas novas aventuras no trail. Depois de ler o que vocês passaram, até fico com vergonha do que passei na "mini-freita" e da vontade de desistir que tantas vezes me assolou.

    Vocês são uns heróis e um exemplo!

    Parabéns e obrigado pela inspiração!

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