segunda-feira, janeiro 20, 2014

Viver é o tempo que passamos a construir os nossos sonhos

Este não é (mais) um texto de corrida. É pura dissertação filosófica de pensamentos, que normalmente fluem enquanto corro.
Noutro dia falava com um amigo, que me dizia para experimentar a meditação. Dizia-me que enquanto meditava, coisa que aprendera com mestres, a mente se soltava pelo seu universo, fazendo com que os pensamentos e sensações fossem de satisfação real, apesar de sonhos.
Eu, enquanto corro, sonho.
Sonho com os meus sonhos. Li há dias que, "a vida, é a definição do tempo que gastámos a construir sonhos", e concordo. Digo mais, vivemos pelos nossos sonhos. Sem sonhos nada faz sentido, ou faz pouco.
Sonhámos, enquanto crianças, enquanto imortais, com coisas que se tornaram fúteis agora que somos adultos. Lembro-me de sonhar com bicicletas, com bandeiras, com férias, com raparigas, com futebol, carros, brincadeiras. Lembro-me de sonhar acordado enquanto adolescente, com quase tudo o que é fútil e de racionalizar pouco, fosse o que fosse (para isso existem os Pais, ou os nossos educadores, que nos guiam e nos alertam para as nossas escolhas e decisões).
Já na idade adulta, e ainda imortais, quando tudo é eterno, quando os meses nos parecerem anos, vivi as experiências próprias da idade. Os namoros, as viagens, as férias, os primeiros empregos em bares, restaurantes, o serviço militar, os estudos...
Agora, quando os anos já parecem meses, quando as rotinas nos envolvem, os mais novos nos fazem sentir mais velhos. Agora, que já não somos imortais, continuámos a sonhar. Muitos ainda com os príncipes e princesas, outros com a felicidade num trabalho que seja compensador mais para a alma, outros para a carteira para que possam ir em busca da felicidade nos períodos de férias, ou na casa... Todos a sonhar com o mundo perfeito, seja para os filhos, irmãos, pais, famílias. Todos sonhámos.
Faz-me imensa confusão quando alguém me diz que não sonha, muito menos acordado. Eu sonho a correr. Se o meu amigo soubesse dava cursos de meditação com sapatilhas calçadas.
Nós somos todos o resultado dos nossos sonhos. A forma como os tentámos concretizar, iludidos por uma realidade projectada em sonhos, é que definiu a nossa maior ou menor realização. Mas a felicidade não vem daí, vem da capacidade de continuarmos a sonhar e acreditarmos num futuro melhor.
Quando nos resignarmos ao nosso destino, quando deixarmos de sonhar, passamos a somar dias à nossa existência.
Os dias mais felizes, aqueles que nos ficaram na memória, pelo menos na minha, há uma coisa de que nunca me recordo: Quanto dinheiro tinha no bolso ou na conta. É que para sermos felizes bastam-nos os sonhos. Por muito extravagantes que sejam não se pagam. Procurem-os, sonhem, ousem ser a personagem feliz que um dia sonharam.
Não esqueçam, viver é construir sonhos.

5 comentários:

  1. Parabéns Rui, como sempre uma magnifica meditação sobre os sonhos, quando souberes de cursos de meditação com sapatilhas calçadas, lembra-te de mim...
    Um Abraço
    Luís Duarte

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  2. Sempre em grande... Parabéns Rui!!

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  3. Sonho acordada. Sonho a dormir. E acredito que quem sonha, sempre alcança! (versão adaptada, eu sei)

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