tag:blogger.com,1999:blog-203764082024-02-28T05:47:42.327+00:00Tripas e NortadasSou uma espécie de cancioneiro da corrida. Não faço relatos, transmito os sonhos que vivo nas minhas aventuras.
Vou fazendo das tripas motivação.Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.comBlogger355125tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-56681087649899534002022-05-18T10:16:00.004+01:002022-05-18T10:27:38.953+01:0099ª - Ser-se o que se pode é uma felicidade<p><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px;">O Marco, primogénito dos 7 filhos do casal Pinho, corre desde que me lembro dele. No basquetebol primeiro e depois no futebol juvenil do Salgueiros não construiu grande historial, mas era dedicado, e assíduo nas equipas iniciais. Depois, e como todos somos julgados e lembrados pelos nossos piores momentos, “desistiu” do futebol com uma frase que</span><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px;"> </span> <span style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px;">ouvi e nunca mais esqueci: “O campo é demasiado comprido”, respondeu ao pai quando lhe perguntou porque não queria mais jogar.</span><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px;"> </span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1">Uns anos mais tarde, já depois da passagem militar obrigatória que voluntariamente fez nos Fuzileiros, voltou ao futebol, agora amador (dos que amam, já que nada mais justifica andar a levar pancada em campos pelados com “direito” a duche de água fria no fim) e por lá andou largos anos, alguns ora comigo na mesma equipa, ora com um ou outro dos 5 rapazes lá de casa. Até aos veteranos manteve a “carreira”. Em paralelo corria. Passado o trauma dos “campos compridos”, lembro-me que correu a primeira edição da S. Silvestre do Porto e algumas das mais antigas corridas populares do grande Porto, nunca excedendo os 21 km da já exigente meia-maratona. Estávamos no tempo em que corriam poucos, muito menos os que pouca corrida treinavam. <br />Fiz o primeiro treino exclusivo de corrida com ele, a poucos dias da minha primeira prova - os 7 km da Corrida do Homem e da Mulher, em 2009, que ligava a marginal de Leça a Matosinhos, prova que ele também correu. Depois disso, apenas uma ou outra meia maratona juntos, eventualmente apenas no início, já que ele sempre foi mais rápido que eu (e bastante mais leve). Aventurou-se numa primeira experiência de trail em 2013, na primeira edição do Paleozóico, mas não gostou da maioria das 8h que demorou a concluir aquela que seria a sua primeira experiência acima da distância maratona, e logo numa ultra. Uns anos mais tarde tentou a de estrada, no Porto, tendo vindo a concluir à segunda tentativa, disparando um “não tenho assim tanto tempo para correr, 2h bastam”, voltando assim por mais uns anos aos 21 km de limite. <br />Em Novembro último, e depois de muitos treinos por Valongo, voltou aos trilhos, no Trail Longo dos Amigos da Montanha. Inscreveu-se e foi sorteado para a Ultra dos Abutres, mas o covid pregou-lhe uma partida. Adiada a estreia anual para Santa Luzia, voltou aos longos e deixou a ultra, a sua segunda (terceira acima da distância maratona), para Domingo, nos 48 km do Melgaço Alvarinho Trail. Foi ao pódio receber o prémio do segundo lugar do seu escalão, e mais uma vez jurou para nunca mais. Não fossem os interregnos das juras tão longos, e já teria concluído mais algumas. O tirocínio de qualquer um de nós, conclui-se depois de percebermos que jurámos tanto para nunca mais, que vamos acumulando experiências fantásticas, que nos preenchem e nos levam da exaustão à descoberta das enormidades que conseguimos conquistar. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22.7px;"><span class="s1"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1">O texto vai longo e ainda só vos apresentei o Marco. Mas esta minha 99ª maratona, para além da feliz coincidência da companhia do meu irmão, começou e acabou com uma conversa com a Catarina Palmeiro, irmã do Rogério Palmeiro - beirão que todos nos habituamos a ver nas provas longas, com o Pedro Santos e Hélio Costa. A Catarina também correu a ultra. No início fomos uns km juntos, fizemos as apresentações do costume, disse que em era irmã, e contou-me que o Rogério está internado no Hospital da Universidade de Coimbra, para onde foi em estado grave após um acidente. Espera-o uma longa recuperação. Durante toda a prova não mais o infortúnio do Rogério me saiu do pensamento, e fui-me lembrando de tantos com quem corri nos últimos 12 anos, que entretanto por diversos motivos terão deixado de correr. </span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1">O Rogério espalha simpatia. Tem sempre um sorriso e uma palavra de incentivo com todos os que com ele partilham trilhos. É uma verdadeira máquina de dedicação ao trabalho, o que faz com que tenha sucesso nas empreitadas em que se vai metendo, maioritariamente com os também beirões e colegas do Boavista Trail, Pedro e Hélio. Tenho a certeza que vai “terminar” esta ultra que o destino traiçoeiramente lhe atravessou à frente, com o mesmo sorriso com que terminou qualquer outra corrida da sua vida. </span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1"><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1">Estaremos todos aqui a torcer pela sua rápida recuperação, prontos para o ajudar e apoiar.<br /><br />Sou feliz a correr, mas sou muito mais feliz a correr com tantos outros que o fazem com abnegação, dedicação, trabalho e objetivos. Os meus são o modesto “chegar ao fim”, que é o que posso. Não adianta muito sonhar com o que é impossível e feito apenas de fantasia, é sempre preferível a realidade do alcançável. Mas sinceramente, nem nos meus mais rebuscados sonhos, alguma vez imaginei estar à porta de alcançar a 100ª maratona. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22.7px;"><span class="s1"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1">A pobreza de corredor que sou vs a arrogância de querer fazer sempre mais, são imensamente inferiores ao resultado megalómano que acabei por construir. E para aqui chegar foi preciso ter a sorte que a muitos vai faltando. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22.7px;"><span class="s1"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1">Vou meter os olhos num medo qualquer, e abraçar a 100ª. <br /><br />99 provas: 34 de 3 dígitos - a maior, 300 km, 23 de “estrada” e as restantes entre os 43 e os 90 km. Tudo junto dá uma bela média de mais de 85 km. <br /><br />8495 km. </span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1"><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1">Ser-se o que se pode é uma felicidade. <br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1"><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="s1"><img alt="" border="0" class="placeholder" height="240" id="e3b09b418d90c" src="https://www.blogger.com/img/transparent.gif" style="background-color: #d8d8d8; background-image: url('https://fonts.gstatic.com/s/i/materialiconsextended/insert_photo/v6/grey600-24dp/1x/baseline_insert_photo_grey600_24dp.png'); background-position: center; background-repeat: no-repeat; opacity: 0.6;" width="320" /></span></div><span class="s1"><br /><br /></span><p></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1"><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 19px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="s1"><br /></span></div><p></p>Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-65835733416724355602020-05-02T17:33:00.001+01:002020-05-02T17:33:53.711+01:00UTMB 2017 - Conquistadores do Inútil <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Conquistadores do Inútil.<br />
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Lionel Terray vivia a montanha intensamente. Desde os 3 anos que escalava por pura diversão. Fugia da escola para as montanhas para desagrado dos pais e tornou-se agricultor em Chamonix quando esta não era ainda a varanda turística que agora se tornou. Aos 21 anos entrou na Escola de alta montanha e daí até à sua morte tornou-se pioneiro em várias conquistas, desde o primeiro a esquiar a face Norte do Monte Branco ou a ser um dos primeiros a subir a um cume acima dos 8.000 metros - o Annapurna em 1950. Morreu aos 45 anos num acidente de escalada numa "parede" fácil do seu "quintal" próximo de casa. Está enterrado no Cemitério de Chamonix - um autêntico "panteão" de homens da montanha e que vale a pena visitar.<br />
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As conquistas de Lionel e de muitos dos que no seu tempo se aventuravam nas montanhas eram de um significado especial para o próprio mas, no momento, eram uma inutilidade para ele e apenas um motivo de regozijo quando contasse aos demais. Não havia fotos ou diretos.<br />
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No Monte Branco por que Lionel se apaixonou e que atrai tantos aventureiros há algumas histórias de conquistas inúteis. Todos os que conquistaram o lugar na partida e que por um motivo ou outro não puderam correr, pelos que partiram com problemas físicos e fizeram menos do que esperavam, mesmo os que correram 3 km e tiveram que parar. 30, 70 ou 120 km no Ultra Trail Monte Branco significam sempre conquistas inúteis. Conquista de pontos, conquista de uma subida, de mais uma descida, de mais uma noite sem dormir ou de mais um km. São as nossas conquistas inúteis. Subimos mais um cume no carrocel que nos desenham e ali, quase sozinhos, interiorizamos mais uma conquista. Inutilmente para os demais, se não chegamos à meta.<br />
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O que todos temos em comum com Lionel é que para chegar às conquistas que o notabilizaram, houve muitas mais que só a ele satisfizeram. Inúteis.<br />
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Parei aos 70 km do UTMB. Os motivos pouco importam. Os 4500 d+ que fiz até ali foram divididos por 4 "cumes" à Lionel - inúteis, mas conquistados. Agora vou receber os que vão chegando a Chamonix com muito mais pequenas grandes conquistas - km a km, metro a metro de superação que mais não lhes dão que uma satisfação e sensação de conquista com pouco significado se ficarem pelo caminho. A chegada à meta é o prémio que só quem lá andou percebe. Por cá todos vivem a montanha e dão aos finalistas a honra das palmas merecidas. Reconhecimento do que conquistaram, inutilmente no momento e cheio de significado no final. A volta dentro de Chamonix é o que torna tão especial tanta conquista.</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-2652220927302109702020-04-17T17:55:00.000+01:002020-04-17T17:55:57.694+01:00O estudo que não é um estudo e que se tornou viral<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
O Estudo que nunca foi um estudo mas que se tornou viral como se alguma vez tivesse sido um estudo, afinal não é um estudo.<br />
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Confusos?<br />
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O ser humano tem queda para comportamentos de... manada, comportamentos estes ampliados pelo medo. Se nos dizem que vem aí o lobo, logo nos enfiamos num qualquer buraco com medo do lobo, especialmente se nos mostrarem pessoas a ser comidas, tanto mais se eram as que não acreditavam que havia um lobo.<br />
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Nos últimos dias, uma simulação feita em computador por uma equipa de engenheiros belgas que nos mostra o efeito spray das exalações, tosses e espirros de pessoas que estão a correr, a caminhar ou a andar de bicicleta tornou-se viral. Talvez tenha visto este gif no Twitter, Facebook, ou NextDoor. Ou, como eu, talvez lhe tenham sido enviadas mensagens escritas por amigos ou familiares preocupados.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZYpPFAFwfHurLUsSQM91IBD_RGXmvji4Bl43b6RHOjNrVbgvnKM5W4zCKD-7Sov1PYNklbMjHaBeQqSe3sxRvw7EPeaI1ZwT0yp7w_T0QzxMsNaTbWrys1slcigUinibqMQM08g/s1600/imagemGoticula.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="786" data-original-width="1400" height="356" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZYpPFAFwfHurLUsSQM91IBD_RGXmvji4Bl43b6RHOjNrVbgvnKM5W4zCKD-7Sov1PYNklbMjHaBeQqSe3sxRvw7EPeaI1ZwT0yp7w_T0QzxMsNaTbWrys1slcigUinibqMQM08g/s640/imagemGoticula.webp" width="640" /></a></div>
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Embora este não fosse o objectivo específico da simulação, está actualmente a ser usada nas redes sociais como prova científica de que as pessoas que estão a correr e a andar de bicicleta estão a pôr outras em risco. Se está a apanhar com "gotículas" ou "perdigotos" em si, a percepção com que fica, é que está em risco de contrair coronavírus.<br />
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"As pessoas devem ler e não ler mal os meus tweets e textos", escreveu Bert Blocken, da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, o principal investigador da simulação, num e-mail para a Motherboard. "Nunca e em parte alguma desencorajei as pessoas de caminhar, correr ou andar de bicicleta". Antes pelo contrário. Talvez as pessoas devessem ler mais, e reagir menos".<br />
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Blocken ainda não publicou um documento revisto por pares sobre a simulação. De facto, ainda nem sequer publicou um estudo não revisto por pares. Em vez disso, falou com um repórter Belga sobre o assunto, que por sua vez escreveu um artigo noticioso, que foi agora agregado e amplamente partilhado por muitas publicações. Tendo em conta o que Blocken concluiu e divulgou, tomado à letra, algumas pessoas estão compreensivelmente a concluir que é impossível correr ou andar de bicicleta em segurança nas cidades - ele recomenda uma distância de 20 metros entre os ciclistas e outras pessoas, algo que é impossível de fazer nas cidades. A questão com a sugestão de Blocken de que "lemos mais e reagimos menos" é que não há quase nada para ler, e não há estudo para criticar.<br />
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A equipa de Blocken deu o extraordinário passo de falar à comunicação social sobre a sua investigação antes de publicar qualquer coisa sobre o assunto. Não há nenhum estudo escrito para ler ou interpretar. Não conhecemos as especificidades sobre como o estudo foi feito ou como a simulação foi feita, porque a equipa de investigação não partilhou essa informação.<br />
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No Twitter, Blocken disse que "atendendo à excepcionalidade desta crise, por ser tão imediata e surpreendente, excepcionalmente, virámos a ordem do avesso": (1) meios de comunicação social, (2) hoje apresentei a proposta de financiamento (3) artigo de revisão pelos pares, mais tarde. O público não pode esperar meses pela revisão pelos pares. Tenho um pequeno texto, vou colocá-lo no Linked In na próxima hora".<br />
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Um dia depois, esse post do LinkedIn ainda não tinha sido publicado. O que a equipa publicou é algo a que chama um "white paper", mas que na verdade é uma versão traduzida para o Google do artigo do jornal belga que não foi escrito por Blocken ou pela sua equipa, mas que o cita. Ansys, a empresa que fez a simulação em parceria com Blocken, também publicou um pequeno mas vago comunicado de imprensa. Entretanto, esta simulação tornou-se viral.<br />
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<div style="height: 0; padding-bottom: 58%; position: relative; width: 100%;">
<iframe allowfullscreen="" class="giphy-embed" frameborder="0" height="100%" src="https://giphy.com/embed/YqbyzB4jQwknmSchGI" style="position: absolute;" width="100%"></iframe></div>
<a href="https://giphy.com/gifs/YqbyzB4jQwknmSchGI">via GIPHY</a><br />
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Um artigo escrito por Jurgen Thoelen, que se descreve como um "empresário, construindo nuvens em todas as formas e feitios e atleta ao longo da vida" foi partilhado milhares de vezes. O artigo tem sido partilhado em grupos de whatsapp, no Facebook e no Twitter, e está a ser usado para fomentar uma batalha entre caminheiros, corredores e ciclistas. Um comentário típico é algo como isto, partilhado numa página do Facebook: "Aos egoístas" da minha cidade: "As pessoas continuam a fazer isto. Corredores e ciclistas com zero de consideração pelos outros 🤬🤬". <br />A simulação que não é um estudo foi assim partilhada com pouco ou nenhum contexto, e os boatos e medos espalharam-se por si mesmos.<br />
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Nada foi apresentado sobre as especificidades ou método deste ensaio, do que ele realmente mostra, quais poderiam ser as suas limitações e como foi feito. O que sugere pode ser exacto e útil, mas não há forma de o comprovar. E no entanto, esta investigação já está a ser utilizada para pedir às pessoas que mudem o seu comportamento e a ser apresentada como prova definitiva de que correr e andar de bicicleta são actos irresponsáveis durante a pandemia.<br />
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Blocken disse num e-mail, que não era essa a sua intenção.<br />
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"A escolha foi feita de comum acordo com todos os investigadores envolvidos e ambas as agências de comunicação universitárias. A crise é mundial e a situação é urgente", escreveu. "Não queríamos manter os resultados em segredo até termos encontrado tempo para escrever a história completa". Se eu tivesse feito o contrário, teríamos sido igualmente criticados. Dado todo o alarido que agora noto, farei mais um esforço e publicarei a história completa no Linked In ainda esta noite".<br />
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"A propósito, isto é aerodinâmica e não virologia. A COVID-19 não vai esperar meses ou até o nosso artigo ser publicado."<br />
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Blocken tem razão: Enfrentamos uma situação urgente, e é importante que a investigação científica rigorosa seja divulgada o mais rapidamente possível. Mas centenas de outros cientistas conseguiram publicar, nas últimas semanas, estudos sobre o coronavírus revistos por pares, numa escala temporal acelerada. Milhares de outros publicaram estudos que não são revistos por pares, mas que são, pelo menos, estudos da forma como costumamos pensar neles: Os métodos utilizados e conclusões são explicados de uma forma rigorosa que deixa espaço para o contraditório. Embora esta seja uma situação extraordinária, por alguma razão existem salvaguardas em algumas publicações científicas, e já vimos durante esta pandemia que processos precipitados levam à publicação de más e imprecisas conclusões (isto não sugere que a investigação de Blocken é má ou imprecisa, não temos forma de o saber ou afirmar, tendo como base o que foi publicado).<br />
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Mesmo que as simulações sejam verdadeiras, devem ser os virologistas e peritos a fazer recomendações de saúde pública, e não "jornalistas" free lancers nos "media", que foi o que aconteceu. Este tipo de investigação é obviamente importante e deve ser feito, mas deve ser divulgado de forma responsável, com as advertências, limitações e incógnitas claramente explicadas e só depois ser utilizada por virologistas e responsáveis de saúde pública para fazer recomendações concretas às pessoas.<br />
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Mostrei a investigação de Blocken a William Hanage, um epidemiologista do Centro para a Dinâmica das Doenças Transmissíveis de Harvard. Diz que é um péssimo sinal o facto de a da investigação de Blocken se ter tornado viral e que a sua sugestão nas conclusões de que esta investigação é um "modesto contributo" para a luta contra o Covid-19 o deixou "particularmente irritado".<br />
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Ainda não há a evidência científica da propagação do coronavírus pelo ar, havendo até a percepção de que o risco global de transmissão parece ser menor ao ar livre. Os glóbulos e as gotículas são provavelmente portadores do vírus, mas isso não significa que alguém que recebe uma gotícula do hálito de alguém vá ser infectado. A transmissão depende de uma série de factores; um deles é a "carga viral", que é a medida de quanto do vírus está presente em cada gotícula.<br />
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"Do lado da epidemiologia - onde as gotículas são muito menos relevantes do que a quantidade de transmissão que ocorre por esta via", disse Hanage. "Os conselhos sobre o afastamento físico consistem realmente em *reduzir* o risco de transmissão, em vez de o eliminar completamente". Refere que estudos como este "não são realmente úteis", pelo menos, não para os epidemiologistas. A quantidade de transmissão a partir desta via, mesmo que seja possível, será infimamente menor que outras". E acrescentou "é preocupante" a rapidez com que o estudo tem sido difundido... especialmente "quando se considera que tive de escrever este e-mail para o comentar em vez de dar os toques finais a um modelo de transmissão em ambiente hospitalar".<br />
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Numa nota de rodapé das conclusões sobre o ensaio, Blocken admite que "actualmente o tema de debates intensos entre cientistas de todo o mundo - é até que ponto os resíduos de micro-gotas com o vírus, após evaporação, ainda comportam um risco de infecção". A continuação da investigação virológica deveria lançar mais luz sobre esta questão". Na semana passada, Ed Yong, do The Atlantic, falou com vários virologistas sobre este assunto, e ainda não há consenso sobre o perigo de se fazer exercício físico ou andar na rua, mas há muita investigação que sugere que os benefícios para a saúde mental do exercício são importantes e bastante relevantes. A questão da carga viral e da transmissão não é abordada nem mencionada no artigo original, nem no jornal belga Blocken. Quando questionei o autor se não o preocupava o facto de o seu trabalho se ter tornado viral, especialmente por se basear em conclusões de não especialistas, ele respondeu: "Estou surpreendido com esta pergunta. O senhor, com a sua experiência, deve saber que apenas se pode controlar a primeira linha de atenção dos meios de comunicação social, mas depois as pessoas escrevem histórias das histórias, e é praticamente impossível controlá-las", escreveu. "Isso teria acontecido igualmente se o artigo completo já tivesse sido publicado. Esta não é a minha primeira grande cobertura mediática, por isso já lá estive, já o fiz. Há imprensa livre".<br />
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Hanage diz que não há problema em fazer exercício no exterior, desde que se "aplique o bom senso". "Penso que há um equilíbrio", disse, "a não ser na situação em que existam taxas realmente elevadas de transmissão comunitária.<br />
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Texto (mal) traduzido <a href="https://www.vice.com/en_us/article/v74az9/the-viral-study-about-runners-spreading-coronavirus-is-not-actually-a-study?fbclid=IwAR2V66JqjQG02i-q3Jis986a86R2sd9ZXMG1jsbh4WBibxgKs4C_vwojjx4" target="_blank">daqui</a>.</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-91310732624349952102019-12-05T19:20:00.001+00:002019-12-05T19:39:52.904+00:00Algarviana Ultra Trail 2019 - O amor à amizade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img src="blob:https://www.blogger.com/63ef7103-f4fc-4754-8fad-c10496954503" /><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Dizer o que nos faz tentar correr 300 km por serras, cerros e barrancos, numa permanente luta contra as adversidades e contra o tempo - que é limitado entre todas as etapas -, é um exercício difícil de concretizar. Já explicar o que nos leva a repetir uma experiência destas, passa de difícil a possível, quando imediatamente depois de a terminarmos, sentimos saudade do conforto que todo aquele staff nos transmite, e descarregamos num choro mais ou menos encapotado toda a emoção que fomos acumulando ao longo de um caminho árduo que nos levou até ali, à tão desejada Ponta de Sagres.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Numa prova de mais de 300 km, o apoio tem uma importância significativa. Tão significativa que depois do sono reposto, e do regresso a casa, todas as palavras ditas e escritas vão diretas a quem nos incentiva, acarinha ou suporta no terreno, sem esperar nada mais que talvez um sorriso em troca, fazendo deste Algarviana Ultra Trail um hino à amizade.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Diz a sabedoria popular que os melhores amigos se fazem nas adversidades - "no hospital, na tropa ou na cadeia"-, isto talvez porque quando estamos mais vulneráveis, nos juntamos a quem conhece e partilha dos nossos receios, males ou fraquezas. Nos trilhos é habitual encontrarmos gente que jamais esqueceremos. É ainda mais habitual vivermos momentos inesquecíveis, com o inevitável colocar de marcos onde as emoções se refletem na superfície da pele e nos fazem arrepiar de cada vez que as invocamos.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Nas 11 bases de vida da ALUT, há gente que nos acolhe nos braços com a ternura de quem protege seres demasiado frágeis, e a bravura de quem admira os afoitos guerreiros que numa marcha gloriosa vão vencendo hordes de inimigos. Somos todos soldados de um exército em batalha contra os elementos de uma serra que não faz reféns, como provam as dezenas de baixas que provoca a cada edição. Feridos, mas não tombados, a principal onda de atletas segue os soldados mais capazes, personificados nos que mais rapidamente cruzam todo o percurso. Pelo caminho, ao contrário das guerras a sério, não se fazem reféns, fazem-se amigos.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Entre tantos guerreiros e permanentes batalhas, há reforços que vão chegando e outros que por lá andam, que nos confortam na partida e chegada de cada uma das 11 encadeadas lutas. Braços de outros recolhem-nos, tomamo-los como nossos, açambarcamos o conforto que nos proporcionam e fazemos deles nossos. Fazemos em cada cara repetida um amigo antigo e em cada cara nova reclamamos a sua dedicada amizade. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Soldados que soçobram às batalhas juntam-se ao exército da nossa - dos que ficam-, salvação. À medida que as horas passam e a Serra do Caldeirão e o seu nascer-do-sol único vão ficando para trás, aumenta um em detrimento do outro. Os resistentes vão desistindo, os desistentes resistindo e os combatentes insistindo. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">A partir da segunda noite, os que de nós gostam ou de nós têm dó, rumam ao Algarve serrano em nosso socorro. Sem poderem batalhar a nosso lado, juntam-se aos exércitos que nos aguardam quartel a quartel, enchendo-nos de brio e orgulho, embebedando-nos com mimo, transformando o conforto em motivação para os podermos ver de novo a todos, conhecidos, amigos antigos e recentes. Assim vamos lutando e vencendo, uns todas as 11 batalhas, outros umas quantas de um lado, as outras do outro, sem nunca despirem a pele de lutadores. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Nas lutas com os trilhos, para além de amigos, somamos inimigos. As bolhas, o frio, o sono, o cansaço, as pedras do caminho, a chuva intensa e fria embrulhada pelo denso nevoeiro da Fóia, a fome ou o enjoo, a sede, os pés e as pernas que latejam a cada passo serpenteado por Monchique rumo à Picota que tarda em chegar. Entre dias e montes curtos e noites e subidas mais ou menos longas, a maior luz é a dos sorrisos que nos esperam, das vozes que imaginamos nas mensagem que lemos ou que ouvimos nas raras alturas em que a rede permite uma chamada, o telefonema a que todos temos direito, mesmo sendo reféns das nossas decisões. Continuamos km a km, base a base até ao glorioso caminho final que nos faz entrar num pequeno paraíso com que sonhamos desde Alcoutim: A Ponta de Sagres e o seu Farol. Ali, entramos com todos os que nos trouxeram caminho fora, amigos chegados, amigos desconhecidos, amigos que jamais esqueceremos. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Num cantinho inesquecível desta minha viagem ficam a Flor, o Rui, a São, o António, o Carlos, o Teodoro, o Conceição, o Germano, o Bruno, a Fátima, a Alexandra, a Liliana, o Gabriel, a Cláudia, o Jorge, o João, o José e tantos outros que correram a meu lado ou tão só me deram um minuto de si, que significou muito mais para mim. A juntar aos amigos humanos, em mais uma edição do ALUT, não podia faltar uma companhia "animal". Na etapa mais desafiante para o cérebro e para o corpo - a 9ª, de Marmelete a Barão de S. João - uma etapa de 36 km que normalmente ocupa grande parte da 3ª noite, juntou-se a mim e ao António, o "Tiro" da Fóia, um cão gigante com ares de pastor, preto, que nos acompanhou até ao abastecimento e que, ali chegado, se deitou ao meu lado a dormir. Tinha corrido mais de 40 km desde casa, onde regressou no dia seguinte, depois de contactado o dono. Amigável e simpático, protegeu-nos das investidas de matilhas de pequenos canídeos agressivos e foi-nos alegrando o caminho. Um amigo improvável, de onde menos esperavamos, numa terra onde são seguramente mais que os humanos. Neste cocktail de "gente" boa, juntaram-se dois fundamentais amigos: O Miguel e o João Paulo, que vieram do Porto segurar-me nos ombros até à meta e levar-me ao "colo" até casa. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">É por isto que voltamos, pela amizade e pela luta. Pela dor e pela glória. Pelo desconhecido que sabemos que vai ser nosso amigo e pelos nossos amigos que sabemos não nos abandonarem nunca. Pelas noites longas e pelo céu polvilhado pela forte luz das estrelas que, aqui e ali, caem em direção ao infinito, pelos nascer e pôr do sol, pelos que nos esperam por ali, horas a fio. Partimos e chegamos todos juntos.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">O ALUT é o lado do Algarve mais genuíno e reconfortante. É um caldeirão onde se misturam a amizade e a resistência, temperados com o recôndito onde não se chega sem alma. Uma sana loucura.</span><br />
<br style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;" />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">É o amor à amizade.</span><br />
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Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-87280479595583886052019-07-18T17:45:00.001+01:002019-07-18T17:45:43.330+01:00Santiago - Finisterra 2019<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Já faço "Caminhos" desde 2013.<br />
<br />Quando saí para o primeiro fomos logo avisados pelo mais experiente "Caminheiro" do grupo de que, depois de fazer um "caminho", não há quem não queira voltar.<br />
Esse primeiro, bem como o segundo, foi o Caminho Central Português, caminho mais utilizado por cá, passa por Rates, Barcelos, Ponte de Lima, Valença, Tuy, Pontevedra, Redondela, até "entroncar com todos os que existem, no seu "fim", Santiago de Compostela. Há um ano fiz o Português da Costa, hoje em crescimento dado que utiliza toda a recente estrutura construída à beira mar entre Matosinhos e a Póvoa de Varzim (e que "esvaziou" o original, por Santiago de Custóias), fazendo deste o mais escolhido por quem nos visita com este propósito e que desfruta assim da agradável temperatura das praias do norte. Confesso que foi um dos que mais gostei de fazer, pela envolvente natural - varia entre as bucólicas zonas de campo pouco distantes do mar e os imensos areais minhotos -, e pela pouca afluência na chamada Costa da Morte - a Costa galega, mais de pedra do que de areia. Os momentos de introspecção são muitos, as distâncias percorridas sozinho são também imensas, o que nos faz sentir sempre mais peregrinos que meros caminhantes. Tudo isto sem nunca nos sentirmos fora do "Caminho", cruzando sempre, aqui e ali, peregrinos solitários ou em pequenos grupos. Não se vêem por aqui grupos numerosos de "peregrinação", como vulgarmente se encontram nos mais utilizados.<br />
<br />
Em Dezembro de 2014 fui pela primeira vez fazer o Caminho de Santiago a Finisterra. Fomos, eu e a Susana - por sua proposta, fazer o que sobra depois da chegada à (demasiado) urbana Santiago e a sua movimentada e ruidosa Catedral. Surpreendidos pela extraordinária monotonia de verde, aqui e ali rasgado por rios e algumas (poucas) casas, desfrutámos de cada hora daqueles três fantásticos dias de Inverno, e do fim ideal, junto ao mar. Podem ler o relato <a href="http://tripasenortadas.blogspot.com/2014/12/" target="_blank">aqui</a>.<br />
<br />
Este ano, num desafio surgido na noite da passada quinta feira, a meio de um churrasco de verão, convenci o Meixedo a fazer o mesmo Caminho. Aliciado pelo facto de não acabar em Santiago, mas sim em Finisterra, e adequado aos 3 dias que tinha disponíveis, aceitou de imediato. No dia seguinte lá fomos, rumo a Compostela. Noite dormida, partimos trilho fora. Não consigo descrever tudo o que por lá fomos vivenciando e experimentando, entre dias de aguaceiros de verão, daqueles de trovoada que deixam no ar o cheiro a terra quente e húmida, outro de sol chato e persistente que nos fez terminar o dia com um mergulho na praia de Muxia, e que precedeu o de clima ideal para quem quer desfrutar sem "derreter" ou tremer de frio um dia de névoa da costa noroeste da península, dos que não dão para ir à praia, mas que também não são de ficar em casa. Não há mais para dizer, seriam incompreensíveis palavras para quem nunca se fez ao "Caminho", e redundâncias para quem já teve o privilégio de os percorrer. Formidável Caminho, manancial de páginas marcadas para a vida.<br />
<br />
De todos os que fazemos há sempre histórias para construir uma "tela" na nossa memória, e há sempre palavras, episódios ou pessoas, que nos fazem recordar aqueles dias, que os retratam na perfeição. Neste, como no primeiro, ficou-me na memória uma frase de um rapaz - francês, a julgar pelo sotaque -, 35, não mais de 40 anos, tez morena, cabelo a roçar o louro por baixo do pó que o cobria (ao cabelo e às roupas - escuras, clareadas pela poeira dos dias). Desvendou-nos com alegria no olhar o significado da frase que ilustra uma pequena "loja" (bar?) na rua principal de Finisterra, quase a chegar à cidade velha. "Sabes porque é que o verdadeiro Caminho começa no fim?" (em inglês), num tom moderadamente elevado para fazer notar a pertinência da pergunta; a resposta veio com a mesma rapidez, mas num tom já mais atenuado por já ter cativado a nossa atenção: "porque tens sempre vontade de regressar, como temos sempre vontade de buscar o sol, na vida e na natureza". Não falou mais. O João retomou a marcha com um "vamos ao km 0 e já voltamos", eu segui-o. Não voltamos porque tivemos de apanhar um autocarro, o último que nos dava ainda uma esperança ténue de chegar ao Porto no mesmo dia, necessidade imposta por obrigações profissionais. Podemos calcorrear km, caminhos múltiplos, trajetos sem fim. Nunca se sabe o que começa ou acaba, mesmo que nos pareça o início, o epílogo ou o princípio do fim. O(s) caminho(s) que fazemos são sempre mais do que aquilo que (nos) parecem. O Caminho, como explicava o eloquente "francês"(?), é uma espiral de ida e volta, é um ciclo sem fim, com aparentes pontos extremos.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj82SZgIPRymQOecJoFXVkLqQcuJvpubpAEyEidK_4iRmAXmERGj8sChpTatSPJ2fWrb4ST_2iBsKhgAGNQy5WjSliIUqjCsKj3FP6gUL9AE-nrvz73wfAN5J0pQI610WSY9b_pvg/s1600/IMG_0790.HEIC" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj82SZgIPRymQOecJoFXVkLqQcuJvpubpAEyEidK_4iRmAXmERGj8sChpTatSPJ2fWrb4ST_2iBsKhgAGNQy5WjSliIUqjCsKj3FP6gUL9AE-nrvz73wfAN5J0pQI610WSY9b_pvg/s640/IMG_0790.HEIC" width="640" /></a></div>
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<br />
Fica mais uma excelente experiência, ficam as memórias, ficam as vivências, ficam os laços que sempre se consolidam nestes dias de mochila às costas em que nos parece que viveríamos melhor com muito menos do que achamos precisar. Nada é o que parece ser, e tudo pode ser aquilo que nos parece.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5OG-bIbBlOOQdmweaAtegwh8MGC2jxNrzHc-_oU6t7fmp6pfv9XvUhnzekpPg4UtQr1Qz8Sr1o7mspQOakS-ySKT7WVia_5fIrG8sbcG4zb5u4fW-PGCb7TYygqTrSs0S10gOfA/s1600/0247E574-E164-418F-A35B-5BED2BC6AE6D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1595" data-original-width="1600" height="636" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5OG-bIbBlOOQdmweaAtegwh8MGC2jxNrzHc-_oU6t7fmp6pfv9XvUhnzekpPg4UtQr1Qz8Sr1o7mspQOakS-ySKT7WVia_5fIrG8sbcG4zb5u4fW-PGCb7TYygqTrSs0S10gOfA/s640/0247E574-E164-418F-A35B-5BED2BC6AE6D.jpg" width="640" /></a></div>
<br /><br />Sigamos (n)o Caminho, vivendo o melhor que pudermos e soubermos.<br />
<br />
<br /></div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-41215619155204557202019-07-04T00:23:00.000+01:002019-07-25T15:48:52.677+01:0011 anos a correr, 10 anos depois, um Balanço <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="ec0nm-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ec0nm-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="ec0nm-0-0" style="font-family: inherit;">Faz este mês 11 anos que deixei de fumar, e 10 anos que consegui correr mais de 7 km.</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="e8jp5-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e8jp5-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="e8jp5-0-0" style="font-family: inherit;">Entretanto, mais de 8 dezenas de maratonas e ultras depois, bem mais de 1/4 acima dos 100 km, somadas a muitos km em "passeios" com amigos, cujo epílogo vai invariavelmente dar ao mesmo lugar - uma mesa -, impõe-se um balanço.</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="4je49-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4je49-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">Aqui vai a minha retrospectiva destes anos de "atleta". </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="fhvdn-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fhvdn-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">Comecei a correr para perder peso. É um excelente motivo, comum a tanta gente e dos mais mencionados em estudos, para além do "para fugir à mulher/marido". Diziam-me que bastava o hábito da corrida e nós íamos ganhando vontade de correr mais e mais e "virávamos" atletas. Ao princípio foi mais ou menos assim. Dos mais de 200 metros diários a correr - sempre depois de longas caminhadas -, até chegar aos 7 km sem parar, foi um pulo. Um ano com treinos curtos de velocidade (corrida) e longos de resistência (caminhadas) levaram-me ao maravilhoso mundo do chamado "endurance", ou em português para desportistas, o meio-fundo e fundo. Fundo seria o buraco onde me enfiaria se tivesse descoberto algum no fim das 2h20 gastas a percorrer a minha primeira meia maratona. Porra, aquilo parece um semáforo verde em hora de ponta, tantas eram as máquinas que saiam prego a fundo, apesar de lhes chamarem corridas de resistência. Isso, ou eu era mesmo muito lento. Vi imediatamente que não era para mim. Fiz sangue nas mamas, assei os tintins, apareceram-me bolhas nos pés e fiquei com um moreno à trolha que nem vos digo. Mas não desisti. Corri sempre que pude durante todo o ano seguinte. Fui até a mais uma meia maratona onde consegui, pasme-se, baixar um minuto ao meu PB - e foi aqui que comecei a entender o léxico que usavam nas transmissões televisivas de atletismo. Ainda nesse ano fiz o meu SB aos 10 km e outro PB na Maratona. Um PB de merda, note-se, já que 4h28 para correr 42 km... Enfim. Aqui também não me safei. Apesar de toda a experiência adquirida entre PB's e SB's, voltei a queimar os ditos, a assar o rabo e a acabar com sangue nos mamilos. Foi também aqui que as minhas unhas passaram a ser negras e com a grossura dos cascos de um camelo, características que não mais foram revertidas, até hoje, 10 anos volvidos. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="e9nmd-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e9nmd-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">Tinha entrado num mundo de tontos. Íamos a maratonas e voltávamos sem conseguir descer escadas. Fomos a Milão, Sevilha, Lisboa, depois ao Gerês e a Caminha. Demos com uma prova numa terra ao pé de Coimbra com nome de Miranda do Corvo, onde uns tontos diziam ter uma "Maratona de Montanha" e saiu-nos uma longa caminhada, tal era o medo de cair se nos soltássemos das pedras onde nos agarrávamos, ou se não nos aguentássemos de pé nas ravinas que nos punham a subir ou descer. Dessa trouxemos garrafões de vinho, salpicões e chouriços. Na véspera andamos por lá a comer chanfana, coisa a que os nutricionistas não achava piada nenhuma. E foi aqui que todos começamos uma nova carreira neste maravilhoso e enganador mundo dos "atletas": O Maraturismo. Tanto foi o turismo, que até fomos ao Entroncamento! Correr uma outra maratona de monte. Aí voltei às bolhas e comecei o dilema das sapatilhas. Parecíamos todos uns entendidos, que afinal "as Trabuco XIV já não eram tão boas como as XIII", como se andássemos há séculos naquela vida de caminhar pelos montes que já ninguém cruzava. Éramos tão entendidos na poda que até tínhamos no grupo um tipo que tinha um blogue com nutricionista e tudo. Nessa, saímos do Entroncamento e fomos ao João dos Leitões, beber espumante e comer umas sandes. É que depois do garrafão e do paio que nos deram nos Abutres, a malta habituou-se à carne de porco para recuperar do esforço (dizem que é muito enzimática) e não queríamos mudar de recuperador (recovery, em linguagem de atleta). Não mais deixamos de ir comer depois das provas. Mas as provas eram cada vez mais longe, que os montes também o são, e então começamos a programar as refeições antes das ditas. De cabrito a chanfana, de verde tinto a "papa figos" acompanhado de tábuas de queijos e presunto foi um arraial de experiência. Um dos nossos chegou às 100 maratonas nesse ano. Nós chegávamos então às 10, ou 20. Tipos experimentados. Começamos então a aumentar a nossa larga experiência em... Comida.</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="bikml-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bikml-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">O Vítor, do blogue, veio com uma ideia tonta de irmos a Santiago. Não a pé, que isso não desgasta para comer, íamos a correr. E fomos, 5 "atletas" e uma santa no apoio - que é como quem diz, na preparação da comida. Comemos como verdadeiros atletas desta coisa que agora se chama "ultra". Sandes de tudo, especialidades variadas e mais alguma coisa, marchava tudo (menos farinha de pau... em sandes). Aqui começamos uma nova capacidade, digna dos experientes: Comer e correr ao mesmo tempo, seguido de paragens para beber umas cervejas. Saímos daquela semana tão experientes, que decidimos fazê-lo com quem quisesse aprender. Daí até juntarmos dois cozinheiros e duas dezenas de comensais numa casa no Gerês foi um saltinho. Entre os dois treinos diários, marchavam 4 refeições bem regadas a tinto. Como este "Campus" foi no Inverno levamos um presunto "pata negra" para acompanhar o vinho e as tertúlias à lareira. Hoje chamam a estes encontros "Trail Camps", nós em 2013 chamavamos-lhes "tertúlias gastronómicas com treinos a acompanhar" - Treinos e Tertúlias nos Trilhos. Os treinos foram engraçados, os trilhos eram giros, mas duravam 5 horas por dia. Das 11 que sobravam depois de dormirmos 8, eram para treinar a capacidade de enfardar. Ninguém fez bolhas nos pés, nem assou o rabo. Descobrimos então que éramos tão bons a comer e beber, que não deixaríamos nunca de ser ultra maratonistas, vulgos enfardadores desportivos. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="a6ed0-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a6ed0-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">Nesse ano saltei para mais longas distâncias, que eu não queria por nada voltar à minha forma rechonchuda. Continuei a assar o rabo, mas aqui já passei a usar uns excelentes adesivos nos mamilos, que evito esquecer. Sabem, é que tudo o que assa, arde que se farta no banho. Os pés passaram então à fase de fazerem parte de um balão cheio de água. A bolha ocupa toda a base, furamos aquilo por todos os lados, mas ela aparece sempre insistentemente, como uma visita indesejada de Domingo à tarde quando estamos descansados na sesta. Começam as agulhas e as linhas nos pés. Reparem que, começando uma carreira desportiva uns anos antes, já somos comensais e costureiros. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="as8ui-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="as8ui-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">Ora para longas distâncias tínhamos de fazer treinos mais longos e em montanha. Começamos os passeios domingueiros, com passagem por tascos emblemáticos, ou a terminar em algum repasto farto. Até "treinos" longos com almoço de cabrito e bacalhau assado a meio fizemos, em treinos mais técnicos e específicos para longas distâncias. No advento do que outros vieram a chamar treinos bravos, fizemos treinos na Serra de Valongo, com "Tripas à moda do Porto" e maduro tinto no final, acompanhados ao acordeão. Acabávamos os treinos sempre felizes (ou alegres) e a cantar. No Porto tínhamos um treino semanal de rampas a que chamávamos de "treino das iscas", porque acabavam irremediavelmente na "Cremilde" - um icónico tasco ao fundo das escadas do Barredo, na Ribeira -, de onde saíamos já aos s"s (para aquecer). Éramos uns atletas de endurance. Admirável mundo das ultras. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="633ee-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="633ee-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">Fomos somando experiências, umas atrás das outras. Eu deixei de assar o rabo e de ligar às bolhas. Passei a usar uma pomada que um amigo me aconselhou - "de bum bum de néném" -. e as bolhas aparecem em cima de outras, enquanto as unhas parecem camadas de cartolina, também sobrepostas. Vão saindo e caindo, sem nunca terem voltado à cor do início de carreira. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="88cs4-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="88cs4-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">Continuamos todos a correr. Entretanto, uns casaram, outros descasaram, outros lesionaram-se, outros têm agora programas de TV. Tudo resultado das provas, que o endurance não transforma apenas as unhas dos pés. Entre casamentos, meniscos partidos e condropatias mais ou menos crónicas, juntamo-nos sempre mais para comer e beber do que para treinar. Os filhos destes ultras estão a caminho da faculdade ou mesmo já licenciados; os meus tempos de provas não melhoram grande coisa, mas não perdemos esperança em melhorar o nosso longo curriculo de roteiros gastronómico-desportivos. Já sabemos de cor os caminhos (e restaurantes) de provas por todo o país. Somos agora uma espécie de "Clube dos Atletas Mortos" e dos "Unidos ao garfo", sem esquecer a hidratação, que como sabemos é fundamental para um bom desempenho desportivo, pelo que também nos unimos ao copo. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="djdd2-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="djdd2-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">E pronto. Estamos velhos, não somos os prometidos atletas, mas somos saudáveis. Felizmente somos todos perfeitinhos. E os miúdos também, obrigado. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="dvutr-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dvutr-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">Numa última tentativa, lá convenci alguns a fazerem provas mais longas. Como não percebemos de mais nada para além de comida e bebida, enfiámos um Viagra a um e mandámos o tipo para uma prova de mais de 100 km. E não é que resultou? O rapaz acabou sem violar ninguém. A preocupação maior é que não bebe tanto como devia, ainda desidrata. Pior, como com a idade está a ficar sem equilíbrio, temos medo que volte a cair. Já aconteceu duas vezes, temos que o manter "de pé", firme e hirto - daí o Viagra. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="5a5ic-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5a5ic-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span style="font-family: inherit;">Resumindo: Comecei a correr para perder peso, passei ao Endurance para virar atleta e acabei num grupo de homens maduros que se transformam recorrentemente num grupo de adolescentes divertidos em busca de experiências inesquecíveis e marcantes. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="aa63o-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="aa63o-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="aa63o-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="d477r" data-offset-key="9ptk5-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, system-ui, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9ptk5-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="9ptk5-0-0" style="font-family: inherit;">Isn't that awesome?</span></div>
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Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-37382018802030595322019-05-31T12:17:00.002+01:002020-05-13T13:55:37.173+01:00Azores Trail 2019 - Grande Rota dos Baleeiros<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Who Knows? But you never know unless you try. <br />
Há histórias incríveis no imenso mundo da corrida. <br />
Cada vez me convenço mais da máxima: Correr o que me apetece, a ritmos baixos, desfrutando do prazer que me proporciona. Philip Maffetone defende mesmo que é a melhor forma de ganhar velocidade, mas isso são contas de um rosário que não quero desfiar. <br />
No passado fim de semana, durante a habitual conferência de apresentação do Azores Trail Run, o João Carvalho Joca apresentou, entre muitos outros, um inspirador Senhor, que do alto dos seus 71 anos contava o segredo que afinal eu já adoptara. <br />
Às perguntas de como conseguir consecutivas maratonas abaixo das 3 horas, com provas de 50 km ou mais entre elas, tudo isto tendo começado a competir aos 58, respondia sorridente:<br />
- I... Just run!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkB1vynM_pTVIW7I5asLwOl9eSr1iCKUJzIJKdg3eA_pyZNzajrXnUiQVej7K1__FDUTTqpKVk0mXdxBTsyCVQDjDX8IbaDVcy5nKsD3pIdIjNCK4-emaNdatSO_ambRrH4wCJOg/s1600/nhjWH3CfRh%252BsqCkRK%252BmA3w.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1203" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkB1vynM_pTVIW7I5asLwOl9eSr1iCKUJzIJKdg3eA_pyZNzajrXnUiQVej7K1__FDUTTqpKVk0mXdxBTsyCVQDjDX8IbaDVcy5nKsD3pIdIjNCK4-emaNdatSO_ambRrH4wCJOg/s640/nhjWH3CfRh%252BsqCkRK%252BmA3w.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
118 Maratonas/Ultras, completadas ao fim de 25 horas, nos 118 Km da Whalers' Great Route Ultra-Trail®, no Faial, no passado fim de semana. Carreira que começou na Maratona de Nova Iorque, com um "modesto" tempo de 3h43.<br />
Em Dezembro último, na Maratona de Jacksonville, fez o melhor tempo de sempre no seu escalão, com uns incríveis 2h54'23". E, pasme-se, não foi a sua primeira abaixo das 3h. <br />
A sua maior façanha, diz, foi concluir em 3 meses consecutivos, 3 provas de mais de 200 milhas. <br />
<div class="gmail-">
Gene Dykes, franzino - 63 kg em 178 cm de homem - ligeiramente curvado no sorriso com que parece anunciar a sua presença, é inspirador. <br />
Começou a correr na Faculdade. Tentou o sucesso no atletismo, mas rapidamente percebeu que não tinha técnica ou rapidez, tendo dedicado a sua "carreira" de desportista ao Golfe e Bowling. A corrida foi fazendo parte da sua vida apenas na tentativa de se manter em forma, fazendo jogging com intermitente regularidade. <br />
Em 2006 inscreveu-se na Maratona de Nova Iorque, e durante 7 anos foi correndo maratonas, melhorando o seu tempo desde os 3h43 da estreia até 3h16. Numa tentativa de baixar este já interessante tempo, foi a Toronto e, desilusão, fez 3h29. Decide então contratar um treinador e desde então tem melhorado ano após ano, até ao recorde de Dezembro último - recorde que não será oficial, já que a organização não pagou o licenciamento da prova à Federação, o que o inviabiliza. Nada que incomode Gene. Parece até que tem quase a certeza de o vir a bater. <br />
O trail chegou pelas corridas de aventura, e tal como todos nós, foi tentando diferentes distâncias, até que concluiu 3 provas consecutivas de 200 milhas em 3 meses, também um feito nunca alcançado por nenhum outro atleta da sua idade. Este ano começou com provas de 50, 100 e 200 milhas em Janeiro e Fevereiro, com "descansos" máximos de uma semana, como forma de preparação para a Maratona de Boston que concluiu em 2h58'50, melhor tempo de sempre no escalão 70-74. Seguiu-se uma outra maratona na semana seguinte em 3h18. Tudo isto serviu, claro, como preparação para um evento de 24h para ir em busca de novos máximos. No dia 11 de Maio correu 179,92km, batendo o recorde americano das 24h para maiores de 70 e o recorde das 100 milhas no mesmo escalão por quase uma hora de diferença (21h06 vs 21h54). Conheçam-no na primeira pessoa, no vídeo abaixo. <br />
<div class="gmail-_1mf gmail-_1mj" style="background-color: white;">
<span style="color: #1d2129; font-family: , , , , sans-serif;"><span style="white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div>
<div class="gmail-_1mf gmail-_1mj" style="background-color: white;">
<span style="color: #1d2129; font-family: , , , , sans-serif;"><span style="white-space: pre-wrap;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/XjDsILv40XM" width="560"></iframe></span></span>
</div>
<div class="gmail-_1mf gmail-_1mj" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: inherit; white-space: pre-wrap;">
<span style="color: #1d2129;"><br /></span></div>
Há um ano conheci, também no Faial, na Grande Rota dos Baleeiros, uma inspiradora professora americana, atleta National Geographic pela inspiração que é para milhares de pessoas, <a href="https://themirnavator.com/">Mirna Valerio</a>, que este ano regressou aos Açores com um grupo de uma quinzena de mulheres que acreditam no seu lema "se eu consigo correr, todos conseguem". A Mirna é uma grande mulher, que tem feito um caminho de perda de peso, correndo, sem estar obcecada com o seu corpo ou peso. É um processo natural, que a levou já a concluir 10 ultra maratonas e 9 maratonas de estrada, e que mostra que a corrida não tem obstáculos. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiYblVK_lXHYSYvhU2w65QNjkNorudP0SGls29n772o6MSPr6x84PPIQOs_7Oa1Gsyv43sHy58ScPqSewnPG-rhlhV-xiyD3U_wPfNc13t7E8xwiwVFQRmvK3KBNM3fKABjPu4_g/s1600/dh%252BbLoMLRWCN5iWYXLycLg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1203" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiYblVK_lXHYSYvhU2w65QNjkNorudP0SGls29n772o6MSPr6x84PPIQOs_7Oa1Gsyv43sHy58ScPqSewnPG-rhlhV-xiyD3U_wPfNc13t7E8xwiwVFQRmvK3KBNM3fKABjPu4_g/s640/dh%252BbLoMLRWCN5iWYXLycLg.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
A distância rainha do evento foi ganha pelo Leonardo Diogo, madeirense de 51 anos, de quem tenho o prazer de ser amigo, e com quem tenho tido o prazer de partilhar excelentes momentos, antes e depois das corridas, que durante... Foi seguramente outro recorde. Não deve ter havido vencedor noutra prova do Ultra Trail World Tour, outro M50. Excecional!<br />
São estes exemplos que, mais do que nos apresentarem atletas de topo internacional - que também gostam, apresentam-se e voltam às provas do Azores Trail Run - fazem deste um evento diferente num universo diferente, de homens e mulheres que nos fazem acreditar que em cada atleta com que nos cruzamos nos trilhos, está um caminho de vida inspirador. <br />
Obrigado Mário Leal. Obrigado ao Azores Trail Run, imbuído por todos os habitantes que nos fazem sentir em casa, vestindo a camisola de voluntário ou aplaudindo o pelotão que brota, entre o pôr do sol e o crepúsculo, lá do fundo do Porto do Salão na saída de prova mais bonita que conheço. Uma prova que nos engole em simpatia, uma prova onde nos levam ao colo de abastecimento em abastecimento e onde é impossível não voltar. Impossível. Os olhos reluzentes da Marla e do Marco que deixaram o bebé António com os avós, a simpatia dos que vieram de Portalegre para não largar a linha de meta até chegarem os últimos - eu e o Meixedo. A felicidade de uma médica que já há muitos anos adoptou o Faial como regaço e que não prescinde das suas férias para estar neste evento. Os fisioterapeutas que não se cansam. Os escuteiros que ganham 80% do que ganha o chefe, que por sua vez ganha 80% do que ganham os organizadores - sim, que os sorrisos, os "obrigados" e os abraços não são só para quem dirige. Centenas de voluntários, uns mais oficiais, outros menos como o Orlando e a querida Leonor, sempre de máquina em punho prontos a registar momentos eternos. O Joca que veio de Chamonix abraçar os amigos e os desconhecidos. A Renata, que vai que não vai, a Paula que é uma máquina à frente da frente de comida. O Paulo, o Carlos Pedro, o Olindo e a Carla, o Dário que foi mas não sem antes marcar uns largos km de percurso, o Alexandre que liderou os homens das espetadas e acabou o fim de semana a oferecer a casa para férias e a fazer mais uns amigos. O Lúcio que despe o fato e aplaude, a Lina que leva toda a prole do Mário e organizam-se em mais uma equipa empenhada, que a pequena (grande!) Francisca remata sempre com o sorriso que herdou dos pais.<br />
Esta prova foi longa. Hão-de faltar referências a muitos voluntários, algumas injustamente, como os funcionários do parque - liderados pelo João Melo - que vão mantendo os trilhos que nos levam de vulcão em vulcão, sempre por mais uma maravilha a descobrir. E depois há um voluntário que viajou do Porto e fez a sua 50ª maratona nestes 118 km da Grande Rota dos Baleeiros - João Meixedo, meu amigo de há alguns anos, e que me acompanha desde a minha primeira maratona. Dormiu pouco, montou e limpou tendas no dia da prova, dormiu pouco na véspera, e mesmo assim acreditou no que eu lhe fui dizendo, concluindo comigo mais uma grande aventura, que podemos somar às muitas que já fizemos. Também ele não achava possível acabar esta "empreitada" nas condições em que a fez, mas sem tentar, nunca saberia. Nada melhor que fazer com um amigo uma prova que é um desfile de amizade.<br />
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Entrega e amizade, são as palavras que melhor definem esta organização. É impossível ir ao Azores Trail Run e sair dali indiferente ao espírito de entrega e partilha.<br />
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Obrigado e até 2020!<br />
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Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-24699466641264898932018-05-04T10:42:00.000+01:002020-06-04T10:44:06.500+01:00A “Vitamina i” - iboprufeno<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb57d0QB9fq4YQuauKK9jYImC5LLry6nteM6NXAy8NLKC9AbkNizSTSC9Xnizra0_E6hPnrQGx8SQm0Je7TXAamlDL3yYkth3Hmdp8B84hE363NWmL7zEvSmzC56WhsKVQB5A3Ww/s1600/2A695A8C-9ED5-45EF-82A4-E328C6728CEB.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="412" data-original-width="620" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb57d0QB9fq4YQuauKK9jYImC5LLry6nteM6NXAy8NLKC9AbkNizSTSC9Xnizra0_E6hPnrQGx8SQm0Je7TXAamlDL3yYkth3Hmdp8B84hE363NWmL7zEvSmzC56WhsKVQB5A3Ww/s320/2A695A8C-9ED5-45EF-82A4-E328C6728CEB.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
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A "Vitamina i" - iboprufeno. Voltaren, Brufen ou outras marcas comerciais que todos já conhecem ou ouviram falar, preocupam muito mais do que a falta de preparação de alguns para as provas em que se inscrevem. Cada um sabe de si. Se está bem ou mal preparado logo vê no dia da prova. Já fui muito bem preparado para Ultras que não terminei. Os DNF são sobrevalorizados, ainda mais nas redes sociais, levando os atletas, principalmente nós, amadores, a cometer erros graves inconscientemente.<br />
<br />
Mais do que a preparação física ou mental, preocupam-me os que fazem provas à custa da chamada vitamina "i". Fazer um MIUT "à custa" de uma dezena de ibuprofenos vai-vos fazer muito pior à saúde do que o fazer sem treino adequado.<br />
<br />
"Tomar analgésicos enquanto corre distâncias longas duplica seu risco de lesão renal aguda, de acordo com nova pesquisa. Corredores não são estranhos à dor, mas também podemos ficar muito confortáveis medicando-se com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para aliviar parte dessa dor. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford descobriram que os corredores de resistência que tomam o analgésico ibuprofeno enquanto correm dobram o risco de lesão renal aguda.<br />
<br />
O estudo<br />
<br />
Publicado em 5 de julho no Emergency Medical Journal, pesquisadores de Stanford explicaram que 75 por cento dos ultramaratonistas usam ibuprofeno enquanto treinam e competem sem perceber o stresse que a prática causa aos rins. O líder do estudo, Grant Lipman, MD, um professor associado de medicina de emergência em Stanford e diretor da Stanford Wilderness Medicine, tendo atuado como diretor médico em inúmeras ultramaratonas em todo o mundo explica:<br />
<br />
"Correr essas provas tende a doer. Eu vi em primeira mão como é comum para os corredores tomar ibuprofeno antes, durante e depois dessas corridas para aliviar a dor e reduzir o inchaço das articulações.", disse Lipman, que atuou como diretor médico nos eventos de Ultramaratona RacingThePlanet, que se realizam em várias partes do mundo, incluindo China, Antártida e Chile.<br />
<br />
Os resultados<br />
<br />
O estudo duplo cego - (NT: um método de ensaio clínico realizado em seres humanos onde nem o examinado (objeto de estudo) nem o examinador sabem o que está a ser utilizado como variável em um dado momento, comumente usado para validação de práticas experimentais quantitativas em ciência) - pedia que 89 corredores tomassem ibuprofeno (real ou placebo) durante um segmento de 80 km de uma ultramaratona de 250 km. Dos 89 participantes, 39 tiveram lesão renal aguda após a primeira secção de 80km da corrida, tendo tomado uma pastilha de ibuprofeno de 400 mg a cada quatro horas. Houve uma taxa 18 por cento maior de lesão renal entre aqueles que tomaram a droga em comparação com aqueles que não tomaram. "Basicamente, para cada cinco corredores que tomaram ibuprofeno, houve um caso adicional de lesão renal aguda", afirmou Lipman, acrescentando que o ibuprofeno fez "uma diferença impressionante" para o aumento destas lesões.<br />
<br />
O risco para corredores<br />
<br />
Os corredores que tomam ibuprofeno antes, durante ou após um longo período correm risco aumentado de lesão renal porque o ibuprofeno diminui o fluxo sanguíneo. Os corredores de resistência estão muitas vezes desidratados durante a corrida, especialmente depois de algumas horas numa ultramaratona, que é quando o uso de AINEs tende a começar. "Estudos mostram que, para a maioria das pessoas, essa lesão renal aguda geralmente é resolvida dentro de um dia ou dois após a corrida. No entanto, corredores acabaram hospitalizados por insuficiência renal", disse Lipman no estudo. Neste ponto, o estudo menciona um triatleta do Boulder Colorado Ironman, de 40 anos, que morreu por insuficiência renal três dias depois de terminar a corrida. Um corredor de resistência que costumava usar o ibuprofeno para regular sua própria dor. Lipman ficou surpreendido com a extensão do impacto negativo da droga.<br />
<br />
A solução<br />
<br />
Se és um atleta de ultramaratonas ou de resistência de qualquer tipo, considera tomar acetaminofeno (como Tylenol) em vez de ibuprofeno para alívio da dor e adiciona um banho de gelo como uma boa medida. O próprio Lipman adicionou essas duas recomendações à sua rotina de recuperação - embora ele ainda aconselhe a moderação no uso do paracetamol."<br />
<br />
Esqueçam os anti-inflamatórios. Esqueçam. Há casos de hemodiálise depois do abuso destes medicamentos para concluir provas longas.<br />
<br />
As lesões nos rins são permanentes. Um DNF resolve-se com treino e numa outra oportunidade. Os vossos rins não dão segundas oportunidades. O vosso ego recupera melhor.<br />
<br />
P.S. - De uma partilha no FB, um comentário de um médico:<br />
"A tríade para a insuficiência renal aguda:<br />
- desidratação<br />
- rabdomiólise ( destruição muscular com libertação d mediadores inflamatórios)<br />
- iatrogenia ( algo externo e em especial Anti- inflamatórios, cargas elevadas de proteínas, mas não só,...)</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-43906963914369547442017-06-27T03:10:00.000+01:002019-06-27T03:11:48.052+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A curiosidade de quem lê estes relatos é a de retirar algo que os faça dar o passo seguinte, de se inscreverem numa destas (aparentes) loucuras. São poucos os que leem relatos de ultra maratonas para sentirem as dores de quem os escreve. Recordo-me da minha primeira participação na Freita, na prova de 17 km, em 2011. Recordo-me de ver chegar os participantes da distância rainha – os até há 3 anos 70 km, e que são agora 100 – e de pensar por onde raio teriam andado para chegarem sem fala ao final.<br />
<br />
Foi assim que cheguei ao Portal do Inferno, algumas horas depois da partida às 7h00 – sem fala! E são poucas as palavras que vou dispensar a este relato. Fartei-me de pensar na analogia a fazer, depois da “Branca de Neve e os 7 anões” de 2013, mas não há analogia possível com o que vivi na Freita e com o que vivo de cada vez que lá vou, seja em treino ou em passeio. Há uns tempos torci um pé no PR7, a baixa velocidade. A Freita é como um ninho de cobras, onde somos mordidos e envenenados sem antídoto possível. Fica-nos o veneno no sangue a contaminar-nos a razoabilidade e o bom senso. Certo dia quando pedi a um médico um atestado de robustez física para apresentar na partida de uma prova de 100 milhas, disse-me que só me voltaria a passar outro quando lhe apresentasse um atestado de sanidade mental. E é isto que todos os que por ali andámos somos – uns seres saudáveis mas completamente loucos por aventura, pelo mergulhar nas entranhas de uma serra que tem tudo o que nos maravilha e nos faz sentir acelerar o sangue nas veias. Subir o trilho do "Morto que matou o vivo" até à Pena e olhar para o imenso verde que transpomos para ali chegar é como tomar um potente ansiolítico. Ou anti-inflamatório, porque depois de ali chegar, apesar de tantos quilómetros que palmilhámos, já nada dói. À Pena, ou no alto de Drave – uma subida de 3 km que nos suga o que restava de energia. A serotonina, a dopamina e as outras substâncias que o cérebro vai libertando a cada passo, fazem-nos o favor de nos acalmar a dor que o “Traçador” (Traça a dor) José Moutinho nos proporciona a cada km.<br />
<br />
A UTSF não é uma corrida de 100 km. É uma luta intensa contra os nossos medos, contra o limite do aceitável, contra o desgaste físico e mental. Lembrei-me várias vezes de quando jogava Monopólio em miúdo, e naqueles dias de azar, me fartava de sair o “Diretamente para a prisão sem passar pela casa de partida”. Lembram-se? No Monopólio recebíamos dinheiro cada vez que passávamos pela partida para podermos “comprar” as ruas e estações mais caras. Era um jogo de sorte que nos fazia eventualmente virtuais milionários. Não passar na “casa de partida” era um rombo na “Conta”. A UTSF é um manancial de “idas à prisão sem passagens pela partida”, e no entanto sabe tão bem. Provavelmente faz-me mesmo falta uma avaliação psiquiátrica…<br />
<br />
Uma certeza trouxe da Freita: Voltarei sempre, para esta prova, para treinos, para desfrutar, porque ninguém resiste à Freita. Apesar de todos os treinos, e depois destas 6 participações, por muito que vá à Freita, há sempre algo novo, uma dor traçada por ele, uma nova subida ainda mais íngreme, uma descida de cortar a respiração, uma transposição de rios com pequenas praias fluviais que julgamos só existirem no paraíso… Enfim, uma qualquer maravilha que recordamos no dia seguinte sem nos lembrarmos onde nos doía o corpo àquela hora, já com mais de 50 km. E por isso voltamos. Para sentirmos toda aquela mistura de dor e prazer de superação, culminada com fantásticos mergulhos em infindáveis cursos de água límpida e cristalina. Sempre mais e mais água antes de mais uma subida às profundezas do inferno.<br />
<br />
E do inferno, ou voltamos ou nos deixamos ficar, como foi o meu caso, outra vez. Mas sem qualquer ressentimento ou arrependimento. Se há coisa que me dá prazer é andar km a insultar o doido do Moutinho e dar-lhe um abraço no final. Ele anda meses a preparar 10 excelentes traçados de 10 km, para nos proporcionar o inferno, para nos mostrar que não somos nada contra a mãe natureza. A nossa e a da Freita. Conheço-a muito bem. Tenho a certeza que ele ainda me há-de pôr a correr onde eu nunca imaginei que fosse possível.<br />
<br />
Tudo tão belo.<br />
<br />
Obrigado Jose Moutinho e restante equipa, tão bem co-liderada pela Flor Madureira. A UTSF é um mergulho no mundo da aventura onde nada é o que parece, onde tudo é mais belo e mais duro. É a prova onde passamos por onde ninguém passa. É a prova que inclui passagem por aldeias abandonadas a menos de 1 km de outras, só porque para lá chegar é quase preciso ser-se atleta. É uma luta contra o cansaço onde cada km é uma bênção da natureza. Abençoada Serra. Voltarei cada vez mais vezes, e voltarei seguramente ao UTSF.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgMpWDIHk652PwL0lzG0uLyaMVF4PZE7GSPzZeFcurwneOzCzJ9wYfR_etGqltAIckXhdwzaqyd6wIOT8LTIRXhLDWF087iHlxPwLWC2qlRHxay5rF-IFRPqR8f3WuFehu1f67Tg/s1600/3DCF739F-6805-4A01-8373-3A02DCD662F3.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgMpWDIHk652PwL0lzG0uLyaMVF4PZE7GSPzZeFcurwneOzCzJ9wYfR_etGqltAIckXhdwzaqyd6wIOT8LTIRXhLDWF087iHlxPwLWC2qlRHxay5rF-IFRPqR8f3WuFehu1f67Tg/s320/3DCF739F-6805-4A01-8373-3A02DCD662F3.jpeg" width="320" /></a></div>
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P. S. - Foto da Escola de Montanha. Passo mais tempo nos rios que nos trilhos.<br />
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P. S. 2 - Texto deste ano adaptado daqui http://tripasenortadas.blogspot.pt/2014/06/ultra-trail-serra-da-freita-2014.html<br />
É que mudou a prova, mas a serra é exactamente a mesma, e as sensações também pouco mudam.<br />
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P.S. 3 - Este texto é pessoal. Ide-vos catar.</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-40001718837209340982017-05-19T12:36:00.000+01:002017-05-19T12:36:04.899+01:00Fazer das tripas coração!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="gmail_default" style="background-color: white; color: #0b5394; font-family: tahoma, sans-serif; font-size: small;">
A arte popular de transformar o que aparentemente se dispensa é equivalente ao toque de midas, que transformava em ouro tudo o que tocava. A diferença entre as duas está na atualidade da primeira em quase tudo o que se faz voluntariamente. A arte de transformar em forças todas as fraquezas e contrariedades que nos metem à frente do nariz, é uma arte portuguesa que dá frutos. Do Salvador que, aparentemente diminuído pela débil saúde e por ser dos poucos a não cantar em inglês, aos inúmeros vencedores por esse mundo fora que transcendem a dimensão de onde são oriundos, há um sem número de exemplos de gente que transborda energia, resistência, alegria e tenacidade face às adversidades, capacidades em que nós lusitanos somos pródigos. </div>
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<br /></div>
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Portugal estará representado em Itália no campeonato do mundo de trail running, no próximo dia 10 de Junho, dia de Portugal. Não podia haver maior simbolismo para as 7 mulheres e os 6 homens que defenderão o 6º e 5º lugares conquistados coletivamente em Outubro último na prova disputada no Gerês. O trail, disciplina do atletismo que mais tem crescido nos últimos anos, é um dos maiores motores de desenvolvimento turístico dos países com conhecidas estâncias de desportos de inverno de toda a Europa. Andorra, Alpes - franceses, suíços e italianos, Espanha - Picos da Europa, Serra Nevada e Serra de Madrid, Itália, Croácia, Alemanha e muitos outros, apostam no trail para atrair turistas na época baixa deles - o Verão. </div>
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Portugal tem já apostas seguras que visam atrair os que não conseguem correr por ser demasiado frio nos países de origem. A Madeira é o melhor exemplo de aposta neste segmento turístico que tanto movimento lhes tem trazido, e os Açores trilham já o mesmo caminho, internacionalizando provas, cuidando os percursos e fazendo a respetiva divulgação no exterior. </div>
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<br /></div>
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A Seleção que nos representará é constituída na sua maioria por homens e mulheres que trabalham, têm família e usam o pouco tempo que lhes resta para treinar arduamente. Muitos deles, a maioria, estão entre os melhores da Europa e ombreiam com quem tem apoios para poder dedicar-se quase em exclusivo ao treino e preparação de provas. Apesar de alguns terem alcançado, por mérito das classificações no último Campeonato do Mundo, o Alto rendimento, não têm licença para representarem o País. Militares, professores ou médicos, têm de abdicar dos seus vencimentos ou gastar dias de férias, férias que dependem de autorizações superiores e que, no caso dos professores - por a competição ser coincidente com época de exames está-lhes vedado. Não basta a escassez de meios de uma seleção que é suportada quase em exclusivo pelos meios da Associação de Trail Running de Portugal - Associação que regula e organiza a modalidade, sócia da Federação Portuguesa de Atletismo, ainda lutam os seus atletas contra a fraca cultura desportiva que ainda é característica do nosso País, apesar de já termos todos em todas as modalidades, provado que sabemos ser tão tenazes e abnegados como os melhores. É que meios nem todos têm, mas a vontade depende de cada um e é uma característica que nos está cravada na identidade. A imagem da chegada da nossa primeira atleta no último Mundial - a Sara Brito, carregando a bandeira, rastejando com o olhar fixo na meta, é a prova que nem o cansaço nos derrota, nem a falta de apoios nos atrasa. É para estes que lutam com garra que temos de olhar e proporcionar forma de melhor se prepararem. Meios, à boa maneira portuguesa, desenrascamos. Só precisamos que nos olhem com mais atenção e deixem os nossos atletas lutar por Portugal. Faremos do impossível realidade.<br /><br />É que transformar tripas em coração não é para qualquer um!</div>
<div class="gmail_default" style="background-color: white; color: #0b5394; font-family: tahoma, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-15wCLiefnkQ/WR7YdBD-CNI/AAAAAAAAJ58/BFYLSFqy54YEgoTIn4yQZ3pR8p6dKkGTACLcB/s1600/PauloJorgeMagalhaes_globalimagem.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://2.bp.blogspot.com/-15wCLiefnkQ/WR7YdBD-CNI/AAAAAAAAJ58/BFYLSFqy54YEgoTIn4yQZ3pR8p6dKkGTACLcB/s640/PauloJorgeMagalhaes_globalimagem.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto Paulo Jorge Magalhães - Global Imagem</td></tr>
</tbody></table>
<div class="gmail_default" style="background-color: white; color: #0b5394; font-family: tahoma, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-30619697352592638312017-05-02T12:10:00.002+01:002017-05-02T12:10:10.709+01:00O fim de semana de Trail em números<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-1umn7LVJXWU/WQhoH8EJUiI/AAAAAAAAJ2c/1lfCgNGrvU4dKK3LIW1suhkgTk3_4ijwACLcB/s1600/soManyTrails.1.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://4.bp.blogspot.com/-1umn7LVJXWU/WQhoH8EJUiI/AAAAAAAAJ2c/1lfCgNGrvU4dKK3LIW1suhkgTk3_4ijwACLcB/s640/soManyTrails.1.gif" width="550" /></a></div>
<br />
<br />
Como em qualquer fim de semana, houve várias provas de corrida em Portugal, um pouco por todo o lado.<br />
Sem ter analisado os participantes em provas de estrada ou ter sequer olhado para o que aconteceu nas ilhas, deixo alguns números que me alegram e preocupam ao mesmo tempo.<br />
Portugal é um País de modas, mas ao contrário do que muitos pensam não acho que o trail seja apenas uma moda. O trail, é a exemplo de todas as actividades ao ar livre e que nos levam a procurar as nossas origens nos locais mais recônditos e inóspitos, uma actividade saudável e comum nas economias avançadas. É uma modalidade em que todos podem e devem participar, mas que tem de ser olhada com olhos diferentes, tem de ser encarado com o profissionalismo que uma massificação destas exige. Quanto mais cedo melhor.<br />
Atentem:<br />
<br />
Este fim-de-semana houve, pelo menos 13 eventos de trail. Destes, quase todos tiveram duas ou mais distâncias, tendo predominado a quilometragem entre os 15 e os 30 km. O limite máximo foi de 50 km. Não tive acesso aos números de inscritos nas caminhadas, habitualmente também muito concorridas.<br />
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Trail Glória do Ribatejo (Santarém) - 650<br />
Cascais Trail Experience (Lisboa) - 450<br />
Mesh Nazareth Trail (Leiria) - 82<br />
Ossónoba (Algarve) - 300<br />
Trilhos do Alecrim (Leiria)- 85<br />
Trail do Anjo (Porto) - 181<br />
Raid Atlético dos Barris Trail (Setúbal) - 200<br />
Trilhos dos Pernetas (Aveiro) - 400<br />
Trail Fisgas do Ermelo (Vila Real) - 936<br />
Ultra Geira Romana (Braga) - 700<br />
Boticas Trail (Vila Real) - 200<br />
Penacova Trail do Centro (Coimbra) - 500<br />
Trail Varzim Lazer - ? (300 pelo menos, mas não consegui ver resultados)<br />
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Mais de 5000 pessoas em provas de trail num único fim de semana, números que nos devem fazer todos reflectir. Só a título de curiosidade, o último classificado de um dos trails de 18 km demorou mais de 5 horas, quando o primeiro dos 50 km da Geira demorou 3h50. É com esta disparidade de preparação e aptidão que temos de contar numa prova de trail. E contamos. Mas será que os promotores destas provas contam com isto?<br />
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Não falta vitalidade ao trail, falta mais regulação e atenção a um fenómeno que não para de crescer. Felizmente.<br />
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Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-87035003851816263042017-04-26T16:21:00.002+01:002017-04-28T15:59:08.483+01:00MIUT - Uma prova do caralho!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-mUhvZZKdrcQ/WQNW0uVFeqI/AAAAAAAAJ2A/sSGHdDDfvXIKpbPiY2Y08-lHDBeWBkqEQCEw/s1600/MIUT.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-mUhvZZKdrcQ/WQNW0uVFeqI/AAAAAAAAJ2A/sSGHdDDfvXIKpbPiY2Y08-lHDBeWBkqEQCEw/s640/MIUT.jpg" width="640" /></a></div>
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Há coisas do caralho! Há coisas boas com’ó caralho, más
com’ó caralho, difíceis com’ó caralho, duras com’ó caralho, fáceis p’a caralho,
bonitas com’ó caralho…<o:p></o:p></div>
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O dito, que, diz a lenda (?) tem origem na denominação do
cesto do vigia que estava colocado no alto do mastro principal das caravelas e
para onde eram enviados os marinheiros malcomportados, que assim, depois do
enjoo provocado pelo excesso de “abanos” que se manifestavam mais na ponta do
pau, acalmavam e obedeciam com mais vontade. Era mandá-los para o caralho que
eles não mais incomodavam.<o:p></o:p><br />
Na Madeira, o caralho é o pau que se usa para amassar a mistura de fruta e açúcar de cana da poncha.</div>
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Na minha terra – a Invicta, o “caralho” é mais ou menos um
ponto final. É banal rematarmos o nosso estado de espírito com o banal
palavrão. Reconhecemos no entanto o pudor de outras latitudes em utilizar tal
liberdade para exprimir estados de alma. Por cá é um direito adquirido desde os
tempos idos das cortes monárquicas, que, desconfiamos nós, quando se queriam
livrar de alguém mais incómodo os mandavam para o “caralho” geográfico do País
– O Norte. Foi assim facilmente assimilado o direito ao uso do calão para
expressões mais enfáticas. <o:p></o:p></div>
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Sentimo-nos bem? Estamos como ó caralho!<br />
Mal? Estamos assim como ó caralho. <br />
Mais ou menos? Sei lá ou o caralho.<br />
Não entendemos? Não pescamos um caralho.<br />
Ficamos estáticos? Mexe-te caralho!<br />
É bom? É do caralho!<br />
E mau? Não vale um caralho.<br />
É muito? Eishhh!! Caralho!!<br />
E pouco? Foi pouco, caralho!<br />
Um mentiroso? Aldrabão do caralho!<br />
Um gajo porreiro? Um gajo do caralho!<br />
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A Ilha da Madeira à primeira vista para quem faz trail, é uma espécie de “foda-se”
com uau à mistura, passando rapidamente a um “caralhos para esta merda” até
culminar num “puta que pariu acabei!” ou a um “que se foda esta merda, já não
aguento mais isto, caralho”!<o:p></o:p></div>
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Palavrões ouvem-se em várias línguas, já que fazer uma prova
com mais de 14000 metros de desnível é livre conduto para a asneira e
suficiente para um atestado de loucura. Um alemão dizia-me – a meio caminho
entre o Pico Ruivo e o do Areeiro – que esta é a irmã europeia da Diagonal dos
Loucos, semelhante nos milhares de degraus, na geografia, no clima e na
insanidade necessária para quem, como ele ou como eu, pouco mais conseguia
fazer do que andar a fugir à inevitável marretada e ao limite horário de cada
um dos fodidos parciais. Desculpem o calão, mas eu fiz os 115 km do MIUT.
Ganhei o direito a usá-lo. Ao contrário dos marinheiros nas caravelas, quem faz
o MIUT não acalma. Transforma-se numa espécie de domador de feras aparentemente
indomáveis. Fica cheio de cagança. É do caralho. E quanto menor o tempo final,
maior a cagança! O treino de escadas resultou, o nutricionista ajudou, o
treinador treinou bem a dor, o equipamento esteve impecável e afinal a Madeira
é do caralho! Muda a cagança à medida que baixa o tempo final, mas não muda a
exclamação de quem passa por aquelas subidas pirilau intermináveis, por aqueles
degraus que esculpiram pela ilha – os degraus da Madeira deviam ter mais
destaque na prova que a areia no deserto – por aquelas descidas de moer as
melhores cartilagens e as vistas desafiantes para quem naturalmente sofre de
vertigens – o ser humano vive no chão, gosta de gravidade, não foi feito para
voar sem paraquedas, e no trail ninguém usa um. O nível da prova é do caralho.
Estrangeiros como ó caralho, voluntários do caralho, abastecimentos também do
caralho, marcações? I R R E P R E E N S Í V E I S, caralho! “Parecia uma puta
de uma pista!”, era a expressão de um atleta minhoto, que sendo de um pouco
mais a norte, mais carrega no direito ao calão. <o:p></o:p></div>
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Não me parece que queiram saber que caralho de chapéu era
aquele que usava o François D’ Haene (um simples panamá para quem não corre
pouco) nem que caralho diziam os polacos, os checos, ou o japonês enfiado num
fato de sumo - que deixei de ver na subida ao Pico Ruivo, quando começavam a
ficar fodidos de caralho de as subidas não terem fim. Provavelmente diziam algo
tão libertador como “caralho”. Os espanhóis diziam “joder”, os franceses
“putain”, os alemães “scheisse” e os ingleses e todos os que se queriam fazer
entender exclamavam bem alto “fuck”! Pelo menos foi o que me disse a polaca que
vestia uns calções azuis com a inscrição “Go Vegan” no rabo. Nas subidas ficava
sempre com vontade de lhe dizer que eu não sou vegan nem quero ser e que o
melhor era inscrever lá “força nas canetas!”, ou algo mais forte, já que quem
ia atrás ia-se entretendo com a mensagem. Dizia eu que a polaca exclamava,
algures entre o Pico do Areeiro e o Ribeiro Frio – descida de 9 km – que a
“fucking going down hill” era “weird” porque afinal o caminho era “fucking up”.
Pois, disse eu, aqui até as descidas doem. Com’ó caralho! E lá ficou a moça a
penar, lixada da vida. <o:p></o:p></div>
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Nas montanhas da Madeira tudo dói. As subidas, as descidas,
a noite ou o dia, as pedras ou a água. A beleza da prova é transversal. Da partida em Porto Moniz em
zigue zague a subir pelo meio das casas, a primeira descida que “paga o
bilhete” com milhares a apoiar ruidosa e pacientemente os que ainda descem e os
que já mergulharam no breu do alto da Ribeira da Janela em direção ao Fanal,
passando pelas vistas de cortar a respiração dos trilhos da Encumeada, Curral
das Freiras, Rosário, os Picos – Torrinhas, Ruivo, Areeiro, e depois a costa
Norte com a Vereda do Larano e a Boca do Risco. As levadas, a água que chora pelas veredas, os montes de lava transformados em gigantes picos. Lindo. Seja de noite ou de dia.
Faltam-nos os “foda-se!” suficientes para classificar a prova. <br />
É uma prova indomável onde a gestão do esforço, alimentação e hidratação,
equipamento e ânimo são o essencial. Mas continuará indomável. Há sempre um
ponto para quebrar.<o:p></o:p></div>
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Não é para atletas, é para malabaristas. O vassoura que ia
sair no horário limite (21h30) do Posto de Apoio e Controlo (PAC) do Pico do
Areeiro disse-me que eu dificilmente chegaria ao PAC da Portela dentro do tempo
limite, apesar de serem só 14 km. 5 horas para 14 km não davam, achava ele.
“Não chego o caralho!” Fui a “voar” e passei 50 atletas até, 15 minutos antes
do limite, lá chegar – soube por SMS que me enviou o Hugo Alexandre, chefe de
posto, no dia seguinte. “Cheguei, caralho!”. São horas de manobras dignas de
mestre de obras a contornar dificuldades. “Estou no meio do pelotão dos
tetraplégicos”, pensava eu. Estávamos todos. Do primeiro ao último, ninguém
escapa. Nas subidas mais “fi-lhas-da-pu-ta” – assim mesmo silaba a silaba, como
passo a passo se fazem – nestas subidas vamos passando por gente agarrada aos
bastões com expressão catatónica a fitar o trilho. Perguntamos se precisa de
ajuda, vemos o balbuciar do “i’m ok” com a baba a sair pelo canto da boca e
fugimos como quem foge da peste que nos há-de inevitavelmente também atingir.
Fraquejar no MIUT é ganhar lanço para continuar. E insiste-se. É obra!<o:p></o:p></div>
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O trail é uma luta do caralho. O MIUT é uma prova única,
numa ilha excecionalmente bonita que se torna num caso de inevitável sucesso.
Mérito de quem organiza, dos voluntários, das entidades que apoiam e dos
atletas. Uma prova que retira do nosso léxico popular adjetivos informais que a
classificam acima de boa. É muito. É “muito” em tudo. Muito boa, muito dura,
muito bem marcada, muito bem controlada e muito compensadora. <br />
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Uma prova do caralho!<br />
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Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-18084095819686670682016-06-27T11:53:00.003+01:002016-06-27T11:54:43.312+01:00Os Filhos da Freita<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Muitos como eu iniciaram-se no trail na Serra da Freita. Pelo sexto ano consecutivo regressei à prova mãe de todos os trails, e pela quinta vez à distância maior - 100 km, depois dos 70 das minhas 3 primeiras participações. Iniciei-me nos antigos 17 km da então chamada "Corrida da Freita", já que só atletas experimentados se aventuravam na distância maior, e eu à época "só" tinha 2 maratonas de estrada e meia dúzia de meias maratonas.</div>
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Não havia trail em Portugal antes da Ultra da Serra da Freita. Em 2006 fez-se história e trail em 50 km, distância revolucionária à época e que agora é quase banal. Fazem-se ultras em todo o lado, banalizou-se o conceito de ultra resumindo-o à distância percorrida, e deturpando o conceito de, mais do que superação, transformação. </div>
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Houve durante anos provas nas serras portuguesas que percorriam caminhos e estradões - as corridas de montanha, e algumas provas em terreno de difícil progressão - os crosses. O trail chegou cá pela mão de José Moutinho e Sálvio Nora que faziam da Freita um laboratório de busca de percursos onde a dificuldade morfológica dos terrenos atrasava os atletas e onde a destreza e agilidade fariam mais diferença que apenas a condição atlética. Nas primeiras edições do UTSF poucos atletas se aventuraram nos 50 km com inéditos percursos em leitos de rio ou trilhos com mais pedregulhos que terra. O equipamento era pouco evoluído, os atletas usavam sapatilhas normais de corrida, mochilas banais, bebiam água das ribeiras e comiam o pouco que se arranjava para os abastecimentos. Isto sim era ser ultra. Hoje todos querem banquetes nos abastecimentos, tapetes nos trilhos e tratamento vip. O trail tornou-se num SPA misturado com psicanálise de grupo. Vamos todos para o monte equipados com centenas de euros, contámos os km até ao próximo repasto servido por voluntários - reparem, voluntários - e exigimos a perfeição das organizações. Deixou de ser uma loucura para heróis e transformou-se num desporto empresarial acessível a muitos. </div>
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José Moutinho tornou-se assim o pai do trail em Portugal e a Ultra da Serra da Freita a mãe de todos os ultras. Nasceram aqui os ultras e o Trail nacional. É difícil encontrar um apaixonado pelo trail e ultra trail nacional que não tenha passado pela Freita. Todos tentam imitar as famosas moutinhadas e os trilhos que resgata ao que a morfologia única lhe oferece, sejam a "besta", o "portal do inferno", os "aztecas" ou a terrível subida de 400 mt nos mais de 800 degraus das "escadas do martírio", um belíssimo trajeto encastrado entre casas de pedra (moinhos?, não consegui perceber porque passei de noite) invadidas por água. José Moutinho continuou a obra que iniciou com o malogrado Sálvio e entregou à equipa da Confraria de que é Grão Mestre, e que tão bem é dirigida pela Flor Madureira, toda a logística de apoio aos atletas. Nesta prova quem já correu e não pode correr, apoia. E sente-se, são inexcedíveis. A base em Arouca oferece condições que o Parque de Campismo do Merujal já não garantia. Reservamos o Parque para base de fins de semana para treinar.</div>
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Correr na Freita nunca é igual. Podes ser experiente, rápido, forte, muito bem treinado ou determinado, nada chega e tudo é importante. Há sempre uma novidade, há sempre laboratório que nos faz insultar alguém, ora o José Moutinho, ora a nós próprios por nos termos inscrito. E há desafio que nos põe nervosos à partida com ansiedade e saudade no dia seguinte. Como é possível... Sofres e sentes saudade. Linda. Uma serra que nos serve água fresca e límpida por todos os lados e nos fustiga com calor. Quente e frio, um "fondue" para corredores. Não há ali meio termo, seja na temperatura ou no terreno. Amansa-nos com uma primeira subida de 9 km à moda "europeia", com caminhos largos e trilhos turísticos. Vem o planalto e a descida pelo "Carteiro" até Rio de Frades e os tradicionais km no Rio Paivô. A partir dali é sempre a "cozer" no forno de verão até ao inferno e o seu "portal". Mergulhos em água refrescante que rapidamente se evapora na canícula e a dureza que ainda nem chegou. Dobrar a tormenta da subida da ribeira de Drave até à Póvoa das Leiras é só o início do que se sabe que vem a seguir. Talvez por isso muitos dos experientes atletas desistem ali, aos 60 km, não arriscando a difícil ascensão da "besta", o "martírio" até à Lomba que está só a meio da ascensão ao alto da Serra e a longa descida até Arouca. A UTSF na versão "Elite" (100 km) é um desafio físico, emocional e essencialmente de gestão de esforço e alimentação, já que nesta prova todos os pormenores contam e são decisivos, seja para ganhar ou só para ser finisher. Ali como em todas as ultras só não se planeiam as fraquezas, sendo fundamental ter uma voz amiga ou um incentivo nesses momentos mais decisivos, porque todos os temos. Se quiserem experimentar "meia" versão comecem pelos 65 km. Já terão uma excelente amostra dos desafios que a serra esconde. Caso não queiram mais que sentir um pouco do ambiente da montanha têm o trail curto (28 km). </div>
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A serra mãe dá-nos a mão e acolhe-nos, ensina-nos e castiga-nos, premeia-nos e corrige-nos. Ensina-nos a saber ler os sinais que nos mandam parar ou andar, correr ou descansar. E voltamos sempre porque é no seu regaço que nos sentimos verdadeiros ultras, totalizemos ou não o percurso da prova. Ser ultra é compreender todo um conceito de respeito pela natureza e da nossa relação com o ambiente e os nossos limites. Ser ultra na Freita é compreender todo o conceito que desenharam Sálvio Nora e José Moutinho. Numa clara mistura entre trail e orientação, a dificuldade de progressão deve ser proporcionada pela morfologia do terreno e a diferença está na maior destreza e condição física dos atletas. Queriam mostrar isto a quem os quisesse perceber e aceitasse o desafio.</div>
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Temos que lhes agradecer a semente que fez de todos nós "Filhos da Freita".</div>
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHAhFW-B69ea3aSOz_AjjZ5j8heqC6xvwx3txf9QKNlmxTgAYQyYpLEFJglhEtWxEGrL1D7G6dEtClLsPMYqv1jQssiTtYeA-yyWeESak0Vsm7k7v2bhjcp-B7BWVaPO5jFlvcRA/s1600/Freita.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="427" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHAhFW-B69ea3aSOz_AjjZ5j8heqC6xvwx3txf9QKNlmxTgAYQyYpLEFJglhEtWxEGrL1D7G6dEtClLsPMYqv1jQssiTtYeA-yyWeESak0Vsm7k7v2bhjcp-B7BWVaPO5jFlvcRA/s640/Freita.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Portal do Inferno (Foto Miro Cerqueira/Prozis Trail)</td></tr>
</tbody></table>
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikYm1QbvFDWn0mtUYUb-TU3ugvuwnDNUVUZDrIkDIK2q8MdxXApsP8DUrT0e5lpg5E870NyaXSpL_55O0-VObsXGvS_cXjvLQPivtfdGsUNPWD38Oo7E-OGazsjiaunBoiVXCDmg/s1600/13507113_10205856801170878_7289649215850558025_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikYm1QbvFDWn0mtUYUb-TU3ugvuwnDNUVUZDrIkDIK2q8MdxXApsP8DUrT0e5lpg5E870NyaXSpL_55O0-VObsXGvS_cXjvLQPivtfdGsUNPWD38Oo7E-OGazsjiaunBoiVXCDmg/s640/13507113_10205856801170878_7289649215850558025_n.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Refrescar sempre. (Foto Bruno Graça, parceiro de prova inexcedível no apoio e companheirismo)</td></tr>
</tbody></table>
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiAcMOF08wkhyphenhyphenO-hHzgTJsM5rhbSqqHVqU-i3aC6rr7I_I_oexrs0oM-t5_HIKyWTu_e0GkTBcZ2C6CTOHl46v2SXuLuiOl5o87Me9kxDEdtw4O1letjYio31A6KMCxWTABMNbPQ/s1600/13512168_10205856804770968_4888657369861012650_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiAcMOF08wkhyphenhyphenO-hHzgTJsM5rhbSqqHVqU-i3aC6rr7I_I_oexrs0oM-t5_HIKyWTu_e0GkTBcZ2C6CTOHl46v2SXuLuiOl5o87Me9kxDEdtw4O1letjYio31A6KMCxWTABMNbPQ/s640/13512168_10205856804770968_4888657369861012650_n.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Belíssima Aldeia de Drave (Foto Bruno Graça)</td></tr>
</tbody></table>
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpHqDZ1gOhs9oL_p5PYZCIBMk1MHKY9KWiavlIwJp88vv4Qw6WlUCly-pHuLKAzr0D7XbSKgSghkhqy8PQW84j7AZOEy_nG2_pCpy6D4_dQAnlORtpA0Fye43J-oZ4ENEighNl_Q/s1600/13521853_10205856797930797_6728287719844824654_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpHqDZ1gOhs9oL_p5PYZCIBMk1MHKY9KWiavlIwJp88vv4Qw6WlUCly-pHuLKAzr0D7XbSKgSghkhqy8PQW84j7AZOEy_nG2_pCpy6D4_dQAnlORtpA0Fye43J-oZ4ENEighNl_Q/s640/13521853_10205856797930797_6728287719844824654_n.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Rio Paivô, um dos muitos com límpidas, irresistíveis e refrescantes águas. </td></tr>
</tbody></table>
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Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-17631175136278535952016-04-25T17:05:00.000+01:002020-04-28T10:27:19.642+01:00O insano bailinho da Madeira<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="gmail_default" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: small; word-spacing: 1px;">
<span data-originalcomputedfontsize="13" data-removefontsize="true" style="border-color: rgb(49 , 49 , 49); font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 0.8125rem;">"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música".</span><span style="border-color: rgb(49 , 49 , 49); font-family: "arial" , sans-serif;"> </span></div>
<div class="gmail_default" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: -apple-system, HelveticaNeue; font-size: small; word-spacing: 1px;">
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<span data-originalcomputedfontsize="13" data-removefontsize="true" style="border-color: rgb(49 , 49 , 49); font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 0.8125rem;">Sabes o que é ser ultra? É transformação, superação, resiliência, fazer o corpo ultrapassar fronteiras que nos fazem passar do estado de consciência e entrar num estado semelhante à loucura, e que só quem "lá" esteve compreenderá.</span></div>
<div class="gmail_default" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: small; word-spacing: 1px;">
</div>
<div class="gmail_default" data-originalcomputedfontsize="13" data-originalfontsize="small" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: 0.8125rem; word-spacing: 1px;">
Muitas vezes no apogeu do esforço pensamos no que nos trouxe até ali, se o caminho fez sentido e se existe limite para a insanidade que colocamos na procura incessante de transposição de barreiras que pensávamos inacessíveis. De conquista em conquista, de <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">meta</span> em <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">meta</span>, de objectivo em objectivo que muitas vezes temos de readaptar a circunstâncias que não podemos ou conseguimos controlar. Crescemos diariamente num caminho sem destino, rumo à satisfação dos apaixonados. Mantemos rumos, teimosos. Teimamos tanto que muitas vezes passamos a barreira do racional. O racional não nos satisfaz. Já fomos e não gostamos.</div>
<div class="gmail_default" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: small; word-spacing: 1px;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" data-originalcomputedfontsize="13" data-originalfontsize="small" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: 0.8125rem; word-spacing: 1px;">
O Madeira Island Ultra Trail é uma prova do Ultra Trail World Tour. Quer isto dizer que proporciona um ultra desafio aos que se atrevem a percorrer todos os seus 115 km de travessia da ilha, desde Porto Moniz a Machico, com passagens pelos pontos mais altos e mais baixos de todo o território da pérola do Atlântico. É dura. Demolidora. É única, e por isso seleccionada para fazer parte de um calendário onde têm lugar as provas mais exigentes. Tem escadarias intermináveis, paisagens de cortar a respiração, subidas que fustigam todos os músculos do corpo e que fazem até as pálpebras colapsar em espasmos. As forças esvaem-se à medida que a alma se enche do orgulho próprio dos que alcançam o inalcançável - é este o combustível dos que se atrevem. A recompensa? Emoções e poder correr ao lado dos melhores do Mundo. </div>
<div class="gmail_default" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: small; word-spacing: 1px;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" data-originalcomputedfontsize="13" data-originalfontsize="small" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: 0.8125rem; word-spacing: 1px;">
<span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">José</span>, homem nos seus 50, atreveu-se e inscreveu-se depois de tanto ouvir falar da dureza da Madeira. Treinou muito. Fez provas e mais provas até estar ciente que já tinha traquejo para enfrentar a insanidade. <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">José</span> seria mais um entre os mais de 580 que partiram de Porto de Moniz se tivesse desistido ou cortado a <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">meta</span>. Mas este lutador, que há poucos anos pesava mais de 130 kg, tinha uma outra história para ser contada. Foi de Porto Moniz a Machico, concentrou-se em ultrapassar todos os controlos dentro do tempo limite, inteligentemente descansou quando devia descansar, alimentou-se bem e bebeu o suficiente para não desidratar. Entrou na segunda noite depois de passar o ponto mais alto da Madeira, deliciando-se no Areeiro com o ocaso do dia à medida que o sol ia mergulhando nas nuvens. Enfrentou o Poiso, a Portela, o Risco e o renovado Larano durante toda a noite sem os poder apreciar. <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">José</span> chegou a Machico. Na última descida, onde devia ter virado à direita por umas escadas que desembocavam na marginal a 100 mt da <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">meta</span>, desorientado pelo cansaço e pelas mais de 30 horas de desafio insano, enganou-se e seguiu em frente. Na Marina disseram-lhe que estava enganado, que devia subir. Subir? Depois de descer tanto após tanto ter subido, o confuso <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">José</span> recusou-se a subir. Subir seria ir de novo para o inferno que havia acabado de transpor. Não subiu. Eram 100 mt para alguém consciente. Numa ultra ultrapassa-se esse estado de consciência quando se começa a superar a dor. O cérebro deixa-nos destruir o corpo mas entra em choque com tamanha inconsciência, e este ultra-conquistador do <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">MIUT</span> foi para a casa que alugara a escassos 100 mt da <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">meta</span>. Deitou-se a dormir e só deu pela confusão que o cérebro lhe pregara já o dia ia alto e nada havia a fazer. </div>
<div class="gmail_default" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: small; word-spacing: 1px;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" data-originalcomputedfontsize="13" data-originalfontsize="small" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: 0.8125rem; word-spacing: 1px;">
O ultra trail é cheio destas histórias. Zach Miller, o vencedor com um tempo recorde de 13h52, trabalhava em cruzeiros e passava as noites a treinar no tapete do ginásio e escadarias do barco enquanto os seus colegas relaxavam no bar. A última vez que estivera na Madeira deram-lhe algumas horas para visitar a ilha; teve tempo de passear de bicicleta no Funchal e observar desde o Monte a baía onde o seu barco ancorara. Surpreendeu tudo e todos numa corrida nos EUA há pouco mais de 1 ano e em Agosto último venceu categoricamente o CCC - prova de 100 km integrante do programa do Ultra Trail do Mont Blanc. Também Caroline Chaverot, vencedora feminina (e 8ª da geral) consta da lista de vencedores do CCC. Ambos ambicionam lutar pela vitória no UTMB deste ano e demonstraram uma excepcional capacidade para o tentar.</div>
<div class="gmail_default" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: small; word-spacing: 1px;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" data-originalcomputedfontsize="13" data-originalfontsize="small" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: 0.8125rem; word-spacing: 1px;">
Não há limites nem entraves para os sonhos. Há desculpas para não tentar. Temos que saber adormecer o cérebro para enfrentar as nossas virtuosas insanidades. </div>
<div class="gmail_default" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: small; word-spacing: 1px;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" data-originalcomputedfontsize="13" data-originalfontsize="small" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: 0.8125rem; word-spacing: 1px;">
O <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">MIUT</span> transformou a Madeira e catapultou-a para o epicentro do Trail internacional. Todos saem desta prova com vontade de voltar e desfrutar das belezas da ilha. Tofol Castanyer, espanhol que conquistou brilhantemente o segundo lugar, confidenciava antes da cerimónia de pódio que a Madeira era dos poucos lugares onde correra e que desejava visitar com a família. Na véspera colapsara na <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">meta</span> e estivera a soro para recuperar da desidratação. É um esforço desumano que só se compreende pela emoção inenarrável de vencer desafios inimagináveis. 7.000 mt de desnível positivo são seguramente uma violência para o corpo mas revigoram e transformam para melhor qualquer ser humano. A Madeira marca. </div>
<div class="gmail_default" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: small; word-spacing: 1px;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" data-originalcomputedfontsize="13" data-originalfontsize="small" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.25); -webkit-text-size-adjust: auto; border-color: rgb(49, 49, 49); caret-color: rgb(212, 212, 213); color: #313131; font-family: verdana, sans-serif; font-size: 0.8125rem; word-spacing: 1px;">
Tenho a certeza que todos voltarão. E tenho a certeza que o <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">José</span> voltará para percorrer de novo todos os 115 km e cruzar a linha de <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">meta</span>. Depois de tanto esforço, da formidável transformação que fez desde a obesidade até esta saudável insanidade, <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">José</span> continua o mesmo homem sorridente e realizado, e é agora também um finisher do <span class="term-highlighted" style="background-color: rgba(253, 214, 99, 0.24);">MIUT</span>. Só lhe falta o colete. </div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-88057821660005483632016-03-15T17:40:00.001+00:002016-03-15T17:47:06.226+00:00Compromisso eleitoral: Regular, comunicar, apoiar.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div>
<span style="color: #3d596d; font-family: "merriweather" , "georgia" , "times new roman" , "times" , serif;"><span style="font-size: 15px; line-height: 25.5px;">No seguimento da apresentação de uma lista candidata ao acto eleitoral que elegerá os Corpos Sociais da Associação de Trail Running de Portugal, apresento-vos o nosso compromisso eleitoral, que servirá como guia de trabalho na Direcção dos destinos do Trail em Portugal.</span></span></div>
<div>
<span style="color: #3d596d; font-family: "merriweather" , "georgia" , "times new roman" , "times" , serif;"><span style="font-size: 15px; line-height: 25.5px;"><b><br /></b></span></span></div>
<ol style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
<li><strong>Regular</strong></li>
</ol>
<ul style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Implementar regulamentos técnicos.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Protocolar com as federações que mantêm provas em montanha a tutela de organização de provas de trail.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Fazer cumprir os regulamentos e afirmar a ATRP como entidade reguladora do Trail.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Promover formação técnica supervisionadora e certificadora.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Enquadrar ATRP nas suas competências no seio da FPA.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Propor alterações aos estatutos da ATRP.</li>
</ul>
<div data-mce-style="text-align: left;" style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
<br data-mce-bogus="1" /></div>
<div data-mce-style="text-align: left;" style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
<strong> 2. Comunicar</strong></div>
<ul style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Comunicar com os diversos players do desporto, desde atletas aos municípios passando pelos organizadores, patrocinadores e equipas.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Manter uma activa presença nas redes sociais e web.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Intensificar divulgação de provas nos media.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Consultas regulares aos membros do Conselho Consultivo.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Implementação de gestão de comunicação com os sócios, com tempos estreitos de resposta.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Publicar regularmente relatórios de actividade.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Conferência anual sobre trail.</li>
</ul>
<div data-mce-style="text-align: left;" style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
<strong><br /> 3. Apoiar</strong></div>
<ul style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Apoiar organizações na divulgação das provas e angariar uma bolsa de patrocinadores.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Juízes árbitros em todos os eventos do Circuito e sorteados para outra provas que, tendo sido certificadas pela ATRP, poderão ser (sem aviso prévio) alvo de fiscalização.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Promover acções de formação na área de segurança.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Promover acções de formação de resgate em montanha.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Promover acções de formação de marcação e (re)abertura de trilhos.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Promover estágios de Trail para Sub 23.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Promover e apoiar internacionalização de provas.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Promover controlo anti-doping.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Promover e apoiar escolas de trail.</li>
<li data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">Apoiar criação de Centros de Trail que possam integrar sedes distritais da ATRP.</li>
</ul>
<div data-mce-style="text-align: left;" style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
<strong><br />4. Compromisso</strong></div>
<div data-mce-style="text-align: left;" style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
Planear, colocar à discussão, decidir e tomar total responsabilidade, explicando opções. Toda a nossa actuação pautar-se-á por total transparência na gestão de uma Associação que se pretende seja farol de um desporto que requer muita responsabilidade e um grau superior de responsibilização dos seus promotores.<br />
Faremos, mal seja viável, um ponto de situação da ATRP, tentaremos melhorar o que houver a melhorar e manteremos o que está bem feito.<br />
Prometemos trabalho intenso, em equipa, com todos os associados da ATRP, e esperamos que todos os que gostam de correr nas montanhas se juntem a nós.</div>
<div data-mce-style="text-align: left;" style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
<br />
Ana Luísa Xavier<br />
Manuel Maria Correia<br />
Filipa Vilar<br />
Hélder Costa<br />
José Capela<br />
José Brito<br />
Mário Ferreira<br />
Rui Pinho</div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-32090202735900337582016-03-07T20:04:00.005+00:002016-03-07T20:06:47.385+00:00Regular. Comunicar. Apoiar.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="color: #3d596d; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; text-align: start;">
<span color="#373e4d" data-mce-style="color: #373e4d; font-family: verdana, sans-serif;" face=""verdana" , sans-serif" style="color: #373e4d; font-family: verdana, sans-serif;">26 de Fevereiro. Num dos dias mais frios e tempestuosos dos últimos anos, enquanto em Condeixa umas centenas de atletas se preparavam para partir para a gelada edição da Ultra de Sicó, em S. Pedro de Moel decorria uma Assembleia Geral Ordinária para apresentação de contas da ATRP. Compareceram 3 elementos dos corpos sociais. Honra seja feita aos Presidentes da Direção e da Assembleia Geral; sempre deram a cara pela equipa e ali estavam, expostos ao escrutínio dos associados presentes (7) na companhia de um dos membros da Direção.</span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px; text-align: start;">
<span color="#373e4d" data-mce-style="color: #373e4d;" style="color: #373e4d;"><span data-mce-style="font-family: verdana, sans-serif;" face=""verdana" , sans-serif" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nesta mesma AG os orgãos sociais da ATRP, em bloco, apresentaram a demissão dos cargos para os quais foram eleitos. Nas palavras do Ex.Mo Presidente da Assembleia Geral, davam lugar aos, e cito de cor, "críticos que se acham capazes de fazer melhor".</span></span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; text-align: start;">
<span color="#373e4d" data-mce-style="color: #373e4d;" style="color: #373e4d;"><span data-mce-style="font-family: verdana, sans-serif;" face=""verdana" , sans-serif" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não é por ser criticado que alguém se demite. Faz parte das funções de quem assume lugares de representação associativa, ouvir críticas, sentir o pulsar de quem se dispôs a representar, e agir em coerência com as suas ideias e princípios, que, em princípio (passe o pleonasmo), foram escrutinados na campanha e consequente acto eleitoral. Contudo, não terá sido este o entendimento das pessoas que integraram a anterior direção. Por motivos que só aos próprios cabe esclarecer, foi com este facto consumado que nos deparámos no final da dita AG. </span></span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; text-align: start;">
</div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; text-align: start;">
<span color="#373e4d" data-mce-style="color: #373e4d; font-family: verdana, sans-serif;" face=""verdana" , sans-serif" style="color: #373e4d; font-family: verdana, sans-serif;">Nesse mesmo dia encetei contactos com várias pessoas com quem vinha a discutir o actual estado do trail em Portugal. Não tinha, nunca tive, intenção de gerir os destinos do trail enquanto dirigente associativo. Tenho tido desde há muito, neste espaço e noutros fóruns de discussão, o atrevimento de "pensar alto". Desde o primeiro dia em que me atrevi a ir a uma montanha correr passei para o blogue as minhas experiências e sensações. As minhas opiniões são públicas e expostas à análise de quem as quiser conhecer. </span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; text-align: start;">
<span style="background-color: white;"><span color="#373e4d" data-mce-style="color: #373e4d; font-family: verdana, sans-serif;" face=""verdana" , sans-serif" style="color: #373e4d; font-family: verdana, sans-serif;">Critiquei alguns actos incompreensíveis desta direcção. E acaba como tem actuado, sem ponderar devidamente aquilo que decide. Senão reparem: </span><span color="#373e4d" data-mce-style="color: #373e4d; font-family: verdana, sans-serif;" face=""verdana" , sans-serif" style="color: #373e4d; font-family: verdana, sans-serif;">O acto eleitoral está marcado para Miranda do Corvo, e bem, para o dia a seguir ao UTAX. Faz sentido, já que no mesmo fim de semana decorrerá a gala anual da ATRP de entrega de prémios. Só que a gala foi marcada para as 20h de Sábado. Enquanto alguns atletas ainda estarão em prova, prova esta que faz parte do circuito, a ATRP faz uma gala e pede a participação e presença dos sócios. Não seria melhor fazerem a gala no dia seguinte, dia das eleições? Os sócios que demorarem mais de 20, 21 ou 22 horas a fazer o UTAX (112 km) não podem ir à gala receber o seu prémio. Infelizmente.</span></span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; text-align: start;">
<span color="#373e4d" data-mce-style="color: #373e4d;" style="color: #373e4d;"><span data-mce-style="font-family: verdana, sans-serif;" face=""verdana" , sans-serif" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Antes de fazer públicas as minhas preocupações com o estado actual do trail em Portugal fiz chegar essas mesmas opiniões a quem de direito - aos orgãos de direção da ATRP. Foi-me solicitada colaboração que não enjeitei. Propus consensos, promovi conversas entre pessoas desavindas, coloquei-me à disposição para reunir pensamentos para um evento com dimensão nacional que servisse para discutir o futuro do trail. Em resposta angariei inexplicáveis inimizades. Nada me move pessoalmente contra quem, bem ou mal, geriu até agora os destinos do trail em Portugal. Acredito que quiseram sempre o melhor, como todos queremos, e que deram o melhor de si mesmos. Mas às vezes o melhor não chega. E quando o melhor de nós invalida que se reúnam consensos (não unaninismos) alargados, numa posição autista e individual, entramos num confronto com os que nos criticam e sentimo-nos menosprezados. Não foi minha intenção desprezar ou menosprezar o trabalho de quem sai. Deram graciosamente o melhor que podiam e sabiam. Terá faltado muita coisa, mas muito foi também feito. Depois de tudo o que aconteceu nestes meses não poderia deixar de apresentar uma solução. É um imperativo de consciência.</span></span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; text-align: start;">
</div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; text-align: start;">
</div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; text-align: start;">
<div style="margin-bottom: 24px;">
<span color="#373e4d" data-mce-style="color: #373e4d;" style="color: #373e4d;"><span data-mce-style="font-family: verdana, sans-serif;" face=""verdana" , sans-serif" style="font-family: verdana, sans-serif;">Reuni uma lista que apresentarei a seu tempo, e que irá a escrutínio dos associados da ATRP. Assumirei individualmente todas as responsabilidades dos actos que colegialmente tomaremos. Irei atribuir pelouros de actuação a todos os integrantes dos corpos sociais e proporcionar a liberdade necessária para actuarem. Não haverá lugares simbólicos. Será uma equipa de trabalho, que visa trazer para a ATRP uma dinâmica que envolva todos os actores do panorama do trail nacional. Tentaremos trazer um pouco da nossa experiência, de forma a contribuirmos para o crescimento de um desporto que todos gostamos com base na regulação, comunicação e apoio. Regular o trail, comunicar com os associados, instituições e público, e apoiar quem organiza e quem participa. </span></span></div>
<div style="margin-bottom: 24px;">
<span style="color: #373e4d; font-family: verdana, sans-serif;">Saudações desportivas.</span></div>
</div>
</div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-51060973680693600452016-02-25T11:50:00.001+00:002016-02-25T12:05:00.406+00:00Assembleia Geral Ordinária desordenada<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
<span class="varpt"><b>as·sem·blei·a</b> </span><br />
<span class="varpt"></span></div>
<div class="" style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
<i>substantivo feminino</i></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
1. <span class="def"><span class="word">Grupo</span> <span class="word" data-original-title="" title="">de</span> <span class="word" data-original-title="" title="">pessoas</span> <span class="word">reunidas</span>.</span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
2. <span class="def"><span class="word_wrap"><span class="word">Reunião</span> <span class="word">de</span> <span class="word" data-original-title="" title="">pessoas</span> <span class="word">convocadas</span> (<span class="word">ex</span>.: </span><i><span class="word_wrap"><span class="word" data-original-title="" title="">assembleia</span> <span class="word">de</span> </span><span class="varpt"><span class="word_wrap"><span class="word">condóminos</span></span></span><span class="word_wrap">, <span class="word">assembleia</span> <span class="word">de</span> <span class="word">credores</span></span></i><span class="word_wrap">).</span></span> = <span class="def"><small>PLENÁRIO</small></span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
3. <span class="def"><span class="word">Corporação</span>, <span class="word" data-original-title="" title="">associação</span>.</span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
4. <span class="def"><span class="word">Sociedade</span>, <span class="word" data-original-title="" title="">clube</span>.</span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
5. <span class="def"><span class="word">Sarau</span>, <span class="word">baile</span>.</span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
6. <span class="def"><span class="word">Comício</span>.</span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 24px;">
7. <span class="def"><span class="word">Parlamento</span>.</span></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
<br />
<strong>"assembléia"</strong>, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, <a data-mce-href="http://www.priberam.pt/dlpo/assembl%C3%A9ia" href="http://www.priberam.pt/dlpo/assembl%C3%A9ia" style="color: #00aadc;">http://www.priberam.pt/dlpo/assembl%C3%A9ia</a> [consultado em 25-02-2016].</div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
<br data-mce-bogus="1" /></div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
Este fim de semana é de assembleias. </div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
Em Sicó estarão mais de 4.000 corredores. Na Assembleia Geral da ATRP, marcada para a mesma hora em que decorre um dos eventos de trail running mais participados do País, estarão seguramente poucas. A importância que dão (ou querem dar) à dita AG é tanta, que até foi marcada sem os 15 dias (pelo menos, segundo Artº 20º) que mencionam os estatutos, e à qual não comparecerão todos os 4 membros que restam na direcção. Não se compreende. Eu não compreendo e estarei lá, no Plenário que não terá muito de pleno, para o dizer de viva voz a quem sobrar para ouvir. Se a data não era oportuna para todos os membros da direcção, por que não marcar para outra data? Alguém compreende que uma direcção reduzida marque a Assembleia Geral ordinária para uma data em que um dos seus membros, aquele que tem maior visibilidade no trabalho executivo da ATRP, esteja ausente? Isto interessa a quem? Quem tem medo dos sócios? Não havia outra data antes de 31 de Março como obrigam os estatutos? Não teria mais interesse ser marcada para o mesmo fim de semana de entrega de prémios, onde seguramente estariam muitos mais associados?</div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
Vou estar presente na AG e espero que esteja lá alguém com legitimidade para me responder a algumas perguntas. Não vou alimentar polémicas estéreis nem tão pouco levar para o lado pessoal as dúvidas que me assolam. Mas exijo respostas. Podia manter-me calado, mas a cidadania dá-me a liberdade de pensar e a minha consciência obriga-me a falar. É um dos direitos dos (ainda) associados da ATRP. Outro, ainda mais importante é o de poder reunir um número suficiente de associados para a convocação de uma AG extraordinária. Dos pouco menos de 2000 que sobram haverá 1/3 interessado em a convocar, e pelo menos 3/4 dos subscritores estarem presentes? 600 a assinar e 450 presentes? Não sei se haverá assim tanta gente interessada no futuro desta Associação. </div>
<div style="color: #3d596d; font-family: Merriweather, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; line-height: 25.5px;">
<br /></div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-85547790759210561622016-02-19T17:47:00.000+00:002016-02-19T17:53:01.176+00:00Skyrunning<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Com origem em Itália na década de 90, o Skyrunning nasceu enquanto circuito de provas em alta montanha, acima dos 2000 m. Mais tarde a ISF (Federação Internacional de Skyrunning), decidiu integrar no seu âmbito todas as provas realizadas em montanha, mesmo naquelas que não atingem tais altitudes. <br />A Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal foi aceite na ISF e é quem tem a responsabilidade de organizar e regular as corridas em montanha com as características de Skyrunning. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i>E que características são essas?</i></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Conforme consta no Regulamento de Competições, o espírito Skyrunning distingue-se pela dificuldade técnica do percurso, pelo desnível acentuado - muitas vezes acima de 30% e que tem como objectivo o cume das montanhas onde as provas se realizam. Os locais de especial beleza nas montanhas onde se realizam estas provas fazem parte do percurso, podendo fazer parte dos acessórios de prova as cordas ou haver inclusive troços de escalada.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"Ao contrário de outras disciplinas de corrida, as competições de Skyrunning representam o desafio supremo, onde as corridas não são apenas medidas pela distância, mas também pela verticalidade e pela dificuldade técnica, num ambiente natural de montanha, onde a terra encontra o céu" - é assim que a ISF descreve as suas provas. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /><i>Mas é uma prova de escalada? </i></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não. Ao contrário de outras provas em montanha, a ISF determina que apesar de poder atingir os 30%, não pode exceder o grau II da escala de dificuldade da UIAA (caminho abrupto, em que para subir já poderá ser preciso usar mãos e cordas). </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i>As provas são homologadas?</i></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sim, as provas que o requeiram e que reúnam as condições adequadas são homologadas enquanto provas de Skyrunning, e caso façam parte do Calendário nacional são objecto de arbitragem por técnicos especializados (Juiz Árbitro), que supervisionam o cumprimento rigoroso de todas as normas técnicas e de segurança da corrida, inclusive dos participantes.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i>Quais as distâncias?</i></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><i>Sky</i></b> - Até 50 km - Média de 13% de inclinação e máximo de 15% de estradas transitáveis:</span><br />
<br />
<ul style="text-align: left;">
<li><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">SkyRace - Mínimo de 20 km e que ultrapasse os 1200 metros de desnível positivo.</span></li>
<li><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">SkyMarathon - Mínimo de 30 km e 2000 metros de desnível positivo.</span></li>
</ul>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><i>Ultra</i></b> - Com mais de 50 km e mais de 5 horas para o vencedor:</span><br />
<br />
<ul style="text-align: left;">
<li><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ultra SkyMarathon - Corrida que exceda em mais de 5% os parâmetros de uma SkyMarathon, com distância superior a 50 km, que apresente mais de 2500 metros de desnível positivo acumulado e com tempo do vencedor entre 5 e 12 horas.</span></li>
<li><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ultra XL SkyMarathon - Provas que excedem os parâmetros de uma Ultra em mais de 5%, têm no mínimo 5000 metros de desnível positivo acumulado, e em que o vencedor demora mais de 12 horas a concluir. </span></li>
</ul>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i style="font-weight: bold;">Corrida Vertical </i>- Corridas de uma única subida com inclinação média de 25%, e com um desnível mínimo de 650 metros e distância máxima de 10 km. </span><br />
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i style="font-weight: bold;">Quilómetro vertical </i>- Competição com 1000 metros de desnível positivo (5% de tolerância), num máximo de 5 km.<i style="font-weight: bold;"> </i></span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i style="font-weight: bold;">SkySpeed </i>- Corrida de 100 metros ou mais de desnível vertical e uma inclinação superior a 33%.</span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1nb_9noxD5dYnqDnRuaJ3j_t41c9yaItzdyZKJ6hd67dAoUylDEZUOkMeVl_tGdme4gYRWVT7p5v4oro7EUuxvNSvNokC53Y0UPjuf5nyRf-rkZMzxVF6pkUBxFgbd7M90Vswxg/s1600/156249_301914476553132_670333701_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1nb_9noxD5dYnqDnRuaJ3j_t41c9yaItzdyZKJ6hd67dAoUylDEZUOkMeVl_tGdme4gYRWVT7p5v4oro7EUuxvNSvNokC53Y0UPjuf5nyRf-rkZMzxVF6pkUBxFgbd7M90Vswxg/s400/156249_301914476553132_670333701_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Leonardo Diogo do Clube Aventura da Madeira, 6º do Mundo (Skyrunner World Series 2015) </td></tr>
</tbody></table>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i>Calendário</i></span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O calendário de competições está dividido entre Campeonatos Nacionais e Regionais, Taças de Portugal, Regionais e de Clubes. De referir que os escalões de prémios em todas as provas integrantes deste calendário são iguais para os géneros masculino e feminino. <br />O destaque do calendário vai obviamente para o Ultra SkyMarathon da Madeira em Santana, prova integrante das <a href="http://www.skyrunnerseries.es/es/2016/skyrunner-series-53/news/calendario-2016-de-las-skyrunner-national-series-spain-andorra-portugal-isf" target="_blank">ISF Skyrunner National Series Spain, Portugal e Andorra</a> que traz até nós alguns dos nomes sonantes do panorama internacional, já que fará parte também do <a href="http://www.skyrunning.com/index.php?option=com_content&view=article&id=405&Itemid=178" target="_blank">World Series</a>. Deste circuito Ibérico fazem parte ainda a mítica Zegama, prova de superior espectacularidade, a Ultra Pirineo, Andorra Ultra, Transvulcania e a Epic Buff, prova que será também Campeonato do Mundo. <br />A pérola do Atlântico, com condições únicas para a modalidade, é destino principal para as provas do calendário nacional, mas já há mais provas em território continental e também nos Açores. De Vilar de Perdizes a Sintra, passando por Cinfães, Serra da Estrela, Lousã e Proença a Nova, com incursões a Paredes (Porto), ao Alto Alentejo (Castelo de Vide e Marvão) e às Ilhas do Pico, Faial e Madeira, é uma autêntica viagem por paraísos só acessíveis depois de subidas infernais. O crescimento deste calendário é o reflexo do trabalho de base feito pela Federação e com o importante e não menos determinante trabalho dos clubes e empresas organizadoras de provas. </span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgILt_9seyjAlvpsiZ6Mr2yztSBWxCojoKPdibOBI6IzgTyt7rBoa-3a-nEWw9vgGv6FI0qYb53OQzUIu7zX-8DdJ-T82xukwP-qdaHRC9a-yYBRZTS41jCaiTmagCnZyEwxvD5Bw/s1600/fotos-zegama-aizkorri-2014-carrerasdemontana-9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgILt_9seyjAlvpsiZ6Mr2yztSBWxCojoKPdibOBI6IzgTyt7rBoa-3a-nEWw9vgGv6FI0qYb53OQzUIu7zX-8DdJ-T82xukwP-qdaHRC9a-yYBRZTS41jCaiTmagCnZyEwxvD5Bw/s400/fotos-zegama-aizkorri-2014-carrerasdemontana-9.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Kilian Jornet - Zegama (Foto JCDfotografia)</td></tr>
</tbody></table>
<div>
<span style="font-family: 'trebuchet ms', sans-serif;">O calendário e links para os sites das provas está disponível para consulta no </span><a href="http://www.fcmportugal.com/Calendario.aspx?id=1" style="font-family: 'trebuchet ms', sans-serif;" target="_blank">site da FCMP</a><span style="font-family: 'trebuchet ms', sans-serif;">.</span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Todo o regulamento das provas e da organização de campeonatos está disponível <a href="http://www.fcmportugal.com/files/regulamentos/Regulamento_Skyrunning_2015.pdf" target="_blank">aqui</a>, e é uma excelente fonte de aprendizagem para quem está a pensar organizar ou participar numa prova de montanha.</span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
</div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-23488599761019928422016-02-16T17:30:00.002+00:002016-02-16T17:34:32.535+00:00Proteína e BCAA. Tomar ou não?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Quando começamos a prática desportiva regular mais intensiva, caso mais comum nas pessoas que procuram evoluir na corrida e que buscam melhores e maiores performances, devemos tomar especial atenção sobre diversos factores. Um dos mais importantes, para além da vigilância médica, é o aconselhamento nutricional. O nosso organismo necessita de mais ou menos proteína, consoante seja maior ou menor a intensidade com que treinamos e sobrecarregamos os músculos. Enquanto um sedentário, ou alguém com uma actividade física leve pode facilmente equilibrar as necessidades do organismo com uma alimentação regrada, um atleta com actividade mais intensa necessita de um pouco mais.</span></div>
</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Ora, o suplemento mais procurado e provavelmente dos mais vendidos é a proteína whey. Não é raro chegarmos ao balneário de um ginásio e vermos alguém a bater uma mistura de um pó com água. Muitos pensam logo em doping, mas o que provavelmente o atleta está a fazer, é aproveitar a melhor janela de oportunidade para fazer com que o treino que acabou há minutos conte e produza resultados. </span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Procurei saber então, o que é então a famosa proteína e qual a melhor forma de a tomar. </span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="line-height: 23.8px;">A proteína do soro do leite (Whey Protein) é a mais comum e mais vendida, e é indicada para praticantes de qualquer modalidade desportiva ou para as pessoas que procuram equilibrar peso com controlo de ingestão de calorias. É a proteína mais pura encontrada na suplementação, responsável pelo crescimento e pela</span><span style="line-height: 23.8px;"> </span><span style="line-height: 23.8px;">recuperação muscular. É dividida em 3 formas de filtragem, daí haver uma disparidade de preços; quanto maior a filtragem, maior a pureza e mais caro o produto:</span></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFTpYm3dVW6m8ux5D3zRTS35S75fFNXPlsC8Q0XSlhFpxXszx_ROu2u8wEUkmUF04aymJ4-Grq2FIjVUcIvSYwUPFmjLs10kGER2GlRqCp-lldgjjbV5NGUEcrwJ71ofK04Jk-6w/s1600/prozis-sport_100-whey-prime-2000-g_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFTpYm3dVW6m8ux5D3zRTS35S75fFNXPlsC8Q0XSlhFpxXszx_ROu2u8wEUkmUF04aymJ4-Grq2FIjVUcIvSYwUPFmjLs10kGER2GlRqCp-lldgjjbV5NGUEcrwJ71ofK04Jk-6w/s200/prozis-sport_100-whey-prime-2000-g_1.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #666666; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><a href="https://www.prozis.com/pt/pt/prozis-sport/100-real-whey-protein-2000g" target="_blank">– Concentrada:</a></span><span style="color: #777777;"> Com hidratos de carbono, colesterol e gordura (presentes no leite) é a primeira proteína extraída do soro do leite. É mais simples (60 a 70% proteína, embora a whey da Prozis apresente mais de 80%), mas mesmo assim oferece excelentes resultados. </span></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #666666; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><a href="https://www.prozis.com/pt/pt/prozis-sport/100-whey-isolate-900g" target="_blank">– Isolada</a>:</span><span style="color: #777777;"> Sem hidratos de carbono e sem gordura. Na maioria dos casos, também não contém lactose. Tem uma óptima absorção pelo organismo, já que evita o trabalho de digestão e separação de nutrientes (mais de 80% pureza, a da Prozis tem 93%).</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #777777;"><br /></span></span>
<span style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #666666; font-family: "verdana" , sans-serif; font-style: inherit; font-weight: 700; line-height: 23.8px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><a href="https://www.prozis.com/pt/pt/categoria/nutricao-desportiva/proteina/whey-hidrolisada" target="_blank">– Hidrolisada</a>:</span><span style="color: #777777; font-family: "verdana" , sans-serif; line-height: 23.8px;"> O processo de hidrólise faz com que esta seja o "Ferrari" da proteína do leite. Com uma concentração superior a 90% é a escolhida pelos que querem os melhores resultados, já que a absorção é mais rápida e eficaz.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Além da proteína do soro do leite, ainda podemos encontrar outros tipos de proteína, como a albumina (proteína da clara do ovo), a da carne, ou da soja.<br />Para terem um termo de comparação com a alimentação, saibam que o frango tem cerca de 29% de proteína, a carne de vaca ou o peixe 24% e o ovo 11%. Percebem a importância da suplementação de proteína? Agora, a oferta do mercado é tanta, que devemos procurar sempre a melhor relação preço/qualidade e saber se o que compramos e vamos tomar é mesmo indicado para nós e quais as nossas necessidades.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: 0px; box-sizing: border-box; font-style: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "verdana" , sans-serif; font-style: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><b>Quando consumir?</b></span></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Como já referi, a melhor "janela" para consumir proteína é após o treino, daí os batidos nos balneários dos ginásios. É nessa altura que o organismo está sedento de proteínas para manter e desenvolver músculo. Na ausência de consumo proteico nessa altura, o organismo vai recorrer à energia muscular para recuperar, afectando a recuperação e aumentando o cansaço. Os "fast recovery", com mistura de proteína e de hidratos de carbono permitem que a proteína seja absorvida inteiramente pelos músculos, recuperando melhor os músculos e repondo energia. Mas cada caso é um caso e nada melhor que um nutricionista para melhor aconselhar, já que há produtos em que a janela de ingestão é apenas após 30 minutos do final do treino.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #777777; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Outro horário adequado para ingestão de proteína é ao acordar, já que o organismo esteve privado de nutrientes durante as horas de sono, tendo passado por processos de regeneração. A diferença nota-se, já que suplementando o organismo passa aquela sensação de "vazio" que muitas vezes sentimos, apesar de comermos sem nada nos saciar. O mais certo é estarmos com défice que não identificamos, e o nosso cérebro "indica-nos" através dos sentidos mais básicos</span><span style="color: #777777; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 23.8px;"> ser facilmente debelado pela ingestão de hidratos de carbono. E aí, lá se vai a linha. Pão, bolos, bolachas e snacks não nos equilibram o organismo.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="color: #777777;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; line-height: 23.8px;"><br /></span></div>
<div style="color: #777777;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; line-height: 23.8px;">Outro suplemento cujo fim também desconhecia, apesar de ouvir muita gente falar dele: </span></div>
<div style="color: #777777;">
<b style="color: #444444; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 23.8px;"><a href="https://www.prozis.com/pt/pt/prozis-sport/bcaa-2000-200-tabs" target="_blank">BCAA's</a>. </b></div>
<span style="color: #444444; font-family: "verdana" , sans-serif; line-height: 23.8px;"><b><br /></b></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="color: #444444; font-family: "verdana" , sans-serif; line-height: 23.8px;"><b>O que são os BCAA?</b></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Os BCAA (Branch Chain Amino Acids, ou aminoácidos de cadeia ramificada)</span><span style="color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px;"> são a Leucina, a Valina e a Isoleucina. Três "manas" com nome feio, mas muito úteis já que estes aminoácidos</span><span style="color: #777777; font-family: "open sans" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 23.8px;"> não são produzidos pelo organismo e só podem ser obtidos através da alimentação ou da suplementação. Para os obtermos na alimentação em quantidade suficiente para o que precisamos - e aqui refiro-me a quem treina intensamente - já vimos que é muito mais difícil e deficitário para o que o nosso corpo gasta. </span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #777777; font-family: "open sans" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 23.8px;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZfLDaWSDN61zYhEUReRNsNXv4lKHy_Zi8ZX_Skwj9dILsBmlKlWZrIv1RKzj5b_fqQ8Tf89VV8iYSriCRTV-j3GoIZxHYv9s85DUdWvn0P7Lwt5ccb2cFSmwXhUc1IrXGxGtf2A/s1600/prozis-sport_bcaa-2000-200-tabs_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZfLDaWSDN61zYhEUReRNsNXv4lKHy_Zi8ZX_Skwj9dILsBmlKlWZrIv1RKzj5b_fqQ8Tf89VV8iYSriCRTV-j3GoIZxHYv9s85DUdWvn0P7Lwt5ccb2cFSmwXhUc1IrXGxGtf2A/s200/prozis-sport_bcaa-2000-200-tabs_1.jpg" width="200" /></a></span></span></span></div>
</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Durante o exercício o corpo precisa de energia, e para a gerar precisa de alguns aminoácidos, que se não estiverem disponíveis, vai buscar aos músculos, fazendo-nos perder essa preciosa massa magra. Os BCAA fazem assim com que se recupere melhor do esforço facilitando a reconstrução (e construção) de células musculares e evitando lesões. Os exercícios prolongados com ausência de BCAA resultam na entrada de triptófano no cérebro. O triptófano, responsável pela produção de serotonina, faz com que fiquemos felizes mas também nos transmite sensação de cansaço. Nos exercícios de longa duração devemos evitar a fadiga precoce e suplementar o organismo com BCAA. Já me tinha cruzado com muitos atletas que o faziam, agora percebo por quê. Contudo, quando não em provas longas, a toma deve ser dividida entre o antes e após treino para facilitar a reconstrução muscular. </span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="line-height: 23.8px;">E não nos precisamos preocupar com o aumento do peso ou efeitos secundários. Como são aminoácidos essenciais não estão relacionados com o aumento de peso mas sim com o aumento da força muscular (massa magra). São usados pelo organismo para reconstrução muscular e são igualmente importantes para o sistema imunitário. Devem ser usados por atletas que tenham treinos intensivos, mas sempre aconselhados por nutricionistas. Caso não tenham um nutricionista que vos possa aconselhar, consultem a </span><a href="http://www.filipavicente.net/#!/home" style="line-height: 23.8px;" target="_blank">Filipa Vicente</a><span style="line-height: 23.8px;"> ou a </span><a href="http://anitricionista.blogs.sapo.pt/tag/consultas+online" style="line-height: 23.8px;" target="_blank">Ana Ribeiro</a><span style="line-height: 23.8px;">, elas oferecem a possibilidade de acompanhamento online.</span><span style="line-height: 23.8px;"> A suplementação deve ser prescrita, e um bom profissional adequará melhor as necessidades de cada um.</span></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Espero ter ajudado um pouquinho à desmistificação do uso de proteína e BCAA. Eu que também só usava presunto e bifanas, já vou sentindo a diferença de um bom equilíbrio entre alimentação e suplementação. Não podemos esquecer nenhum dos factores determinantes na evolução de um atleta: Treino, alimentação, descanso e bom conhecimento da saúde do nosso corpo. </span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Boas corridas!</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #777777; font-size: 14px; line-height: 23.8px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-42806207806855198172016-02-15T17:49:00.001+00:002016-02-16T11:09:07.298+00:00Queres correr? Precisas mesmo de fitas?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Já ouviram falar do Trip Advisor? Uma aplicação que nos facilita as escolhas de hotéis, restaurantes, bares e outros locais de interesse, através de votações e opiniões de utilizadores da mesma aplicação? É uma óptima ferramenta de viagem, utilizada por milhares de pessoas em todo o mundo, e apreciada pelos proprietários dos locais avaliados, já que lhes permite terem um retorno quase em tempo real do trabalho que desenvolvem, permitindo-lhes melhorar o que há a melhorar e conservar boas práticas.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcPHtcQumsJdnx2FQzftrWZQMZUTPRIdiDcuTbYejZ9lxG7yDAsuS7Z9ERF7ZDjkIdua3jigIO2oEOvUQ49UA3rypiVZ6poky2DPRaDdrtqZT9l-1SMb6YNb-G7Iv0XQMGqNd1wg/s1600/TrailAdvisor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcPHtcQumsJdnx2FQzftrWZQMZUTPRIdiDcuTbYejZ9lxG7yDAsuS7Z9ERF7ZDjkIdua3jigIO2oEOvUQ49UA3rypiVZ6poky2DPRaDdrtqZT9l-1SMb6YNb-G7Iv0XQMGqNd1wg/s400/TrailAdvisor.jpg" width="400" /></a></div>
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<br />
Um grupo de corredores suecos desenvolveu uma ferramenta parecida para Trail Running - O<a href="http://www.trailadvisor-app.com/" target="_blank">Trail Advisor</a>. De momento apenas disponível para iPhone, a aplicação pretende reunir o maior número possível de percursos de trail, para que, ao viajar pelo mundo, possamos experimentar trilhos depois de saber a opinião de outros que já os tenham percorrido e deixar também a nossa. Se aplicada a provas, no futuro poderá o atleta escolher as provas mais bem avaliadas. Por enquanto apenas permite seguir trilhos deixados por outros ou percorrer e gravar novos.<br />
<br />
De momento as melhores aplicações para partilha de percursos são a <a href="http://pt.wikiloc.com/wikiloc/home.do" target="_blank">Wikiloc</a> ou a <a href="http://www.gpsies.com/" target="_blank">Gpsies </a>. Livres, de partilha gratuita têm já uma vasta base de percursos para caminhadas, bicicleta ou corrida, em montanha ou estrada, tendo ainda a vantagem de estarem disponíveis também para Android e de se poder fazer upload e download de percursos para os vulgares relógios e aparelhos GPS. Com cerca de 70000 percursos em território português, oferecem aos internautas a possibilidade de escolher onde correr ou pedalar.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzZ-Ft4wu-dEfY8lxAQFD2Vvx3AVNAoRxBhSAWXxMZ7SzVxJJXrGBBGXElt2bdsqhfld68gF8v_1vNpBOt0-ZvJJR_RjL4CILmjwHAYUJCkohKZe5vCmxdUf4LN_17WK0SPUnX8A/s1600/old_gpsies.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzZ-Ft4wu-dEfY8lxAQFD2Vvx3AVNAoRxBhSAWXxMZ7SzVxJJXrGBBGXElt2bdsqhfld68gF8v_1vNpBOt0-ZvJJR_RjL4CILmjwHAYUJCkohKZe5vCmxdUf4LN_17WK0SPUnX8A/s400/old_gpsies.png" width="352" /></a></div>
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<br />
Com o potencial de crescimento do trail é bem possível que a Trail Advisor seja uma ferramenta tão útil quanto outras, e ajude na escolha de percursos ocasionais.<br />
<br />
Por enquanto gratuita, a aplicação pode ser descarregada na App Store, tendo os seus criadores apelado a corredores de todo o mundo que a descarreguem e usem para poderem melhorar o seu potencial.<br />
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Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-6985335077691267292016-02-01T12:24:00.006+00:002016-02-01T12:24:57.508+00:00Trilhos dos Abutres - Uma música de letra ao contrário<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div class="gmail_signature">
<div dir="ltr">
<div>
<div dir="ltr">
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
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<div class="gmail_default" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
Rendido à Serra da Lousã há vários anos, voltei aos Trilhos dos Abutres pelo quinto ano consecutivo. Não vos consigo descrever esta prova. Há muito de mágico nos Abutres, e a magia só pode ser interpretada por cada um, pelo que os olhos vêem, pelo que o corpo sente, pelo que a alma suspira. </div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4yEQxk1jyTqRovzv5yaaxaPMRMFSSI2fa9nolmx4NabxaqNQJ8UyrhJ8W-vJl1wWF348t4ZzgWmnNOmfE3PqcsAAeTZTIANYilyXaGiCYaoKT6cUinWVkSXkVblZDEKupu4GFYw/s1600/abutres16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4yEQxk1jyTqRovzv5yaaxaPMRMFSSI2fa9nolmx4NabxaqNQJ8UyrhJ8W-vJl1wWF348t4ZzgWmnNOmfE3PqcsAAeTZTIANYilyXaGiCYaoKT6cUinWVkSXkVblZDEKupu4GFYw/s640/abutres16.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default">
<div style="text-align: justify;">
É um ziguezaguear de trilhos pelas encostas de uma serra, aqui e ali despida por madeireiros, que esconde veias de vida derramadas em água por ribeiros mágicos. São subidas e descidas húmidas e sombrias polvilhadas pelo calor que os atletas exalam em cada bafo de esforço a tentar equilibrar um corpo frágil em chão armadilhado de uma lava fria. </div>
<div style="text-align: justify;">
É correr acima e abaixo de um vulcão sem cratera que nos faz explodir todos os sentidos. Exclamamos com a beleza das montanhas acima das nuvens que arrefeciam Miranda do Corvo, abrimos os olhos de espanto em todas as imponentes quedas de água, seguramos os músculos que gritam em cada passo que nos leva ao alto delas, fieis guardiãs de um ecossistema que a água preserva e os corvos povoam. </div>
</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
Que fantástico ambiente. Prova superiormente organizada, a um nível sem falhas. Atletas felizes, famílias alegres, Vila em festa. Esta prova é mesmo única. Não há um único momento desperdiçado em todo o evento. </div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
Uma edição épica rematada na manhã de Domingo nos Trilhos para os mais pequenos, com um traçado belíssimo que retrata fielmente o que a Serra esconde. Quem não foi sorteado tem lá todo o traçado sinalizado a partir do Centro de Trail, ou então que faça um treino com a Escola de trail dos Abutres na Quinta da Paiva e fica seguramente com vontade de mergulhar naquele poço de emoções.</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2dMu90U0_rmx29e8_RbVyg_ZvRUOiJnZErISnMXJ4uNOj_Oagk-6NECd8-uktLsdsWGI7DCPGKjo58ZJrwC4nxCtjw-7O87y1dCr2YCG_zNH45b7VPCTckfd9XMsNqfx7XdTuOw/s1600/12593973_1687504131488266_8865561653078385112_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2dMu90U0_rmx29e8_RbVyg_ZvRUOiJnZErISnMXJ4uNOj_Oagk-6NECd8-uktLsdsWGI7DCPGKjo58ZJrwC4nxCtjw-7O87y1dCr2YCG_zNH45b7VPCTckfd9XMsNqfx7XdTuOw/s640/12593973_1687504131488266_8865561653078385112_o.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
Há uma música da Ana Matos Fernandes - Capicua - que retrata o glamour, o encanto, toda a imaginação fértil que preenche a cabeça de quem vai crescendo, sonhando e experimentando as consequências desses mesmos sonhos e as dores de quem cai e sempre se levanta. Adaptando a letra aos Trilhos dos Abutres, num claro abuso que a autora não autorizou, vou transcrever o que fui trauteando enquanto corria, caía, caminhava ou sorria. </div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
Quando for grande vou ser prof. de "brinc-dance"</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
E quando corro, rodo e aterro com o pacotanço</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
Aqui de pé só correm os tipos da frente</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
Mas nos Abutres a gente diverte-se imenso! (Cantar repetidamente)</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
A letra é fiel a muito do que fica, porque não é a lama que nos fica na memória.</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
É toda uma revolução de cores, um misto de sensações, uma alegria na natureza, uma música de letra ao contrário onde nada faz sentido mas não nos larga a pele, a alma e o pensamento. E por tudo isto esgotam inscrições. Se abrissem hoje, esgotavam.</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="text-align: justify;">
(Créditos das fotos: Fotos do Zé https://www.facebook.com/fotosdoze/?fref=ts)</div>
</div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-19382713072818578862016-01-21T17:59:00.000+00:002016-01-21T20:41:14.575+00:00Aveia - O melhor aliado do corredor contra o pecado<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHX0UgnbZwUzP7V6yzznkSh5v4hag1VxADydM8A8Vh2M_qikgrX93OFuKbDb1Y5ThZy_kxaeob7br2jqTZmR_XWxYaJEHs-r2rez5e24bkLT6A1T4ZC_gzzJ-pUDkEnxZPgCr64g/s1600/mal-contra-o-anjo-26385614.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="154" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHX0UgnbZwUzP7V6yzznkSh5v4hag1VxADydM8A8Vh2M_qikgrX93OFuKbDb1Y5ThZy_kxaeob7br2jqTZmR_XWxYaJEHs-r2rez5e24bkLT6A1T4ZC_gzzJ-pUDkEnxZPgCr64g/s320/mal-contra-o-anjo-26385614.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
<br />
Um amigo há dias confessava-me que tinha imensa fome e que não resistia à tentação diária, compensando sempre com mais uns quilómetros semanais as incursões pecaminosas. Reconhecia controlo apenas no número de pecados, demorando-se deleitado no consumo de cada um dos alvos atiçados pelo diabinho que salta na nossa cabeça sempre que os olhos atingem a imagem do alvo pecaminoso. Todos temos um alvo a evitar: Doces ou salgados, há sempre alguma delícia para nos atormentar. É uma batalha constante, e para as batalhas complicadas precisamos de aliados. </div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl-YW3mJvf22i1h0SIleM6z6O54m1dYZoxJpjBiux4TFUYpak9H8X79yD4jp5NAgLTFnJzJ49oGvL5aIiIFO8Nk6WUPQyhT9aG_izjXXX8g8njXpqm0_9MWzz_0TsSBR6hVTReEQ/s1600/garf-gulosa.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl-YW3mJvf22i1h0SIleM6z6O54m1dYZoxJpjBiux4TFUYpak9H8X79yD4jp5NAgLTFnJzJ49oGvL5aIiIFO8Nk6WUPQyhT9aG_izjXXX8g8njXpqm0_9MWzz_0TsSBR6hVTReEQ/s1600/garf-gulosa.png" /></a></div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
Vejo por aí constantes apelos consumistas cujo alvo é naturalmente quem quer perder peso. Dos depuradores aos medicamentos de controlo de apetite, até a fórmulas milagrosas de perder rapidamente muito peso, são muitos os apelos. <br />
Nós corredores temos tendência a comer desalmadamente quando em épocas de treino intensivo, ou a fazer dietas radicais para recuperar o peso que achamos ideal para o calendário a enfrentar. Sabemos que os quilos a mais se vão fazer notar naquela subida mais íngreme, ou impedir o aumento de cadência naquela fase da prova em linha em que queremos fazer a diferença face aos melhores resultados. Somos competitivos com o nosso melhor, mas descuramos a alimentação.</div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
Quando comecei a minha guerra contra o excesso de peso também me fartei de procurar fórmulas de sucesso para enfrentar as tentações, a fome ou o desgaste provocado pelos treinos, e que fazia com que fosse mais difícil controlar o apetite que os muitos quilómetros que corria. É por isso com natural sorriso que encaro as perguntas que me fazem, quando tentam descobrir nos meus hábitos algo saudável que reduza a gula e o impulso para o "pecado". Tenho há muito tempo uma fórmula de sucesso para controlar a fome: Aveia. </div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
A aveia é o maior aliado que podes ter no controlo do peso e do apetite. Cereal integral de digestão lenta, deixa-nos uma sensação de saciedade durante mais tempo que qualquer outro hidrato de carbono. A libertação prolongada de energia deste hidrato faz com que seja adequado para pré treino, prova, ou mesmo para pequeno almoço do dia-a-dia. </div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
Ao prevenir a flutuação de glicose por induzir o organismo a uma constante produção de insulina, a aveia torna-se num excelente aliado para controlar desejos "indesejados". Digamos que faz crescer o "anjinho" da nossa consciência sobre os impulsos do "diabinho" que nos desvia o olhar para o croissant, pastel de nata ou qualquer outro pecado saciante, mas que depois pesa nos projectos de peso. Rica em fibra, gorduras saudáveis, minerais - manganésio, fósforo, zinco, selénio e ferro - e vitaminas - tiamina, niacina, riboflavina, vitamina B6, ácido fólico, biotina e vitamina E. Estes micronutrientes, que nos fartamos de ver anunciados em cápsulas milagrosas para o controlo de peso, fortalecem ainda o sistema imunitário (claro!) e aceleram o processo anti-inflamatório da recuperação muscular. É o melhor aliado de qualquer ser humano, quanto mais de um atleta (ou aspirante a tal). Ainda tem 14 g de proteína por cada 100 - 28% da DR para um adulto médio.</div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj92v3JAqwNuT2MHYN5NmptyHpHKSI-6CBuv0M9ePOulR6apLdu45AjPtaGBcHD9Te1SUcqWQt2NavWqMnfj4limcphAvne-ubiBbDRY9arqRHBCGeQRxRZKBzZ0Up3CnapIzirZA/s1600/aveia_em_p%25C3%25B3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj92v3JAqwNuT2MHYN5NmptyHpHKSI-6CBuv0M9ePOulR6apLdu45AjPtaGBcHD9Te1SUcqWQt2NavWqMnfj4limcphAvne-ubiBbDRY9arqRHBCGeQRxRZKBzZ0Up3CnapIzirZA/s320/aveia_em_p%25C3%25B3.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
Enfim, tanto procuramos o santo graal e ele está sempre tão acessível. Eu compro todos os meses 40 destas doses de 100 g (4 kg)e assim, entre pequeno almoço e mais algumas ceias em noite de maior apetite, por apenas 10 € (sem contar aqui com o leite, já que pode ser misturada com água), tenho um alimento rico, bastante rico, ao preço de 10 croissants que "alimenta" mais e melhor. Encomenda online <a href="http://prozis.com/7yJ" target="_blank">aqui</a> e recebe em casa. Não há forma mais simples.<br />
Claro que este texto é apenas uma dica, e claro está que deves contactar um nutricionista que te ajude a atingir os teus objectivos. Não bastam os bons aliados para vencer guerras. A estratégia tem de ser bem delineada e bem articuladas todas as armas. </div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="gmail_default" style="color: #222222; font-family: verdana, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">
Boas corridas!</div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-72560010735930555492016-01-14T17:20:00.003+00:002016-01-14T17:25:09.804+00:00Calendário 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div designtimesp="10022" style="text-align: justify;">
É todos os anos assim. Depois do resultado do sorteio
das inscrições para as diversas provas no Mont Blanc do último fim de semana de
Agosto, começam a definir-se os calendários dos que têm no trail e na corrida de
resistência o seu escape para conquistas desportivas, vida saudável e alívio do
stress da era moderna. Nós fazemos o mesmo. Apesar dos pontos conquistados e
mesmo com o dobro de chances para o sorteio do UTMB por ser o segundo ano de
candidatura, não tivemos sorte e não fomos um dos selecionados para a prova
rainha do trail mundial. Resta-nos o conforto de saber que à terceira
candidatura, rezam as regras que é de vez, e que não dependerá da sorte o salto
para a lista de inscritos.</div>
<div designtimesp="10022" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div designtimesp="10023" style="text-align: justify;">
Quem segue com alguma atenção as redes sociais, começa a
notar a abertura de inscrições para as restantes provas do calendário
internacional, num esforço de cativar os euros que os descontentes tinham
reservados para viagem e estadia na Suiça. Vai daí é vê-los - os descontentes
como nós - a organizarem o ano com a prova que lhes dará a adrenalina suficiente
para uma futura participação na volta ao Monte mais desejado da Europa. Da Ultra
Pirinéu à Epic Buff, passando pelo Toubkal, Ehunmilak ou Grande Raide dos
Pirinéus, todas as provas acenam com as suas atrações para serem o refúgio dos
mais de 10.000 atletas não sorteados em Chamonix.</div>
<div designtimesp="10023" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div designtimesp="10024">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Por cá afina-se o calendário à medida de todos esses
grandes desafios. Todos os fins de semana haverá provas para todos os gostos. O
ano começou com a habitualmente elogiada organização alentejana, num concorrido
Trail Vicentino da Serra que levou várias centenas de atletas até aos trilhos
portalegrenses. No próximo fim de semana começa o Território Circuito Centro,
com a etapa de Proença a Nova, que levará os atletas a vários dos paraísos do
Pinhal Interior e da Beira Baixa. Na semana seguinte teremos a prometida épica
edição dos Trilhos dos Abutres pelas subidas e descidas lamacentas rodeadas por
coros celestiais de quedas de água e impropérios dos menos preparados. Em
Fevereiro começa o calendário de Ultra Endurance com o inevitável Ultra de Sicó,
com distâncias para todos os gostos e abastecimentos com todas as tentações. Nos
Açores estreia uma nova prova, a Columbus Trail Ilha de Santa Maria, com
distância máxima de 77 km numa volta à primeira ilha onde atracou o navegador na
viagem que o levou à descoberta da América.</div>
<div style="text-align: justify;">
Março é mês
de Paleozóico e do seu carrossel - que inclui um elevador - pelas Serra de
Valongo. Este ano coincide com o Ultra Trail Aldeias de Xisto, antecipado por
uma boa causa: A realização do Mundial de Trail no Gerês, pela mão do mais
mediático ultra corredor português - Carlos Sá - em Outubro. O UTAX, primeira
prova do Circuito Ultra Endurance da Associação de Trail Running de Portugal, é
também Taça de Portugal. </div>
<div style="text-align: justify;">
Abril será o mês mais
internacional do trail português, com o Madeira Island Ultra Trail - agora
integrante do circuíto mundial, o Ultra Trail Series - e com o Peneda Gerês
Trail Adventure, prova que se realiza pelo terceiro ano consecutivo, e que
levará ao Minho muitos dos que em Outubro virão ao Mundial e muitos dos que
querem voltar a correr numa região que é um hino de beleza natural. Há muitas
alternativas neste mês de Abril: A Ultra Geira Romana, o Arrabida Ultra Trail,
Almourol ou Linhas de Torres. A Ultra do Piodão abre o preenchido calendário
primaveril.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em Maio haverá duas provas do circuito Ultra Endurance, a Ultra
São Mamede com os seus 100 km de festa garantida e o Estrela Grande Trail,
organizado pelo Armando Teixeira na Serra mais alta de Portugal continental. Há
ainda o Faial de costa a costa e a novidade ultra que partirá e chegará à cidade
da Horta, projetando esta prova para a categoria ultra endurance com os seus
mais de 80 km.</div>
<div style="text-align: justify;">
Junho é mês de Oh Meu Deus, a exclamação de todos os que se
aventuram na até há um ano única prova de 100 milhas (160 km) em território
nacional. Também na Serra da Estrela, é uma das provas que mais pontos atribui
para o UTMB. Ainda em Junho haverá o Trail dos 4 Caminhos ou o divertido Loucos
da Reixida. Para o último fim de semana está já marcado o Ultra Trail Serra da
Freita, agora na distância centenária, e palco de alguns dos mais duros e belos
cenários de média montanha. Entre "Bestas" e piscinas naturais nos Rios
Frades, Paivô ou Teixeira, há percursos desenhados pelo Mestre Moutinho com
diversão e empenos garantidos. O Clube de Montanha da Lousã organiza o seu trail
com uma quase garantida ausência de lama mas mantendo todo o esplendor da bela
Serra; uma forma diferente de abordar a Lousã.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em Julho, com o calor a
apertar, é altura de fazer Ultras em trilhos mais a Ocidente, nas praias. Da das
Maçãs parte o Ultra Trail Monte da Lua para percorrer floresta e costa de
Sintra, arribas incluídas, num cenário pintado entre o mar e a serra. Exatamente
no mesmo dia (!) há um outro Ultra Trail, um pouco mais a norte, também com o
mesmo desenho, o Caldas Ultra Trail. Na semana seguinte a tradicional Ultra
Maratona Atlântica liga os 43 km que separam Melides de Tróia. </div>
<div style="text-align: justify;">
Agosto é o
mês do habitual Trail Noturno de Óbidos, este ano atirado para o segundo fim de
semana, coincidindo assim com o Ultra algarvio da Rocha da Pena. Há ainda a
Pt281+, a maior Ultramaratona do País, com 281 km, e que liga Belmonte a Proença
a Nova. </div>
<div style="text-align: justify;">
O Grande Trail Serra D'Arga marca o calendário de Setembro e atrairá
ainda mais gente a Caminha e à Sra do Minho em ano e território de Mundial. Em
2015 houve ainda o Estrela-Açor Ultra Trail, prova que ainda não tem data, com
180 km entre as duas Serras do maciço central. </div>
<div style="text-align: justify;">
Outubro será então o mês de
maior visibilidade e projeção do País no panorama internacional do trail, com a
realização da prova máxima no Gerês. Na Régua teremos o Réccua Douro, uma prova
bem organizada, num cenário bonito embelezado pelas vinhas carregadas. Apesar do
mundial é um mês cheio de provas de norte a sul do país. Haverá ainda uma prova
aberta ao público no programa do Mundial.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em Novembro ruma-se a Barcelos para
o Ultra dos Amigos da Montanha, uma semana depois da Ultra da Arrábida. </div>
<div style="text-align: justify;">
Para
fechar o ano e preparar as festas de Dezembro, há os diversos Christmas Trail e
apenas uma ultra, na Ericeira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div designtimesp="10024" style="text-align: justify;">
A somar a todo este preenchido calendário há ainda
diversas provas na Madeira, ora do calendário de trail, ora do calendário do Sky
Running, das quais se destaca a Ultra Skymarathon da Madeira, a realizar em
Santana no primeiro fim de semana de Junho, e que fará parte do Circuito Mundial
da especialidade - o Sky Runner World Series. Esta prova levou ao Mundo imagens
fabulosas da ilha da Madeira, captadas pelo conhecido fotógrafo e corredor Ian
Corless. Com condições fantásticas para a prática da modalidade, é já um destino
de sucesso para quem gosta de desfrutar das corridas na natureza.</div>
<div designtimesp="10024" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div designtimesp="10024" style="text-align: justify;">
Enfim, um calendário preenchido, onde não faltam opções
para fazer provas cá dentro, das mais curtas às maiores do mundo. Se pratica
trail tem excelentes opções de conhecer melhor o País a correr. </div>
<div designtimesp="10024" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div designtimesp="10024" style="text-align: justify;">
Portugal visto de cima é ainda mais bonito. Os caminhos
que nos levam aos pontos mais altos são duros, selvagens, mas a recompensa é
sempre superior ao esforço. São caminhos que vale a pena perCorrer.<br />
<br />
Calendário retirado <a href="http://www.atletismo.carlos-fonseca.com/calendario.htm">daqui.</a> </div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-19816271694328636572015-12-29T19:28:00.002+00:002015-12-29T20:54:09.313+00:00Ainda a discutir o trail<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Apesar de todos os cuidados e reflexões, parece que discutir seja o que for sobre trail fora da Assembleia Geral da ATRP enferma de legitimidade.<br />
<div>
No <a href="http://tripasenortadas.blogspot.pt/2015/12/agosto-de-1997_38.html">último texto</a> que escrevi neste cantinho, dizia ter falado com a ATRP sobre o dito encontro de organizadores, convidando-a a participar para discutir tudo o que engloba a competição, sua calendarização e organização. Foi-me comunicado verbalmente por um dos membros da direcção que a ATRP não participaria na dita reunião, por não achar oportuna, e por não achar que deva, a ATRP, discutir tais temas com os organizadores. Num "post scriptum" colocado no texto depois de alertado para o facto de o convite não ter sido dirigido formalmente, referi que o ia fazer. Recebi a resposta poucas horas depois. O Ex.Mo Presidente da Assembleia Geral (onde andará a Direcção?) declinou o convite, em nome de todos os órgãos sociais (?!?). Aparentemente a decisão terá sido "colegial", como refere. Curiosamente, 1 hora antes de me responder por email, respondeu a título pessoal, em forma de comentário ao referido texto, onde apela ao trabalho voluntário e colaboração com a ATRP - repto que aliás já me tinha sido lançado por um dos membros da Direcção e que eu e mais 3 pessoas aceitamos de imediato, mas que não teve consequência. A ATRP não se pode apenas impor por força de Assembleias Gerais nem por força de estatutos, como refere no extenso comentário o actual Presidente da AG da ATRP. Claro que a legalidade, estrutura e modo de funcionamento das organizações é legitimada por estatutos; claro que é na AG que se discutem pontos de interesse dos associados. Mas também me parece claro que há muito mais para ser falado entre as pessoas, principalmente entre organizadores, para que se possa defender um desporto tão recente e que carece claramente de regulação e de criação de pontes entre as várias entidades que o tutelam, promovem ou organizam. As organizações evoluem com debate de ideias. As próprias sociedades evoluem a partir da base e não dos órgãos administrativos que as regulam. Não é só na Assembleia da República que se discute o País. Discute-se todos os dias em iniciativas de grupos de cidadãos, não tendo de se por em causa a legitimidade democrática de quem os representa. A democracia faz-se falando abertamente sobre os problemas, e não creio ser descabido discutir-se o trail e as corridas de montanha num fórum que não seja o da Assembleia Geral da ATRP. Se assim fosse teria de ir também às Assembleias Gerais da Federação de Campismo que regula o Sky Running em Portugal e às da Federação de Montanha que regula outro campeonato. Até pela multiplicação de tutelas é pertinente este encontro de quem tem a força suficiente para liderar todo este processo. Parece que a ATRP prefere o caminho da integração na Federação de Atletismo e não quer de forma alguma discutir o trail enquanto se processa essa integração. Eu não sei se esse é o caminho ou não, mas quero discuti-lo abertamente.</div>
<div>
<br />
Esta ideia surgiu depois de vários acontecimentos que não adianta voltar a trazer à baila, e que desencadearam reacções extemporâneas entre pessoas que se respeitam, ou respeitavam, e que podiam e deviam ter sido evitadas por quem supostamente tutela os campeonatos. Ao contrário da ATRP, há outras entidades com tutela federativa sobre competições semelhantes que se mostraram abertas a participar no dito encontro e que encaram como válidas todas as discussões que possam melhorar o futuro das corridas em Montanha em Portugal. Não percebo como pode a ATRP colocar-se fora disto.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
É importante lançar definitivamente em 2016 um caminho para o trail. Não tenho qualquer interesse de poder, mas tenho interesse em que se discuta o que realmente importa. Tenho falado com muitos organizadores em paralelo, muitos deles com razões diversas sobre pontos de interesse comuns, mas que não discutem entre si o que realmente poderia melhorar as suas organizações. Deviam ter um interlocutor, que infelizmente não existe. Na maioria dos casos chegam uns aos outros pelo FB, ou num ou outro encontro informal quando participam nas provas de uns e outros. Está na hora de se encontrarem para discutirem o que há para discutir. Será então a 31 de Janeiro.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20376408.post-62011949530839241442015-12-16T12:37:00.001+00:002015-12-16T17:02:52.097+00:00Reflectir o Trail<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Agosto de 1997. Há 18 anos, ainda sem correr e sequer pensar fazê-lo, fui
convidado por um amigo a ir a um almoço convívio no final de uma prova de
corrida em montanha, onde todos se conheciam e partilhavam a paixão de correr na
natureza. Uns anos mais tarde, já corredor, "cruzei-me" com fotos dessas provas
e soube finalmente o nome da dita aventura: Transestrela, uma prova de duas
etapas num fim de semana. À época os nomes que retive foram sendo revividos,
agora juntando os nomes às caras. Alguns dos que por lá andaram, ou abandonaram
a modalidade, ou então limitam-se a fazê-lo nos moldes que muitos de nós ainda
conhecemos, em pequenos grupos, onde quase todos se conhecem, correm pelas
montanhas, almoçam ou jantam juntos e regressam à vida do dia a dia de cada
um.<br />
<br />
O trail deixou de ser um convívio entre gente que corre e passou a fazer
parte de um quotidiano empresarial, onde o interesse de organizadores e atletas
é muito mais que correr livremente e almoçar entre gargalhadas e projectos
futuros. E deve assim ser encarado, como um desporto em crescimento, com cada
vez mais adeptos e praticantes, e cada vez mais interesses envolvidos.<br />
Contudo, uma das características que traz tanta gente para o trail, é a de
não haver distinções entre ricos e pobres, entre filhos e enteados, havendo um
total respeito por todos os atletas por igual, sem separação como acontece na
estrada - elite separada do "pelotão" - e onde a capacidade de entreajuda,
superação, resiliência, destreza e sacrifício, são muitas vezes determinantes
para o aparecimento de novos valores. Há no trail casos de sucesso já bem depois
dos 50 anos, com vitórias em importantes provas, casos de vitórias de gente que
"aparece" neste desporto com historial mediano noutras modalidades e que
consegue sucessos por ter características determinantes para um desporto onde a
capacidade atlética não basta para vencer. A atracção pelo trail é determinada
igualmente pela oferta de percursos na natureza, onde a recompensa de poder
correr livremente por espaços inacessíveis é mais que bastante para libertar do
reboliço diário citadino que a maioria dos seus praticantes vive.<br />
Como um desporto com bases amadoras, de convívio e de descoberta de novas
formas de viver as montanhas e natureza em geral, o trail nasceu um pouco como a
história das primeiras provas, com o intuito de reunir pessoas, correr, fazer
uns repastos e pouco mais. Os prémios não são normalmente monetários, o
reconhecimento é escasso se comparado com outros desportos, não havia até há
pouco selecções que participassem em campeonatos do mundo, e o reconhecimento
passava por um ou outro apoio de marcas ou lojas de equipamentos da
especialidade. Tudo isto mudou em pouco mais de 3 anos.<br />
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Depois de em Setembro de 2012 tomarem parte numa reunião, que viria a ser
embrionária da ITRA, foi criada em Portugal a ATRP. Esta associação nasceu por
vontade e iniciativa de um grupo de amigos apaixonados por trail. Se está a
fazer o trabalho para a qual foi criada ou não, é no mínimo discutível. A ATRP
enveredou por um caminho de regulação, de organização de calendário e de
organização de campeonatos. Na minha opinião nasceu manca, porque sem a devida
colaboração dos organizadores. Eu explico porquê: A ITRA nasce pela necessidade
de regular competições existentes. Nasce no sentido de preservar o espírito do
trail, da não separação entre elite e pelotão, das mesmas condições para todos
os participantes, da tentativa de regular as provas, de as uniformizar, de unir
esforços entre todos os que participam no desenho, organização e corrida. A ATRP
exclui da sua génese e da sua organização as organizações. Há hipótese de as
organizações se candidatarem, algumas serão convidadas, mas não há organizadores
- pelo menos assim, enquanto organizadores -, no seio da Associação que regula,
ou tenta regular, o desporto que aqueles organizavam muito antes de haver ATRP.<br />
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O aumento de provas entre 2012 e 2013, após o reconhecimento trazido pelos
excelentes resultados internacionais de alguns atletas, trouxe muitas coisas
novas e diferentes para o trail nacional. Até 2010 eram poucas as provas no
calendário nacional. Quem queria ir a uma prova de 100 km tinha que se aventurar
em Ronda ou nos Peregrinos, provas ganhas várias vezes por atletas nacionais.
Por cá havia um calendário modesto. A Ultra da Freita só em 2010 passou a ter 70
km. Os Abutres só na segunda edição (2011) passou a ter mais de 42 km. Apenas o
MIUT e mais tarde o Oh Meu Deus se atreveram a desenhar e proporcionar provas
acima de 100 km em Portugal. Hoje, poucos anos depois, são muitas as provas com
100 ou mais km em Portugal. As provas de trail multiplicam-se e há fins de
semana com 3, 4 ou mais provas em diferentes pontos do País. Há, felizmente,
muito por onde escolher.<br />
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Assim, e sem muito mais explicações ou debates, decidi, com o apoio e
incentivo de várias pessoas interessadas pelo futuro deste desporto, organizar
com o apoio de algumas entidades, um encontro nacional de organizadores de
provas. Será em Miranda do Corvo, no próximo dia 31 de Janeiro. Muitos dos que
organizam provas em Portugal são dos mais experientes atletas nacionais.
Exclui-los de decisões que os afectam não é justo, normal, nem aconselhável.<br />
O Trail não pode é continuar pouco regulado, sem homologação de provas e/ou
percursos, sem fiscalização, sem obrigatoriedade de cumprir requisitos mínimos.
Não acabarão más organizações, mas havendo regulação e homologação os atletas
poderão escolher em consciência e exigir de quem os deve defender. Não sei quem
o deve fazer, nem quero afirmar se deve ser no seio da Federação de Atletismo ou
na de Campismo e Montanhismo de Portugal. O que acho é que não pode nem deve
continuar assim, com campeonatos distintos e regras diferentes. Urge discutir e
alinhar o futuro com a exigência que os atletas merecem.<br />
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Poderemos discutir muita coisa por telefone, facebook, jornais, ou mesmo em
tertúlias em separado. Mas urge reunir quem se interessa pela efectiva regulação
de um desporto que começa a estar demasiado exposto. Não o fazer será colocar em
causa tudo aquilo que defendemos e queremos para o trail. <br />
A ATRP foi
convidada a participar mas declinou o convite. Acha a direcção actual que não
deve participar em tal debate. Respeito. Não concordo, mas respeito. <br />
Em breve divulgarei o programa e temas abordados durante este encontro. O
número de participantes vai variar consoante o local onde se realizará, que
ainda não está definido.<br />
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P.S. - A ATRP será formalmente convidada a participar no encontro. Chama-me a atenção o João Mota, e com razão, que não existiu um convite formal, não sendo por isso legitimo afirmar que a direcção declinou o convite. O convite original foi feito verbalmente a um dos elementos da direcção. Agora segue um formal, por email.<br />
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Saudações desportivas a todos.</div>
Rui Pinhohttp://www.blogger.com/profile/07253968688729613716noreply@blogger.com7