domingo, março 07, 2010

A raça do alentejano

 

Recebi este texto por e-mail, de um alentejano puro.

Se a definição for errada, eu encaminho as reclamações.

Não sei quem é o autor do texto, mas é digno de divulgação.

“A raça do alentejano?
É, assim, a modos que atravessado.
Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....
E também não é bem judeu, nem bem cigano.
Como é que hei-de explicar?
É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão.
Dos amarelos, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie"; 
Dos negros, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida;                                                                       Dos judeus, o humor cáustico e refinado.
As anedotas curtas e autobiográficas;
Dos árabes, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos;
Dos ciganos, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós;
Dos brancos, o olhar intelectual de carneiro mal morto;
E… dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.
O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada.
Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças. Não é fácil fazer um alentejano.
Por isso, há tão poucos.
É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.
Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus:
Nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.                                                                     Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?
Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que «as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».
E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?
Era um descanso.”

sexta-feira, março 05, 2010

Sinais dos tempos

Tenho reflectido sobre os acontecimentos dos últimos dias, mesmo semanas.

Reflectir é uma capacidade que nos atrapalha as ideias, muitas vezes faz-nos pensar no melhor para alguém que não nós próprios, o que, diga-se, não é muito inteligente.

O mundo anda numa agitação constante há milhares de anos, mas agora que somos muitos, as consequências dos abanões são sempre mais devastadoras. Mesmo no plano pessoal, e com a evolução constante da humanidade e dos meios ao dispor das sociedades desenvolvidas, as decepções e conquistas são mais suadas e difíceis.

O homem, numa ânsia de comodidade, tudo atropela. Natureza, tempo, outros seres humanos, sentimentos, vontades, tendências, enfim, todo um conjunto de imperativos que passaram para segundo plano, quando comparados com o nosso bem estar.

A comodidade leva-nos a olvidar os princípios básicos de uma sociedade.

O respeito faz parte da minha concepção de sociedade. Não me vejo a viver com a indiferença com que se apreciam casos de bullying, sejam eles numa escola ou na sociedade em geral.

Todos nós tivemos arrufos com colegas de escola, ou noutra qualquer circunstância, sendo que quem tinha a obrigação de nos orientar, fosse professor, superior, familiar ou alguém mais velho, normalmente se impunha sobre os nossos ímpetos, fazendo com que o bom senso de alguém mais maduro imperasse.

A anormal sensação de falta de respeito generalizada, pelos professores, autoridades de polícia ou justiça e mesmo pela família, demonstra que o sonho de muitos, que pensaram uma sociedade livre e justa, esbarrou no medo da autoridade.

O respeito pelos outros não deve ser abolido desta sociedade, mesmo correndo o risco de excesso de autoridade, ou corremos o risco de a convivência ser insuportável.

Como será possível que um miúdo de 14 anos, detido depois da 1ª violação e depois de 3 tentativas, dependa da bondade da mãe para que as autoridades pensem em o colocar em internamento compulsivo, de onde, muito provavelmente, vai fugir?

Como é possível que um miúdo de 12 anos chegue à conclusão que a única saída para os abusos que sofre é o suicídio?

Que sociedade será esta em que o estado não pode penalizar, em nome de um colectivo, alguém que não respeita os valores comuns?

Já ninguém respeita ninguém.

E continuamos a assobiar para o lado.

Sinais dos tempos…

terça-feira, março 02, 2010

Assim, não!

Acho sempre difícil alguém fazer sacrifícios, sejam eles quais forem.

Admiro todos aqueles que vão ao Mc Donald’s e bebem Coca-cola zero, os que vão ao café e tomam o dito com adoçante a acompanhar o belo do croissant, que pedem sempre salada para acompanhar os rojões, etc.

Mas quem admiro bastante mais são os que, à medida que crescem os dias, começam a luta contra os quilinhos acumulados, numa guerra com o tempo ou com a falta dele.

Admiro quem luta contra o tempo, contra as tentações e contra os erros. Ou quem os tenta emendar.

Admiro quem atravessa na passadeira, quem espera pelo sinal verde para os peões, quem sempre acha que o bem comum está à frente do individual.

Admiro-me quando vejo alguém dizer que não tem problemas, todos temos.

Admiro mesmo muito quem reconhece os seus erros, quem vê em si próprio o mal que, cristalinamente, vislumbra nos outros.

Admiro quem consegue lutar contra ventos e marés, quem rema para o lado em que acredita, apesar dos que teimam em soprar ao contrário, fazendo crer aos próprios que a brisa é contrária.

Admiro os cientistas que nos ajudam na busca de qualidade de vida, que nos “decifram” e que nos mostram os caminhos.

Admiro o gajo que inventou o Facebook.

Admiro os Filósofos que, na antiguidade, descobriram tanto sobre nós.

Admiro os homens.

Não admiro de forma nenhuma é que se vá gastar a quantia exorbitante de 200.000€ num palco para apenas uma celebração do Papa.

Não é admirável de forma nenhuma que, os seguidores do Homem que correu com os vendilhões do Templo, que praticou a simplicidade entre nós, ostentem tanta riqueza e esbanjem tanto.

Não é um bom exemplo. Tornam-se pouco admiráveis.

Ao menos corrijam o erro. Só pode ter sido…