sábado, junho 22, 2013

Hematomas subungueais, trilhos e copos de branco

Não se assustem com o título. Não é mais que uma breve descrição do que pode ser um treino em montanha, com um grupo de amigos, onde as horas passam a voar. Como ocupamos o tempo? Com conversas úteis.

996158_623418841001676_1687765458_nProva de vinho branco em Muro (Sr. António Alfaiate)

Com a aproximação da Ultra da Serra da Freita, havia que treinar, e muito. Assim fizemos quase todos os que nos inscrevemos naquela loucura. Nós, os privilegiados por morarmos tão perto de um local de uma beleza e dureza únicas, aproveitamos e treinamos no local da prova. Evitámos os percursos dentro do rio (deixámos as partes divertidas para o dia da prova) e percorremos trilhos, estradões e montes que, na sua maioria, não fazem parte do tracking da UTSF. Foi assim que, eu, o Carlos Natividade Silva (Mestre, grande Mestre) e o Meixedo fizemos 40 km na semana passada, e 40 na anterior (sem a companhia do Meixedo), culminando com um treino de 23 km na companhia do Miguel Santos. Mais de 100 km, 3 treinos na Freita em 2 semanas, com um acumulado superior a 12.000 mt. Treinámos tudo, desde subidas a descidas, em pedra solta ou molhada, em escombreiras, escalámos, saltámos, corremos e andámos. Treinámos também a alimentação em prova (essencialmente sandes de presunto, cachorros e panados), bebidas indicadas para regular os níveis necessários ao equilíbrio químico do organismo (cerveja branca ou preta, verde branco e alguma água), e convivemos com os (poucos) habitantes das aldeias por onde passará o UTSF.

1010898_623418651001695_477470156_nAbastecimento em Manhouce

A somar ao treino específico na Cordilheira da Gralheira, fizemos também assunto de tudo e mais alguma coisa. Dissertamos acerca da vida dos antigos mineiros (que, com a ajuda do “expert” que é o Meixedo, nos colocava na época), discutimos os rumos a dar ao País político, a necessidade de prevenir incêndios, a impossibilidade de cortar caminho na prova (ups), o excesso de bosta de animais dentro das aldeias e, como podem ver no título, os hematomas subungueais que adivinhávamos em cada pontapé numa ou outra pedra.

É o que o trail tem de melhor, o convívio entre amigos num ambiente de imenso verde, onde o final de cada dura subida nos proporciona imagens arrebatadoras, como a que podemos ver do alto da Coelheira, antes de entrarmos no Triho dos Incas. Faz-nos sentir pequeninos perante a natureza, percebendo melhor porque queremos sempre subir mais alto neste desporto apaixonante.

1003647_623437914333102_432010209_nPóvoa das Leiras (40 km) vista do Trilho “A Besta”

Sábado haverá empeno garantido sob um sol abrasador. Mas assim uma coisa também é garantida: As vistas serão formidáveis!
Aproveitem bem o fantástico desenho feito pelo Moutinho e pela sua equipa (a “Besta” é um hino ao trail) e respeitem a montanha.

Até à Freita!

2 comentários:

  1. Lá estivemos, lá estaremos.

    Meixedo.

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  2. Vocês é que a sabem toda! ;)

    Venha a Freita carago!

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