Conquistadores do Inútil.
Lionel Terray vivia a montanha intensamente. Desde os 3 anos que escalava por pura diversão. Fugia da escola para as montanhas para desagrado dos pais e tornou-se agricultor em Chamonix quando esta não era ainda a varanda turística que agora se tornou. Aos 21 anos entrou na Escola de alta montanha e daí até à sua morte tornou-se pioneiro em várias conquistas, desde o primeiro a esquiar a face Norte do Monte Branco ou a ser um dos primeiros a subir a um cume acima dos 8.000 metros - o Annapurna em 1950. Morreu aos 45 anos num acidente de escalada numa "parede" fácil do seu "quintal" próximo de casa. Está enterrado no Cemitério de Chamonix - um autêntico "panteão" de homens da montanha e que vale a pena visitar.
As conquistas de Lionel e de muitos dos que no seu tempo se aventuravam nas montanhas eram de um significado especial para o próprio mas, no momento, eram uma inutilidade para ele e apenas um motivo de regozijo quando contasse aos demais. Não havia fotos ou diretos.
No Monte Branco por que Lionel se apaixonou e que atrai tantos aventureiros há algumas histórias de conquistas inúteis. Todos os que conquistaram o lugar na partida e que por um motivo ou outro não puderam correr, pelos que partiram com problemas físicos e fizeram menos do que esperavam, mesmo os que correram 3 km e tiveram que parar. 30, 70 ou 120 km no Ultra Trail Monte Branco significam sempre conquistas inúteis. Conquista de pontos, conquista de uma subida, de mais uma descida, de mais uma noite sem dormir ou de mais um km. São as nossas conquistas inúteis. Subimos mais um cume no carrocel que nos desenham e ali, quase sozinhos, interiorizamos mais uma conquista. Inutilmente para os demais, se não chegamos à meta.
O que todos temos em comum com Lionel é que para chegar às conquistas que o notabilizaram, houve muitas mais que só a ele satisfizeram. Inúteis.
Parei aos 70 km do UTMB. Os motivos pouco importam. Os 4500 d+ que fiz até ali foram divididos por 4 "cumes" à Lionel - inúteis, mas conquistados. Agora vou receber os que vão chegando a Chamonix com muito mais pequenas grandes conquistas - km a km, metro a metro de superação que mais não lhes dão que uma satisfação e sensação de conquista com pouco significado se ficarem pelo caminho. A chegada à meta é o prémio que só quem lá andou percebe. Por cá todos vivem a montanha e dão aos finalistas a honra das palmas merecidas. Reconhecimento do que conquistaram, inutilmente no momento e cheio de significado no final. A volta dentro de Chamonix é o que torna tão especial tanta conquista.
Lionel Terray vivia a montanha intensamente. Desde os 3 anos que escalava por pura diversão. Fugia da escola para as montanhas para desagrado dos pais e tornou-se agricultor em Chamonix quando esta não era ainda a varanda turística que agora se tornou. Aos 21 anos entrou na Escola de alta montanha e daí até à sua morte tornou-se pioneiro em várias conquistas, desde o primeiro a esquiar a face Norte do Monte Branco ou a ser um dos primeiros a subir a um cume acima dos 8.000 metros - o Annapurna em 1950. Morreu aos 45 anos num acidente de escalada numa "parede" fácil do seu "quintal" próximo de casa. Está enterrado no Cemitério de Chamonix - um autêntico "panteão" de homens da montanha e que vale a pena visitar.
As conquistas de Lionel e de muitos dos que no seu tempo se aventuravam nas montanhas eram de um significado especial para o próprio mas, no momento, eram uma inutilidade para ele e apenas um motivo de regozijo quando contasse aos demais. Não havia fotos ou diretos.
No Monte Branco por que Lionel se apaixonou e que atrai tantos aventureiros há algumas histórias de conquistas inúteis. Todos os que conquistaram o lugar na partida e que por um motivo ou outro não puderam correr, pelos que partiram com problemas físicos e fizeram menos do que esperavam, mesmo os que correram 3 km e tiveram que parar. 30, 70 ou 120 km no Ultra Trail Monte Branco significam sempre conquistas inúteis. Conquista de pontos, conquista de uma subida, de mais uma descida, de mais uma noite sem dormir ou de mais um km. São as nossas conquistas inúteis. Subimos mais um cume no carrocel que nos desenham e ali, quase sozinhos, interiorizamos mais uma conquista. Inutilmente para os demais, se não chegamos à meta.
O que todos temos em comum com Lionel é que para chegar às conquistas que o notabilizaram, houve muitas mais que só a ele satisfizeram. Inúteis.
Parei aos 70 km do UTMB. Os motivos pouco importam. Os 4500 d+ que fiz até ali foram divididos por 4 "cumes" à Lionel - inúteis, mas conquistados. Agora vou receber os que vão chegando a Chamonix com muito mais pequenas grandes conquistas - km a km, metro a metro de superação que mais não lhes dão que uma satisfação e sensação de conquista com pouco significado se ficarem pelo caminho. A chegada à meta é o prémio que só quem lá andou percebe. Por cá todos vivem a montanha e dão aos finalistas a honra das palmas merecidas. Reconhecimento do que conquistaram, inutilmente no momento e cheio de significado no final. A volta dentro de Chamonix é o que torna tão especial tanta conquista.
Que saudades de embarcar numa aventura destas...
ResponderEliminarTb eu …
EliminarSaudades de ler os vossos textos...
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