quarta-feira, agosto 31, 2011

Tempo e vontade

Há tempos assim, em que o tempo e a vontade não se conjugam.

Tudo seria perfeito se, quando nos dá jeito, os outros tivessem a mesma vontade que nós temos. Mesmo a meteorologia, que por estes dias nos trai com beleza cinzenta.

Tenho tido tempo, todo o tempo do mundo, mas faltou-me a vontade.

Mas está prometido, e em breve dou novidades.

Até fervilho com a ansiedade do momento.

Espero que não me falte o tempo agora que tenho a vontade!

sexta-feira, agosto 26, 2011

Humildade

Não sou muito, mas há gente que o devia ser exactamente à medida do ego que tem.

Há por aí tanto palerminha enfiado no alter ego, que de tanta arrogância exalar por quantos poros tem, mete asco do tamanho de um dia. E um dia com asco…

Enfim. O Mundo está tão bem feito, que até na paciência encontrou forma de nos acalmar, para que não desatemos todos à chapada a cada filho da…, bem a mãe deles não tem culpa. Portanto, digamos antes, a cada imbecil que se revela.
A humildade é tanto menor, quanto maior é a esperteza saloia. Infelizmente, neste burgo, os espertos, os cabrões e as vacas são os que melhor se sentem com eles próprios, e por consequência, sentem-se sempre superiores ao mundo que os rodeia.

Vem este texto a propósito de várias reflexões que não me apetece divulgar, mas que seguramente será familiar a quem não se revê no desenfreado abalroamento, que quem não quer saber dos outros, aplica no dia-a-dia, só para sentir o seu próprio mundo a “rolar”.

São tão hipócritas, que advogam para os outros aquilo que não conseguem/não querem ser/fazer.

Sem mais.

Continuem em frente, arrogantes e hipócritas deste mundo. Pode ser que a parede se levante e vocês choquem de frente contra aquilo que constroem diariamente.

quinta-feira, agosto 25, 2011

Iscas de bacalhau e cerveja fresca

O Porto é uma cidade bela. Mais bela do que conseguimos vislumbrar pelos trajectos normais, pelas vias principais desta nobre cidade. Temos a fabulosa cascata sanjoanina, exemplarmente cantada pelo Rui Veloso e demasiado inclinada para correr, pese embora haver quem o faça.

Hoje, dia de treino de rampas, fomos, eu o Vítor Dias, o João Meixedo, o Luís Pires e o Paulo Rodrigues, marginal fora, num percurso já por eles imensas vezes calcorreado e que fizeram o favor de me levar a ver as vistas. Confesso que estive inclinado (também nas subidas, e de que maneira) a dirigir-me a uma esquadra e denuncia-los por tentativa de homicídio, contudo, e após uma queda de um dos parceiros de treino, achei que seria abusivo da minha parte. Eu que até ando a baixar o ritmo cardíaco na corrida, eu que até já corro com regularidade médias distâncias, que me propus a fazer uma série de provas, sendo duas de distância superior a 40 km, não podia acusar o toque e virar as costas ao serpentear fantástico pelas vielas e escadarias que partem de e para a marginal.

Fui em passo adequado e acompanhei aqueles quatro motores afinados até ao fim. Mesmo na maior provação do treino: Um “desmoer” aconselhado por uma habitante da Ribeira, que na dúvida, decidimos acatar. 

A ex-Escola Primária nº1, que foi a do Paulo Rodrigues, e cuja localização muito deve ter contribuído para ele correr como corre.

 

Alguns dos caminhos que fazem parte do percurso e que estão integrados nos famosos Caminhos do Romântico da Cidade do Porto.

E assim vou revisitando lugares que de outra forma ia esquecendo.

 

Acreditem que estes 290 degraus custam a subir, principalmente depois de 10 km de sobe e desce constante.

domingo, agosto 21, 2011

Corridas, salmão e esparguete

Hoje, como faço quase todos os dias, fui correr.
Nada de especial, um treino longo com mais alguns colegas dos Porto Runners, com partida e chegada do Parque da Cidade do Porto.

Era suposto ter sido algo leve, apesar dos cerca de 30 kms planeados pelo Brandão, com ritmos adequados a cada um dos participantes, como é habitual. Tive azar. Aparecemos apenas 6, eu, o Vitor Dias, o Mário Carreira, o Luis Serra, o já referido Eduardo Brandão e outro colega, que nos era desconhecido.

Cheirou-me de imediato a esturro, mas, como não sou de desistir nem tão pouco de virar as costas às dificuldades, lá fui, esperançado que, pelo menos o elemento que foi e nenhum de nós conhecia, fosse semelhante a mim no ritmo. Nada disso aconteceu, como está bom de ver. Fomos, marginal fora, lançados a pouco mais de 5’/Km, tempo rápido para o que eu valho.

Ali pelas bandas da Ponte do Freixo, decidi virar para trás e fazer o resto do trajecto ao meu ritmo, na ordem dos 5’30/5’40 por Km percorrido. Acabei os 25 que fiz, bem, sem dores nem cansaço exagerado, e hidratado, já que fiz questão de parar em todos os pontos de abastecimento existentes no percurso, 2. Podem ver aqui o treino completo.

Entretanto, enquanto escrevia este post, fui ver o meu treino de há um ano, enquanto treinava para a minha 1ª Maratona.

Treino 22 Agosto

Que evolução. E que prazer me dá olhar para trás e ver os quilos que fui deixando e a transformação em algo parecido com um atleta.

Até já na alimentação pareço um atleta. Hoje fiz esparguete com salmão grelhado (estava a ver que não consegui meter isto no texto). Um prato incomodativo, pelo cheiro intenso que deixa espalhado pela casa.

sexta-feira, agosto 19, 2011

Tiro de partida

O ano passado, enquanto preparava a minha primeira maratona, li este artigo, escrito pelo meu amigo Vítor Dias, autor do excelente site sobre corrida, Correr por prazer, que sugeria como leitura de Verão o best-seller, Nascidos para correr.

nascidos para correr

O livro surpreende. Pela excelente e cativante narrativa, e pela motivação que nos incute para a corrida. E não, não é nada convencional, não nos maça com todas as teorias médicas e fisiológicas/psicológicas acerca dos benefícios da corrida, não ´pela vertente técnica ou teórica, é pela forma díspar e completamente fora do normal em que decorre a preparação e prova, de um grupo de atletas de eleição, que não deveriam ser. E são-no apenas por um motivo: Nasceram para correr. Eles como qualquer um de nós.

Mostra-nos porque corremos, porque gostamos de correr, e, principalmente, porque devemos correr.

E acreditem que nos ensina a correr. Sem stress, sem preocupações exageradas, sem a rigidez dos planos de treino e dietas rigorosas. Não, nada disso. Ensina-nos que, mesmo sem tudo isso, qualquer um de nós é capaz de correr mais e melhor, e assim, tirar maior partido do prazer da corrida.

Aconselho vivamente. Reli-o esta semana e inscrevi-me para isto e isto e ainda isto!

Está dado o tiro de partida para mais um período de provas e treinos.

Tudo por e com prazer.

domingo, agosto 14, 2011

Percebas

Não, não estou a falar do crustáceo, a que erradamente chamam assim (é percebe, ou perceve), estou mesmo a referir-me ao facto de entender ou perceber algo.

Não entendo esta sociedade. Conheço, aos magotes, gente hipócrita e falsa como Judas, alguns infinitamente pior do que os seus próprios fantasmas, gente que apregoa alguns princípios, que concorda com quase todos aqueles que são básicos numa sociedade decente, mas que vivem completamente à revelia de (quase) todos, desde que, ao viola-los mantenham o melhor para elas próprias.

Se perguntar a quem quer que seja, o significado de felicidade, advogam todos que a mesma terá obrigatoriamente de abranger quem os rodeia, mesmo que isso não seja verdade.

Há por aí quem consiga viver mentiras anos a fio, com o desejo supremo de se manter cómodo, mesmo que pouco ou nada feliz. Vivem mentiras, mentindo amiúde. Condenam a mentira e mentem em quase tudo o que fazem. Criticam os pobres que se mantêm ao abrigo de prestações sociais, ou os arrumadores que chateiam para amealhar o suficiente para a “dose”, mas mantêm-se em empregos onde não trabalham, onde se limitam a não produzir, ou onde enganam o suficiente para poder manter o cheque ao final de cada mês. Ou então, à boa maneira de quem “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”, sugam a Segurança Social até ao limite.

Há-os também que mantêm relações por conveniência. Seja pelos filhos, pelo dinheiro, pelo estatuto, pela sogra, pelo cão, pelo sexo, pelo padre, enfim, por todos menos pelo que apregoam. Acham que são fiéis, mas sabem que não são. Vivem com infiéis que sabem que o são, mas mantêm-se assim porque sim. Porque há sempre motivos para não mudar, e a mudança dói.

Há os que mudam porque são mudados à força, há os que mudam e não queriam e há os que mudam sem saber.

Fico sem perceber é onde é que raio mete esta gente toda a palavra coerência. São todos opinadores, todos muito sérios, fiéis e dedicados, gratos, trabalhadores e honestos, mas na minha modesta opinião, não passam de falsos vestidos de gente.

O mal, para todos eles, é que não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe, e não se pode ter sol na eira e chuva no nabal eternamente. Há-de chegar o dia em que provarão do veneno que destilam pelos poros em atitudes de escárnio, inveja e maledicência. E aí, quando virem que entretanto o tempo passou e viveram como viveram, talvez percebam que não é olhando para o próprio umbigo, que se conseguem alcançar metas mais facilmente.

Vejam se percebem, o Mundo não é só vosso, nem a vida dos outros tem de ser como a vossa.

quinta-feira, agosto 11, 2011

Artur

Nasceu no verão de 1937, segundo filho de um casal agricultores, onde hoje tocam os dormitórios da grande urbe invicta. Mouriz, terra do famoso Zé do Telhado, no Concelho de Paredes era então uma pequena freguesia rural.
Em tempos de guerra, período em que tudo era racionado, em que o que se colhia da terra era confiscado, quando as necessidades eram mais que muitas e os filhos ainda mais.
Foi criado pelo Padrinho, dono de terras, agricultor remediado. Os seis que lhe seguiram foram sendo distribuídos pela ajuda na lavoura dos Pais, ou seleccionados por outros Padrinhos e Madrinhas que os vestiam, cuidavam e iniciavam nas lides agrícolas.
Por lá ficou até ir para a tropa. De menino teve a Escola, numa infância expresso, que cedo terminou e trocou pelo "Escritório", como lhe chama, em que a caneta era a enxada.
Depois de cumprido o serviço militar, entre poucas viagens a casa que o dinheiro não se via e as boleias eram proibidas, trabalhou num bananeiro, de onde fugiu depois de uma noite em que partilhou esteira com alguns percevejos. Conseguiu lugar numa Fábrica e rapidamente chegou a encarregado. Desistiu por troca com o sonho de carreira na Policia, podia ter sido agente da PIVDE mas ser bufo não era opção. Um processo complicado o de entrada na Policia de Viação e Trânsito, que incluía recomendações do Pároco e atestados de boa conduta.
Curso feito, Policia extinta. Nada de grave, passou para a PSP e inaugurou a Divisão de Trânsito do Porto, onde esteve 11 anos, e que aproveitou para enriquecer a formação académica.
5 filhos entretanto nascidos, o que, em pouco mais de uma década perfaz um currículo apreciável e regular, ingressou na carreira de bancário onde passou os restantes 26 anos de actividade profissional, em paralelo com uma preenchida família que foi acrescida de mais dois descendentes.
Vida complicada de uma pessoa simples, que tanto gramou e palmilhou. Irmão de sete, Pai de sete, criou-nos a todos com as dificuldades próprias da época, sem nunca sentirmos necessidade alguma. Fomos educados para respeitar tudo e todos, o que acaba por evidenciar toda uma filosofia de vida abrangente, onde mesmo o respeito pelos bens materiais, ou pelo esforço necessário para os ter, nos fez dividir uma espécie de partilha austera em que ter era quase sempre um período de posse limitada, à espera do que seguia na hierarquia. Nunca nos criou expectativas, mas sempre nos ensinou a não vivermos na ilusão.
Homem muitas vezes surpreendente, afável e pouco dado a quezílias, era conhecido entre os colegas do Banco como "Irmão Pinho" pela forma cordial com que dava sem esperar retribuição, espelhado no sempre presente "Se Deus quiser" que ainda hoje o caracteriza. Incapaz de guerrear, ensinou-nos que cumprir com o dever de cada um, era a obrigação de cada individuo enquanto integrante de uma comunidade, fosse familiar ou enquanto sociedade.
Recordo-me, ainda petiz, de, um dia, ao ir com o meu Pai ao dentista, às então instalações do SAMS (Serviço de Assistência Médica dos bancários) na Rua da Picaria, enfrentar um momento aflitivo, ainda no final da década conturbada de 70. Saímos do autocarro na Praça D. João I e, pouco depois do Rivoli, vemo-nos de repente no meio de uma carga do Corpo de Intervenção da PSP sobre manifestantes integrantes de um protesto não autorizado. Eu, cheio de medo agarrado ao meu Pai, fui tranquilizado pela sua atitude, quando calmamente me disse: "Se não fugires ninguém te bate. Quem não deve não teme." E lá atravessamos a Avenida dos Aliados incólumes. Foi sempre esta a sua postura. Foi e é.
Fomos todos criados num ambiente familiar calmo, onde todos colaborávamos, havia distribuição e responsabilização de tarefas, igualdade entre rapazes e raparigas (5 para duas, se assim não fosse seriam umas escravas) e organização. Não se falava alto naquela casa, quando o meu Pai lá estava. Sossego e respeito, resultaram em 7 adultos que, tenho a certeza, respeitam o outro.
Fica aqui a homenagem ao meu Pai, que fez ontem 74 primaveras. E apesar de ser pouco extrovertido, tendo sido sempre um Pai à antiga (a figura de chefe de família assenta-lhe na perfeição), é o meu herói de sempre, como demonstrou e demonstra tantas vezes pela vida fora, e que se tornou enorme naquele final de tarde na Av. Dos Aliados.
Parabéns Pai!

quarta-feira, agosto 03, 2011

Os otários pagam sempre e continuam otários!

Ilucidem os portugueses nos blogues, já que a comunicação social tuga, gosta mais de Noticias de gordos que emagrecem ou de doidas que se tentam suicidar. Tudo o resto, se não der para "gozar" ou para fazer umas peças jornalísticas de profissionalismo duvidoso, tipo anedota caseira, não é importante.
O contribuinte, vulgo otário, paga sempre, já que continua a ignorar os contornos das decisões políticas, papando como real aquilo que vê nos telejornais de desinformação diária.

In Blasfémias,

Coisas simples

Até à sua nacionalização, o prejuízo, as dívidas e as fraudes relativas ao BPN eram uma responsabilidade directa e exclusiva dos sócios do banco e do seu património.
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O governo socialista de Sócrates ao nacionalizar o banco passou essas dívidas para os contribuintes.
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Os credores privados do banco agradecem muito a Teixeira dos Santos terem recuperado 2500 milhões de euros do seu património privado que de outra forma teriam perdido.
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Os contribuintes portugueses foram mais uma vez generosos, à força é certo, por terem contribuído para a felicidade de um pequeno grupo de seus concidadãos.
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Quem tomou estas decisões de delapidação do dinheiro dos portugueses voltou a ser professor de …economia. Qualquer dia é comentador encartado na tv.