Hoje, enquanto almoçava (no melhor restaurante italiano que conheço: Caruso, na Póvoa de Varzim), e, como tantas vezes me acontece, estava sozinho, socorri-me da companhia de uma revista. Naquele restaurante, a escolha é habitualmente a Visão.
Aquela datava de Outubro. Entre outros assuntos, dissecava, essencialmente, acerca das, felizmente, passadas eleições autárquicas. Quando estava quase a acabar a Lasanha, dou com o tema de capa: Uma entrevista a António Lobo Antunes.
Há pessoas que até a falar encantam. A transcrição, acredito, é a fiel do que o entrevistado disse.
Deliciei-me com a qualidade de pensamento daquele, fabuloso, contudo simples, homem.
Umas quantas páginas antes, tinha absorvido vorazmente a sua habitual crónica semanal. Falava da sua relação com Deus, das vicissitudes que ultrapassara, dos desentendimentos com Ele, da permanente evolução normal em qualquer relação.
Na entrevista, entre outros assuntos, fala sobre os livros que escreveu, que escreve e dos autores que admira.
Do cancro que venceu, diz que não vale a pena falar muito porque, e cito: “Sobre as coisas grandes não há muito a dizer”.
Mas guardo sobretudo uma frase que marca a sua personalidade:
O homem passa a vida em busca de sabedoria e conhecimento, que, na maioria das vezes, chega tarde de mais.
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