Vou começar pelo fim:
Casa Pepa, fixem este nome, como nós fixamos, ainda faltavam 21 km para lá chegar. Tem a melhor sopa de lentilhas do Caminho, e excelentes instalações para repousar. Foi-nos indicado na Cervejaria Esmorga, em Negrera - onde servem "bocadillos" de 40 cm -, depois de ter ligado para outras duas alternativas, que estavam encerradas, e quando já ponderávamos ficar ali, devido ao adiantado da hora. Tínhamos saído de Santiago já depois das 10h, tínhamos que arranjar alternativa antes de cair a noite. Este Caminho de Santiago a Finisterra é um infinito ondulado verde, raramente pincelado por casas, umas pirosas, outras tradicionais de pedra granítica, mas muito rural. Duro qb, (hoje, em 42 km acumulamos 2.000 mt), bonito e muito bucólico. Pouca "civilização", muita dela concentrada nesta Casa Pepa, um albergue muito bom, com tudo o que é civilizado, a 11 km de Oliveroa, em Santa Mariña.
O mês de Dezembro tem pouco movimento de peregrinos, que nos proporcionou um caminho calmo, silencioso, propício à contemplação das cores da imensa natureza que abunda na Galiza, e de divertimento nos excelentes trilhos tão bem cuidados, onde se pode correr calmamente.
Ruído só mesmo o dos corvos, ou o nosso a clamar pelo fim de mais uma subida.
Pouco ruído no Caminho, mas de sobra no bréu do Albergue, que partilhamos com o José, bicigrino venezuelano que não usa telemóvel, não se lembra quando começou o Caminho francês - "talvez há um mês" -, e que ronca mais que todas as Zundapps cá da terra. O barulho veio depois da luz apagada.
E pronto. Agora vamos pôr os tampões nos ouvidos - indispensáveis para quem se mete ao Caminho - e tentar recuperar forças para mais 42 km amanhã, para chegarmos a Muxia.
Ao Caminho!
Porra....caí na asneira de ler este post perto da hora de almoço...isso tem bom aspecto :):):)
ResponderEliminarBom caminho...
Que grande aventura deve ter sido!
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