Inverno
Inverno rigoroso este. Chove a potes. Hoje não dá para ir correr, o vento é muito e o céu parece cuspir agulhas. Fico por casa.
Ontem fui almoçar com dois amigos, com um deles falo habitualmente, mas a outra pessoa já não via há quase dois anos. Muita coisa passou desde então, muita água correu sob as pontes e muito se falou sobre o motivo que originou tal afastamento. Não interessa estar para aqui a dissecar sobre o assunto, mas, tal facto, levou um daqueles amigos a uma, acertiva na minha modesta opinião, "lição de vida". Foi como um Inverno na vida dele, fecharam-se as árvores de fruto sobre o manto cinza, a vida fustigou-o com varas de sofrimento, que, imagino, fizeram dele uma pessoa mais forte ainda. Sobraram poucos, mas bons ramos para podar na Primavera, na esperança que o fruto seja doce e suculento. As árvores da vida daquele amigo, depois de passado mais um Inverno, depois de caírem mais algumas com as diversas intempéries, surgirão mais fortes e preparadas do que nunca. É assim a vida. É feita de ciclos, de encontros e desencontros, como dizia o outro, mas nunca por nunca se mantém numa estação. Do ano, claro.
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