Presente, tempo verbal. Sim porque o presente, ou o tempo presente, a partir do momento que o mencionámos, já passou. Parece complicado mas não é. Nós somos o nosso passado, com ambições para o futuro (ou não), mas o nosso presente não existe. Existe é uma rotina, ou uma vivência comum a muitos outros. É uma soma de muitas experiências que nos faz como somos e nos projecta para o futuro, só não temos é presente. E com a crise, já nem o futuro é certo…
Penso, melhor, pensei, agora escrevo. Acho que devíamos reclamar outra oportunidade. Mas com toda esta bagagem de vida. Regressávamos com maturidade e experiência suficientes para fazermos as escolhas que mais nos aprazem. Era estranho, mas, ou tínhamos depressões com 3 aninhos, ou tínhamos uma vida à nossa maneira. Não que me arrependa da maioria das minhas escolhas (sim, as escolhas são sempre nossas, embora condicionadas pelo destino), mas, sempre aperfeiçoava algumas. Talvez o meu presente fosse melhor, ou pior, seria com certeza diferente.
Mas, e ao contrário da maioria, eu até gosto do meu. Devo andar com o passo trocado. Estão na moda as depressões, seja porque não existe identificação com o presente onde chegaram, seja porque não almejam futuro da vida, ou mesmo porque, depois de um processo de amadurecimento, chegaram à conclusão que tudo isto um dia acaba. O que a vida mais tem de fantástico é mesmo o presente que não é. Já foi. Mas o que tem de mais misterioso e que a torna apetecível é o desconhecimento do futuro. Para a frente tudo é permitido. Os sonhos não pagam imposto, não são proibidos e nunca são demais. Sonhemos então para o futuro porque este presente, amanhã, já é passado.
Para quê sonhar tanto se o sonho fica por isso mesmo.....um sonho?
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