A vida passa ao lado de muitos dos que nascem.
A evolução trouxe-nos aqui, a este mundo estranho de conveniências e de bem-estar.
O ser-humano vive com uma insatisfação decorrente de querer tudo e de não conseguir quase nada.
Enquanto novos queremos independência, não queremos estudar, não nos apetece obedecer e, na ânsia sôfrega de pular do “ninho”, damos passos atrás, à frente, muitos para o lado, até chegarmos à desejada estabilidade, profissional e pessoal. Com tanta vontade de encontrar essa estabilidade, muitos colam-se na mais conveniente, na que foi mais trabalhada por uma das partes intervenientes no processo de construção da dita relação, seja pessoal ou profissional.
E quando achamos que já tudo encarreirou, vem a vontade de mudar. Nunca estamos satisfeitos. E depois, é um corrupio de emoções e de impulsos, que dominámos com a maturidade, mas que levam muitos à depressão ou à desistência por KO. Ninguém, ou poucos são os que ensinam a contornar as desilusões. Dominados pelas circunstâncias e vicissitudes da vida deixámo-nos levar, não pelos Pais, mas pelo bom-senso. Que nunca bate certo com a vontade.
Mas a essa vontade chama-se viver. As histórias que mais nos fascinam enquanto crianças são as do final “e viveram felizes para sempre”. Mas, à medida que vamos acumulando vida e vivências, o que nos fascina, a mim seguramente, é a capacidade de todos aqueles que buscam a felicidade ou a realização pessoal, de mudar, de correr riscos, de partir em busca do que tanto desejam. E esses, mesmo quando fracassam, ao chegar ao fim da linha, sentem-se preenchidos pela vida, pelo sal que lhe deram.
O que fica na memória nunca são os fracassos, são os passos que se dão para fracassar.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Diga, diga: