Nesta vida tudo se paga.
Já todos ouvimos tal expressão.
Há expressões que espelham a nossa realidade com uma exactidão violenta.
Alguém me dizia há uns tempos que, sempre que queremos alguma coisa, sempre que almejamos uma meta, um objectivo, um sonho, se houver outra pessoa implicada, tudo se torna mais difícil, porque nem sempre o que nos convém, convirá ao(s) outro(s).
Há sonhos que inevitavelmente implicam mais alguém. Seja por participação directa, seja pela influência que têm nas nossas vidas. Esses são os mais difíceis, porque, normalmente, são os que têm tantos efeitos colaterais que transcendem o próprio, logo, estão sempre na dependência da bondade, vontade ou aceitação de alguém.
Passamos, egoisticamente, as nossas vidas a desejar muito, muitas coisas, criámos expectativas, defraudamos algumas, somos correspondidos no amor, no trabalho, nas amizades, na vida em geral… Ou não.
Em miúdo nunca sabia onde acabava o respeito e começava a ousadia excessiva até levar um estalo. Nunca conseguia decifrar o ponto em que “podia”… Ou não. Nalgumas situações era demasiado ousado, noutras demasiado respeitador? Não entendia. O preço? Levar ou não uma chapada. Enfim, havia sempre quem tentasse.
Um sinal que achamos que damos, mas que quem pretendemos que o entenda, nem se apercebe de tal. Um acontecimento que desejamos, que está prestes a desenrolar-se e, um contratempo atira para o lote dos “never happened”.
Enfim, passámos as nossas vidas em apalpadelas de sinais, de consensos, de encaixes de vontades. Somos correspondidos, às vezes fingidos, nunca sabemos se sim se não.
Que raio, tinha tudo isto de ser tão complicado?
Tinha quem nos programou de nos dar uma consciência que tanto nos trava os impulsos?
No trabalho, na vida pessoal, na família, na roda de amigos, no desporto…
Há sempre um “…e se eu…?”
Não há fórmulas perfeitas. A vida é o que é, somos nós que a fazemos, somos nós os condutores do nosso “carro”.
Mas há um preço para as interrogações e para as hesitações. Normalmente são as frustrações.
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