Terminada a participação nas olimpíadas de Londres, todos correm a esmiuçar as performances dos atletas que integraram a comitiva.
Eu, enquanto mero espectador atento, cinjo-me aos resultados finais. Fracos uns, dentro do esperado outros e espectaculares alguns. Passando por alguns amadores que levam muito a sério a hipótese que lhes dão de justificarem apoios e subsídios decorrentes da participação em Londres, passando por outros que tiveram a infelicidade de um momento, casos do judo e da ginástica, e a terminar naqueles que, tendo como principal actividade aquela que os levou aos jogos, aproveitaram para viver o ambiente da Aldeia olímpica e a sempre única e inigualável participação nas olimpíadas.
Não partilho da opinião da falta de apoios, ou da falta de condições para preparar a participação, nem tão pouco da ideia de que, para haver melhores resultados seria necessário maior investimento. Há imensos países onde o investimento é inferior e o retorno muito superior. O que falta em Portugal é cultura desportiva. Há boa maneira tuga, se não for o Estado a orientar, a suportar ou a pagar, ninguém faz nada. Não é por ter havido multiplicação de piscinas e pavilhões multiusos no País que as modalidades ligadas à natação e aos desportos de pavilhão tiveram desenvolvimento. Foram mais úteis para o fomento da actividade física os parques desportivos e as ecovias, do que os imensos campos de futebol, pavilhões e piscinas construídos, que mais não foram que panaceias para a anunciada crise das construtoras e garantias de reeleição de alguns autarcas. Se gastassem em ecovias o dinheiro que gastam em bandas gástricas, haveria muito provavelmente maior campo de recrutamento para todas as modalidades desportivas. Há 25 anos, quando as condições eram menores, havia mais empenho numa participação olímpica do que agora. Há mais mediatismo noutros eventos, e há mais eventos.
Voltando aos resultados, ninguém pode avaliar um atleta por uma participação num grande evento internacional, mas parece-me que, nem todos apontaram para os Jogos o topo de forma, pelo menos no atletismo, o que, nalguns casos se compreende. Os que participaram nos jogos fizeram por merecer a chamada. Não esperava mais do que o máximo de dedicação em treino nestes quatro anos. O resultado é o que menos importa. Temos uma representação pequena, porque pequena é a base de recrutamento.
Voltemos agora ao normal. Os atletas fazem pela vida sem apoios e quase sozinhos e são ignorados pelo País futeboleiro.
Quem gosta de desporto em geral, como eu, que faça o mesmo ao futebol, apreciem apenas os grandes eventos. Campeonato do Mundo ou Europa, o resto é para ignorar. E façam desporto, pela vossa saúde!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Diga, diga: