sábado, março 08, 2025

"Filhasdaputice"


Primeiro, o original, um discurso de Alberto Pimenta, escritor portuense.
Depois, mais abaixo, as ditas, descritas por mim, expondo-as, as "filhasdaputice" e seus autores.


O Discurso sobre o filho da puta


O pequeno filho da puta
é sempre
um pequeno filho da puta;
mas não há filho da puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza,
diz o pequeno filho da puta.
no entanto, há
filhos-da-puta que nascem
grandes e filhos da puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho da puta.
de resto,
os filhos da puta
não se medem aos
palmos,diz ainda
o pequeno filho da puta.
o pequeno
filho da puta
tem uma pequena
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno
filho da puta.
no entanto,
o pequeno filho da puta
tem orgulho
em ser
o pequeno filho da puta.
todos os grandes
filhos da puta
são reproduções em
ponto grande
do pequeno
filho da puta,
diz o pequeno filho da puta.
dentro do
pequeno filho da puta
estão em ideia
todos os grandes filhos da puta,
diz o
pequeno filho da puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho da puta,
diz o pequeno filho da puta.
o pequeno filho da puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem
e semelhança,
diz o pequeno filho da puta.
é o pequeno filho da puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que
ele precisa
para ser o grande filho da puta,
diz o
pequeno filho da puta.
de resto,
o pequeno filho da puta vê
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho da puta:
o pequeno filho da puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja,
o pequeno filho da puta.
II
o grande filho da puta
também em certos casos começa
por ser
um pequeno filho da puta,
e não há filho da puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir a ser
um grande filho da puta,
diz o grande filho da puta.

no entanto,
há filhos da puta
que já nascem grandes
e filhos da puta
que nascem pequenos,
diz o grande filho da puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos
palmos, diz ainda
o grande filho-da-puta.
o grande filho da puta
tem uma grande
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o grande filho da puta.
por isso
o grande filho da puta
tem orgulho em ser
o grande filho da puta.
todos
os pequenos filhos da puta
são reproduções em
ponto pequeno
do grande filho da puta,
diz o grande filho da puta.
dentro do
grande filho da puta
estão em ideia
todos os
pequenos filhos da puta,
diz o
grande filho da puta.
tudo o que é bom
para o grande
não pode
deixar de ser igualmente bom
para os pequenos filhos da puta,
diz
o grande filho da puta.
o grande filho da puta
foi concebido
pelo grande senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o grande filho da puta.
é o grande filho da puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo de que ele
precisa para ser
o pequeno filho da puta,
diz o
grande filho da puta.
de resto,
o grande filho da puta
vê com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho da puta:
o grande filho da puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja,
o grande filho da puta.


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À boa maneira portuense, deve entender-se o vernáculo como um auxiliar de categorização da grandeza que queremos adjetivar alguém ou de algum acontecimento.

Na minha terra, quando alguém quer “virar o bico ao prego” numa qualquer querela, faz uma “filhadaputice”, assim chamada pela maldade intrínseca na dita, que visa obter resultado diferente do experienciado.

O Grande “filho da puta”, aquele que orquestra as “filhasdaputice”, não o é no sentido estrito do termo, que não pretende ser nem é referência à mãe de ninguém, antes a definição no sentido sociológico, de ser alguém que quando quer, age com malvadez e intenção de diminuir ou prejudicar.

Manchar a imagem de alguém é mediaticamente muito mais poderoso que a sua negação. É um problema difícil de contrariar numa sociedade que, apesar de se ambicionar moderada, é permeável à acusação e condenação coletiva. Assinala-se quem queremos “filhadaputear”, fazendo parecer o oposto daquilo que é. O ruído é inevitável e a condenação imediata. Apesar de ninguém se sentir um “filho da puta”, facilmente consegue apontar outros de o serem, principalmente quando a acusação é coletivizada. É humano, o efeito mola.

Uns (os grandes) acusam escondidos, com veemência e certeza, desencadeiam a ira de alguns (pequenos), ruidosos para parecerem muitos, e ficam à espera que a censura seja suficiente para simular uma “pena”, muitas vezes capital ou perpétua. São as chamadas “filhasdaputice”, que se espalham como um vírus, movimento orgânico e amplamente disseminado pelas redes sociais. É uma pandemia.

A maior “filhadaputice” é a cobardia. É escrever e disfarçar a mão, mandando outros publicar ou co-assinar aquilo que se quer, como se quer, a conta-gotas, para que outros, os tais pequenos que querem ser grandes, possam fazer o jogo sujo da “vendeta”, e os “grandes” possam depois, calmamente, mostrar serenidade e sinalizar todas as virtudes daquilo que não sãoe que acusam outros de não ser. Sinalização de virtude.

Dito isto, é de uma filhadaputice tamanha, o que um grupo de pessoas fez nos últimos meses, e, ainda mais grave, na última semana.

Em vez de disputarem juridicamente uma questão que é exatamente isso, jurídica, optaram pelo bullying e pela maledicência.

Já se queixam à Federação de Atletismo desde novembro. São chamadas, cartas registadas, emails, whatsapps, tentativas de contacto direto, etc. Fizeram tudo para que o Trail parecesse um grupo de estudantes adolescentes. Queixas em nome de outros, queixas em nome de Câmaras Municipais, queixas em nome próprio.

Queixaram-se e queixam-se à AG, ora da revisão dos estatutos, queixaram-se antes das eleições, queixaram-se imediatamente a seguir às eleições, pressionaram tudo e todos. Fizeram abaixo assinados, petições públicas e comunicados. Ninguém lhes deu razão.

O pináculo do ridículo chegou na última semana, fazendo a "filhadaputice" de enviar à iTRA uma queixa em nome do “Movimento pelo Trail”, relativamente às eleições na ATRP, visando-me.

O Trail nacional, felizmente, tem uma excelente imagem junto das instituições a que pertence, que o olham como um movimento de uma comunidade amplamente representada na ATRP e, inevitavelmente, em quem a dirigiu e dirige. Não será um grupo de pessoas descontentes que o irá por em causa. As queixas dizem mais de quem as faz do que quem querem visar. O meu cargo não está nas vossas mãos, felizmente. Decorre de uma eleição MUNDIAL, feita de forma eletrónica. Avaliam-se projetos e trabalho feito, e nisso, Portugal está bem à frente, e é isso que vocês não toleram.

Ora, tudo isto aconteceu poucos dias depois do líder (?) do dito “movimento” me ter telefonado a sugerir junção de listas, numa tarde em que fui “bombardeado” por dezenas de mensagens e tentativas de chamadas no mesmo sentido (ver imagens abaixo), de alguém que aparentemente iria assumir um cargo de “diretor geral” da ATRP, como o próprio se fartou de anunciar a quem o quis ouvir (e principalmente ler).

Apesar de o terem negado bem mais que três vezes, batendo Pedro a negar Jesus Cristo, agradeceram-lhe a ajuda a fazer a lista e falavam regularmente com o dito, que se assustou quando reparou que afinal o Trail é uma (parte de) disciplina do Atletismo e portanto terá de ser integrada plenamente na Federação respetiva. Retira independência, como é normal, mas aumenta a responsabilidade e destaca a “modalidade”. Não dá azo é a organizar Campeonatos nacionais onde e quando se quer, nem a atribuir títulos ou “gerir” seleções nacionais, sem a anuência da tutela.

Então passaram de querer juntar listas a acusações e cartas com queixinhas?

Podem fazer os comunicados que quiserem, que nada apaga todas as “filhasdaputice” que fizeram em nome de um grupo de pessoas, escondendo-se, o(s) sonso(s), num “Movimento”.

Quero acreditar que alguns dos 8 que compõem a lista não saibam o que vão fazendo outros nas suas costas. Tenho-os (ainda tenho) como pessoas sérias e sensatas, que provavelmente terão sido influenciadas por alguém (ou alguns) que, não tendo coragem nem projeto, transformaram umas eleições numa questão pessoal. Não creio que todos saibam o que alguns vão fazendo em seu nome, porque se sabem, são ainda mais sonsos.

Fui eleito democraticamente para todos os cargos que ocupo. Sairei da mesma forma, respeitando decisões legítimas, dos eleitores, e demais órgãos e instituições competentes.

Não vai ser qualquer “pequeno filho da puta” que vai desacreditar um trabalho que está à vista de todos.

Quem não se sente não é filho de boa gente. 


Em imagens e legendas, para que fique claro:


Acima, o agradecimento ao dinamizador principal do grupo de WhatsApp KM Vertical, pela “ajuda”.

Não quis ir para uma lista de “velhos”, como se vê pelas mensagens abaixo. Mas pronto, lá ficaria com um papel na sombra. 





Até que vem o alarme “FPA”. E começam as tentativas de chamadas. 


Pouco tempo depois, recebo esta chamada exatamente com o mesmo teor de preocupação. Falámos durante o tempo que podem constatar, o Rui ia para Sicó e ficou de me dizer algo na segunda-feira seguinte relativamente à única proposta que lhe fiz: Aceitarem eleições electrónicas, sem reservas. Não me voltou a ligar. Só tenho lido o seu nome nas queixas e comunicados. 



Quanto ao elemento que não está na lista, mas pelos vistos a controla, foi isto que podem ver abaixo, durante toda a tarde. É só aqui está o que tentou comigo. Há mais, vídeos inclusive, mas não me mandou a mim, pelo que não serei eu a divulgá-los. 








À falta de resposta no WhatsApp, foi também tentando SMS. 



Em resumo e em jeito de opinião pessoal, vão mostrando uma agenda, mas parece que a agenda não é dos próprios, mas de alguém que se orgulha de controlar os melhores atletas, organizadores e inclusive a FPA. 

Não sei se é patológico, se é mesmo agenda - até porque é membro de uma equipa também ela organizadora e que tem alguns dos melhores atletas nacionais -, só não acho normal gente que se diz tão transparente e correta, andar ligada a este tipo de manobras. 


quarta-feira, fevereiro 05, 2025

No Trilho Certo

Este texto, necessariamente longo, impõe-se por uma série de acontecimentos, explicados parcialmente na sua parte final, pelo que deve ser lido até ao fim, ou começar por aí. 

Em 2011, depois de fazer alguns dos melhores resultados de portugueses nos principais eventos internacionais de trail, Carlos Sá, desafia algumas pessoas que como ele eram apaixonadas pela modalidade, a criarem uma Associação que pudesse agregar organizadores, a fim de uniformizar regulamentos, organizar competições nacionais e consequente seleção nacional para que Portugal se fizesse representar em Campeonatos do Mundo. O Trail começava então a constituir-se numa associação de organizadores, atletas e equipas (muitas delas movimentos informais). 

Em 2015, 4 anos depois de 12 amigos fundarem a ATRP, e 1 depois de admitido o Trail na Federação Portuguesa de Atletismo e com o apoio desta, pela primeira vez uma seleção nacional apresenta-se na partida de um Campeonato do Mundo da especialidade. 

O caminho internacional, impulsionado pela iTRA e pela estrutura de competição à volta do UTMB e restante World Tour, faz-se com o mesmo plano: Entrar na Associação Internacional de Atletismo, para que se pudesse dar às então designadas “corridas na natureza e areia” o enquadramento naquela que é a maior organização mundial de países e territórios, e valorizar a disciplina. Seria o passo necessário para o reconhecimento da dinâmica à volta de um circuito que liderava as tendências criadas à sua volta. As distâncias usadas nestes eventos passaram a ser padrão para quase todas as grandes provas mundiais, criando competição em distâncias curtas, já que, até aí, o Trail estava ligado ao Ultramaratonismo, tendo a Associação internacional que o regula, organizado os Campeonatos do Mundo de Trail de 2007 a 2015.

Esta coincidência feliz e única de Portugal estar na génese de um movimento de uma comunidade internacional, constituída por organizadores e praticantes, que se junta e organiza, fez com que o nosso País tivesse sido o único a quem foram atribuídos 2 Campeonatos do Mundo de Trail, em 2 eventos superiormente preparados, no Gerês, pelo Carlos Sá, e em Miranda do Corvo, pelos Abutres. Esta conquista ímpar só acontece pelo apoio inequívoco da FPA e da presença determinante do fundador da ATRP, José Carlos Santos, na fundação e Direção da iTRA, organismo que, desde 2015, é parceiro técnico da World Athletics, tendo a responsabilidade de organizar e supervisionar Campeonatos continentais e Mundiais de Trail, estes junto com a especialidade de Montanha, dirigida pela WMRA (World Mountain Running Association) e a IAU (International Association of Ultrarunners). Parece um caminho complicado, mas foi a forma de a base, representada por um organismo que nasceu no seu seio, se fazer ouvir nos órgãos de decisão, a fim de organizar competições e promover a prática de Trail Running. O enquadramento de todos estes organismos na World Athletics é hoje uma realidade e a padronização de competições impulsiona o seu crescimento.  

Portugal participou ativamente neste processo, antecipando-o internamente. A FPA apoiou-o, os seus associados aceitaram-no, e a ATRP tem nos últimos anos feito um esforço de estabelecer parcerias com todas as Associações Distritais e de classe, para que a comunidade possa identificar um padrão de organização, seja das provas de atribuição de títulos nacionais ou regionais, seja das provas que integram os múltiplos circuitos que acontecem um pouco por todo o País. As competições Distritais e Regionais apuram atletas para a disputa de títulos nacionais, agora já com atribuição de prémios monetários naquele que é o mais disputado, o de Trail. Serão este ano atribuídos 23.000€ de prémios, englobando todos os escalões, o que valoriza também o atletismo veterano. 

Desde 2016, quando assumi um lugar que não desejava, que tenho tido um sem número de entraves na gestão da ATRP, sejam eles de estrutura, de organização, financeiros ou de enquadramento na organização federativa. Entramos com um Orçamento que rondava os 40.000€, (sendo 20.000 de um patrocínio que cerceava a possibilidade de as provas serem autónomas) e um circuito com 20 provas. A juntar a esta exígua atividade, a ATRP tinha poucos associados, por nesse 2º ano o seguro desportivo ter aumentado 100%, para mais de 40€, e pelas polémicas geradas na adequação do calendário de 2016, ano de Mundial no Gerês.  

Fizemos formação da equipa de arbitragem, alteramos regulamentos e circuitos, transpusemos para as competições nacionais todas as distâncias previstas na Regra que define a disciplina, e que constituem os eventos em Portugal, criando os Circuitos de Sprint, Trail, Ultra, Endurance e XL, somando a estes uma forma de qualificação para a final da Taça de Portugal de Trail, que proporciona aos atletas competição perto das suas áreas de residência, engrossando também os atletas filiados e os pelotões de Campeonatos Distritais e Regionais. Criamos uma plataforma onde está baseada toda a relação do associado com a Associação, demos condições à seleção nacional como nenhum outro País o faz, com estágios, apoio técnico e médico, e sempre com o máximo de atletas possíveis a integrar a equipa nacional. No último mundial, disponibilizamos uma casa na Serra da Estrela durante 1 mês, para que, sempre que possível, os atletas ali se pudessem deslocar e treinar. Apoiámos monetária e logisticamente os atletas nas deslocações às finais de Taça de Portugal e ao Campeonato Nacional Ultra realizado na Madeira. Temos contas positivas, apresentadas todos os anos em Assembleias Gerais pouco participadas. 

A ATRP é hoje, graças aos que nela trabalharam e à comunidade que a constitui, um exemplo para qualquer organização desportiva, nacional e internacional. E é-o, sem nunca ter tido um único membro remunerado ou sequer um funcionário a quem pedir trabalho. É-o pelo trabalho voluntário de uma equipa que me acompanha e que dá tudo sem nada pedir em troca. Mantivemos a quota anual em 10€, para clubes, organizadores e individuais, mesmo tendo perdido os patrocinadores e multiplicado o orçamento, subindo--o para cerca de 200.000€. Conseguimos um dos melhores seguros desportivos, mantendo o seu preço há alguns anos nos 22€, com um apoio ímpar em caso de acidentes em treino ou competição. Continuamos a não ter um único profissional.

Este ano, como há 4, temos eleições.  

Em dezembro último, reuni em videoconferência, com cerca de 150 organizadores, explicando os passos que seriam dados relativamente a calendários nacionais, impostos por haver mudança na tutela (FPA), e anunciei a realização de uma AG Extraordinária para revisão de Estatutos, para que se pudesse modernizar a gestão da Associação e se pudesse introduzir o voto eletrónico nos Estatutos. Fizemos uma sessão de esclarecimentos uns dias depois, também em videoconferência, acolhendo algumas sugestões e correções do documento que estava disponível para consulta desde Abril de 2023. 

No dia 4 de Janeiro, em Miranda do Corvo, apesar de a proposta da Direção ter reunido 42 dos 73 votos presentes, não conseguiu alcançar uma maioria de 3 / 4, inviabilizando a sua implementação.  

Quem votou contra, apresentou várias declarações no início da AG pedindo a sua não realização e o avanço imediato para eleições. Inviabilizaram o voto eletrónico, mas clamaram nos dias seguintes, cinicamente, que a responsabilidade era da teimosia desta direção por não ter admitido todas propostas de alteração que apresentaram. Diga-se que de todas, só uma não foi mudada, a da orgânica de funcionamento da Direção.  

Mas o argumento e o guião estavam traçados e queriam ir a eleições. Marcaram-se eleições. 

Numa corrida contra o tempo, os membros da oposição conseguiram reunir 8 nomes que não incluíssem nenhum dos dois instigadores principais destes movimentos, a que um chama num grupo de Whatsapp, “Quilómetro Vertical”, e o outro traveste na forma de podcast.  Apesar disso, numa publicação na página pessoal do principal dinamizador da lista, há um agradecimento especial para o “tutor” do “Km Vertical”, pela ajuda na produção da dita lista, apesar de aquele dizer, em mensagens privadas, que a lista “é só velhos” que “arranjaram” para trabalhar, e que “saltou fora”, por não ter tempo. Apesar de tudo, tem o agradecimento do candidato à AG. Fora, vai dizendo que vai ser ele o “elo de ligação à FPA” e vai distribuindo confiança, seja ao selecionador atual, seja fazendo convites para futuros selecionadores, árbitros ou atletas selecionáveis. Muitos colocam-se de fora, não se querendo ver misturados em tal cozinhado, mas outros há, que por desconhecerem estas realidades, caem na conversa, sendo-lhes depois mais difícil voltar atrás. 

Numa mão cheia de nada, apresentam uma lista sem qualquer projeto alternativo para a Associação, tendo inclusive sugerido a um membro da minha lista que, e cito, “até fazíamos uma junção das listas, se o Rui Pinho não estivesse aí”. É um “Movimento contra o Pinho” e não um pelo Trail, como lhe chamaram. Uma lista composta por alguns organizadores ou representantes deles, um deles responsável pela organização de um circuito distrital onde já determinou a sua própria prova como final. Um outro, que propunha organização de circuitos da ATRP onde incluía a sua prova como séries 150, sem admitir discussão relativamente à sua proposta. Outros há que são pessoas sérias, válidas e profissionais, e que poderiam liderar um qualquer projeto. Lá está, se existisse e fosse verdadeira alternativa ao caminho feito pelo Trail nacional. 

E assim se justifica que sejam contra alguém, que tenham uma campanha e discurso “Ad hominem”, contra alguém que não cede a pressões, venham elas de onde vierem. A alguém que personifica uma gestão de uma equipa que já entregou a organização de provas de decisão de títulos nacionais um pouco por todo o País, incluindo a representados na dita lista, em processos de decisão em que sempre colocamos o interesse de todos acima do de alguns.  

Há 4 anos, num esforço logístico que me levou a fazer num dia mais de 1400 km, colocaram-se mesas em Faro, Lisboa e Porto, para além da da AG, em Miranda do Corvo. O critério foi simples, o de as ter nas 3 principais cidades do País, para além da sede, em Miranda do Corvo. Este ano, analisando os Distritos e Concelhos com mais associados com quota em dia, foram as mesas colocadas em lugares estrategicamente acessíveis em curtas viagens, a fim de promover a participação dos associados. Lisboa, Porto, Coimbra, Santarém, Leiria, Aveiro e Braga, são os Distritos com maior representatividade na ATRP. As mesas foram colocadas a distâncias quase equitativas entre todos estes distritos e outros que lhes são próximos, como Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e Setúbal, e igualmente representativos (9º, 10º e 11º). Em 18 Distritos, asseguramos assim que haja a possibilidade de votar em locais próximos de 10.  

O ónus desta limitação não pode ser imputado a estes órgãos sociais, que tudo fizeram para que houvesse votação eletrónica.  Podiam, isso sim, ter reclamado da falta de rigor democrático, se, a exemplo do que pretendem, tivéssemos colocado apenas uma mesa de voto, marcando a AG para um local que nos fosse mais favorável, em vez de Lisboa, Distrito com maior número de associados. Assim, terão de mostrar aos associados o que os leva a, legitimamente, se apresentarem ao seu escrutínio, sem subterfúgios legais que os impeçam de participar, já que não quiseram proporcionar-lhes a comodidade do voto à distância.

O meu histórico relativamente ao trail e à ATRP é público, e muito dele consta neste blogue, por isso a publicação deste texto aqui. 

Leiam os projetos (o nosso está aqui), analisem o trabalho feito e votem. Será a melhor forma de mostrar a quem quer só uma mesa e que quer manter a Associação fechada à arbitrariedade das poucas dezenas que se podem deslocar a Assembleias Gerais e determinar assim o futuro de uns largos milhares, que esta é uma comunidade constituída por uma maioria silenciosa e não deve ser gerida pela batuta de uma minoria ruidosa.