Sou uma espécie de cancioneiro da corrida. Não faço relatos, transmito os sonhos que vivo nas minhas aventuras. Vou fazendo das tripas motivação.
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
Ontem, quando regressava do passeio pós-jantar (dos cães), deparei-me com uma situação de emergência. Situação já controlada, pois estava presente uma ambulância com os dígitos do INEM. Como bons tugas, eu e a Maria fomos tentar saber o que se passava. Era uma vizinha que aparentava ter uma simples quebra de tensão. Ora, os portugueses, principalmente os que são hipocondríacos, têm por hábito chamar imediatamente o INEM para uma simples quebra de tensão. Acham que o facto de alguém ficar branco é uma espécie de antecâmara da morte. É quase como um ritual de chegada, quando estamos para morrer, ficamos, inevitavelmente, brancos. E a dita, teve tempo, inclusive, de se deslocar para a casa de uma vizinha, para esta testemunhar o momento. Não fosse a malta desconfiar daquele "transe" ter acontecido ou não. Sim, porque depois quando vamos contar a peripécia, fazemos questão de colocar muita carga emocional no momento: "...tava a ver que morria, nem sentia as mãos de tão gélidas...", ou então "tremia como canas verdes, não me tinha nas pernas...". Ora, com todo aquele frenesim, a vizinha esqueceu-se de ir buscar o filho à escola. Depois de chegar o INEM, ligou ao marido, comunicou-lhe o quão mal estava a vizinha, pediu-lhe para ir buscar o filho da vizinha a uma casa de outra (desconhecida, quase) vizinha (ufa!), comunicando ainda, que não tinha ido buscar o filho. Eram 19h40, sendo que a escola tinha fechado às 19h (coitado do marido), mas a situação da vizinha era grave e exigia atenção. Depois de tudo tratado, aperaltou-se e ingressou na ambulância (estes transportes urgentes não esperam mais que o necessário) para acompanhar a vizinha ao SU do hospital da área, não fossem os médicos não dar conta do recado. O marido da doente, entretanto, chega e vê a ambulância e, como é lógico, segue-a. As vizinhas a bordo, uma quase da cor da cal, a outra a tentar ruboriza-la. Chegam ao Hospital, qual não é o espanto das comadres, dão-lhe uma pulseira da cor do ouro. AMARELO? A senhora tão mal e dão-lhe a cor que faz esperar pelo menos umas 3 horas...
Vai daí decide a doente ir a um hospital privado, fazendo uso do seguro de saúde. Desta vez vão no carro do marido, não sem antes deixar em casa a preocupada da vizinha.
Conclusão feminina (da vizinha): "Foi um mero ataque de pânico! Eu já lhe disse que ela devia ir a um Psiquiatra!"
Deve ser experiência da própria.
Vai daí que um pouco de solidariedade feminina não fica mal à vizinha. Assim, nada como transformar uma quebra de tensão em "ataque de pânico", como se a pobre se sentisse enclausurada na vida que leva, mais que não seja para que a vizinha não se sinta só. Sim, porque por percebê-la (ou não) tão bem, decidiu ir na ambulância para dar o veredicto:
Ataque de pânico - Antecâmara da depressão!
Como diria um amigo meu: "As depressões que elas têm. Não necessariamente por nenhuma razão especial, é mesmo porque têm."
Felizmente, nem todas! Digo eu...
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
Que raio de dilema fui eu arranjar!
Já viram, isto parece conversa de cabeleireiro. Ou de barbeiro moderno. Sim, porque estes agora também vendem champô.
O caso é o seguinte: Um desses estudos de uma qualquer (renomada) Universidade Americana, chegou à conclusão que os homens usam, na larga maioria, champô anti-caspa. E as mulheres, normalmente apostam em marcas que se conhecem pelo cheiro agradável que emanam. Ora eu acho que não há como o cheiro de um cabelo acabadinho de lavar com Pantene. Mas como macho, sinto-me na "obrigação" de usar um anti-caspa, tipo H&S (até pareço tocado pela publicidade), ou outro qualquer, Linic ou Dercos (que também é anti-queda, coisa de que não sofro, felizmente, mas mesmo que sofresse não me preocuparia). A questão apenas se mantém no facto de homem que é homem usa champô contra a "neve" do casco. Não podemos andar aí armados em "gaja" com um cheirinho no cabelo melhor que o do sovaco. Era o que faltava. Então o homem não se quer "a cheirar a cavalo e (mais ou menos) porco"? Parece que já não. A parte animal já não conta assim tanto.
Devo dizer-vos que estamos a chegar ao ponto em que a publicidade aos cremes para as diversas partes do corpo, às loções de beleza, etc., têm cada vez mais que se começar a virar para os homens. Nós não gostamos de admitir, mas também nos preocupamos com essas coisas. Nós Europeus, porque ao que parece os americanos são um pouco diferentes, esses ficam-se pelo anti-caspa e pelo sabão para o resto do corpo. Afinal, nestas coisas da beleza, os latinos são sempre pioneiros.
Bem dizia o meu Técnico da Tesoura, "...o cabelo é das coisas em que mais se repara!". O sapateiro tem outra opinião, mas essa fica para quando sair um qualquer estudo acerca do que calçámos...
sábado, fevereiro 21, 2009
Falava com um amigo que me dizia que a sua vida conjugal não existia, sexualmente falando. É curioso com existem milhares de pessoas descontentes com a vida a dois, quando achamos que têm tudo para serem felizes. Um casamento, supostamente feliz, filho(s), casa, vida em comum, mas, mesmo assim, infelizes e sem luz ao fundo do túnel. Sim, porque a vida desta gente transforma-se num túnel sem fim. Sentem-se rodeados por paredes escuras e húmidas, nada atraentes, nem tão pouco com aspecto de calmas e de confiança. Sentem o mundo a ruir, sentem um sem fim de problemas que, para qualquer um dos mortais serão fáceis de resolver, mas que, a dois, não se afiguram de bom epílogo.
Sexo - NADA! Como?!? Nada!
Não é este o pilar de qualquer relação? Pelos vistos não. Para muitos é. Não é só mas também, dizem outro(a)s.
Amigos fantásticos. A isto se resume a relação daqueles dois. Quase como irmãos. Porra!
A relação monogâmica, quando estabiliza, transforma-se nisto. O homem não é monogâmico. Acreditem, a sedução é a nossa melhor arma. Quando a mulher conhece bem o parceiro, a sedução deixa de entrar nos rituais diários. Já nada é causa de admiração. Assim, ou o gajo é uma máquina sexual sem qualquer tipo de sentimentos, ou então a mulher, desinteressa-se. Ou muda. De parceiro ou de paradigma. Isto porque, (e digam-me as leitoras se não tenho razão), não há nada como a sedução para evidenciar na mulher o seu lado mais sensual. Às vezes, quando seduzidas por outrem que não o marido ou namorado, até fazem de conta que não é com elas, tal é o medo de trair o parceiro.
Compreende-se.
Nós homens, quando temos correspondência na arte de seduzir até nos esmeramos mais um pouquinho. Com as nossas parceiras é que a coisa só "cola" de vez em quando. E depois há estes casos de completo desânimo. Eu acho que o ideal é voltar à sedução. Ou à de sempre (à menina), ou então a outra que interesse. Sem enganar ninguém. Rompe-se com a relação e goza-se a vida que é só uma. Nós, ser Humano, temos por hábito complicar aquilo que viemos cá fazer: DIVERTIRMO-NOS.
Se isto deixa de ter piada, perde o sentido. A Vida é demasiado boa para levar tão a sério. Tudo o que é demasiado sério torna-se enfadonho, daí, o meu conselho para o meu amigalhaço é tão só: goza a vida! E para todos vós também. Quando a pessoa que está ao lado não for a ideal para isso, é porque já lá não devia estar. E não me lixem com os filhos, porque, quando os pais não são felizes, salvo raras excepções, isso reflecte-se nas crianças.
Sejam felizes!
Acho que o dito deve ser dado, mais que não seja por deferência, a quem se dá ao trabalho de me ler e corrigir (sic).
Como me foi pedida uma confirmação de leitura, passo a transcrever a resposta dada ao meu (sincero) pedido de desculpa. Mais informo que com o famigerado texto não quis ofender quem quer que fosse, muito menos quem se sentiu visado. Cá vai:
Digníssimo amigo Blogger!
Folgo em saber a importância que teve para si o meu comentário ao seu texto e à sua pessoa.Mais informo, que para escrever livros, ser reconhecido pela sociedade pelos seus feitos ,inclusivé, ser galardoado com prémios como por exemplo um "nobel", não é forçosamente necessário ser licenciado............relembro o escritor Saramago, que tanto quanto sei, não é licenciado em coisa nenhuma!Aliás, as universidades estão cheias de gente que não sabe escrever............e o mais grave ainda , é que alguns desses estudantes, estudam para no futuro virem a ensinar os nossos meninos...Enfim, isso poderia ser mais outro tema de conversa, mas agora não não interessa nada........Pois é verdade, que quando escreve o amigo fica uma pessoa mais transparente e simples.Qualidades essas que muito aprecio nas pessoas.Talvez pelo facto das relações humanas serem complicadas e às vezes ser complicado duas pessoas conversarem naturalmente sem se ofenderem ou estar na retranca e no ataque ao mesmo tempo...tudo era tão mais fácil e claro se as pessoas fossem elas mesmas, tão simples quanto isso.Espero que encare isto como um elogio e estímulo para continuar a escrever. Ok?
Um abraço e Até depois (Fim de texto citado)
Então vá. Até!
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
Devo um pedido de desculpa aos meus (forçados) leitores.
Parece que num texto aqui publicado (e para todos vós enviado) dei um valente biqueiro na gramática. Em vez de assertivo, escrevi acertivo. Pelo valente erro peço desculpa. Mas já que no telefonema em que fui informado do dito, me chamaram arrogante e prepotente, além de vaidoso, devo, em minha defesa referir que não sou licenciado em nada, não tive grandes notas a Português, nem sou tão pouco Jornalista (Profissão que muito prezo). Como tal, gabo-me (cá vem a vaidade) de, em todo o blogue, ter metido "a pata na poça", por uma única vez. Uma coisa vos garanto, a minha prepotência e arrogância (enquanto sujeito da sociedade, pois a dita pessoa acha que eu como blogger me transformo em algo melhor...), levou-me à batota. A partir de hoje deixo de escrever directamente no blogue. Para não voltar a acontecer tal facto tão gravoso, a partir de agora faço os meus textos num corrector ortográfico on-line. E dos que já estão actualizados com o acordo ortográfico. Ora toma!
Esta semana bloqueei! Exactamente: BLOQUEEI! Cheguei no Sábado, dormi quase todo o dia, exceptuando os cortes para comer alguma coisinha, o mesmo programa para Domingo. Segunda-Feira, comecei o dia a dizer mal da gente cá do burgo, (que tinha começado mal aterrei em Lisboa), continuei por mais dois dias, até que, hoje, voltei à Terra. Concluí que isto tudo não passava de uma pequena depressão (lol) provocada pelo tempo passado num País um pouco (muito) mais desenvolvido e com gente mais evoluída que o comum dos tugas. Nós somos assim. Passámos uns dias no estrangeiro e quando aqui chegámos, achámos que tudo deveria ser um pouco diferente. E devia, mas infelizmente não é, e não podemos mudar a coisa de repente, como tal, bloqueamos. Já desbloqueei, já cá estou de novo. Já fui correr ontem e hoje pela manhã, embora com os pulmões, ainda, a responder um pouco mal devido à (forte) constipação da última semana. Já recomecei a escrita prometida, embora sem a devida dedicação temática, mas, com a recuperação (do bloqueio) completa, isto arranca e melhora.
Digo eu, sei lá...
sábado, fevereiro 14, 2009
Já fui acusado de estar a curtir os ultimos cartuchos, mas não, estou mesmo é a preparar-me para dormir duas horitas e de seguida esperar que o avião da Iberia me leve até Lisboa.
Acabou mais uma semana de trabalho e mais uma bela e estafante Feira. Como de costume houve alguns precalços, como já descrevi, mas ainda não falei sobre o meu maior martírio nestas semanas de feira. Como prometido aqui fica um memorando em homenagem ao individuo que mais me castiga durante a semana de feira.
Ronco - Em português, ressonar.
Como é sabido, as unidades hoteleiras que estão perto dos recintos feriais, aproveitam-se destas ocasiões para equilibrar as finanças, subindo os preços. Por uma questão de, racional, poupança, decidimos que os nossos quartos deveriam ser partilhados. Ora, o meu companheiro de quarto é o n.º1 a ressonar. O ano passado dormi à razão de 2 horas, não mais, por noite. Este ano, na primeira noite aconteceu-me o mesmo. Na segunda fui comprar tampões para os ouvidos. Como não eram suficientes, tive que virar a cama ao contrário. Imagino o que sofrem as pessoas que têm de partilhar quarto com alguém que ronque como um animal portentoso em permanência. No caso de um casal deveria, inclusivé dar direito a divórcio. O nosso sono é de ouro porra! E o meu é, normalmente pesado, mas este meu companheiro de "habitacione", tem potência sonora. Imaginem que nem as tiras para dilatar as narinas do moço, (que comprei ainda em Portugal adivinhando o que me esperava), funcionaram! Este texto está a demorar tanto a escrever que ele já começou a aquecer os reactores! É como um avião em potência máxima prestes a levantar vôo, só que este mantém-se em terra. Eu desconfio que se por acaso algum dia este moço tenha de voar num daqueles hotéis voadores com cama na classe executiva, mandam aterrar por avaria nos reactores. É impressionante! O que lhe vale é que é bom moço, e a mim que são só 4 noites. Esta é a última, graças a Deus!
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
Hoje acordei melhor. Depois de muito experimentar vários, quase placebos, medicamentos para a forte constipação que se apoderou de mim, ontem, deram-me uma coisa que diziam ser para cavalos, que funcionou na perfeição. Não me perguntem o princípio activo ou que similar haverá aí no burgo, mas sei que era de 1g. Daí dizerem-me que era dose para animais equestres. Se é ou não, em mim funcionou. Espero que, se os pobres precisarem de uma dose igual para um incómodo destes, que funcione também com eles.
As constipações deixam-nos de rastos. Não doem tanto como as gripes, mas deixam-nos a pingar por todos os orifícios, seja pela secreção nasal, seja pelo suor que nos toma pela noite dentro. Pelo menos, e se não se agravam, curam-se em menos de uma semana. Há coisas piores. As melhoras estão aí, espero não piorar com um qualquer impulso nocturno. Vou para a Feira que já são horas!
Acreditem, devo ser o melhor cliente da farmácia aqui da frente. Já me tiraram, inclusive, uma foto para o cartão de fidelização, que me dá acesso a uma série de serviços exclusivos, tais como, medir a tensão, pesar-me, medir o nível de açúcar, etc. Já lá fui comprar de quase tudo. Aspirina C, Compeed (uns pensos invisíveis para o herpes labial, esse vírus que nos acompanha por toda a vida e que faz questão de nos incomodar quando menos seria apropriado), Guronsan (que cá não existe, mas vim prevenido). Ontem, fui lá comprar uns tampões de cera e outros de espuma para o ruído, aproveitei para comprar um medicamento com Paracetamol, para quando se acabar o Algimate. Pareço uma mulher prevenida. No espaço reservado para colocar Cd’s da pasta do computador tenho uma autêntica farmácia ambulante. Só me esqueci foi do raio do champô, que não há na farmácia. Como seria de esperar, tinha que ficar alguma coisa para trás. Não há feira perfeita. Ao menos hoje estou desperto, pode ser que não tenha que ir à Farmácia…
Nada como uma bela noite de sono para retemperar forças. Ontem, depois de alguns estragos da noite anterior, deitei-me a horas. Comprei uns tampões de cera para os ouvidos, (não fosse a miúda começar a chamar a mãe), pus a temperatura do quarto regulada para 28º, tomei duas pastilhas para a constipação e dormi. Como um anjinho. Só o suor nocturno foi capaz de me incomodar, mas, facilmente o contornei, agasalhando-me ainda mais. Esta é uma receita que resulta. Faço isto sempre que acho que estou a ficar constipado, mas, no caso, não sabia se seria constipação ou só ressaca. Eram as duas. Um mal nunca vem só.
Valencia hoje despertou com um sol esplendoroso, de tão intenso e brilhante (seria da ressaca?), temos pela frente (sim, porque ainda são 9h30) um dia de sol e calor primaveril, estimam que a temperatura suba aos 20º hoje. A ver vamos. Aqui, dentro da Feira de Valencia, o frio que sai das condutas de climatização dá-me a sensação que, das duas uma: Ou ainda não estou bem da ressaca ou da constipação. Eu acho que é da segunda, não tenho memória de uma ressaca tão comprida. E o lenço também me transmite essa sensação.
Logo se vê!
terça-feira, fevereiro 10, 2009
Aqui estou, de novo. Tem sido uma roda-viva, Porto – Leira – Valencia – Leiria – Porto – Santarém – Lisboa – Valencia outra vez, Lisboa no Sábado e finalmente, queira Deus, Porto.
No meio, principalmente nos últimos 4 dias, uma série de sestas. A de ontem foi a mais “regada”. Hoje, sem jantar, estou a escrever esta crónica e quero ver se durmo, finalmente, mais que duas horas. É quase obsceno de tão curto o tempo que tenho dormido, como obscena de exagerada foi a quantidade de álcool que bebi ontem. Como é que nós, animal Homem, conseguimos quase destruir, em consciência, um órgão vital como é o fígado. Conseguimos quase, porque afinal, e apesar de todas estas agressões, a única coisa a fazer é beber muita água, tomar umas aspirinas e dormir. Tão só. Dormir. É o que vou tentar fazer hoje.
Hoje começou a Feira Internacional de Valencia – Cevisama 2009. Tenho mais três dias e volto à rotina. Deixo-vos uma foto do que cá vim fazer, ou melhor, preparar, e que se tornou no meu escritório das 9h às 19h.
domingo, fevereiro 08, 2009
Hoje fiz uma sestinha. Dizem retemperadora e eu concordo. Faz-nos despertar duas vezes para o mesmo dia, e quando não reflexo de uma ressaca, deixa-nos prontos para enfrentar o resto do dia.
Sesta também fiz em relação ao trabalho. 48 horas em Portugal, que não em casa, que, espero, me preparem (duvido) para uma semana intensa de trabalho. Sim, SEMANA INTENSA DE TRABALHO! Pode considerar-se assim, embora, a sesta, no caso, se mude para o horário nocturno. Sesta, como sabem significa dormir a meio do dia, logo, aplica-se. Só se altera o horário. O trabalho intenso não permite mais que duas, três horinhas de sono que nem retemperador é, digámos que se fica pelo nivelador. É por isso que as feiras internacionais se tornam num pequeno período de tortura física, com uma espécie de tortura do sono, com longos períodos matinais que nos fazem levitar como almas penadas perdidas na obrigação de falar com gente que dormiu, ao contrário de nós, que apenas fazemos a sesta. Começa já esta noite. Tenho que estar em Torres Novas pelas 5h30, em Lisboa no Aeroporto, às 6h45 para apanhar o vôo para Valência. Pior vai ser a sesta de sábado, já que, com um vôo de regresso marcado para as 7h, anuncia-se uma noite comprida, não vá a gente transformar a sesta em sono profundo e falhar o check-in lá para as 5h30 da madrugada. Ufa, vida dura esta...
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
Quanto aos livros, trouxe "O Segredo". É muito bom para quem andar à procura de uma bíblia (do grego biblíon: livro) que lhe sirva como guia. Para mim, aquilo tudo é um dejá-vu. Penso que se a dita Srª que o escreveu me tivesse conhecido, não teria tanto trabalho para encontrar o dito. Eu sou exactamente como a Srª diz que devemos ser e viver. O problema está no resto, mas reconheço que, para muitos, é difícil pensar positivo. Eu sou mais adepto do aqui citado "Então foda-se!", acho mais eficaz que ficar por aí a curpir mágoas. Caga!
O outro escolhido e que terminei em dia e meio (porque tive muito que fazer, senão acabava em duas horitas), foi um best-seller de Gabriel Garcia Marquez, Crónica de uma Morte anunciada. É um bom livro de bolso, com uma história absorvente e intensa que começa com o resultado e descreve o enredo que aí levou.
Trouxe ainda outro que não fui capaz sequer de começar. É um livro sobre um negreiro do Séc.XVIII, mas, escravatura, é tema que não me seduz e as 600 páginas do livro também não ajudam. Bem, não são 600, mas a letra pequenina transforma quaisquer 380 em 600. Não o comecei sequer.
Aceito sempre dicas. Apesar de N.º1 aceito sempre dicas, mas...
Eu é que decido, foda-se!
Já repararam nas rotinas que adquirimos quando frequentamos, como no meu caso, hoteis em trabalho? Fazemos do hotel a nossa casa. Arrumámos as coisas como se estivessemos em casa, meias na gaveta de baixo, cuecas imediatamente a seguir, calças de trabalho à esquerda, de saír mais à direita. Escova de dentes, pasta , creme de barbear e desodorizante geograficamente dispersos pelo armário da casa de banho, bem como todos os cremes necessários ao bem-estar da nossa pele (sim, os homens também usam cremes). Só escondemos o papel higiénico (humido ou não, tanto faz). São raros os hoteis onde o raio do papel é minimamente parecido com o que usamos em nossas casas. Eu, pelo menos dou bastante importância à suavidade e absorção do papel higiénico, tento comprar sempre um que seja económico mas suave. Papel mata-borrão não é bem o que uso lá em casa, logo, não o desejo para a minha casa temporária. Sim, isto é a minha casa por estes dias, tenho inclusivé em boa conta todos aqueles que como eu não abdicam de uma fugidinha a casa para fazer uma série de coisas. Como ir à casa-de-banho meditar no dia-a-dia. É das coisas mais individuais que temos e das poucas que tentámos manter muito particulares. Tenho inclusivé um amigo que usava, quando perdía o encanto por uma qualquer conquista, o método, dizia ele, infalível, de imaginar a dita na casa-de-banho.
Tenho que admitir, é um pouco estranho, mas porra é também porventura a coisa menos bonita que fazemos, mas já que fazemos, façamo-lo com o máximo de dignidade e conforto possível. Para tal é importante a qualidade do papel higiénico. Eu trago sempre na mala uma embalagem a gosto. Nunca se sabe, e a experiência diz-me que este pormenor normalmente escapa aos responsáveis dos hoteis.
Este texto foi-me enviado por alguém que, normalmente, dá ao e-mail uso quando vale muito a pena. É exactamente o caso. Extraordinário! Sublime!
FODA-SE, por Millôr Fernandes
(adaptado)
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à
quantidade de "foda-se!" que ela diz.
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?
O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma
pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.
"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"
"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então,
foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos
extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário
de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos
mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua
língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que
vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a
ideia de muita quantidade que "comó caralho"?
"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão
matemática.
2
A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!
Entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a
mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".
Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem
nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.
O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.
Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades
de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro
para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.
Solta logo um definitivo:
"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".
O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro
Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema,
e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu
correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente,
sílaba por sílaba.
Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito
assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se
reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um
merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua
maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus
quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de
seu interlocutor e solta:
"Chega! Vai levar no olho do cu!"?
3
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar
firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado
amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de
maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a
sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para
uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de
ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor
num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo
assim como quando estás a sem documentos do carro, sem
carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a
mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada
funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a
saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os
empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e
em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a
desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”
Então:
Liberdade,
Igualdade,
Fraternidade
e
foda-se!!!
Mas não desespere:
Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”
Atente no que lhe digo
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
Aqui estou na minha pose de blogger. Tenho que me esticar todo, a rede Wi-Fi só funciona neste canto da cama. É uma gaita. A filha da dona deste Hotel (Hotel Cruz de Gracia, em Valencia) tem uma fixação enorme em dificultar-me o acesso à rede. Não será de propósito, espero, mas é o resultado da navegação exagerada daquela moça. Sempre que aqui chego, está grudada no messenger. Ouve música nas alturas, não se levanta para nada, grita cada vez que aparece alguém na recepção (chama pela mãe, literalmente aos berros: maaaaaaamããããããããããããã!!!!!), ufa! É dose! Como está sempre, ou quase sempre, a fazer também uns downloads de letras e músicas da onda juvenil, ocupa muita da capacidade da net, o que faz com que eu, que estou afastado do router uns 30 mts, tenha dificuldade em apanhar sinal, daí ter que me esticar até à ponta da cama, que assim se transformou no meu escritório temporário.
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Estive agora mesmo a ver a menina da meteorologia cá do sítio, o tempo mudou e vai manter-se quente e seco. 19º amanhã, tantos como os que estiveram hoje. Valencia no seu melhor.
A economia está como a nossa, com os bancos a guardarem para si os recursos disponibilizados pelo governo. A diferença está na coragem de alguns governantes, com, inclusivé, um deles dizer que está a perder a paciência com os bancos. Um sindicalista pedia a devolução ao povo dos ganhos exorbitantes proporcionados à banca. Enfim, as fronteiras sõa ténues e a crise chega-nos como o tempo, são frentes frias e centros de baixas pressões uns atrás dos outros. Ao menos quanto ao tempo podemos ambicionar melhores dias. Já em relação à economia, não está fácil.
Os espanhóis batem-nos por larga margem quanto à queda. O desemprego atinge mais de 2 milhões e 300 mil pessoas. Só em Janeiro, inscreveram-se nos centros de emprego mais de 140 mil pessoas. Impressionante! As estimativas apontam para um nº acima dos 3 milhões lá para o final do ano. Sim 3 milhões!
A crise atinge principalmente a Indústria e Construção. Ontem um dono de uma empresa de construção ameaçou imolar-se pelo fogo dentro de uma das carrinhas da sua empresa, estacionada em frente ao Ayuntamento de Loeches (http://www.ayto-loeches.com/), porque tem facturas a receber no valor de 450 mil €. Cá como aí, a crise é grande e o desespero toma conta das pessoas em tempo de crise. Fica-se com pontos de interrogação em lugar de sonhos. Quando nos toca leva-nos a questionar tudo. O porquê de tudo, e retira-nos lucidez às decisões.
Já todos nos questionamos um dia sobre o porquê das nossas vidas e suas vicissitudes. O porquê é a razão da nossa existência, da nossa insistência, da nossa persistência e às vezes da nossa desistência. Há sempre alguém que desespera quando encontra uma resposta que não corresponde aos seus predicados. Lá estou eu a filosofar...
A vida, e não querendo eu, desafiá-la, mas é mesmo assim que a encaro, é como dizia um amigo meu a respeito do seu filho: "Não sei se é meu ou não, mas agora já não mo tiram!!"
Eu encaro-a assim. Não sei porquê, mas já que cá estou, vou lutar por ela até ao fim. É a essência humana. Quanto aos demais, os que me dizem algo, e é para vós que escrevo, é exactamente o mesmo que vos desejo e vos ajudo no que puder, a alcançar: A Felicidade neste mundo, porque a vida foi-nos dada, mas nós temos de a conquistar. Vida é tudo aquilo que nos faz por cá andar. Provavelmente aquele homem achou que a pequena empresa da qual toda a sua família depende, era mais que a sua vida, era porventura a vida de uma família inteira. Parece que lhe vão pagar 1/3 da dìvida até ao final do mês. A ver vamos...
Amanhã há mais...
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
A prometida terra de sol e mar, afinal é de chuva intensa. Cá estou eu no castigo. Uma semana de moleza, com funções de Baby-Sitter, e algumas de uma espécie de Encarregado-Geral. Tudo ligado ao ramo da construção, de vidas ou de obras.
Cheguei hoje, espero voltar sexta e regressar de novo segunda. Uff!
Prometo escrever quando puser o sono em dia, já que hoje levantei-me às 3h30 da madrugada, conduzi 1200km, durante 10 horas, o que me levou ao estado de, literalmente, REBENTADO!
Inté...