Sabem, aqueles sapatos que não queremos deitar fora?
Aquele momento que queremos prolongar, que por nada desejámos que acabe?
Aquele dia perfeito de praia, que nos faz prolongar até ao limite o recolher da toalha, o sacudir a areia dos pés e voltar para casa?
Aquele dia de final de férias, que curiosamente se torna perfeito, em que tudo corre tão bem, que a ultima coisa que desejámos é fazer-mo-nos à estrada e voltar?
Aquele beijo, aquele momento, aquele abraço, aquela palavra, aquela frase que nunca mais saía e que quando a dizemos não queremos que não a ouçam?
Sabem quando olhamos para ali, para o que queremos e conseguimos, e de repente termina? Sabem?
Esta música faz-me lembrar esses momentos, leva-me para aquele tempo em que não havia tempo, em que o limite era o inimaginável, em que o Mundo não me conseguia parar, em que tudo era perfeito quando visto daqui, deste tempo. No fundo não seria, mas a juventude deixa-nos esta memória de imortais e grandiosos dias e feitos.
Eram os tempos em que os dias pareciam semanas, as semanas meses e os meses anos.
Agora os anos parecem meses. A vida passa-nos ao lado, leva-nos tudo, somos marionetas do stress e da rotina. Não devíamos. Eu, sinceramente tento não ser, e sofro as amarguras daí resultantes, mas não trocaria esta forma de viver por outra.
Sinto o sal da vida todos os dias. É assim que deve ser!
Muito bom!
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