Sempre que leio uma notícia relativa a assaltos, distúrbios ou agressões no Portugal rural, reparo nos lamentos de população, autoridades e políticos locais, relativamente à falta de efectivos das forças de segurança, normalmente da GNR.
Espanto-me quando leio que, só em Lisboa, esta força de segurança tem cerca de 6.000 (!) efectivos. Compreendo. Pode haver alguma invasão do Terreiro do Paço, como em Abril de 1974, e não estar por lá a força civil necessária à manutenção da ordem. É a chamada segurança de proximidade… Do poder, claro. Estão ali para, como em tudo neste País, coordenar a Guarda desde a Capital.
Lisboa tornou-se uma espécie de capital de império, de onde devem partir as colunas em conquista, e sem território ou povos para conquistar. Limitam-se a engordar os arquivos centrais com papéis e mais papéis, enquanto o resto do burgo está a saque.
Entretanto, também lá pela capital, o Reitor da Universidade Católica, anunciou a aprovação de um conjunto de recomendações, quanto à indumentária que deve ser usada por todos os que frequentam o conceituado campus académico. Assim, e como se pode ler aqui, Manuel Braga da Cruz, que preside ao Conselho Académico, deu como exemplo um conjunto pitoresco, “chanatos e camisola do Benfica”, que atesta bem das preocupações a que já chegou a reflexão do dito Conselho.
Dois exemplos de desperdício de tempo: O dos efectivos da GNR que deveriam estar pelo País fora a fazer aquilo para que foram formados, que é garantir a ordem e a segurança publica, em vez de se dedicarem a burocracia, e o do Conselho Académico da Católica, que se deveria preocupar mais com a pedagogia, a fim de evitar que um estudante universitário desconhecesse qual a indumentária adequada para frequentar um espaço público de ensino.
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