quarta-feira, junho 17, 2009

Pois é…

A vida gira ao ritmo, às vezes alucinante, de 24 horas por dia, 365, ou 366 dias por ano. A idade avança, o tempo passa e nós, quase sem darmos conta de que a contagem, ao contrário do que muitos pensam, é decrescente. O tempo, valioso crédito que nos é concedido, que vamos gastando como queremos, às vezes como podemos.

Passamos anos a estudar, a brincar, a descobrir, por vezes a experimentar. Acumulamos tudo num espaço virtual, embora físico, a que chamamos memória. Somos memória, somos passado e caminhamos para o futuro incerto.

Amadurecemos, ganhamos mais consciência do que somos, vamos continuando a perder o que tínhamos e a acumular bagagem. Vem a saudade. De tudo o que ficou, de tudo o que queríamos e não tivemos, de tudo o que passámos e vivemos.

Ficam as memórias. Muitas.

E o que somos e nos acompanhará para sempre, a alma. Conjunto de vivências, experiências e estados de espírito.

Li ontem num dos blogues que sigo, da ilustre Helena Sacadura Cabral um texto fabuloso, como quase todos da autora, que a seguir transcrevo e que define um estado de alma tão comum a todos que têm afectos e que, ao amadurecerem, tomam consciência da única certeza do futuro: a perda. Que gera:

Saudade

“Saudade é nunca sabermos de quem amamos, e muitas vezes, até, não sabermos porque as temos. Mas saudade da mãe que se perdeu, do homem que se amou, do filho que partiu, é um sentimento sem tradução, é a mais dolorosa das nossas nostalgias.
Inexplicavelmente, hoje, só hoje, tenho saudades não daquilo que perdi, mas sim de mim, na época em que não sabia o que eram perdas.” http://hsacaduracabral.blogspot.com/2009/06/saudade.html

Pois é…

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