Um destes dias dizia-me um amigo que o mundo era uma merda. Não concordo. Às vezes a vida é madrasta, mas o mundo não é assim tão mau, pelo menos, não tenho uma classificação tão redutora.
Há alturas em que a vida parece não fazer sentido absolutamente nenhum e acenderem-se luzes que nos guiam.
Há sempre sinais que nos chegam nas formas mais estranhas, que nos mostram caminhos, alternativas para uma vida que é única.
É agora. É este o nosso tempo. É agora que temos de fazer com que o tempo que aqui passarmos faça sentido.
Não podemos, não posso, não podes fazer do mundo o mundo de todos. O mundo é teu, e quando te alheias do teu mundo levas para um lugar obscuro e sombrio todos os que tentas agradar.
A vida, por muito que nos magoe, é quase sempre um desafio à altura de heróis. Por isso é que a grande maioria de nós se sente deslocado do seu mundo ideal.
Mas pode alguém abstrair-se do mundo que o rodeia e fazer sem olhar a quem magoa?
É a pergunta que se nos depara em enumeras situações, naquelas alturas em que não fazemos porque achamos que vamos magoar alguém, ou desiludir.
Enquanto assim pensarmos somos apenas mais um no meio de muitos que não vivem. Passamos o tempo a lamentar o que nos estava destinado. O destino somos nós que escolhemos.
Dizem os crentes que Deus deu ao homem o livre arbítrio. É nosso o direito de escolha, é nosso o nosso íntimo desejo. Mas esta sociedade que sempre se dispõe a avaliar e classificar comportamentos e vontades, é má companheira de vida.
É esta sociedade que nos proporciona os sonhos, paixões e desejos que depois nos leva a questionar o que achamos que é ideal para a nossa vida. E ata-nos as mãos, tolhe-nos os pensamentos e mata-nos os sonhos.
Mundo de merda? Não.
Mas ladrões de sonhos construíram uma sociedade que não nos liberta para a vida.
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